Um Novo Amor Doce escrita por N Baptista


Capítulo 16
Episódio 7 (pajama party)


Notas iniciais do capítulo

Gostei de ver gente dando sugestão nos comentários. Podem fazer isso quando quiserem tá!



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 Passamos as últimas semanas sem nada de especial, as únicas coisas diferentes é que agora quando vamos ficar a tarde para as tarefas dos clubes, almoçamos todas no Fórum com Pedí, onde Rick fica conversando com a gente (ele é tão perfeito!). E também tem as aulas de Educação Física, onde Talixka fica conversando com Lysandre (já que os dois não gostam de esportes (eu acho)), Nathaniel fica ajudando o professor, Castiel raramente aparece (puff, novidade!) e Pedí e eu competimos até ninguém se aguentar em pé.

- Hoje eu estou com a corda toda – Disse Pedí enquanto andávamos para a quadra de esportes – Você vai engasgar com a minha poeira, Hallyane!

- É o que vamos ver! – Provoquei apertando o passo.

 Ela fez o mesmo e logo estávamos quase correndo, só paramos quando trombamos (ao mesmo tempo) com Tali.

- Foi mal – Disse – Está tudo bem?

 Todas assentimos e a de cabelo azul estendeu um cartãozinho para a ruiva e outro pra mim, falando:

- Hoje é aniversário da Melody. Vai ter uma festa do pijama na casa dela e vocês também estão convidadas.

- Quem vai? – Perguntou Pedí.

- Acho que ela chamou todo mundo menos o trio da Ambre e a Peggy, mas Iris e Kim também não vão.

- Por que a Peggy não foi convidada? – Perguntei pensativa.

- Parece que ela queria escrever um artigo sobre o Nathaniel e aquela história das chaves. Aí a Mel pegou birra.

- Pois eu acho que ela está certa! – Disse a de cabelo vermelho cruzando os braços.

- Então – Perguntou Talixka – Vocês vão?

- Claro! – Respondi sorrindo.

- Eu vou ver com o meu pai... – Disse Pedí enrolando e desenrolando um dedo na franja – Mas provavelmente vou. Ele não me quer em casa mesmo...

- Nesse caso, podemos ir comprar os presentes depois do almoço. – Tali quebrou o momento de tensão da Pedí.

- Pode ser! – Respondemos em coro.

 Após o almoço, nos despedimos de Rick e fomos para o centro comprar os presentes, passamos por várias vitrines, mas estávamos sem ideia (e com pouco dinheiro, quem mandou a Melody fazer aniversário no meio do mês? A mesada vai embora), acabamos no Mercado de Tudo mesmo.

- O que você vai comprar Hally? – Perguntou Talixka quando cruzamos a porta.

- Não conheço a Melody muito bem – Respondi – Então me aconselhei com a Iris. Ela falou de um CD de uma banda que a Mel curte. Estou com o nome aqui, vou ver isso. E você?

- Vou dar um bichinho de pelúcia, ela parece gostar. E você, Pedí?

- Ah, sei lá! Talvez um livro... Vou ver.

 Separamo-nos e fomos cada uma para um lado. Por fim nos encontramos na porta, cada uma segurando uma sacola com um embrulho colorido.

- Galera – falei – Vou ter que dar um pulo em casa pra pegar o meu pijama.

- Tudo bem – Respondeu Pedí – A Tali também precisa, então nós vamos passar na casa dela enquanto você vai na sua.

- E o seu pijama, Pedí? – Perguntou Talixka expressando a dúvida de nós duas.

- Ah, o apartamento do Rick fica em cima do restaurante e eu sempre deixo umas roupas lá. Subi e peguei o pijama enquanto vocês babavam pelo meu irmão. As duas nem notaram.

 Sorrimos meio sem-graças e depois me separei delas. Em casa, tentei ser bem rápida enquanto pegava o pijama e explicava tudo à tia Fabi (era o dia de folga dela). Ela gostou tanto da ideia de uma festinha só as amigas, que ficou dividida entre me expulsar para eu andar mais depressa ou pegar um pijama e vir junto (felizmente ela só me expulsou).

 Fui a última a chegar na casa da Melody, e encontrei Bia torturando Violette com perguntas enquanto Rosalya falava do namorado pra Talixka. Caminhei até a cozinha onde encontrei a aniversariante.

- Oi Mel. Parabéns!

- Oi Hally, obrigada. Que bom que veio. – Ela sorriu, mas parecia preocupada.

- Está tudo bem? – Perguntei me aproximando.

- S-Sim. É só que eu pedi um favor à Pedí e estou esperando ela voltar.

- Ah, e onde ela foi?

- Eu... Meio que esqueci algumas das coisas que comprei para a festinha no meu armário, lá na escola. Como precisava ficar para receber as convidadas, Pedí se ofereceu para ir buscar.

- Ah – Sorri – Entendo.

- Se quiser já se trocar, o banheiro é no fim do corredor.

 Sorri em despedida e fui vestir o pijama. Em seguida voltei para a sala e me sentei numas almofadas, junto com Talixka, quando Rosalya se levantou para pegar um copo d’agua.

- Que fofo seu pijama, Hally! – Disse Violette sorrindo.

- Obrigada. O seu também.

 Meu pijama era uma camiseta e um shortinho com estampa de morangos. O da Tali era uma blusa e uma calça verdes com estampas chinesas. Pedí entrou pela porta logo em seguida carregando umas sacolas para a cozinha. Levantei-me e fui ajuda-la.

- Nossa – Disse Melody – Você demorou, eu estava preocupada. Teve problemas?

- Sim – Disse a ruiva largando tudo sobre o balcão – Você  devia começar a trancar o seu armário! Quando cheguei lá, a Ambre e as amiguinhas tinham comido tudo. Eu tive que comprar mais.

- Caramba, obrigada. Você salvou a festa!

 Pedí deu de ombros e voltou comigo para a sala, onde finalmente percebeu que era a única que faltava trocar de roupa. Resmungou alguma coisa como “traíras” que me fez rir, e foi com sua mochila para o banheiro, retornando minutos depois com uma camisetinha e uma calça comprida azul. Melody serviu as guloseimas e todas ficamos conversando. De repente Rosa tomou o travesseiro de Violette para acertar Bia entre uma piada e outra, e assim iniciou uma guerra de travesseiros. Terminamos rindo muito (mas eu não tive uma crise *-* to melhorando!). Nem lembro como foi que começamos a falar dos rapazes.

- Melody – Pedí parecia distraída contornando com os dedos o bordado de uma almofada – Você é bem próxima do Nathaniel?

- Eh... Mais ou menos – A morena parecia insegura – Mas trabalhamos juntos no conselho, e ele sempre me ajuda quando estou com duvidas nas matérias, mas não vai muito além disso. Infelizmente o Nathaniel é um rapaz muito ocupado.

- Sei – Comentou a ruiva – Ele ainda estava na escola agora há pouco. Estava adiantando umas coisas do conselho e não estava com pressa de ir pra casa.

- Também – Inclinei-me para pegar uns salgadinhos – Com uma irmã como a Ambre, acho que eu me mudaria de vez pra escola!

 Bia resmungou e jogou um Cheetos no meu cabelo, mas a ignorei.

- É mais que isso – Comentou Mel – O pai do Nathaniel é muito rígido e exigente, mas tende a mimar mais a sua predileta.

 Pedí assentiu com a cabeça compreendendo e tomou um gole do refri.

- Mas você o conhece há tantos anos, Pedí – Continuou Melody – Deve saber falar melhor do que eu.

- Ah... – Minha amiga ficou mais do que vermelha – Antes eu estava meio que... ocupada. Nathaniel mudou MUITO desde que éramos crianças, e no ano passado ele ficava muito tempo com o meu irmão e a Chino, aprendendo para entrar no conselho, enquanto eu... Estava com o Jade.

 PERA, JADE?! COMO ASSIM JADE? NINGUÉM SE ESPANTOU? SÓ EU? Teremos uma conversinha mais tarde, senhorita Pedí!

 Tali perguntou alguma coisa para Rosalya, mas foi tão baixo que esta não ouviu e fez uma careta pedindo para a outra repetir.

- Eh... – Talixka estava toda enrolada e levemente vermelha – Acontece que ele fala muito pouco de si mesmo e... Talvez você possa dizer algo.

 Rosa abriu AQUELE sorriso de quem já entendeu tudo e sabe que o assassino foi o coronel Mostarda com o castiçal na biblioteca (cara, Hally, essa foi péssima!), e enrolou os cabelos brancos jogando-os para trás antes de falar:

- Bem, eu não sei muuuito o que dizer. O Lys-fofo é ainda mais fechado que o irmão, e a maioria das coisas que eu sei você também sabe como que ele canta  e escreve poesias. Mas posso dizer que ele veio do interior e... – (pausa para tensão) – Tem uma tatuagem nas costas.

- Uma tatuagem? – Tali arregalou os olhos.

- Como ela é? – Perguntou Bia.

- Ah gente, não sei – Rosalya riu – Na verdade eu nunca vi.

- E você, Hally? – Perguntou Violette – Como é com os meninos?

- Ah, sei lá... Normal!

- Seja mais específica. – Disse Pedí rindo debochada.

- (afê) Me deixa pensar... Acho que não me dou muito bem com o Nathaniel, digo, ele é legal, mas muda completamente de uma hora pra outra, e é meio controlador...

- Mas é só porque ele é perfeccionista e quer que tudo de certo e... – Começou Pedí.

- Eu sei – Interrompi – Mas, por exemplo, se o Castiel não quer assinar a folha de ausência, a culpa não é minha de não ter conseguido obriga-lo.

 Todas concordaram silenciosas, então recomecei a analogia:

- Quanto ao Lysandre, eu o conheço muito pouco. A verdade é que ele é quieto e nós quase não nos falamos, mas parece ser um cara muito legal. Fora que ainda sou grata por ele ter achado o meu caderno.

- E o que tem demais nesse caderno afinal? – Perguntou Bia com ar de quem estava pescando informações para a Ambre.

- É o diário de Tom Ridlle! – Respondi cheia de sarcasmo.

- Ué Hally – Pedí pulou no lugar – Não era o deu Death Note?

 Todas caímos na rizada enquanto Bia cruzava os braços e fechava a cara.

- Tá, tá – Rosalya abanou as mãos impaciente – Fala logo do Castiel! Os boatos não param. Vocês ficaram ou não?

 Suspirei discretamente e respondi séria pegando alguns Douritos do pacote:

- Não. Boatos são ridículos. – Sorri brincalhona – Além disso, não daria certo!

- Não tá perdendo nada! – Pedí jogou um Cheetos pro alto e pegou com a boca.

 Rosa se inclinou sobre as almofadas.

- Como é que você sabe, Pedí?

 A ruiva revirou os olhos rindo.

- Eu conheço aquele idiota há muito tempo!

- E você, Bia – Perguntou Melody – Nunca te vi com um garoto, como é com eles?

- Ambre me fala tudo o que eu preciso saber. – Respondeu como se essa vida social super fall fosse uma coisa boa.

- Tenho certeza de que você não sabe de nada! – Provoquei, vamos ver o que ela solta.

- Sei mais que todas vocês!

- Pouco provável! – Rosalya entrou na minha brincadeira.

- Ah é? Sei que o Nathaniel era um pestinha quando criança. – Ela estava ficando vermelha de raiva.

- (sarcasmo) Nathaniel pestinha? Claro! – Revirei os olhos.

- Não Hally – Pedí estava séria – Isso é verdade. Ele custou a tomar jeito.

- VIU?! – Bia vibrou vitoriosa.

- O que eu vi – Pus as mãos na cintura – É que a Pedí também sabia essa. Você não contou nada confidencial.

- Arrggg! Eu sei porque a Ambre gosta do Castiel!

- Ninguém quer saber do amor platônico da Ambre! – Retruquei.

 Bia fechou a cara e levantou a voz:

- Não é platônico! Quando eram crianças, e ela estava chorando, o Castiel fez de tudo para anima-la.

- O-O que?

- CHEGA!!! Já falei demais!

 A garota levantou e foi para o banheiro batendo o pé.

- Acho que vocês pegaram pesado. – Melody olhou repreensiva para mim e para Rosa.

- Não consigo imaginar o Castiel fazendo de tudo para animar a Ambre. – Violette estava pensativa.

 Talixka e Rosalya cochichavam alguma coisa e Pedí olhava tudo com cara de tédio. Escutei a irritante voz da loira azeda na minha mente “Fica longe do MEU Castiel!”. Ela disse isso quando brigamos no corredor da escola, antes de eu ser suspensa, será que...

- Claro que é mentira! – Desdenhei em voz alta – Onde já se viu o Castiel animando alguém?!

 As garotas se entreolharam concordando comigo e acabaram por mudar de assunto. Quando vi que não ia pegar mal, levantei e fui para a varanda fechando a porta atrás de mim. Algum tempo depois, a porta de vidro se abriu.

- Oi. – Pedí se inclinou no parapeito ao meu lado.

- Oi. – Suspirei.

- Eu e as meninas estamos apostando para ver quanto tempo a Melody leva pra tirar a Bia do banheiro, quer participar?

- Parece legal! – Fingi animação – Acho que eu dou uns sete minutos... é, acho que é isso.

- Boa, agora o outro lado da aposta: Quanto tempo EU levo pra convencer VOCÊ a voltar pra festa?

- Ah... Percebeu, é?

- Não sou boba, Hally. – Ela sorriu de canto.

- Não. Eu que sou dramática!

- Sem sombra de dúvida! – Minha amiga concordou, me fazendo rir.

 Recuperando-me, respirei fundo e me virei pra voltar para dentro de casa.

- Hally, espera – Parei e olhei para a ruiva – Acho que nem a Bia sabe direito o que aconteceu. Aquela deve ser a versão da Ambre.

 Minha amiga passou a olhar as luzes da cidade noturna.

- Nathaniel era realmente “pestinha” na época, e por algum motivo pegava muito no pé da irmã, ele quebrava seus brinquedos, puxava seus cabelos, era um horror! Nesse dia, acho que o Nath quebrou a boneca favorita dela, porque a garota começou a chorar MUITO, dava até medo. – Pedí empurrou a franja para trás – Por coincidência Rick, eu e Castiel também estávamos no parque neste dia, e este reclamou que aquele barulho todo da guria estava dando dor de cabeça, então foi lá e concertou o brinquedo.

- Faz mais sentido – Comentei – Mas ainda foi legal da parte dele.

- Aquele boboca não quis ser legal. Fez pensando em si mesmo, não teve nenhum romantismo.

 Ri discretamente, Ambre se apaixonou por uma bobagem, mas também não é tão próxima dele...

- Pedí, como você sabe tanto do Castiel?

- Uma convivência longa e torturante. – Ela respondeu sorrindo pra mim.

- Ei, meninas – Talixka colocou a cabeça para fora da casa – Nós vamos cantar parabéns.

 Pedí me olhou sorrindo com cara de “vamos?” e eu respondi também sorrindo e entrando junto dela e Tali.


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