2012 escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 46
Quando a realidade bate de frente




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No capítulo anterior, a turma sofreu ao ver mais um membro sendo enterrado.

7 DE JUNHO DE 2012

Souza e Luiza estavam sentados no sofá da sala com a cabeça entre as mãos, tentando entender o que tinha acontecido. Mônica estava sentada na frente deles cabisbaixa e com os olhos vermelhos de tanto chorar. Seu pai foi o primeiro a falar.

– Então tudo aquilo que você falou é mesmo verdade...
– É, pai. E isso foi só o começo. A tendência é só piorar!
(Luiza) – Nós temos que sair daqui então, mas para onde iremos?
– Quanto mais longe do litoral, melhor. A turma está planejando ir para a Chapada dos Guimarães e o prof. Licurgo conseguiu uma casa lá onde nós vamos poder ficar até tudo isso terminar.

Seus pais ficaram surpresos.

– Quer dizer que vocês já estavam organizando tudo? Pelas nossas costas?
– Desculpa, mãe, mas a gente precisou fazer isso. Vocês não queriam acreditar na gente, então resolvemos agir por conta própria. Agora nós temos que comprar passagens de avião para ir embora daqui o quanto antes.
(Souza) – Eu ainda não sei... pode ser que fique somente nisso...
(Luiza) – Pois eu não quero arriscar. Se ficar somente nisso, nós podemos voltar depois. Agora, se tudo isso aqui vier abaixo, eu vou querer estar bem longe!

Ele acabou concordando. Era melhor prevenir do que remediar.

– Vocês também tem que falar com os outros pais. Eu tô com medo de eles não aceitarem ir embora daqui.
(Luiza) – É bem possível. Talvez a gente devesse convocar uma reunião para falar com todos e organizar nossa fuga. Também temos que avisar nossos parentes.
(Souza) – Temos que avisar muita gente, só não sei se vão acreditar. Quer dizer, nem eu estou conseguindo acreditar de todo.
– Se vocês tiverem dúvidas, podem perguntar pro Franja que ele tem muitas provas. Aqui não dá mais pra ficar.

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Cebola pegou o dinheiro guardado e sob o olhar espantado dos seus pais, entregou a eles a quantia que tinha economizado.

– O resto é da Mônica, da Magali, do Cascão e também da família do Toni. Depois a gente tem que entregar pra eles.

Seu pai contou o dinheiro e ficou impressionado com a quantia que seu filho tinha conseguido juntar.

– Será que vai dar para comprar passagens? – Sua mãe perguntou torcendo as mãos nervosamente.
– Se não der, temos nossas economias no banco. Filho, você sabe que sua mãe e eu levamos muitos anos para juntar esse dinheiro. Você tem mesmo certeza de que tudo isso vai acontecer?
– Já tá acontecendo, pai.

Ele hesitou um pouco.

– Em outros países, não aqui.
– E esse terremoto que deu antes de ontem? Foi de 7.6! Nunca foi registrado um terremoto acima de 7 aqui no Brasil! E antes desse, teve outros, muitos outros!

Sua mãe balançou a cabeça, ainda cética.

– Na televisão eles falam que é um fenômeno raro, que não vai voltar a repetir de novo e...
– Claro que eles não vão falar a verdade! Eles querem mais é que o povo continue achando que não vai acontecer nada enquanto os governos continuam se preparando. Se todo mundo souber, isso aqui vai virar um caos enorme! É por isso que eles não avisaram pra ninguém!
– Céus! Que horror! Bando de desalmados!
– É por isso que a gente tem que agir o quanto antes.

Seu Cebola coçou a cabeça, pensando nos prós e contras de acreditar naquela loucura. Se tudo fosse mentira, eles podiam voltar e continuar a vida. Por outro lado, para fazer isso ele teria que deixar o emprego, talvez gastar suas economias, deixar a casa abandonada por algumas semanas... o problema era que se tudo aquilo fosse verdade nada fosse feito, sua família acabaria sendo morta por causa da sua falta de atitude. Que decisão difícil!

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– Cadê o Fabinho? Carmen perguntou para a empregada que limpava o quarto dele.
– Está no jardim com a babá.

Carmen não gostou muito de ouvir aquilo e resolveu procurar pelo menino. Ela tinha medo de perdê-lo de vista e algo acabar acontecendo. Não dava para confiar nos pais dele e muito menos na babá, que na hora do perigo poderia sair correndo e deixar o menino a própria sorte.

Ele estava sentado na grama, sobre um pano estendido pela babá e brincava com alguns carrinhos, bonecos e miniaturas. Por um instante ela sorriu, mas seu sorriso desapareceu na hora quando alguma coisa se movimentando pelo jardim chamou sua atenção. No inicio, era uma imagem borrada e confusa, sem forma definida. Ela firmou a vista, tentando enxergar melhor e aos poucos aquilo foi tomando forma até aparecer a visão completa.

Seu corpo começou a tremer e o suor escorria pelo seu rosto. E ao ver que tinha mais de um, Carmen quase foi a loucura. Eram vários anjos de asas negras sobrevoando a propriedade. Ao olhar para o céu, ela viu que devia ter dezenas deles. E também tinha aquela coisa no céu que ela viu em seus sonhos.

– A senhorita está bem? – A babá perguntou ao ver o estado da moça, que olhava vidrada para o céu sem falar nada. – Senhorita?
– Carminha, o que foi? – Fabinho perguntou também percebendo que tinha algo de errado com sua prima.

Quando o menino falou, Carmen olhou em sua direção e trincou os dentes com raiva ao ver que perto deles tinha um daqueles anjos. Mais do que depressa, ela pegou uma das cadeiras do jardim e partiu para cima dele gritando como louca.

– Ahhh! Vai embora! Você não vai levar ninguém daqui não, some!

A babá pegou o menino pela mão e saiu de perto dali e ficou olhando, pasma, enquanto Carmen sacudia a cadeira no ar e gritava a plenos pulmões.

O anjo levantou vôo, surpreso por aquela humana ter conseguido enxergá-lo. Algumas pessoas podiam vê-los, mas essas eram dotadas de grande sensibilidade, o que ele sabia não ser o caso daquela garota. Pelo menos não até alguns dias atrás.

Ao ver que não conseguia acertar aquele, Carmen foi atrás de outro que estava mais adiante e quando ele também se ergueu do ar, ela ainda tentou atirar a cadeira e gritou ainda furiosa.

– Fala praquela baranga que ela não vai levar ninguém da minha família, ouviu? Eu não tenho medo dela!

Toda aquela gritaria chamou a atenção dos outros empregados e também de Felipe e Luisa, que estavam em sua casa.

(Felipe) – Ô Carmen, você ficou doida?
– Doida? Eu? Claro que não! Eu não sou o Licurgo!
(Luisa) – O que deu em você, criatura? Que gritaria é essa?
– Os anjos de asas negras, você não estão vendo? Eles estão por toda parte, olha! Tem um monte voando lá no céu!

Os dois olharam para cima e não viram nada. Será que Carmen tinha enlouquecido?

(Luisa) – Carminha, a gente não tá vendo nada não! Você deve ter batido a cabeça e agora tá vendo coisa!
– Vendo coisa o seu nariz! Tá cheio desses anjos por aí e agora estão querendo levar a gente, mas eu não vou deixar não!
(Felipe) – E por que só você tá vendo esses... anjos?

Pela primeira vez Carmen se deu conta da situação. Até algumas horas atrás, ela não via nada e de repente, aqueles anjos aparecem por toda parte sendo que antes eles só apareciam nos seus sonhos. De onde eles saíram?

– Eu... eu não sei! Acho que eles sempre estiveram aí e só agora eu tô vendo! Por que só agora? – após pensar um pouco, ela fechou a cara e cerrou os punhos! – Ah, não! Aposto que deve ser coisa daquela baranga!

Felipe coçou a cabeça e perguntou.

– Que baranga? De quem você tá falando?
– Você tá assustando a gente, Carminha! Até o Fabinho ficou com medo de você!
– Cadê ele?
– A babá levou ele pra dentro. – Felipe respondeu. – agora explica esse negócio direito que a gente não tá entendendo nada!

Nem a própria Carmen estava entendendo aquilo direito. A única coisa que ela sabia era que devia ter o dedo da morte no meio daquela bagunça. Antes do encontro das duas, ela não via nada. Depois do encontro, ela passou a ver aquelas coisas. Então alguma relação devia ter.

– Querem saber de uma coisa? Fiquem aqui tomando conta do Fabinho que eu vou dar umas palavrinhas com ela.
– Ela quem, Carmen? – Luisa perguntou perdendo a paciência.
– Com a morte. – ela respondeu entre dentes e saiu dali correndo.
– O quê?

Quando eles se deram conta, Carmen já tinha arrastado o chofer até a garagem e o ordenou que a levasse até... até...

– Ai, droga! Onde eu encontro aquela baranga?

Seu cérebro travou e o chofer ficou olhando para ela como se fosse uma louca. Foi preciso um esforço monumental para que as idéias começassem a fluir. Ela era a morte, matava pessoas. Então onde alguém assim poderia viver? Cinco minutos depois, já com o rosto vermelho e o suor escorrendo em sua testa, Carmen falou com a voz cansada.

– Me leva pro cemitério, rápido!

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– Você ainda vai levar os gatos pra mim, professor?
– Vou sim, Magali. Eu prometi, não prometi? Não se preocupe, eles vão ficar bem. Você só precisa trazê-los pra mim amanhã que eu me encarrego de levá-los.
– Ai, obrigada, professor! Nem sei como agradecer!
– Se quer me agradecer, então sobreviva.

Magali desligou o celular quando entrou no hospital e foi para o quarto da Tia Nena. Ela estava dormindo e seu aspecto tinha piorado muito desde a última visita. Seus pais já estavam com sua tia, ambos preocupados.

– Magali, ela está muito mal! – Sua mãe falou com a voz embargada. – Os médicos estão falando em levá-la para a UTI! Estão só conversando lá fora e daqui a pouco eles voltam com a decisão.

Ela fechou os olhos com força, tentando segurar o pranto e manter sua promessa de ser forte. Aquilo não era nada fácil. Seu pai lhe falou.

– O pai da Mônica ligou mais cedo, chamando todos para uma reunião lá na casa dele hoje a noite.
– Você vão, não vão?

Carlito suspirou e respondeu.

– Não podemos faltar. O que está acontecendo com o mundo afinal de contas?
– Agora eu fiquei com medo!

Ela não respondeu, já que falar alguma coisa poderia desencadear um pranto indesejável. Assim como seus pais, Magali também estava com muito medo do futuro.

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No meio do caminho tinha um arbusto que parecia ter sido cortado ao meio. A planta estava morta e vários pedaços de galhos e folhas estavam espalhados por todos os lados. Carmen foi seguindo essa trilha até se deparar com a fonte de tudo aquilo. D. Morte estava de costas para ela, segurando uma garrafa de bebida em uma mão e a foice na outra. De vez em quando ela golpeava as plantas com a foice, matando-as na hora.

– Tá querendo o quê, pirralha? Sua amiga já foi enterrada, não tem mais nada pra fazer aqui. – a morte falou grosseiramente ainda de costas.
– Eu sei, sua grossa! Eu só quero saber uma coisa.

A morte virou-se para ela, fitando-a com sua pior cara.

– O que você quer saber?
– O que são esses anjos de asas negras que eu vejo por aí? E aquela coisa enorme no céu? Por que eu tô vendo essas coisas?

Ela deu de um grande gole da garrafa e respondeu secamente.

– Interessante, sua sensibilidade se desenvolveu. Demorou um pouco, acho que você é meio lerda por natureza.
– Lerda? Eu? Nunca! Quando tem promoção no shopping eu sou sempre a primeira a chegar!
– Ninguém merece...
– Você ainda não respondeu por que eu tô vendo essas coisas.

Ela ergueu um braço, puxou a manga e mostrou para Carmen a marca da mordida que ela tinha feito há dois dias atrás.

– Quando você me mordeu, engoliu meu ectoplasma.
– Seu o quê?
– Esquece, você jamais iria entender.

Carmen fez uma careta e perguntou.

– É o seu sangue?

– Claro que não, sua tonta! Eu não tenho sangue.
– Ah, bom... e essa ecto... etoplas...
– Ectoplasma!
– Esse troço aí tá me fazendo ver essas coisas?
– Estão. Os anjos que você vê são meus emissários e aquilo no céu é o portal que levará as almas para o outro lado.
– Que horror!
– Horror por que? Você preferia que elas ficassem soltas por aí?
– Muitas pessoas vão morrer?

D. Morte respondeu com um sorriso sarcástico.

– Pode apostar seus cachinhos dourados que sim.
– Por que elas vão morrer?
– Por que estão vivas, ora essa!
– Você entendeu o que eu quis dizer.
– E por acaso você tem condições de entender a resposta? Vá fazer compras no shopping e me deixe em paz. Ah, esqueci. O shopping já era. Como você vai sobreviver sem ele?

Carmen fechou a cara e respondeu.

– Já comprei tudo o que precisava, agora eu quero é saber por que tudo isso tá acontecendo! Por quê? Você deve saber, então me fala!
– E pra que você quer saber disso? Não vai fazer nenhuma diferença.
– Você é mesmo uma chata, viu? O Ângelo vivia falando bem de você!
– Falava, é? Bem, algumas coisas mudaram e vão mudar mais ainda.
– Isso não é desculpa pra ser uma chata rabugenta! Por que você não vai passar uns dias num SPA, heim? Tá precisando relaxar um pouco e dar um trato nessa pele de leite azedo! Já ouviu falar de bronzeamento artificial?

A morte foi para cima dela, que não fez nenhuma menção de fugir, e puxou seus cabelos.

– Ai! Pára com isso, sua baranga!
– Baranga é sua avó! Você jamais chegaria a minha idade com uma pele tão perfeita quanto essa!
– E você ainda lembra da sua idade? Achei que tivesse perdido a conta! Aaaaiii! – o puxão foi intensificado a ponto de fazer com que Carmen ficasse na ponta dos pés.
– Olha lá como fala comigo! Eu posso tirar sua vida com apenas um toque da minha foice!

Ela soltou o cabelo da moça e deu mais um gole da garrafa. Um bom gole. Como ela conseguia tomar aquela bebida com tanta facilidade?

– Você quer mesmo saber o porquê de tudo isso?
– Quero.
– Pegue. Tome um trago para me acompanhar. Não gosto de beber sozinha.
– Eu...
– Bebe logo ou caia fora daqui.

Como queria mesmo saber a resposta, Carmen pegou a garrafa e deu um gole. O liquido desceu queimando pela sua garganta e D. Morte deu uma risada com a careta que a moça tinha feito.

– Hahaha! Esqueci que pirralhinhas como você não agüentam essas bebidas fortes. Me dá isso aqui antes que você caia de bêbada.

Após dar mais um gole da bebida, D. Morte explicou.

– É simples, pirralha. A humanidade é como uma casa velha, podre, caindo aos pedaços e infestada por cupins. Quando uma casa chega a esse ponto, não dá mais para reformar nada. Então o jeito é derrubar, dedetizar o terreno e construir tudo de novo. Com a humanidade é a mesma coisa. De vez em quando é preciso fazer uma boa faxina no planeta, sabe?

Carmen ficou em silêncio como que refletindo sobre o que D. Morte tinha lhe dito. Um tapa foi desferido em sua cabeça.

– Por que fez isso?
– Pra fazer essa coisa dentro da sua cabeça pegar no tranco, sua pirralha burra! Parece que pensar não é o seu forte.
– E parece que elegância não é o seu, né fofa? Aposto que você tá usando esse vestido horroroso desde o tempo dos dinossauros!

Ao ver a lamina da foice indo em direção ao seu pescoço, Carmen abaixou-se rapidamente.

– Sua doida, você quase corta minha cabeça!
– Humpt! Não ia fazer muita falta de qualquer forma. E pára de me olhar com essa cara de bunda! Se eu quisesse te acertar mesmo, você não teria conseguido se desviar.

Vendo a morte dar mais um bom gole da garrafa, Carmen ainda falou.

– Além de chata, baranga e com pele de leite azedo, você ainda é uma cachaceira! – ela abaixou-se novamente para evitar outro golpe da foice.
– Cachaceira o seu nariz! Isso aqui whisky envelhecido por 25 anos. Essa garrafa me custou dois mil reais. Aposto que nem o seu pai tem algo tão caro assim na coleção de bebidas dele.

A moça engoliu em seco. Seu pai tinha uma razoável coleção de bebidas caras, mas pelo que ela sabia, nenhuma tinha aquele preço.

– Bem, acho que fazer algumas extravagâncias de vez em quando não tem problema. Tome, beba outro gole.
– E seu eu cair de bêbada?
– Aqui é seguro, ninguém vai lhe importunar. Anda, tome.

Carmen deu outro gole e mais uma vez fez careta. O fato de custar dois mil reais não tornava o gosto daquela bebida melhor. D. Morte pegou a garrafa de volta, tomou outro gole e falou contemplando o liquido restante.

– Tem uma coisa que eu invejo nos humanos.
– É? O quê?
– A grande habilidade de se embebedar. Não importa o quanto eu beba, o álcool não tem efeito nenhum sobre mim.
– Meu tio fala a mesma coisa e no fim sempre fica trocando os passos e falando embolado. Dizem que quem tá bêbado não percebe.

Ao invés de lhe dar outro golpe com a foice, D. Morte tampou a garrafa e falou.

– Vou te mostrar um truque. – ela jogou a garrafa para o alto e pouco depois atirou sua foice. Quando a garrafa chegou a uns dez metros de altura, ela foi atingida em cheio pela lamina da foice que depois voltou girando como um bumerangue para a mão da sua dona. Voou caco de vidro e whisky para todo lado enquanto Carmen assistia tudo com os olhos arregalados.

A morte deu um sorriso sarcástico e falou.

– Acha mesmo que uma “cachaceira” conseguiria fazer algo assim?
– ...
– E já que você está aqui, vou te mostrar outro truque.

D. Morte cravou a lamina da foice no chão e Carmen viu, diante dos seus olhos, toda a grama, arvore e arbusto secar e morrer em poucos segundos. Ela mesma deu um salto quando a grama sob seus pés morreu.

– Tá doida? Você podia ter me matado!
– Eu só mato quem eu quero. E por enquanto, você está salva.

Ela levantou vôo para ir embora dali e parou no meio do caminho, flutuando a dois metros do chão, e disse.

– Fuja daqui. Esse bairro não é mais seguro. Pegue sua família e vá para um dos locais que Ângelo indicou. Se algo te acontecer e não for possível salvar sua vida, terei que te levar.

Dito aquilo, ela foi embora rapidamente, deixando Carmen parada no meio do cemitério com a cabeça dando voltas. Ela não tinha conseguido entender a metáfora da casa velha.
 


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