2012 escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 31
Tempo de despedidas




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No capítulo anterior, Aninha se deu conta de que não havia mais esperanças para ela e Titi. E graças a ajuda de Licurgo, Irene parou com aqueles negócios ilícitos.

27 DE MAIO DE 2012

D. Morte esperava sentada em um dos túmulos do cemitério quando a turma apareceu, todos comemorando como se fosse carnaval.

– E aí, gente? Como foi? – Penadinho respondeu.
– Uma beleza, D. Morte! Todo mundo aqui foi promovido!
(Zé Vampir) – Nós vamos para um plano melhor! Uhuuu!
– Nossa, que bom! Finalmente, né? Vocês merecem!
(Muminho) – Por Anúbis e toda patota, eu mal posso esperar! Chega de ficar usando essas ataduras horrorosas! Estou doido para reencarnar!

Ela riu com a impaciência do amigo e procurou acalmá-lo.

– Lembrem-se de que vocês terão que passar por um período de preparação. E o mundo está passando por mudanças, as coisas terão que se acalmar primeiro pra vocês poderem reencarnar.
(Zé Caveirinha) – Caramba, a gente vai fazer parte da primeira geração após a mudança!
(Lobi) – Até eu fui convocado! Só que eu vou precisar da sua ajuda, D. Morte!
– Xá comigo!
– Eu só tô triste de deixar o papai...
– Ele vai entender, Frank. Seu Frankstóim sempre quis o melhor pra você.
– Será que ele vai poder ir a tempo?
– Ele já está pronto, só esperando você definir sua situação.
– Então eu vou lá dar a notícia pra ele.

Os outros também foram arrumar suas coisas e se despedirem dos amigos. Dentro de pouco tempo, aquele cemitério não ia mais existir. Cada uma daquelas almas ia ser encaminhada para o local adequado, não sobrando mais ninguém ali além dos corpos em decomposição. Penadinho sentou-se do lado dela.

– E você, D. Morte? O que vai fazer quando o cemitério acabar?
– Vou ter que procurar outro lugar pra morar. Não se preocupe, já estou acostumada.
– E as suas coisas?
– Minha casa não situa no plano dos vivos, exatamente. Dá pra mudar de lugar quando necessário.

O fantasma olhou para o céu, onde os portais estavam sendo abertos e vários emissários da morte voavam de um lado para outro se preparando para sua tarefa. Se os humanos vissem aquilo...

– Parece que você vai ter muito trabalho.
– E vou mesmo. Nunca em todo esse tempo de trabalho eu tive tantas pessoas pra levar. Vai ser uma loucura!

Olhando para o cemitério, o local que foi seu lar durante muitos anos, o rosto dele se entristeceu ao pensar que dentro de pouco tempo aquele local estaria todo destruído. Sua tumba, a tumba dos amigos, os locais onde eles reuniam para conversar e até a pedra do Cranicola. Em breve, tudo aquilo seria apenas lembrança.

– Eu sei que você ama esse lugar, Penadinho. – ela falou também olhando a paisagem com o rosto sereno. – mas é hora de seguir em frente. Nada é eterno, você sabe.
– Sei sim, D. Morte. Só fico meio triste porque a gente passou por tanta coisa aqui!
– Foi divertido, não foi?
– E como!

Eles ficaram em silêncio por um tempo e ele voltou a falar.

– Nunca pensei que esse dia chegaria. Quer dizer, sabia mais ou menos, só que... sei lá! Acho que não estava preparado pra ver tudo se acabar, entende?
– Entendo. Nunca estamos preparados o suficiente.

Estava anoitecendo e as primeiras estrelas despontaram no céu. Os outros voltaram carregando algumas sacolas e Penadinho falou.

– D. Morte, que tal a gente ir pregar uns sustos por aí?
(Zé Vampir) – Eu já preparei tudo como você gosta, ó! Tem até sorvete de flocos!

Ela olhou para seus rostos ansiosos e não teve como negar. Nada como uma boa noite de susto para se despedir dos amigos.

– Então vamos lá, gente. Só que eu tenho de chamar uma pessoa!

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– Denise, você divulgou bastante, né?
– Claro, fófis! Divulgação é comigo mesmo! Quando você falou pra espalhar, eu espalhei pro país inteiro!
(Mônica) – Que exagero, quem vai sair lá de Rondônia pra vir pra cá?
(Cascuda) – Sei não, Mônica! Quando souberem dessas roupas lindas, é capaz de vir gente até do Azerbaijão!

As outras deram uma risada e continuaram planejando o mega-bazar daquele fim de semana. Era um grande evento que Carmen estava organizando com ajuda de Aninha e das outras meninas. Além de vender as coisas sem uso da sua casa, também ia ter uma barraca de doces e salgados montada por Quim e Magali. Se tudo desse certo, eles iam vender muitos guloseimas. Nimbus pretendia dar um show de mágica para entreter e manter as pessoas no bazar e no fim a banda TMJ planejava dar um pequeno show.

(Marina) – E a sua mãe, Carmen? Concordou mesmo?
– Pois é. Daqui a pouco ela compra tudo novo. Ai, gente! Vai ser tudo de bom!
(Magali) - Uma pena a Keika e o Tikara não estarem aqui...
– É...

Elas ficaram um pouco tristes, preocupadas com os amigos que ainda estavam no Japão.

(Isa) – Tomara que eles consigam sair de lá a tempo.
(Mônica) – E vão conseguir, eles são muito bons! E a gente vai estar esperando por eles!

A animação voltou e elas voltaram com o planejamento do bazar. Cada uma ajudava como podia e todas estavam unidas para que tudo desse certo.

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Mesmo sendo noite, Quim resolveu fazer hora extra para preparar os doces e salgados para o bazar da Carmen. Se tudo desse certo, ele ia conseguir muito dinheiro com aquelas vendas.

Franja mostrava aos amigos o esquema para construir as barracas que ele tinha planejado. Era simples, econômico e não ia levar muito tempo. Afinal, era algo para durar somente um dia.

– Isso vai ser bem legal. Uma pena elas não estarem vendendo miniaturas do Cosmo-Guerreiro!
(Cebola) – Cascão, você mal vendeu seus bonecos e tá querendo comprar mais?
– Nem me lembre disso, ai que dor! – ele choramingou ao lembrar-se do dia em que se desfez dos seus tesouros. Tudo em nome da sobrevivência.

Nimbus também ensaiava seus números de mágica para entreter o público.

– Agora fica quieto aí, Lucas! Esse número de ilusionismo é muito importante!
– Olha lá o que vai aprontar, heim?

Ele fez um gesto com as mãos, disse umas palavras mágicas e uma pequena nuvem de fumaça se formou em volta do amigo. O riso foi geral.

– Ué, o que foi? – Lucas olhou para si mesmo e se viu usando roupas cor de rosa e cheias de glitter. Sua cadeira de rodas estava cheia de flores e havia orelhas do Ursinho Bilu na sua cabeça. – Pô, Nimbus! Aí é sacanagem!
– Foi mal, cara! Eu só queria te fazer levitar! – ele fez outro gesto e após algumas transformações bizarras, finalmente Lucas voltou ao normal ainda sob os risos dos outros rapazes.

Após enxugar as lágrimas de riso, Xaveco perguntou.

– Galera, e o Titi? Achei que ele fosse aparecer hoje. – Jeremias respondeu.
– Aquele ali? Esquece! Só porque ninguém aqui ficou do lado dele, ele resolveu emburrar com todo mundo.
(DC) – Eu não concordei com nada do que ele fez com a Aninha! Sujeito mais folgado!
(Cebola) – Folgado e idiota. Bah, deixa ele! Nós temos mais o que fazer!

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Um grupo de adolescentes estava conversando perto de um beco. Eles davam risadas, tomavam cerveja e alguns até fumavam, coisa que não deviam fazer naquela idade.

D. Morte os observava de longe e instruiu os amigos.

– Quando eles correrem pra cá, vocês sabem o que fazer!
– Deixa com a gente! – cada um assumiu sua posição, fazendo caretas assustadoras e se preparando para darem bons sustos.

Ângelo, que estava junto com eles usando um sobretudo para disfarçar as asas, ficou com receio daquela brincadeira, mas ela o tranqüilizou.

– Relaxa, eles vão ficar bem e talvez tomem um pouco de vergonha na cara! Lá vou eu!

Ela escondeu o rosto mais ainda com o capuz, para parecer bem assustadora e se aproximou dos jovens, que de cara levaram um susto quando aquela mulher alta e vestida de preto chegou perto deles.

– Vocês sabem que horas são? – ela perguntou com uma voz fantasmagórica.
– Er... oito e meia? – um deles respondeu olhando para ela meio desconfiado.

Um sorriso perverso surgiu naquele rosto pálido e ela os encarou com seu melhor olhar de besta do apocalipse.

– ERRADO! – sua foice apareceu em suas mãos e ela completou – É nora de morrer!

A gritaria foi geral, eles largaram as latas de cerveja no chão e saíram correndo em debandada. Em seus lugares, Penadinho e sua turma partiram para cima dos jovens gritando e fazendo caretas. Os gritos aumentaram mais ainda e eles saíram correndo pela rua, com a turma do cemitério atrás. D. Morte também os seguia sacudindo sua foice e falando que ia cortar as cabeças de cada um. A perseguição só acabou quando eles viraram a esquina e todos caíram na risada.

– Hahaha! Essa foi boa, D. Morte! Viu só a cara deles? – Penadinho falou entre risos.
– Eu adoro quando os humanos ficam apavorados desse jeito, é hilário!

Apesar de não ter participado, Ângelo acabou dando risadas da situação. Aqueles desmiolados bem que estavam precisando levar uns sustos para ver se tomavam juízo. E tudo era apenas uma brincadeira, ninguém saia machucado.

O celular de D. Morte tocou, fazendo com que todos ficassem em silêncio.

– O que foi? Heim? Sério mesmo? Hahaha, que beleza! Agüenta aí que a gente já está chegando! – ela desligou o celular e falou para os amigos. – Gente, parece que tem mais um daqueles lá no cemitério!
– Uebaaaa! Vamos fechar a noite com chave de ouro! – todos bateram palmas e só Ângelo ficou com cara de quem não entendeu nada.
– Um daqueles o quê? Não entendi!

Penadinho explicou.

– Você vai entender logo, logo! Vamos antes que eles terminem!

Quando chegaram, eles se depararam com um grupo de fantasmas muito indignados. Um deles falou.

– Esse povo de hoje perdeu a vergonha, onde já se viu uma coisa dessas?
– Calma, onde eles estão?
– Atrás daquelas tumbas. Anda logo antes que eles comecem a gemer!

Cada um assumiu uma posição, como se tudo tivesse sido combinado com antecedência.

– O que tá pegando? – Ângelo perguntou em voz baixa a Penadinho.
– É um daqueles casais malucos que vem fazer sem-vergonhice aqui no cemitério. A gente adora por eles pra correr. Olha só!

D. Morte aproximou-se bem lentamente, procurando não fazer barulho nenhum. O clima estava bem quente entre os dois e a mulher já tinha levantado todo seu vestido enquanto o sujeito estava abaixando as calças. Ela mesma não incomodava com aquilo, pois já não tinha mais idade para ter tantos pudores. Mas os outros fantasmas não gostavam daquele tipo de situação e ela sempre os espantava para que não incomodassem o descanso das almas. Sem falar que era muito divertido colocar aqueles casais para correr.

Ao ver que as calças do sujeito estavam lá nos pés dele, juntamente com as cuecas, ela entrou em ação.

– Que safadeza é essa aqui no meu cemitério? Eu vou levar a alma de vocês agora mesmo! – ela gritou apontando sua foice para os dois. Com a deixa, Penadinho e sua turma saíram dos seus esconderijos e partiram para cima do casal. Para a mulher bastou apenas abaixar o vestido e sair correndo a toda velocidade, mas o homem não sabia se levantava suas calças ou corria e o infeliz teve que sair pulando feito maluco, tropeçando e gritando por socorro.

Lobi correu atrás dele rosnando e latindo enquanto Zé Vampir, em forma de morcego, foi atrás da mulher esperando conseguir morder o seu pescoço e assim ter sua última refeição. Penadinho tirou o lençol, enrolou algumas vezes e bateu no traseiro do homem, que com aquilo correu mais ainda com as calças já no meio das pernas.

Quando o casal saiu do cemitério, os risos começaram novamente e Zé Vampir estava voltando lambendo os beiços com a boa refeição que tinha acabado de fazer. A barriga de Ângelo já estava doendo de tanto rir. Quem poderia acreditar que sair por aí assustando pessoas era tão engraçado? Muito melhor do que aprontar com a Mônica porque pelo menos não sobrava nenhuma coelhada para ele.

Quando se deram por satisfeitos com os sustos daquela noite, cada um foi buscar sua parte da festinha de despedida que pretendiam dar e Ângelo acompanhou D. Morte até sua casa para ajudá-la a preparar os salgados.

– Nossa, essa foi demais! Eu nunca ri tanto! – Ângelo falava enquanto ia colocando os salgados nas vasilhas de plástico.
– É mesmo! Eu estava tão ocupada que tinha até esquecido de como é bom relaxar um pouco! – ela ia picando o pão para o fondue daquela noite.

Quando terminaram, os outros já estavam do lado de fora com Cranicola cheio de queijo derretido e cada um com seu garfinho esperando pelo pão picado que D. Morte trouxe para a festa. Só que junto com o fondue, também tinha outra surpresa que ela não esperava.

– Ei, o que vocês estão aprontando?

Em um telão trazido por Frank, eles projetaram várias fotos da turma que traziam boas lembranças.

– Esse aqui foi quando o Zé Vampir foi desafiado pelo rei dos vampiros! – Penadinho explicou – Até hoje eu não sei como você derrotou aquele cara!
– Ora, é porque eu sou muito poderoso! – ele respondeu estufando o peito, sendo que na verdade o seu oponente tinha fugido por causa de um caçador de vampiros.

Penadinho continuou mostrando as fotos.

– Aqui é quando a gente foi no monte do Terrir, essa é do dia em que o Muminho resolveu fazer roupa nova pra todo mundo!

D. Morte disparou a rir das roupas que seu amigo tinha feito, feliz por ter viajado naquele dia.

– E essa foi naquele dia da praia, quando o Dr. Ira e a fraternidade MUTANTE nos atacou.

O fantasma mostrou fotos de todos, inclusive D. Morte usando um maiô preto com capuz exibindo uma magreza que deixaria Maria Melo com inveja. Depois ele foi mostrando outras e de repente D. Morte exclamou furiosa.

– Ah, não! Eu não acredito que vocês guardaram essa foto! Aí já é demais!

Todos começaram a rir daquela foto. Naquele dia, ela tinha resolvido mudar o visual, adotando um estilo bem espalhafatoso e parecido com o da Lady Gaga. Ângelo até engasgou com a bolinha de queijo quando viu a morte usando maquiagem pesada, que se destacou em sua pele excessivamente pálida. Ela usava um short curto, jaqueta e um grande lenço amarrado na cabeça. Para completar, óculos escuros.

Outras fotos também foram mostradas, relembrando as aventuras e trapalhadas que eles viveram juntos. A maioria era de D. Morte, desde seu estilo antigo até o atual, quando ela passou a adotar capa com capuz e um visual um pouco mais sombrio. Também havia fotos de quando ela trabalhou como supermodelo, de quando ela participou do concurso de miss misteriosa e várias outras.

– Nossa, quanta foto D. Morte! – Ângelo falou admirado.
– Humpt! Algumas bem que deviam ter caído no esquecimento. Ei! Quem foi que tirou essa foto aí?

Era uma foto dela, tirada há poucos dias. Ela usava um lenço na cabeça e estava de camisola curta dentro de casa sentada no sofá da sala esperando a mascara facial fazer efeito. O rosto dela estava todo verde e tinha rodelas de pepino em seus olhos. Ele não pode deixar de notar que ela estava bem menos magra do que nas fotos anteriores, indicando que tinha ganhado corpo.

– O que você tanto olha pras minhas pernas, seu sem vergonha? Olha que eu conto pra Nina, ouviu?
– Conta o quê?
– Iai! – o anjo deu um salto quando sua namorada apareceu entre os dois, olhando para um e para o outro esperando por explicações.

D. Morte não falou nada, deixando que ele se virasse sozinho. Ele engasgou, raspou a garganta e falou...

– Er... que... que... – por mais que tentasse, ele nunca fora bom em inventar mentiras e Penadinho veio ao seu socorro.
– Que ele andou pregando sustos junto com a gente!
– Ah, isso? O que tem?

Um suspiro de alívio foi dado e ela sentou-se do seu lado para também ver as fotos. Eram muitas fotos, mostrando os melhores momentos da turma no cemitério. Muitas aventuras, confusões, sustos e situações engraçadas. A maioria era de D. Morte e das trapalhadas em que ela se metia.

(Nina) – Puxa, o pessoal aqui gosta mesmo de você, heim D. Morte?
– Blé! Isso agora, mas quando ainda estavam vivos, eles fugiam de mim como o diabo foge da cruz!

Quando Penadinho terminou de mostrar as fotos, cada um foi entregando para D. Morte uma lembrança. Zé Vampir tinha lhe dado uma miniatura de caixão, Muminho lhe deu um pergaminho com poemas ao estilo do antigo Egito, Lobi deu a ela seu melhor osso de mastigar, Frank um dos seus parafusos e Zé Caveirinha um osso da sua mão. Eles não iam mais precisar daquelas coisas. Penadinho e alminha deram a ela um lençol com várias dedicatórias e cada um foi dando a ela lembranças daquela amizade que tinha durado tantos anos.

– Puxa, gente, nem sei o que dizer! Valeu mesmo!
(Penadinho) - Imagina, D. Morte! A gente vai sentir saudade, viu?
– Ora, não fiquem assim! A gente vai se ver de novo quando chegar a hora de vocês reencarnarem. E mais uma vez quando eu tiver que trazê-los de volta!

Vários fachos de luz vindos do céu apareceram e as almas do cemitério começaram a subir uma a uma. Era hora da despedida.

(Zé Vampir) – Eu não vou chorar, não vou chorar, não vou chorar... buáaaaaa! Aparece pra visitar a gente, D. Morte! E você também, Ângelo! Buáaaaa! – de repente, ele parou de chorar e pediu, olhando para Nina. – Hã... será que não rola nem uma mordidinha aí no seu pescoço?
(Ângelo) – Nem a pau, Juvenal!
– Já sei, já sei... no pescoço dela, só você pode morder. Regulado!
(D. Morte) - Comportem-se, ouviram? E boa sorte pra todo mundo!

Lobi chegou perto dela e pediu.

– Tá na hora, D. Morte. Manda ver!
– Beleza, lá vai! – ela o tocou com sua foice, tirando sua vida na hora. O fantasma dele saiu do corpo, ainda estranhando um pouco a própria situação, porém feliz.

(Penadinho) – Até mais, D. Morte! Foi muito legal te conhecer!
– Igualmente, Penadinho. Tomara que da próxima vez que eu for te trazer pra cá, você não corra tanto!
– Vou tentar lembrar disso. Hahaha!

Quando o fantasma subiu, junto com Alminha, ficaram somente D. Morte e Ângelo no cemitério escuro. Todos tinham ido embora.

– Caramba, como isso aqui ficou silencioso! – Ângelo exclamou olhando para os lados. Apesar de ser um cemitério, aquele lugar era bem movimentado.
– Pois é. Bem, acho que eu vou me recolher. Vocês sabem, muito trabalho amanhã.
– Quer que eu te ajude com essa caixa? Eles te deram muita coisa!
– Não, tudo bem. Eu me viro. Vocês podem ir.
– Tá bom. Até mais, D. Morte!
– Tchau, D. Morte! – Nina também se despediu.
– Até..

Depois que o casal foi embora, ela ajoelhou-se para contemplar os itens da caixa. Ao olhar os presentes que tinha ganho, várias lágrimas correram pelo seu rosto e ela chorou ali sozinha e no meio do escuro. Mais uma vez, sozinha.


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