Dilemas escrita por Paige Sullivan


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês.



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Yomanda – You’re free

Letícia se encantou no mesmo momento que o viu. O sorriso era enorme e Tiago percebeu que o olhar já era de segundas intenções.

- Você é Tiago Palmas não?

- Sim, sou eu. – ele já revirava os olhos mentalmente e mesmo tentando não deixar transparecer, ela entendeu que ele não gostou muito de ser logo reconhecido.

- Ok, então. – e percebeu que teria que jogar com outras armas – A gente se esbarra pela noite. – ela sorriu e ele logo em seguida.

Saiu dali de perto e a amiga dela já saiu fazendo milhares de perguntas. Ela respondeu com meias palavras e subiram para o outro andar. Chegaram e já viram a amiga dela conversando com um cara muito bonito, moreno e bem alto. Foi então que ela viu outra amiga dela na mesa vip conversando e rindo com dois rapazes que estavam ali.

- Venham meninas. – ela as puxou assim que as viu e todos entraram num papo bem alegre por sinal. Letícia já ria porque viu as garrafas de tequila na mesa e percebeu que claro, esse era o motivo para tanta alegria.

- Prazer, Dennis. – Dennis que até então era o único mais quieto da mesa, resolveu se apresentar decentemente.

- Leticia.

Tiago estava andando de um lado para o outro procurando pela tal morena e já reclamando mentalmente que estava ficando louco. Mas assim que parou sentado no bar e se deu por vencido, a viu praticamente na sua frente dançando bem animada com outro cara. Respirou fundo, largou o copo de bebida no bar e procurou olhar bem para depois não se arrepender e ter que entrar no AA.

Aline estava se divertindo de verdade. A musica era libertadora e Bruno ao lado dela percebeu que os homens a olhavam de um jeito bem sugestivo tentando entender o que ela fazia com ele. “Ah qual é, sou bonito, não posso andar com uma mulher linda que nem ela?”, pensou.

- Aline... – eles se encararam e ele chegou aos seus ouvidos, deixando Tiago um tanto irritado com o que via – Sabia que os homens aqui não param de te olhar?

- É mesmo? – ela parou para dar uma volta nos olhares e sorriu – Quero mais é que olhem mesmo! – gargalhou deixando Bruno impressionado – Que foi? Ah depois que a gente bebe, a gente nem liga. – e continuou dançando.

- Ok então, deixa eles te olharem. Vou procurar a Leticia. Vai ao bar e pede mais duas doses então... – ela assentiu – Mas se eu demorar muito... – ele já sorria matreiro – Bebe e se diverte. Afinal, opção aqui é o que não falta.

- Entendi. – ele saiu de perto dela e como estava meio cheio na pista, ela resolveu ir andando adiante. Deixou sua bolsa cair no chão e assim que a pegou, levantou os olhos e se arrependeu – Mas...

Tiago a olhava e não sabia o que dizer. Será que deveria começar uma discussão ali mesmo? Se ela o olhou assustada, ou melhor, pelo jeito parecia mais petrificada, ela se lembrava dele não é mesmo?

- Mundo pequeno não é? – ele sorriu.

- Sim. – ela respondeu ainda perdida. De todas as boates do Rio de Janeiro, ele tinha que parar logo ali?

- Aline, vai querer mais alguma coisa? – Luana apareceu por trás dele e apontando para duas garrafas.

- Eu...

- Aline? – ele estranhou assim que ouviu – Por isso que não conseguia te encontrar no hotel.

- Você procurou por mim? – ela apontou para si mesma sem acreditar no que ouvia.

- Quer saber? – ele sorriu de canto de boca, olhou para o relógio e se levantou – Depois dessa eu prefiro ir embora.

- Tiago... – ela tentou segurá-lo, mas ele se soltou.

- Vai tentar se explicar? – o sorriso debochado estava estampado – Já entendi. Fui apenas um brinquedinho seu e já deve ter contado para todas as suas amiguinhas o que aconteceu. Preciso explicar mais alguma coisa?

- Está me pré-julgando não acha não?

- E ainda acha que tem direito de se explicar? – ele reclamou e ela sentou no banco do bar – Faça-me o favor, conheço tipos como você. Convivo com elas o tempo todo.

Tiago saiu de perto e sumiu no meio da multidão. Aline não acreditava no que tinha acabado de ver e ouvir. Dominique não tinha errado tanto na opção que falou. O problema é que nem a deixou se explicar, o que só mostrou que ele era muito imaturo. E mais uma certeza que tinha em sua cabeça estava bem ali, tudo que ela tinha imaginado dele era de fato, verdade.

No andar de cima, Bruno já estava ficando com outra mulher no canto, perto do DJ. Era ruim pelo fato de estarem perto de uma caixa de som, mas o que eles estavam fazendo não precisava de palavras e nem de ouvidos. Letícia já tinha visto o irmão ao longe, já que mesmo estando cheio, o andar de cima era mais vazio e a mesa VIP era um pouco mais alta que as outras. Tiago sentou já revoltado e pegou a primeira dose de tequila a vista, e claro era exatamente a que estava na mão dela. Dennis estava já sentado do outro lado tentando conversar com a amiga dela. Quando Tiago percebeu que tinha tirado o copo da pessoa errada, ruborizou.

- Desculpa, não prestei atenção.

- Estamos quites. Você perdeu sua bebida, eu perdi a minha. – ela sorriu encantadoramente, fazendo-o ter idéias.

- Estão todos se arranjando aqui e você chupando dedo? – ele chegou perto e deu seu sorriso mais encantador.

- Você também está sozinho?

- Estou, por quê? – a voz rouca já chegava perto de seus ouvidos. Era uma boa desculpa, já que o som era estridente. 

- Por que assim não preciso mais segurar vela. – rapidamente ela se virou e o puxou para um beijo. Ele não teve muito tempo para pensar e tentou reagir da melhor maneira possível.

Um tempo depois, Aline percebeu que tinha ficado sozinha. Luana tentou entender o que se passou, mas ela não quis explicar para outras pessoas não ficarem sabendo daquilo. Tomou mais umas quatro doses de tequila e resolveu ir embora.

Dennis também percebeu que aquela noite não era para ele. Resolveu ir pra casa e deixou o irmão se divertindo com a nova amiguinha dele. Tiago e Letícia estavam muito envolvidos naquela bolha de paixão que os envolveu. Ela não imaginou que seria tão fácil ficar com ele depois da mancada que deu há meia hora antes e a única coisa que se passava na cabeça dele era a da mentirosa linda de olhos azuis que o enganou.

- Voce pretende fazer mais alguma coisa quando sair daqui? – ela o olhou lascivamente fazendo-o entender o que queria com aquele inicio de conversa.

- O que você me sugere? – ele riu e continuou a beijando pelo pescoço, voltando para bem perto de sua boca.

- Que tal irmos para o meu apartamento? Seria um desperdício acabarmos com uma noite tão legal. – ele riu. Percebeu que ela era mesmo o tipo de garota que tinha imaginado, mas que pelo menos não foi dessa vez o esforço dele para ter alguma coisa aquela noite. Não iria reclamar, estava recebendo de bandeja uma coisa que todo homem no mundo gostaria, principalmente naquela situação. E não iria negar, Leticia era uma mulher muito bonita. Seria desperdício como ela mesma falou.

- Claro. Você mora muito longe daqui?

- Que nada. Moro aqui pertinho. Podemos ir andando. – ela levantou e o puxou com ela. Ele só foi ao bar pagar parte do que tinha consumido com os amigos, enquanto ela contava para o irmão via SMS que teria que ir embora. Como ele estava com outra mulher e ela conseguiu ver novamente perto de onde estava, demoraria muito para ele se tocar de que a irmã não estava mais na boate. Mandou uma mensagem pra Aline também, e pelo visto era outra que nem ia se lembrar de que tinha chegado acompanhada. Imaginou se a mulher com quem o irmão estava se agarrando era a amiga, mas preferiu nem continuar com o pensamento. Descobriria no outro dia com certeza.

Tiago a pegou pela cintura e os dois foram andando para fora da boate. Ao chegarem na porta, ela o pegou pela mão e eles andaram poucos metros até chegarem em seu prédio.

- Bem vindo.

- Poxa, queria eu morar assim tão perto da boate.

Os dois riram e foram pegar o elevador. Letícia não se agüentou muito tempo e mesmo sabendo que o porteiro tinha acesso aquela câmera não se ligou muito. sabia que ele já tinha visto isso acontecer muitas vezes e nunca falou nada, não seria essa a primeira vez. Tiago estava envolvido com certeza. Letícia tinha uma sensualidade explicita, e mostrava mesmo pelo visto para quem quisesse ver. Só que mesmo assim lembranças de outro elevador invadiam sua mente.

Chegaram ao apartamento e Leticia verificou para ver se tinha alguém acordada.

- Algum problema?

- Não, só checando pra saber se minhas amigas estão por aqui.

- Mora com suas amigas?

- Sim. Mas uma está com o namorado e desconfio de que a outra esteja com o meu irmão.

- E não tem problema dela nos pegarem aqui?

- Ih não se grila não, aqui é tranqüilo. Sinta-se como se estivesse na faculdade. – eles riram do comentário dela e Leticia o agarrou de novo.

Ela percebeu que já estava viciada naquele homem. Só o fato de sentir o cabelo dele entre seus dedos já era o suficiente para deixá-la em frenesi. Os beijos, os toques... Tudo faziam com o que o momento fosse perfeito. Não estava nem ligando para o que ele pensasse no outro dia de mal se conhecerem e já estarem no apartamento dela dormindo juntos. Essa era uma oportunidade na vida que não poderia perder, afinal era Tiago Palmas, um dos solteiros mais cobiçados do Rio de Janeiro. E faria com que ele não se esquecesse da noite que teriam.

Enquanto isso, Aline estava no outro quarto ainda terminando de tirar a maquiagem. Ficou deitada um tempo na cama desde quando chegou sem conseguir pregar o olho. Imaginou que fosse pela bebida, mas sabia que era por tê-lo visto novamente e tão rápido. Ouviu uns barulhos, risadas e afins e imaginou que ou pudesse ter sido Leticia com mais um novo affair, ou então era Dominique com Danilo.

No outro quarto a situação já se complicava um pouco mais. Leticia ja estava praticamente arrancando as roupas de Tiago, uma situação quase molestadora, e ele não sabia se ria da situação ou se simplesmente se deixava levar. Leticia o empurrou na cama e ele caiu já sedento por ela. Ela foi retirando sua roupa bem devagar, primeiro jogando os sapatos bem longe, e em seguida retirando o vestido bem devagar. À medida que Tiago via o conjunto azul, com uma leve renda no busto e caindo por aquele corpo escultural, todos os pensamentos normais se dissiparam. Tudo que ele queria naquele momento era dar uns bons beijos em todo aquele corpo.

Leticia caminhou perto de uma caixa de som e colocou uma musica bem favorável. Tiago ja estava tirando as calças e deixando revelar uma cueca boxer bem significativa. Leticia arfou quando o viu em pé, indo em sua direção, parecendo um tigre pronto para o ataque. Tiago não foi logo em direção ao seu rosto e sim se afundou naquele colo que o chamava. Depois a segurou pelo bumbum e a levou direto para cama.

- Poxa, queria fazer uma dancinha pra você. - ela sorriu entre os beijos e Tiago parecia muito mais interessado em ir adiante.

- Bom, estamos num ritmo tão bom, pra que demorarmos ainda mais? - aquela voz rouca, as mãos apertando sua cintura e toda a tensão positiva vindo de seu corpo, lhe fez esquecer-se da tal dancinha que queria fazer.

No outro dia, Aline estava indo para a cozinha tomar café. Ao passar pelo quarto de Dominique, viu a porta aberta e ninguém dentro. Logo, concluiu que era Leticia mesmo que trouxe outro para o apartamento. Passou pela porta entreaberta e viu, mesmo que muito pouco, uma figura de homem deitado de costas, com a cara praticamente afundada no travesseiro e Leticia enrolada muito pouco no lençol dormindo como um bebê.

Partiu para a cozinha e resolveu fazer um café da manhã. Acabou fazendo para três pessoas, mesmo não achando que o casal fosse acordar a tempo para isso.

Tiago ja estava acordado há um tempo. Revirava-se na cama imaginando o que diabos tinha na cabeça para agora estar indo dormir na casa de desconhecidas. Ele nunca fazia isso, e sim levava as meninas para sua casa para não ter problema nenhum depois. Odiava aquela intimidade do outro dia, e foi aí que se lembrou que a única mulher que ele teve coragem de acordar no outro dia e ter alguma conversa decente, como um ser humano normal, foi capaz de deixá-lo sozinho na cama. Deitou de costas e ficou a olhar o teto um tempo. Lembrou da noite anterior quando a viu. ALINE, era esse o nome verdadeiro de um ser tão frio e calculista como ela era. Aline. E mais uma vez a memória da morena que ele não queria assombrava sua mente o deixando ainda mais intrigado e irritado.

Levantou e viu Leticia enrolada nos lençóis. Por mais que ela fosse o estereótipo perfeito da mulher que ele não desejaria para ser sua mulher, ele olhou aquele rosto angelical dormindo e riu por se lembrar que acordada, de angelical ela não tinha nada. Colocou sua cueca e calça e foi em direção a cozinha, ou pelo menos foi procurar por uma. Precisava de água e se fosse possível um café. A ressaca era grande, a dor de cabeça o matava e hidratação era tudo o que ele precisava naquele momento.

Mas assim que encontrou a cozinha se deparou exatamente com a pessoa que ele menos esperava.

Aline estava terminando de fazer umas omeletes para o café. Desde que fez o intercambio com uns amigos nos EUA, que se acostumou a comer ovos logo na primeira refeição. Estava separando uns dois para o casal caso quisessem e estava de costas para a porta. Abriu o armário, em cima da pia e logo que pegou o pirex, e colocou os ovos ali dentro, arrumou como queria. Virou para colocá-los em cima da mesa, assim como faria com o resto quando deu de cara com ele. A reação foi logo súbita porque ela não era burra. O pirex foi ao chão junto com a comida pronta, voou omelete para tudo quanto era canto da cozinha e também em cima das suas pernas. Os dois ficaram se olhando por pelo menos uns dois segundos até ela sentir aquela quentura nas pernas. Olhou para baixo e saiu correndo para área de serviço, tentando tirar aquele pedaço de ovo que quase colou na perna. Tiago ficou assustado e perguntou se estava tudo bem, afinal de contas, ela tinha se queimado e pelo visto tinha sido feio.

- Sai daqui. - foi a única coisa que ela conseguiu dizer.

- Você se machucou feio, acho melhor ir ao hospital ver isso. - ele já foi chegando e se enfiando no meio da situação.

- Eu não preciso da ajuda de ninguém. - Aline rosnou olhando para ele com os olhos fumegando - O que diabos está fazendo aqui?

- Eu pergunto a mesma coisa. - Tiago estava jogando água em cima da ferida, fazendo com que Aline apertasse seu ombro por causa da dor.

- Eu moro aqui imbecil. - os dois trocaram um olhar mortífero. Ele, por ela tê-lo chamado de imbecil e ela por saber exatamente que ele tinha dormido com a amiga dela depois do que aconteceu.

- Imbecil é? - ele chegou mais perto, deixando-a desconcertada - Você quer realmente discutir se eu sou um imbecil? - Tiago chegou bem perto de sua boca. Aline tentou fugir, mas ele a segurou pela coxa, já que sua perna estava praticamente estirada na pia da área. Ela sentiu uma leve compressão naquela área e arfou. Por mais que estivesse irritada, sabia que ele lhe causava sensações, e que não eram das mais favoráveis.

- Mas o que diabos está acontecendo? - Leticia levantou ainda meio perdida. Olhou para a louça caída e estilhaçada no chão e para a área - Aline?

- NÃO! - Tiago berrou antes que ela pulasse aquilo ali - Tem vidro pra tudo quanto é canto. Não tenta vir aqui não senão pode se machucar.

- Mas....

- Eu me assustei com ele Leticia só isso. - Aline ja respirava melhor - Mas agora está tudo bem.

- Bem? - ela cruzou os braços - Então por que os dois estão ai?

- Porque ela se queimou. - ele apontou para a perna dela - Estou tentando limpar, para depois levá-la ao hospital.

- Você é médico por acaso? - Leticia não gostava nada do que via. Eles nem se conheciam e estavam com toda aquela intimidade.

- Não. - ele riu - Mas fui escoteiro. Então tenho noção de primeiros socorros. - Aline olhou para ele e não acreditou. Ele olhou para o machucado e para ela, ignorando Leticia totalmente - Acho que caiu vidro aqui na sua canela, tá vendo? - ele apontou para o machucado e ela assentiu. Pegou um pano seco onde viu e olhou para ela - Posso? - ela assentiu novamente e ele passou o pano perto do machucado para tirar os pedaços restantes da omelete - Bom, não parece ser muito ruim, mas é melhor você ir ao hospital para limparem melhor e tirarem essa pele que criou. Com certeza vai ficar feio se deixar secar sozinho.

- Ok. - ele pegou o outro lado do pano, molhou e passou pelo machucado com os vidros - Ai. - ela apertou seu braço e se chutou mentalmente por estar tão dependente dele.

- Hum Hum. - Leticia estava parada olhando para a situação. Aline olhou para ela chorosa e se não fosse pelo fato de estar enciumada com a atenção que ele estava dando para sua amiga, com certeza teria ficado com pena dela.

- Lê, me faz um favor. Pega o kit de primeiros socorros na mesa do escritório. Está na ultima gaveta.

- Ok. - meio a contragosto, ela foi.

Os dois se entreolharam um momento. A troca de olhares foi intensa e Aline percebeu que ainda apertava o braço dele, mesmo o próprio já tendo tirado o pano do machucado.

- Sabe que pode deixar uma marca feia?

- Sabia que ainda está ardendo? - ela chiou e ele nem ligou, continuou limpando e olhou para a outra perna para ver se estava tudo bem e viu sangue escorrendo pela outra.

- Não está sentindo dor não? - apontou e ela percebeu que tinha se ferrado legal. Revirou os olhos e tentou tirar a perna de cima, mas ele continuou segurando - Deixa eu ver primeiro se estancou. - limpou de novo, mas a dor já era mais suportável. Ordenou que ela mudasse de perna e ela se apoiou nele para colocar a outra na pia.

Tiago percebeu que a perna direita estava mais machucada. Meneou a cabeça e começou a lavar. Novamente Aline apertou seu braço já pedindo aos céus que aquela loucura acabasse.

- Desde quando você é escoteiro?

- Desde que me perguntam. - ele olhou para ela e voltou-se para o machucado de novo. Ligou a torneira e deixou a água corrente lavando o machucado - Eu fiz o curso por causa de uma menina que eu tinha conhecido na faculdade. Queria ficar com ela de qualquer jeito, e depois que descobri que servia para minhas horas extras, dei mais atenção e aprendi muita coisa que não sabia.

Aline riu. Parecia típico mesmo ele fazer esse tipo de coisa por causa de mulher. Ele continuou contando e depois que viu que aquele machucado tinha estancado também, retirou a perna dela delicadamente da pia. Lavou as mãos e Aline já estava procurando a vassoura para limpar aquela bagunça. Quando ela pegou, Tiago puxou da mão dela e fez um não com a cabeça.

- Espera ai. - ele foi limpando a bagunça e isso a fez ficar ainda mais impressionada. Leticia finalmente chegou com o kit e ele já estava terminando de limpar.

Aline ficou olhando para ele e para o machucado. Leticia percebeu que já podia caminhar pela cozinha, entregou a caixa pra ele e lhe puxou para um beijo bem carinhoso.

- Se soubesse que você era assim tão prestativo, tinha te procurado antes. - e foi então que a ficha de Tiago caiu. Era com Leticia que ele tinha que ter dado toda aquela atenção. Aline se sentiu constrangida ao ver os dois se beijando daquele jeito na sua frente e assim que percebeu a caixa meio livre, passou pelos dois e a pegou.

- Deixa que eu termino o resto. - Tiago até pensou em segurar a caixa com mais força e avisar que era ele que tinha que terminar aquilo. Mas Leticia o segurou de um jeito tão gostoso, que ele deixaria aquilo pra depois.

Aline foi para o quarto e se trancou. Terminou de limpar os machucados na perna e se condenou por ser desastrada. Apesar de que a culpa foi dele. Arrumou uma saia longa para se vestir e esqueceu de que tinha que tomar café. Na verdade, ignorou. Depois daquela cena patética deles dois se agarrando BEM NA FRENTE DELA, perdeu a fome. Trocou de roupa e resolveu que tomaria banho depois. Se caísse sabão naqueles machucados, provavelmente urraria de dor.

Saiu andando pelo apartamento e viu Tiago sozinho na sala. Ele a olhava indiferente e ela percebeu que todo aquele cuidado não passou apenas de precaução ou para se amostrar para a amiga. Respirou fundo, antes de tacar alguma coisa na direção dele, mas no final das contas tentou não se ligar naquilo.

- Onde está Leticia? - ela arrumou a bolsa e foi andando em direção ao sofá.

- Foi tomar um banho. Vamos tomar café na rua, já que você deixou cair no chão.

- Virei empregada agora? - ela cruzou os braços e ele deu de ombros.

- Só estou repetindo o que ela disse.

- Afinal, o que você está fazendo aqui? Está com ela só pra me irritar? - apontou para a porta do quarto e ele riu daquilo. Em espaço de segundos teve trezentos pensamentos, como por exemplo, de responder que sim aquela pergunta absurda, mas alem de inflar o ego dela, do jeito que parecia, provavelmente ela contaria para Leticia, e ele perderia uma pessoa bem legal para sair quando quisesse.

- Acha mesmo que eu faria isso com você? - ele apontou para ele mesmo e sorriu debochado - Minha querida, você não é isso tudo não. - e deu um tapa sem mãos na cara dela. Bem no meio da cara dela. Depois que viu que ela deu uma afastada e o olhou magoada e assustada, se arrependeu do que disse. Mas alguma coisa dentro de si o freou, fazendo-o ficar quieto e não pedir desculpas - Mas não sabia que eram amigas, se é o que quer saber. - levantou e foi andando para varanda do apartamento.

Aline se sentiu um lixo total quando ouviu aquilo. Assim que ele foi para a varanda, foi embora daquele lugar. Não merecia por mais que tenha feito o que fez com ele, ouvir uma coisa dessas. Chegou ao carro e levantou a saia para deixar a perna respirar. O atrito estava demais e fazendo tudo doer, mas sentia que o mais que doía naquele momento era seu coração. Não entendia o que estava acontecendo com ela, mas queria muito tirar aquele infeliz de sua cabeça, e o problema maior era que não conseguia. E estava irritada consigo mesma por tê-lo deixado sem resposta. Ela não era assim. Ligou o carro e partiu para o hospital mais próximo.

Dominique chegou ao apartamento e não viu Aline saindo. Tiago ja tinha voltado para a sala e estava se sentido super desconfortável em ficar na casa dela. Todo o canto que olhava lembrava de Aline e da besteira que tinha dito a ela. Já estava se sentindo muito mal com aquilo. Dominique não entendeu nada quando o viu sentado na sala dela. Chegou perto e ele tomou um susto.

- Quantas mulheres moram aqui? - ela riu.

- Aline por acaso está aqui com você?

- Aline? - ele não entendeu nada. Nada mesmo - Quem é você?

- Ah desculpa! - ela ficou sem graça e estendeu a mão - Meu nome é Dominique, moro com Aline e com mais uma amiga.

- Letícia.

- Isso. Já a conhece?

- Claro. - ele sorriu e Leticia chegou na sala já arrumada e ajeitando mais os cabelos molhados.

- Tiago, não quer tomar um banho antes de irmos não? - ela sorriu pra ele que assentiu.

- Querer eu quero, mas não gosto de colocar roupa de outro dia de novo. Vamos logo tomar café e depois vamos ao meu apartamento e eu tomo um banho e troco de roupa.

- Vamos a algum lugar depois? - Leticia se empolgou - Então deixa eu só pegar uma coisa no quarto.

- Bom dia pra você também. - Dominique cruzou os braços sem entender nada, mas nem por isso deixou de ter modos - To invisível aqui?

- Ah desculpa amiga. - Leticia a abraçou e apontou para ele - Tiago Palmas, Dominique Fagundes.

- Prazer. - os dois se olharam e falaram ao mesmo tempo, mesmo ele já entendendo que ela já sabia muito bem quem ele era.

- Já volto.

Assim que Leticia sumiu pela porta adentro, ela se voltou para ele que além de estar meio perdido, mesmo já tendo quase entendido, se sentiu envergonhado.

- Eu posso saber o que é isso?

- E você seria quem para saber? - ele olhou-a confuso - Porque assim se me perguntou da Aline é porque já sabe de nós dois.

- Sim, por isso que não entendi essa intimidade com Leticia.

- Eu a conheci ontem na boate. E não, antes que me fuzile, não sabia que eram amigas. Quando conheci Leticia na boate, ela estava sozinha. - Dominique entendeu. Leticia sempre foi de gostar desse tipo como ele e claro quando o viu não perdeu a oportunidade de dar em cima.

- Aline?

- Saiu. - foi tudo o que ele disse antes de sair da frente dela e ir em direção ao quarto de Leticia.

Dominique estava perdida. Tentou pegar o celular na bolsa, mas o telefone de casa tocou ao mesmo tempo. Tomou um susto, mas logo o pegou meio enfezada, alguma coisa estava ali e nao entendia o que era.

- Alô. - já atendeu meio brava e um silêncio estava do outro lado da linha - Quem é o engraçadinho?

- Bruno. - ela estacou - E não sou nenhum engraçadinho, só estava tentando entender porque atenderam com tanta agressividade.

- Desculpa. Estou meio nervosa, o que você quer?

- Falar com minha irmã, pode ser? Estou tentando ligar para o celular dela, mas não atende.

- LETICIA! - Bruno chega afastou o celular do ouvido - BRUNO ESTÁ QUERENDO FALAR COM VOCÊ AO TELEFONE. - Dominique ouviu a resposta e voltou-se ao telefone - Ela já vai atender. - e desligou o que ela tinha na sala para Leticia atender.

Voltou a procurar o celular e recebeu uma mensagem ao mesmo tempo de Aline.

"Estou no hospital. Não é nada demais, avisa a Leticia porque eu não consegui falar com ela ao sair do apartamento. Depois falo porque. E vem aqui, no São Lucas, é onde estou. Beijos."

Ela vai para o hospital e diz que não é nada demais? Desde quando ir para o hospital é porque não é nada demais, até onde ela se lembrava, não tinham nenhum médico específico no hospital. Respirou fundo, pegou sua bolsa e saiu de casa de novo. Já não estava entendendo mais nada mesmo.

SÃO LUCAS

Aline estava sentada em um dos leitos da emergência esperando pelo atendimento de um enfermeiro. As pernas já estavam ardendo horrores, porque como ela já estava parada há um tempo, os músculos esfriaram. Dominique praticamente chegou correndo e quando viu o estado da amiga se assustou.

- E onde que isso não é nada demais? - o enfermeiro chegou ao mesmo tempo e sorriu.

- Não se preocupe, alguém limpou direito e só estamos colocando os curativos. - Aline sorriu pra ele também e depois para a amiga em choque - Só a queimadura que você vai precisar tomar mais cuidado e tentar usar saias ao invés de calças.

- Ah, mas onde eu trabalho não dá pra deixar isso aparecendo. - ela negou com a cabeça - Não tem como me dar algo pra colocar em cima?

- Bom, não é o certo. Eu vou te dar uma pomada específica, porque já tirei a pele de fora e só vai secar mais rápido a pele de baixo e enquanto você estiver em casa fique com as pernas livres. No trabalho use calças largas ou saias como essa que está usando, se acha que não pode deixar à mostra.

- Obrigada. - ela levantou com a ajuda dele e jogou a saia por cima - Pelo menos tá ardendo menos.

- Esse aqui o médico pediu pra você tomar por uma semana. Pra prevenir qualquer inflamação, porque os cortes não foram muito pequenos. - ele entregou outro remédio numa caixinha e ela saiu com Dominique segurando sua bolsa, já que ela tentava afastar a saia das pernas com as duas mãos.

- Será que agora você pode me dizer o que aconteceu? - ela olhou para amiga e respirou fundo.

- Vamos a um restaurante primeiro, to morrendo de fome.

Andaram um pouco pelas ruas de Copacabana e resolveram seguir direto pra praia. Encontraram um restaurante bom na orla e onde tinha bastante ventilação, mesmo estando frio, Aline sentia tudo ardendo e queria mais que esfriasse a perna mesmo. O restaurante permitia isso e assim que chegaram lá, ela levantou a saia deixando as canelas à mostra.

- Será que minha curiosidade será sanada? - Dominique já estava nervosa. Queria saber logo e Aline enrolava ela desde o hospital.

- Vou te contar, só me promete não berrar e não querer me bater.

- E por que eu faria isso? - Aline arqueou as sobrancelhas e ela ficou sem graça - Ah, qual é, só faço isso quando vejo que a merda é grande, e se pra você estar me prevenindo é porque é uma das maiores.

Aline começou a contar desde a boate. A noite que foi boa até certo ponto, do encontro com Tiago e do outro dia quando ela percebeu que ele tinha dormido com Leticia. Do susto, dos machucados, da discussão dos dois e do fora que ele deu nela.

- E você não respondeu nada? - ela se irritou - Me poupe, Aline, me admira você.

- Olha, eu já estava muito preocupada com minha dor, ok? E tantas outras coisas que me deixaram nervosa, que na hora que ele me falou isso, eu só fiquei meio perdida. Poxa, nunca imaginei que ele fosse ficar tão ressentido.

- Epa, não acredita que ele tenha falado isso sério? - olhou para o tempo e para a amiga.

- Não entendi.

- Por que ele quis dizer que você era meio lixo entendeu? Uma qualquer que ele pegou e...

- Tá Dominique, isso eu sei. - Aline se revoltou - E sim, na hora me senti mal por ele ter mandado uma dessas, mas quer saber? Se eu sou tão lixo assim, por que no outro dia ele me procurou no hotel? Ele não iria atrás de mim para falar que a noite tinha sido péssima e posso te jurar de pés juntos que a nossa noite não foi. Posso não ter minha estima lá em cima, mas pelo menos sei que sou boa de cama, sacou? - dois caras que estavam na mesa próxima olharam assustados para ela, Dominique percebeu e riu - E outra: ele tem cara de que faz isso com todas as mulheres, e não deve ter ficado nada feliz quando o feitiço se virou contra ele e agora está dando uma de bonzão pro meu lado?

- O que te deram no hospital? - Dominique sorriu de novo e tomou um gole do suco.

- Por que?

- Porque minha amiga de não sei quanto tempo atrás voltou. - Aline sorriu.

- Também não é pra tanto.

- É sim. Ele é um retardado, mas pelo menos ativou a verdadeira Aline ali de dentro.

- Continuo pensando as mesmas coisas que antes, ok? O que eu tenho de tão especial assim?

- E você ainda pergunta? - o cara que estava prestando atenção descaradamente na conversa olhou pra ela - Me desculpa, mas se eu fosse você não fazia mais essa pergunta.

- Como? - ela se envergonhou e Dominique percebeu que ele estava mesmo interessado nela.

- Não liga não...

- Eduardo. - ele estendeu a mão pra ela.

- Eduardo. Ela tem problemas com ela mesma. - ela apertou a mão dele e Aline fez o mesmo logo em seguida.

- Linda, se você tem problemas com auto estima, me desculpa as feias, elas devem se matar então. - todo mundo riu do comentário dele - Sério, achei você muito bonita. E parece que tem personalidade, porque pra admitir ai com todas as letras o que você falou, tem que ter atitude. Já pensou em tirar umas fotos?

- Não. - Aline já entendia onde ele queria chegar.

- Bom, eu já estou indo embora e aqui está o meu cartão, quando quiser só me ligar e marcamos uma sessão de fotos, ok?

- Ok. - ela sorriu sem graça e Dominique deu tchau para ele assim que ele se levantou e foi indo embora com o amigo - Falei muito alto?

- Foi bem audível sim. - ela enfiou o rosto nas mãos e Dominique riu - Pensa bem, para um final de semana meio desastroso, até que você foi bem. Esse Eduardo é conceituado aqui no Rio de Janeiro. Faz um book legal e de repente você vai perceber que esse toque Aline antiga de hoje, pode perdurar pra sempre e tirar essa Aline desanimada e sem auto estima que está hoje em você.

- Engraçadinha. - as duas terminaram de almoçar e partiram para o apartamento. Dominique contava da noite maravilhosa que tinha passado com Danilo e comentando como ele era lindo de morrer, e Aline não conseguia tirar da mente, mesmo que por um segundo, toda aquela proximidade na sua área.

CONDOMINIO ANIMALE

Tiago estava em seu quarto deitado ao lado de Leticia. Os beijos estavam levando a uma situação mais favorável, quando Ariana saiu entrando no quarto e interrompendo os dois.

- Desculpa atrapalhar, mas o pedido de vocês chegou. - ela olha reprovadora para Leticia que nao entende nada do que está vendo e Marta aparece com uma bandeja com a comida deles. Tiago se levanta para pegar da mão dela, e agradece. As duas saem e Ariana dá uma ultima olhada antes de sair porta afora.

- O que foi isso? - ela sentou na cama assim que ele estendeu a bandeja pra ela.

- Não liga, ela tem um senso protetor materno muito aflorado e se esquece que somos maiores de idade. - ele ri e já sai abrindo as caixinhas de comida chinesa que pediram.

- Não ligo pra isso não, mas que foi estranho, isso eu percebi que foi. - ela chega perto e lhe dá um beijo - Então quer dizer que essa era a surpresa?

- Mais ou menos. - ele sorri e vai colocando a bandeja de lado - Essa era a surpresa. - ele vai chegando perto dela e a deitando na cama.

Dennis está sentado na sala vendo algumas coisas na internet e vendo as ações no mercado de bolsas. Ariana chega bufando e senta no sofá ao lado dele.

- O que aconteceu?

- Seu irmão que é um inconseqüente. - ela reclama e se joga pra trás - Ele nao entende que não é certo ficar trazendo essas mulheres pra cá? - ele arqueia a sobrancelha e ri.

- Acho mais fácil você entender que isso não vai mudar. Nem minha mãe conseguia essa proeza, já que ele as trazia escondido. Acha mesmo que você vai conseguir?

- Espero que ele sossegue com alguém.

- Depois desse trauma ai que ele inventou vai ser bem difícil.

Horas mais tarde, Leticia está se arrumando e Tiago a puxa de novo para a cama. Ela sorri, lhe dá uma beijo e levanta novamente.

- Preciso ir pra casa, porque amanhã o dia é longo.

- Trabalha onde?

- Na Barra.

- É eu também.

- Eu sei. - ela sorri e vai colocando as botas - Palmas Publicidade.

- E você?

- Eu e minhas amigas trabalhamos pra Diana Montenegro. - Tiago dá um solavanco e quase cai da cama. Ela o olha divertida e espantada ao mesmo tempo.

- Calma, não estou com você para conseguir informações. Sou recepcionista apenas da empresa, quem tem tratos diretos com a chefe são minhas outras amigas.

- Essa é nova. Mundo pequeno não? - ele parece meio sem graça e dá de ombros - A gente só nao precisa ficar espalhando que está tendo alguma coisa não é?

- Quer dizer que estamos tendo algo? - ela se vira para perto dele que sorri - Isso é interessante.

- Se não quiser, não tem problema, teremos contato estritamente profissional.

- Nããão. Eu sei guardar segredo, e claro minhas amigas também. - Tiago não se aguenta e tenta descobrir algo que estalou na sua mente.

- Então quer dizer que as outras que tem trato direto com Diana?

- Ah, Aline é a assistente dela e Dominique trabalha na contabilidade. Foram elas que me arrumaram o emprego lá e sabe como é né, tem que pagar faculdade, aluguel, essas coisas...

- Tá certo. - ele viu que ela já estava pronta e levantou da cama - Eu te levo na porta.

Os dois saíram do quarto de mãos dadas e Dennis olhou de canto de olho a mulher que andava com ele. Percebeu que ainda era a mesma loira da boate e estranhou. O irmão estava mesmo com a mesma mulher do dia anterior no quarto dele? Eles se beijaram e Leticia sorriu pra ele. Tiago fechou a porta sorrindo e assim que não tinha mais como vê-lo, ele esfregou as mãos no rosto.

- E então Don Juan, está tudo bem no seu mundo? - Tiago sentou de frente pra ele meio aterrorizado e engoliu em seco. Dennis viu que boa coisa não viria dali e jogou o laptop de lado.

- Acho que estou ferrado.


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Notas finais do capítulo

Galera do meu core... Caso haja algum absurdo gramatical, não hesitem em me falar. Não sou perfeita escrevendo e algo sempre passa despercebido pela gente!!!!!

Então, o que acharam?



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