Já faz quatro meses que estou namorando Benjamin, e seis meses que Noah decidiu me deixar. Sinceramente, estou bem melhor apesar de que ainda choro bastante desejando a presença dele. E ainda o amo, muito, mas pretendo esquece-lo com o tempo já que parte do meu coração agora pertence a Benjamin.

– Sabe? Eu odeio quando você fica submersa em pensamentos e esquece do mundo a sua volta - Ben disse me tirando de meus devaneios -.

Eu sorri e olhei para ele

– Em que você tanto pensa? - Ele fez uma pausa longa - No Noah? - ele sussurrou depois de um tempo -.

Fiquei séria e senti minhas bochechas corarem aos poucos.

–Escute - ele segurou minhas mãos - Acho que você deveria parar de pensar tanto nele. Sim, eu sei, você é perdidamente apaixonada por ele, mas .. Isso te faz mal e ..- ele abaixou a cabeça, envergonhado - e ... ah ... me deixa com ciúmes saber que ele passa mais tempo em seus pensamentos do que eu, já que assim que acordo, o meu primeiro pensamento é em você.

"Ah Benjamin"– pensei - "Não me faça ficar mal por pensar tanto, eu sei que penso demais. E esse é o meu refúgio."

– Eu ... - Hesitei um pouco antes de falar e dei um longo suspiro - Eu não estava pensando nele - Foi a única coisa que conseguir dizer.

–Leah - ele disse me envolvendo em seus braços - Você mente muito mal.

Afundei meu rosto nele e fiquei pensando se ele podia ler mentes. Como sabia que eu estava pensando em Noah? Afastei o pensamento e procurei deixar a mente vazia.

– Leah?

– Fala Ben.

– Giulia e Andy estão vindo ai. -"Andy" é como passamos a chamar Andrew, pois sua mãe o chama assim. No começo ele não gostou nada de ser chamado assim, mas depois acostumou. Me levantei e fui até eles -.

– Oi Giu. Oi Andy.

– Oi Leah. - Giulia me abraçou -.

– Fala Lelê.

– Por favor Andrew, não me chama de Lelê.

– Sim, vou chamar.

– Mas eu não gosto que me chame assim. Me sinto um bebezinho vulnerável.

–Você é um bebezinho vulnerável. - Giu falou -.

– Cala a boca Giulia.

– Eu também não gostava de "Andy", mas depois você acostuma.

Revirei os olhos e mostrei a língua pra ele.

– Vamos? Precisamos terminar aquele trabalho.

– Pra que eu vou? Eu nem sou da sala de vocês - disse Andrew -.

– Você vai para acompanhar sua namorada - Giu o puxou pelo braço -.

– Depois vamos voltar pra cá né? É sexta, vão dormir aqui em casa? - perguntei -.

– Eu vou. - Giu respondeu -.

– Eu também - Andrew disse-.

– Eu não. - Ben falou -.

– Oque? Porque? - Perguntei -.

–Vou visitar minha avó, passar o final de semana na cidade que ela mora.

– Ah. Vai fazer falta. - dei um beijo nele -.

Em pouco minutos já estávamos na escola e fomos fazer o trabalho. Quando terminamos, eu, Giu e Andy voltamos pra minha casa e Ben foi pra casa dele.

– Vamos pedir pizza? - perguntei -.

– Sim! E o Andrew paga - Giulia falou -.

– Ok, eu pago - Disse Andy.

–Eu te ajudo, vou pegar minha carteira - Falei.

Pedimos a pizza e fomos na varanda esperar. Estávamos sentados na escada quando um carro parou um pouco a frente da minha casa. Saiu uma garota logo depois dela, um garoto, alto, forte, lindo, cabelos negros perfeitos. Demorei um pouco pra perceber quem era.

– Noah. - sussurrei baixinho -.Senti meu corpo inteiro gelar.

–Giu, oque ele faz aqui? - sussurrei-.

– Eu não sei, mas não vou deixar que ele te machuque de novo. - Ela me abraçou-.

–Licença - uma voz que eu não conhecia falou -. Levantei a cabeça para ver quem era. Era a garota que saiu do carro com Noah.

–Sou Elizabeth Shaw- ela falou-.

– Sou Leah.

Ela deu uma risadinha.

– Eu sei quem você é.

Ela era linda, tinha logos cabelos negros, sua pele era muito clara e sua boca avermelhada dava um destaque especial. E seus olhos verdes me lembravam os de Noah.

– Liz? - Andy falou -.

– Andrew? Meu Deus, quanto tempo- ela foi e o abraçou-. Então ela olhou para mim.

–Sou irmã do Noah.

Irmã?

–Irmã?- Falei.

–Meia irmã na verdade, mas isso é uma longa história. - ela suspirou - Leah, Noah está aqui e quer te ver.

Giulia se levantou e se colocou em minha frente.

– Ela não vai ver ninguém, diga a seu irmãozinho que não vou deixar ele machucá-la de novo.

–Fica quietinha garota.

– Me obrigue.

Elizabeth empurrou Giulia.

– Eu vou acabar com você - Giulia disse, furiosa -.

– Epa, ninguém vai acabar com ninguém. - Falei enquanto Andrew segurava Giulia. – Giu, eu sei que você quer me proteger. Mas eu realmente preciso conversar com ele.

–Tudo bem. Qual quer coisa grita ok? - ela respondeu-.

Elizabeth fez sinal para que eu seguisse ela.

– Você tem que domesticar seu cachorrinho - disse ela com um sorrisinho.

– Ela é minha melhor amiga, não tem direito de falar isso assim dela.

–Tanto faz.

– Leah? - Ouvi a voz de Noah, e senti meu corpo se arrepiar. Medo? Talvez.

– Ah meu amor, eu senti tanto sua falta. Eu não devia ter ido embora, como é bom te rever. - Ele disse enquanto me abraçava -.

Comecei a chorar, e ele só falava e falava.

– Para Noah

– Oque? Porque está chorando?

– Você acha que vai ser assim? Você me deixa, volta e acha vai ser tudo como antes? Você me magoou, me deixou. Sabe o quanto chorei e senti sua falta? Tem ideia de quanto sofri? De quantas vezes pensei em suicídio? Só não fiz isso porque meus pais já perderam uma filha antes. Agora você volta e acha que vai estar tudo bem? Sinto muito, mas não está.

Me virei para ir embora e ele segurou minha mão.

– Uma aliança? - Tirei rapidamente minha mão - Tenho o direito de saber com quem está a outro - falou bravo - Com Benjamin?

– Você disse que seria como se você nunca tivesse existido, depois de tanto sofrer, realmente foi.

Sai correndo, e Noah me seguiu.

– Leah, espera.

– Giulia. GIULIA. GIULIA.

Giu veio e me abraçou.

– Leah, me desculpa. Eu pensei que ir embora era a coisa certa a fazer, mas percebi que não. Por favor, me perdoa.

Eu só chorava. Giulia me soltou e Andrew veio me abraçar.

– Acabou Noah. Já chega de magoá-la. Vai embora. - Giulia disse - Vem Leah, a pizza já chegou.

Eu mal comi a pizza, estava sem fome, estava morta, destruída, esgotada. Não aguento mais, com quanto anjos da morte ainda irei encontrar?