Dilemas escrita por Paige Sullivan


Capítulo 42
Capitulo 42


Notas iniciais do capítulo

Olha ai mais um!



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Já de noite, Dominique saía da empresa para encontrar com Bruno, que a esperava na porta do prédio. Assim que saiu do elevador, seu celular tocou e viu que era sua mãe. Parou por um momento e pensou se deveria atender aquela ligação ou não.

Assim que atravessou a porta do prédio, Bruno abriu a do carro para ela. O telefone ainda tocava e quando ele entrou, antes de perguntar, ela apontou e ele entendeu o que ela queria dizer.

— Se quiser esperar para chamá-los, Nique.

— Acho melhor não. E seja o que Deus quiser. – atendeu – Oi mãe.

— Caramba Dominique, pensei que fosse me deixar esperando na linha.

— Mas eu só atendi agora. – ela não entendeu nada – Estava entrando no carro, com essa barriga não da pra fazer tantas coisas ao mesmo tempo.

— Como se você estivesse com uma barriga tão grande assim.— reclamou – Mas como está minha filha? – Dominique riu pela mudança brusca de voz – Estou preocupada, você não da noticias.

— Desculpa mãe. Estava ocupada demais com o Bruno resolvendo as coisas do bebe.  

— Quer dizer que vocês dois voltaram?— ela engoliu em seco — Ou não?

— Estou apenas morando com ele mamãe. Não estamos juntos.

— Como se isso não fosse um passo para que acontecesse.

— E desde quando a senhora é a favor de nós dois juntos? – Bruno olhou de rabo de olho para ela – Ah sim, lembrei. Foi a senhora que o trouxe pra cá.

— Dominique.

— Tá mãe. Eu sei o que a senhora quer. – respirou fundo – Vai vir nos visitar quando?

— Com esse seu tom, nunca. – ralhou – Eu ligando toda preocupada e você me tratando desse jeito.

— Desculpa mamãe. – estava quase chorando – Mas com esses hormônios eu ainda não consigo me controlar.

— Mas você nunca conseguiu não é menina? – ralhou novamente – Enfim... Mesmo não merecendo, estava pensando em passar uma semana ai com você logo quando a Ana entrar de férias.

— Sem problemas. Tem um quarto bom no apartamento do Bruno. – ele sorriu  de canto de boca – Mas se a senhora preferir, eu vejo um hotel para a senhora.

— Tá louca? – ele sussurrou. Assim que parou no sinal pegou o celular dela – Cristina, oi, é o Bruno. Não ouve sua filha não. É uma honra que vocês fiquem no meu apartamento. Tem espaço pra todo mundo e ainda sobra. – Dominique lhe deu uma língua e cruzou os braços.

— Ai que bom, eu e Augusto estamos mesmo querendo passar umas férias ai no Rio. Seria ótimo a nossa mocinha tomar um pouco do sol e correr nessa praia.

— Seria ótimo. Eu posso até agendar as minhas também. Só confirmar a data que eu vejo no meu trabalho.

— Que bom! E como vocês dois estão indo?

— Na medida do possível, bem. – viu que o sinal abriu – Tenho que ir, vou passar para Nique. – entregou o telefone a ela.

— Ele está falando comigo e dirigindo ao mesmo tempo? Isso é perigoso.

— Ele esperou parar em um sinal para puxar o telefone da minha mão, mãe. Se eu te disser que ele é muito mais preocupado e responsável que eu, a senhora não vai nem acreditar.

— Ah acredito sim.

— Me senti ofendida agora. – reclamou e a mãe gargalhou do outro lado – Pois bem. Depois me diz as datas todas certinhas. Eu preciso arrumar o apartamento para vocês.

— Ok.

Assim que chegaram ao apartamento, Bruno partiu para a cozinha para preparar o jantar. Dominique olhou para ele já tirando as panelas e os temperos do armário, e o parou com a mão.

— Vamos jantar fora.

— Não está cansada não?

— Você está? – olhou-o carente e com um sorriso meigo.

— Ainda não me acostumei com esse seu sorriso. – olhou um tempo para a panela – Eu queria ficar um pouco em casa, sabe? – tentou desviar do olhar dela – E nem vem dizer que é coisa de grávida, que eu sei que esse olhar ai eu conheço muito bem.

— Meu sorriso mudou? – ela olhou para o vidro e viu um pouco de seu reflexo – Acho que é o mesmo sorriso de sempre.

— Não é não. – encostou-se a bancada – Poderia pelo menos ter pedido antes de chegarmos ao prédio. – mudou de assunto drasticamente – Vai querer mesmo jantar fora?

— Por favor. – pediu-o com o sorriso meigo de novo.

— Vou tomar um banho então. – foi saindo da cozinha – Não adianta usar esse sorriso meigo comigo Nique. Eu sei que você não é assim. – ela estacou no meio do caminho – Desculpa, desculpa. – virou-se para ela quando a viu acuada – Eu não queria...

— Quis sim. – foi andando em direção ao seu quarto – Sem problemas. A gente janta aqui mesmo.

— Não, não. – segurou a porta antes de ela abrir – Olha pra mim. – ela abaixou a cabeça – Nique. – negou veemente olhá-lo. Puxou-a pela nuca e beijou sua testa – Desculpa. – ela acabou abraçando-o com força, e começou a chorar – Por favor, desculpa.

— Tudo bem. – respondeu abafado – Eu sei que você não quer aparecer comigo na rua.

— Que isso! – afastou-a para encará-lo – O que está falando?

— Você deve estar querendo sair com outras mulheres e se elas te verem na rua comigo, grávida, vão achar que você não está mais desimpedido. Eu entendo, não tem problema.

— Sua psicóloga disse que você tem uma imaginação fértil?

— Toda vez que eu vou lá?! – perguntou pra si mesma com a voz ainda embargada.

— Não inventa ideia. – pegou-a pelo rosto – Para de chorar, coloca uma roupa bem bonita, nós vamos jantar fora – ela ia retrucar, mas ele a calou com os dedos – Não vou repetir.

Ela se virou e entrou em seu quarto. Bruno foi para o seu. Ficou um tempo imaginando se esse drama todo não era pra chamar sua atenção e fazer com que de fato ele não tivesse tempo para conhecer outras pessoas. Talvez no fundo até fosse, mas nem ele tinha cabeça para sair conhecendo um monte de mulher. Ela já lhe ocupava tempo suficiente e o trabalho consumia o que restava...

Mas o que ele estava pensando? Quando ele queria alguma coisa, ele sempre arrumava tempo. Encarou-se no espelho, lembrou-se de Aline lhe falando que ele a amava. E sim, ele amava Dominique. Mesmo com todas as mentiras, problemas, discussões, desilusões, esse amor que ele sentia por ela, não saía por nada. Estava cravado nele como um gancho de maneira tão profunda, que tentar tirá-lo só causaria mais dor.

Ele estava achando que precisava também de uma psicóloga. Porque depois desse pensamento, a palavra doentio não saía mais de sua cabeça.

Dominique tinha se recuperado do choro. Enquanto tomava banho e sentia a água quente escorrer pelo seu corpo, esperava que ela levasse também todas suas angustias. Não queria que Bruno tivesse outra mulher, mas não podia impedir. Eles tinham um acordo, e não estavam mais juntos. Ele tinha o direito de conhecer outra pessoa e ser feliz. Ela já tinha lhe causado tantos problemas, e essa criança, por mais querida que fosse, veio na pior das horas.

Passou a mão em sua barriga e se lembrou de Ana. Não podia causar aquela criança em seu ventre, o mesmo que fez com sua filha. Arrependia-se cada dia mais.

Mas tinha criado um prazo para sua vida. Sua mãe teria que saber o crápula que vivia dentro da casa dela. Ana tinha o direito de saber que ela era sua mãe, e que por uma grande estupidez, fez o que fez. Sua mãe ficaria arrasada, talvez ficasse ainda mais doente do que antes. Mas era o certo.

E se Augusto fosse mesmo o pai de Ana?

Meia hora depois, Bruno estava já na sala terminando de responder uns e-mails e esperando por ela. Assim que ela saiu do quarto, ele parou e a encarou por um tempo. Segurou a respiração. Grávida, ela ainda estava mais linda do que já era.

— Que foi? – ela olhava para a roupa no corpo e passava a mão – Tá feio não é? Eu sei que está, minhas roupas não estão mais cabendo em mim.

— Hei. Hei – levantou e chegou perto dela – Você está linda.

— Sério? – sorriu envergonhada – Nem é pra tanto. – ele a puxou para um espelho perto do corredor – Olha pra você. – ficou atrás dela – Está linda. – passou a mão na barriga dela, abraçando-a por trás – E muito cheirosa também.

— Obrigada.

Bruno acabou abraçando-a mais forte do que pretendia. Dominique não queria que as coisas começassem daquele jeito, e acabou saindo do abraço dele devagar. Antes que ele falasse alguma coisa, ela apenas virou-se para ele, acariciou seu rosto e lhe deu um beijo na bochecha.

— Vamos? – ela pegou sua bolsa, e foi em direção a porta. Ele assentiu, pegou sua carteira e saiu com ela.

Assim que entraram no elevador, a situação se tornou constrangedora. Ele a olhava de canto de olho e para não se sentir mal, ela apenas fingia que não via.

— De...

— Ah.. Não. – cortou-se – Sem desculpas.

Foram todo o caminho em silencio. E por um momento ele pensou em desistir de jantar com ela. Mas assim que saiu do carro, e logo em seguida, a ajudou a sair, jogou a ideia fora. Como tinha dito antes, ela estava linda.

Dominique estranhou no primeiro momento tanto cavalheirismo, mas depois agradeceu por ele estar sendo assim. Não que nunca fosse, mas quando eles estavam brigados, ele sempre tinha motivos para implicar e deixá-la ainda mais nervosa, até o momento que não aguentava mais, partia para cima dele, e um beijo selava todos aqueles problemas.

E não eram dos mais pudicos. Nem tinha como ser, ela o atacava com uma fome difícil de conter. E ele retribuía cada toque, cada sussurro...

Assim que ela se sentou em frente a ele na mesa do restaurante, se deu conta de que seus hormônios estavam mancomunados em deixá-la com um apetite sexual maior do que de costume. Por mais que ela tivesse pensamentos nada sadios com ele, parecia que a gravidez tinha aumentado ainda mais sua criatividade.

— O que você quer pedir? Já tem ideia?

— Oi? – acordou para realidade quando o viu erguendo as sobrancelhas e rindo.

— Parece que tem alguém já dormindo mentalmente.

— Não. – ela sorriu e colocou uma mão em cima de seu braço. Inconscientemente passou a mão já imaginando aqueles braços a envolvendo e mordeu o lábio inferior – É... – Bruno disfarçou, porque pelo olhar que lhe lançou, ele já sabia o que ela estava pensando – Eu estou bem. – assim que o garçom serviu a taça de água, bebeu-a furiosamente – Mais, por favor.

Ele teve que se conter para não gargalhar. Mas preferiu ficar quieto e não atiça-la mais. Senão, faria pior do que quando os dois ficaram pela ultima vez.

— Eu preciso te contar uma coisa. – ela olhou para ele logo depois que fizeram o pedido – Conversei com a psicóloga.

— Sobre? – ele já bebia também um gole de água.

— Sobre tudo. Na verdade, eu já converso sobre muitos assuntos com ela. Mas dessa vez eu fui mais enfática e ela me ajudou muito. Eu coloquei um prazo na minha vida. Assim que tiver esse bebe, eu quero contar toda a verdade pra minha mãe.

— Que bom! – ele sorriu tentando passar alguma surpresa, já que Aline já tinha entregue a ideia – Isso é muito bom, pra falar a verdade.

— Sim, sim. – ela sorriu de volta.

— Mas tem outra coisa que precisamos conversar. Não chegamos a falar mais nisso. Eu fiquei muito emocionado em saber que você queria colocar o nome da minha família no nosso ou nossa filho ou filha.

— Acho que você merece.

— Eu queria te agradecer de novo por isso.

— De nada.

Assim que o jantar chegou, começaram a comer em silencio. Para não ficarem totalmente em silencio, Bruno perguntava a ela sobre a empresa, como estava indo, das duas novas assistentes, do projeto...

— Eu não confio naquelas duas.

— As meninas que estão trabalhando lá?

— Isso mesmo. – apontou para seus olhos – Algo naquele olhar daquela Helena não me engana. E aquela Amanda, amiga dela... Duas fofoqueiras.

— E por serem fofoqueiras você não confia nelas?

— No meio que a gente vive, contas que ganhamos, precisamos da confiança do cliente para existir. Aposto como dois e dois são quatro, que na primeira derrapada, elas contam os planos de campanha para alguma empresa vizinha e estamos ferrados.

— Teoria da conspiração. – ele sorriu e ela parecia séria – Conversa com as meninas então.

— Com elas eu falo, porque são minhas amigas. O problema é que Diana está com Helena como assistente. E Aline sempre teve acesso a tudo.

— Mas como ela está no comando junto com Diana, acho que essa Helena só vai servir como secretária.

— É... Pode ser. – olhou para Bruno – E o Augusto? O que você pretende fazer?

— Pensei que nunca fosse tocar nesse assunto. – sorriu sacana – Preciso da ajuda do Marcos pra isso.

— Primo de Aline?

— Sim. Ele não tem um laboratório? – ela assentiu – Eu preciso das amostras para retirar o DNA dele.

— E vai bater nele?

— Um dia, vou. – sorriu de novo e ela o encarava espantada – Não me olha com essa cara, que essa conversa a gente já teve. Mas quando a ideia deles dormirem lá em casa surgiu, pensei em algo muito melhor. Podemos tirar amostras de saliva sem que ninguém saiba. Ou perceba.

— Vai fazer o que? – debochou – Esperar ele dormir e passar o cotonete na boca dele? – ele assentiu sorrindo e com o olhar iluminado – Nem quero saber como você vai fazer isso.

— Se quiser eu e mais alguns amigos nos encapuzamos e enfiamos a porrada nele.

— Muito mais útil. – deu de ombros e ele gargalhou.

— Vejo que mudou de opinião rápido.

— Eu só estou falando isso, porque confio em você. – ele chega parou de rir e engoliu em seco – Eu entrei em desespero, mas não posso controlar tudo. Vê-se que tentei e olha a situação que nos encontramos hoje.

Ele nada disse. Concordou com a cabeça e terminou seu jantar. A confiança que antes ela demonstrava com sua imposição parecia estar voltando aos poucos. Só esperava que isso se mantivesse até o final. Mesmo ela dizendo que ia contar a mãe, algo lhe cutucava lá dentro da mente que ela iria dar uma derrapada e com medo da piora da mãe, não contaria nada.

Terminaram o jantar e voltaram para o apartamento. A conversa já fluía bem mais tranquila, entre papos de chá de bebe, enxoval, reforma do quarto e afins, sentaram-se no sofá e como de modo automático, ela colocou as pernas em cima da dele e ele começou a massagear seus pés.

— Não sabe como fico relaxada com isso.

— Que bom. – ele ligou a TV e continuou a massagem.

Enquanto prestava atenção na TV, Dominique o encarou e respirou fundo. Enquanto continuava com a massagem, ela sentia outro tipo de calor dentro de si. E era o mesmo que tinha sentido no restaurante, ou durante a noite quase toda quando estava perto dele. Fechou os olhos e jogou o corpo um pouco para trás. Afogou-se nas almofadas praticamente e quanto mais ele atingia um pouco forte do seu pé, parecia que ele apertava algum canto de seu corpo. Já estava se sentindo uma pervertida por ter aquelas sensações, sendo que ele, inocentemente, só queria aliviar o inchaço de suas pernas.

Parou imediatamente, assim que ouviu um gemido ao lado dele. Ele conhecia aquele barulho muito bem. Dominique abriu os olhos e viu que ele já levantava do sofá completamente sem graça.

— Desculpa, desculpa. – se ajeitou no sofá e sentou – É que eu não consigo controlar os hormônios. É mais forte do que eu.

— Sem problemas. O medico já tinha me alertado sobre isso. – sorriu e sentou de frente para ela no sofá – Mas eu não posso fazer isso. Eu...

— Eu sei Bruno. Eu entendo. – passou as mãos pelo seu rosto – Também não estou me insinuando...

— Tudo bem.

Foi para seu quarto antes que fizesse alguma besteira. Não podia negar que aquele gemido dela lhe deu ideias nada convencionais na cabeça. Droga, ele a desejava. E como ela estava linda aquela noite...

Dominique entrou em seu quarto também e trancou a porta. Não costumava fazer aquilo, mas já não sabia se era para se proteger dele, que poderia vir atrás dela, fazer tudo o que ela queria e mais um pouco, e no outro dia se arrepender amargamente, ou dela mesma, que parecia estar sendo comandada pelos seus hormônios, e perder o controle de seu corpo não era o que ela mais queria naquele momento.

Foi tomar outro banho para tentar relaxar. Lembrou-se de que na gravidez de Ana, não sentiu nada disso. Muito pelo contrário, a tristeza tinha tomado conta dela a tal ponto, que nem comer direito, ela conseguia. Ter conseguido manter aquela gravidez, ter tido Ana, e ter visto aquela criança saudável em seus braços, apesar de tudo, tinha sido apenas um milagre de Deus.

Sua gravidez ainda não tinha sido das melhores. Tinha começado tudo pior do que na primeira. Mas sentia que com a proteção de Bruno e o apoio das amigas, algo tinha melhorado. Tanto que aquele desejo todo era prova disso. Balançou a cabeça e sorriu. Tinha material o suficiente para conversar com a psicóloga no dia seguinte.

QUINTA FEIRA

Dominique já tomava seu café. O dia na empresa começaria cedo, e ela precisava adiantar muita coisa antes de Diana chegar e ter a apresentação do comercial.

Bruno saiu do quarto já arrumado para trabalhar. Conversaram amenidades, e ele a levou para a empresa.

— Antes de ir... – ela já tirava o cinto de segurança – Posso te pedir um favor?

— Pode.

— Eu queria ir a uma de suas consultas. – ela o olhou estranho.

— Pra que?

— Eu queria conversar com a médica. Tirar algumas dúvidas. Pode ser?

— Pode. Vem me buscar então?

— Sim. Que horas?

— Quatro e meia.

— Ok. – ele pegou seu celular e marcou para uma hora antes. Chego às quatro. – ela sorriu e ele também.

Aline e Leticia adentravam o prédio, quando as encontrou no meio do caminho.

— Bom dia meninas. – ela sorriram e responderam – Bruno quer ir comigo a psicóloga.

 - Pra que? – Leticia perguntou e Aline sorriu de canto de boca sem que elas vissem. Subiram e Dominique contou alguns detalhes da noite anterior.

— Sério que você quase... – Aline ia comentar, mas outras pessoas entraram no elevador – Assim, do nada?

— Hormônios. – ela deu de ombros e Leticia a encarou com a sobrancelha erguida. Algumas pessoas saíram do elevador.

— Hormônio Nique? Isso é fogo no rabo e tesão pra ser encurralada na primeira parede pelo meu irmão. – Danilo acabava de entrar no elevador ao ouvi-la dizer aquilo. Outras pessoas se viraram para olhar.

Aline e ela a olharam recriminadoras e Leticia não sabia onde enfiar a cara. Ele só deu bom dia a todas e se virou para a porta do elevador. Ele saiu no andar do DP, outras pessoas no andar seguinte, e assim que ficaram sozinhas, Leticia se virou.

— Vou pedir desculpas só por causa do Danilo. E mesmo assim ele sabe muito bem que pra você ter ficado grávida do meu irmão, algo entre vocês aconteceu. Não tem mais nenhuma criança aqui. – saíram no andar delas e continuaram andando – Até parece que esse povo ai nunca transou na vida.

— Tudo bem, mas também não precisava ser tão explicita. – Aline comentou.

— Ela comenta coisa muito pior... – apontou para  Dominique – E olha que em mesa de bar, com um monte de gente em volta.

— Em mesa de bar, as pessoas falam de tudo e mais um pouco. – ela deu de ombros – Enfim, o pobre do Danilo não tem culpa dos meus problemas. E tenho quase certeza que ele achou que fossemos para frente.

— Mesmo com aquele lance de amizade com benefícios?

— Que pra ele não trouxe nenhum não é? – Leticia comentou e elas riram.

— Não. Nós aproveitamos bastante. – Dominique comentou já se lembrando de algumas coisas. Letícia a olhou chocada e ela se fez de desentendida.

— Agora não me da uma de puritana Leticia. Eu não estou com seu irmão para ficar quieta sobre nada.

— Mas é que é o meu irmão. Vocês estão morando juntos.

— Aham. – ajeitou a bolsa e recebeu umas pastas de Helena – Pode colocar na minha mesa, por favor? – ela assentiu e saiu de suas vistas – Depois quero falar dessas duas que estão trabalhando com vocês.

— Como assim? – Aline a olhou – Elas te fizeram alguma coisa?

— Não. Nada disso. – sorriu – Eu conto depois. Temos muito trabalho a fazer, e no momento, isso é o de menos. Mas Le, quanto ao seu irmão... – ela se virou para ela – A sua frase é perfeita. Estamos morando juntos. Se fosse para de fato termos alguma coisa, ontem teria sido A noite perfeita. – isso foi o suficiente para todas terem a visão que não queriam.

— Sai daqui Nique. Eu não quero pensar no meu irmão desse jeito. – fez cara de nojo e empurrou-a.

— Hei. Sou uma mulher grávida. Tenho que andar devagar.

FORTALEZA

Diana e Charles já começavam a arrumar as malas. Cada um perdido em pensamentos. Lembrando-se dos momentos maravilhosos que tiveram naquele hotel. Assim que ele terminou as suas, pediu para que o encarregado levasse tudo para a recepção e foi para o quarto de Diana.

Assim que chegou ao quarto dela, cumprimentaram-se.

— Então vai ser isso? Quando chegarmos ao Rio, vamos manter nosso amor em segredo?

— Já disse Charles. – ele fez beiço – Mentira que vai me fazer essa cara?

— Meu amor. – ele a pegou pela cintura e beijou seu queixo – Eu quero gritar esse amor para os quatro cantos do mundo. Por que não agora? A gente se conhece há tanto tempo, temos uma história...

— Ai Charles, me entende, por favor. – ela o abraçou mais forte e também fez beiço – Só até o comercial vingar e nós nos firmarmos com o Stolt. Ai pronto. Gritamos aos quatro cantos do mundo que nos amamos e que vamos nos casar.

— Opa, não falei em casamento. – ele retrucou sério, o que a fez gelar – Brincadeira amor, claro que vamos nos casar.

— Não me assusta mais... – deu uns tapas em seus braços – assim... – olhou-o irritada, mas logo foi pega por um beijo apaixonado.

— Te amo.

— Também te amo. – sorriu.

Malvina e Alberto tocaram a campainha do quarto e para não darem toda a bandeira do mundo, Charles pegou o notebook dela e sentou à mesa da sala da suíte. Diana foi atender a porta e assim que os viu, sorriu. Entraram quando ela lhes deu espaço e assim que viram Charles lá dentro tão concentrado no computador, pensaram por um momento que estavam de fato trabalhando.

— Estamos interrompendo alguma coisa? – Alberto perguntou perdido. Charles levantou, fez que não com as mãos e o cumprimentou – Na verdade, eu e Malvina gostaríamos que almoçassem conosco antes de irem embora.

— Claro. – Diana sorriu – Nosso voo é só no final do dia não é Charles?

— Ah sim, não tem problema. – Malvina sorriu – Nós deixamos os empregados cientes do horário. Vocês almoçam conosco, e eles os levam para o aeroporto.

— Na verdade, como Malvina pensou em tudo, suas malas já estão sendo encaminhadas para os carros próprios.

— Olha gente, se continuarem nos mimando desse jeito, não vamos mais querer sair daqui.

— Que bom! – Malvina abriu um sorriso de orelha a orelha.

Uma hora depois...

Charles e Diana chegaram a casa dos Ramos e foram recepcionados pelo casal. Foram tratados como convidados especiais, e assim que a conversa foi diminuindo, o almoço foi servido. Conversa vai, conversa vem, os assuntos passaram para casamento, casa e filhos.

— Espero que tenham recebido todos os convites.

— Ah sim. – Diana sorriu – Eu já deixei todos na mala para não esquecer.

— Os meus também? – Charles perguntou e ela assentiu – Então eu pego com você no Rio.

— Sim. Eu vou pedir as meninas que entreguem na PP.

— Ok.

Alberto e Malvina já desconfiavam. Com o olhar trocado entre os dois, tiveram certeza.

— Olha, acho que não tenho o direito de me meter em nada. – Alberto começou – E comecei a desconfiar desde aquele dia na piscina. – olhou para Charles que já sabia onde aquela história ia chegar – Mas vocês dois nunca tiveram nada?

— Alberto! – Malvina o olhou chocada – Querido...

— Desculpa mesmo. Mas acho que vocês dois formam um casal tão bonito. É como se vocês dois se encaixassem de uma maneira tão perfeita...

— Alberto...

— Que foi? – ele olhou para a esposa – Amor, você sabe que eu gosto desse tipo de coisa... – Diana e Charles se entreolharam e só não gargalharam para tentarem manter a postura – Eu sei que você não gosta disso, mas eles dois parecem ter sido feitos um para o outro.

— Eu sei meu amor, mas é indelicado fazer isso. Fez o mesmo com o Dennis e com a Aline.

— Fez? – Charles perguntou curioso e para tentar mudar de assunto – Quando eles dois vieram aqui?

— Sim. E depois que ele a defendeu daquele jeito... – Malvina se lembrou – E peço até desculpas por todo aquele inconveniente... – Diana e Charles concordaram – Eu e Alberto tivemos certeza de que os dois tinham algo, uma conexão sabe?

— E nós também temos. – Diana disse deixando Charles atordoado. Mas ela não disse que não era pra ninguém saber? – É que minha história com o Charles vai além de muito tempo. Mas nós finalmente nos acertamos, não é amor?

— Aham. – ela esticou o braço para que ele pegasse sua mão. Ele pegou ainda perdido.

— Mas é que não queremos que ninguém saiba disso por enquanto. E acredito que vocês dois guardem segredos muito bem, por isso confio em vocês.

— Claro, querida. – Malvina sorriu – Fico feliz que tenham se acertado.

— Eu também. – piscou para a mulher – Viu meu amor? Eu nunca erro. – ela revirou os olhos.

— Sim Alberto. Já podemos te colocar em um reality show de casais, vai ganhar muito dinheiro. – todos gargalharam.

Assim que se despediram e entraram nos carros, Charles encarou Diana. Ela sorriu e chegou mais perto dele.

— Depois conversamos. Me recuso a falar sobre isso agora e aqui no carro.

Chegaram ao aeroporto e suas malas foram encaminhadas para o check-in. Charles ainda parecia bem irritado, e quando Diana percebeu um canto vazio, o puxou para conversar.

— Você ficou chateado porque ninguém sabia de nada. – ele ergueu as sobrancelhas – Eles dois não vão falar nada, porque sabem que se é segredo, e eles contarem, vamos saber de onde veio.

— Isso é pra testar a integridade deles, por acaso?

— Bom, eu até acredito que eles sejam bons de negócio, mas depois daquela história com o filho deles, Aline e Dennis, fiquei com a pulga atrás da orelha.

— E desde quando você mistura negócios com prazer? – ele parecia sério demais. Diana percebeu que ele não gostou – Nossa vida pessoal dessa maneira? Eu quero contar para os meus amigos. E se isso vier da mídia, vão saber por terceiros. Tem noção da repercussão? – parecia revoltado.

— Charles... Vamos ser sinceros. Você pode não ter pensado nisso, mas depois que elucidei a ideia, você bem que gostou. No fundo, eu sei que gostou.

— Não gostei não.

— Então tá. – ela se afastou e o encarou – Não somos as maiores celebridades do mundo, mas temos nossa parcela de fama. Pelo menos no nosso mercado, e a ligação com Stolt. Se os empregados do Alberto e da Malvina quiserem ganhar algum dinheiro às nossas custas, não acha que eles fariam essa fofoca pra quem quisessem?

— Não mistura as coisas Diana.

— Seja inteligente Charles. – ele a encarou mais sério ainda – Parece que não raciocina. Não se precisa de muito para especular. E só o fato de você ter dormido no meu quarto essas noites, é prova disso. Mas a cereja do bolo está nas mãos deles.

— Mesmo assim eu não gostei. Deveria ter me consultado antes de ter feito o que fez. Tomei um susto tão grande que parecia que eu que queria manter segredo. E não é bem assim não é? – ele cruzou os braços e ela tentou disfarçar – Pra mim, especular e ser verdade dá na mesma. Nessa mídia fofoqueira dos infernos, eles não precisam de fatos pra afirmar nada.

— Sim. – ela concordou – Mas uma coisa é dizerem assim "fontes afirmam que viram Charles Roich passando noites seguidas no quarto de hotel de Diana Montenegro". Isso podemos desmentir na maior facilidade do mundo.

— E por que eu iria desmentir isso?

— É maneira de dizer Charles. É questão de falta de realidade com fidelidade dos fatos. Presta atenção.

— Prossiga. – ele sentou em um banco próximo já esperando o que viria.

— Outra coisa bem diferente é "Fontes afirmam que ouviram dos próprios Charles e Diana que o relacionamento vingou, mas que preferem manter tudo em segredo por enquanto".

— A mídia não coloca dessa maneira. – retrucou entediado – Seria mais um "Charles e Diana juntos. Fusão não só nos negócios, mas também no amor". E ai viria uma pagina inteira falando da nossa vida, e provavelmente fuçando nosso passado, contando de fontes amigas que namorávamos na escola e, se bobear, alguma foto nossa junto no passado e agora.

— Tem certeza que está trabalhando no ramo certo? – ela fez graça e ele acabou rindo – Desculpa amor. Mas isso tudo que você disse é verdade. Eu sinceramente não sei como ninguém fuçou nosso passado ainda e fez alguma matéria sobre nós dois.

— Não vou te enganar não. Mas é que somos muito bons guardadores de segredo. – ele levantou e foi a puxando para o check-in. –  Não tínhamos muito amigos na faculdade. Poucos são aqueles que sabem. E se você percebeu, estamos repetindo o que aconteceu naquela época.

— Mantendo segredo?

— Sim. – a recepcionista os atendeu – E você se lembra da tragédia que foi.

— Mas isso não vai mais se repetir.

— Claro que não vai. – foram logo para o embarque – Nós somos adultos agora. E acho que esconder é maior bobagem do mundo.

RIO DE JANEIRO

Aline saía da sala da produção com tudo pronto. Pediu a Amanda que agendasse a reunião para o dia seguinte, com todos presentes, para a apresentação do comercial.

— E para o Stolt? – Leticia chegou perto dela – Segunda-feira?

— Sim. Eu preciso ver o que Diana e Charles acham. Se eles gostarem, ótimo.

— Como a produção tá indo?

— Eles já gravaram tudo. Só precisam organizar e encaixar tudo para dar sequencia ao comercial. Ai fica tudo, ok!

— Então to indo. Me cobre, porque eu marquei de sair com meu irmão.

— Ah sim. – sentou à sua mesa – Pode deixar.

Meia hora depois, respondendo alguns e-mails e atendendo algumas ligações, recebeu uma mensagem de Dennis.

"Como estamos? O comercial ficou bom? Beijos."— sorriu.

"Está ficando ótimo. Queria que tivesse aqui pra ver. Beijos."

— Não seja por isso. – ele apareceu em sua porta – Seu desejo é uma ordem minha dama! – fez reverencia e ela levantou e foi até ele toda feliz.

— Quer ver como está ficando? – ele assentiu – Podíamos almoçar depois, que acha?

— Por isso que vim aqui. Antony me ligou. Quero falar com você uma coisa.

— Aline... – Amanda chegou com uma pasta na mão e pontuando algumas coisas – Ah desculpa. Estou atrapalhando?

— Não. – Amanda apontou a pasta pra ela – É pra assinar?

— Sim. É a autorização para a liberação da festa. Eles mandaram o contrato.

— Festa? – Dennis estranhou e Aline sorriu.

— Sim. Nossa festa anual.

— Ah claro. Quem cuida da nossa é o Tiago.

— Logo quem não é? – gargalharam e Amanda pegou a pasta já assinada por Aline – Eu vou levá-lo até a produção. E depois vou almoçar. Mas só quando a Leticia voltar. Já saiu pra almoçar?

— Não. – sorriu sem graça já imaginando que ia ter que esperar uma das duas voltar.

— Vai almoçar com a Helena não é? – ela assentiu – Então pede para a Luana apenas atender as ligações. E para transferir as minhas para a produção. E vai almoçar, senão vai cair de fome ai.

Sorriram. Amanda não podia negar que Aline não era uma chefe ruim. Muito pelo contrário, sempre prezava pelo bem estar dos funcionários. E como todos percebiam, ela tinha aprendido isso com Diana. Assim que saíram, colocou o contrato em um envelope, pegou sua bolsa, deixou o recado com Luana e saiu com Helena.

— Diana sabe que um dos Palmas está aqui? – Helena perguntou.

— Nem precisa. Esse comercial era função dele e da Aline. – apertou o andar da expedição – Eu só vou entregar isso para despacharem, depois a gente vai.

— Ok.

Aline e Dennis passaram pelo setor financeiro e conversaram um pouco com Dominique. Ele perguntava como ela estava, e papo vai papo vem, ela sempre reclamava do peso.

— Imagina quando eu tiver com 9 meses? – riram – Sério.

— Nique. Não reclama. Pelo amor de Deus. Você malhava mais do que eu e está reclamando de um pesinho? – Aline fez graça e ela lhe olhou de canto de olho.

— Quando você ficar grávida eu vou te zoar tanto, que a amizade vai acabar.

— Ih meninas! – Dennis interviu – Que isso.

— Que nada. Ela me olha assim e depois cai na risada.

— Deixa estar dona Aline. – ela riu mesmo – Vai ter volta.

Foram para a produção e Aline o apresentou a todos. O chefe da produção, mais alguns funcionários explicaram como estava o processo de formação do comercial, todos os ângulos, visões e Dennis ficou impressionado em como Aline era boa no que fazia. Sim, porque seu nome estava o tempo todo no meio daquela conversa... "Aline deu ideia disso, daquilo...".

Enquanto ela atendia uma ligação de Luana falando de um cliente que queria marcar uma reunião com Diana de qualquer maneira aquela semana, viu uma mensagem em seu celular.

"Leticia já sabe que estou no Rio não é?" — estranhou. E pelo fato da frase ter começado daquele jeito, era Antony com certeza. Como ele tinha conseguido seu celular?

— Luana, deixa eu falar com ele. – ela passou a ligação – Oi senhor Medeiros. (...) Ah, desculpa, Carlos. É que a Diana está em Fortaleza e amanha tem uma reunião com todo o setor de produção logo cedo. Posso ver se ela tem horário no final do dia. (...) Hoje? – Aline sorriu – Ela volta hoje, mas chega de noite. Preciso ver se ela pode atendê-lo em um jantar mais tarde. Só não posso prometer. (...)  Vamos fazer o seguinte. Eu estou saindo pra almoçar, mas vou falar com ela. Assim que eu voltar, eu te ligo para avisar como está a agenda dela. (...) Não, não sou mais eu. O senhor lembra não é? (....) É que a assistente dela está no almoço também. Mas tem alguns clientes que eu ainda atendo, porque conheço há mais tempo. (...) Claro, especiais como o senhor.

"Vai me deixar no vácuo?"— viu outra mensagem dele no celular. Olhou para frente, um pouco longe, e Dennis ainda perguntava algumas coisas aos funcionários. Assim que viu os esboços no computador, ficou impressionado. Isso fez Aline ter tempo de pensar em uma resposta.

"Posso confirmar todos para a festa no sábado?"— viu outra mensagem, mas agora de Caio. Já ia se perguntar como ele também tinha conseguido seu numero, mas lembrava-se que depois que se encontraram, ela acabou dando o numero dela pra ele. Grande burrice.

— Ok. Estamos acertados então. – terminou a ligação e passou um ramal para Luana – Anota todos os recados. Leticia já chegou?

— Ainda não. Ah, calma ai. Ela acabou de aparecer no elevador.

— Ótimo. Passa as ligações para ela. Tenho outras pra atender e daqui eu parto pro meu almoço, tá?

— Sim.

Aline foi para um lugar mais reservado e não sabia qual mensagem responder primeiro. Ainda nem tinha comentado com Dennis sobre essa festa maldita. Ou tinha? Nem se lembrava mais, de tanta coisa em sua cabeça. Resolveu responder primeiro a do Caio.

"Vamos sim. Pelo menos eu estou confirmada com meu namorado. Mas acho que todos vão sim."

Depois ficou pensando um tempo. Respondia ou não Antony? Se sim, daria margem para mil perguntas, se não, com certeza seria atormentada o dia todo por ele. Isso se, ele não inventasse de ligar. Assim que pensou nisso, seu telefone tocou. Quando viu o numero, quase teve um troço. Ele adivinhava as coisas?

— Oi Antony. – atendeu cansada.

— Que isso minha linda. É assim que você me atende? E nossos anos de amizade?

— Morreram quando você inventou aquelas ideias no jantar. Pior, me usando para chegar na Le. E outra coisa... – já falava um pouco irritada, mas baixo para ninguém ficar ouvindo – Você tentou falar com ela?

— Eu consegui o telefone das duas. O que não é muito difícil nesse mundo que vivemos e nos amigos que eu tenho. Mas ela não quis me atender.— fez um muxoxo, que quase a fez rir – Por isso te liguei.

— E ainda sou a segunda opção. Olha, Antony, esperava mais de você.

— Ok. Eu liguei para ela primeiro. E ela estava com alguém? Porque foi ouvir minha voz, que desligou na minha cara.

— Provavelmente com o Bruno. – ela comentou – Acho melhor vocês dois terem uma conversa antes de mais nada. Eu falo com ela. E como já temos seu numero, nós ligamos.

— Mas você já tinha. Por que não deu para ela me ligar antes? Aposto que ela teria ligado imediatamente.

— Acorda Antony. Ninguém aqui tem mais 18 anos.

— Eu sei minha linda.— ele sorria do outro lado — Mas eu a conheço muito bem.

— Eu também. – Dennis chegou ao lado dela já estranhando a feição dela – Muito mais do que você. Eu dou o recado, pode deixar.

— Beijos minha linda.

— Beijos.

Assim que terminou a ligação, pegou sua bolsa e foi andando com Dennis em direção ao elevador. Ficou quieta um tempo e ele também não falou nada. Não sabia se perguntava ou não. Ficou olhando um tempo para ela, até que ela se virou para ele.

— Antony me ligou. – ele estranhou – Parece que ligou para Leticia e ela desligou na cara dele.

— E desde quando você manda beijo pra ele?

— Não vamos começar. – respondeu cansada – Vamos almoçar. Eu preciso relaxar.


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