I Cannot Love You escrita por gabyzutto


Capítulo 37
Capítulo 36 - Você em mim




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/27951/chapter/37

[Geovanna's Pov]

 

Eu estava sentada na sala, lendo o livro que estava me enchendo de êxtase e emoções.

 

Diários do Vampiro”

 

Estava até me lembrando de um sonho que tive essa noite. Onde estava fugindo de alguém em uma moto. E chegava em um lugar, onde quem me recebia era o Stiven. Ele tentava me beijar mas eu não deixava. Depois o Frank aparecia, ele me pegava de surpresa. Seu beijo foi tão real como o do carro, naquele dia.

 

Eu estava, como sempre sozinha. As letras no livro estavam embaraçando um pouco. Eu decido subir pra pegar meu óculos. Foi uma atitude tão simples, mas quando fui subir as escadas, eu esbarrei em um degrau, e acabei rolando seis escadas abaixo.

    - Ai! - digo, tentando me levantar. Já tinha esquecido o quanto sou desastrada! Porque sou assim?Eu nem corri! Mas, estava tudo bem, eu só tinha torcido o pulso um pouco e arranhado a perna. Eu estava com uma bermuda até o joelho camuflada, e bem justa que me deixava pouco a vontade. Sentada no chão, eu segurava meu pulso que doía bastante. Eu olho bem e vejo um corte horrível no meu pulso.

    - Tudo bem. - digo pra mim mesma, me levanto e meus olhos insistiam em se encherem d'água. Vou até o banheiro de baixo, molho minha perna, e enrolo uma faixa no pulso. Enrolando eu percebo que o pulso que torci, foi o mesmo que havia cortado para que o Frank sugasse o meu sangue.

 

    - Geovanna! - ouço o Stiven me chamar, após o bate da porta.

    Ele estava com a mochila do colégio nas costas, parecia meio aflito.

    - O que foi?

    - É melhor você sentar.

Ele vê o meu pulso com uma atadura enrolada, e pergunta:

    - Você se cortou?

    - N... não eu... só, só torci o pulso.

    - Como você conseguiu fazer isso?

Eu me sento no sofá.

    - Érr... não tem importância.

Logo ele vê o arranhado na minha perna.

    - Você caiu, não é?

    - Não... - ele senta do meu lado pegando o meu braço, e tocando a faixa sobre o mesmo.

    - Ahm... - eu digo, me levantando depois de desviar de seus olhos. Ele meche no piercing na sua boca, eu me viro olhando pra ele e pergunto:

    - O que você queria dizer?

Eu percebo uma expressão arrasada aparecer nele. Ele cruza suas mãos, e olha pra baixo.

Eu ouço ele dizer umas coisas baixinho, eu pergunto:

    - O que?

Ele me olha e diz:

    - É... - ele levanta pegando sua mochila.

    - Eu quero te dar um aviso. Eu sou seu irmão mais velho. E os irmãos mais novos devem dar ouvidos aos mais velhos.

    - Onde você quer chegar?

    - Se afasta do Frank. - ele disse lentamente e claramente.

Após franzir a testa, olhar para várias direções, e morder o lábio inferior e digo:

    - O que?

    - Confia em mim Geovanna. Eu sei que, eu não sou um bom irmão. Nem ao menos sou um bom filho. Mas... dessa vez, eu sei que quero te proteger e... eu não quero ver você falando com esse Frank mais.

Eu coloco a minha mão no pescoço, tensa, com medo.

    - Mas... mas porque?

    - Logo, logo você vai entender.

    - Mas... mas, eu não posso!

    - Pode.

    - O Frank é muito importante pra mim! Eu não posso, apenas de repente... do nada, me afastar dele, sem nem saber o porque!

    - O Frank é um vampiro. - ele é direto.

 

Não! Não! O Stiven não pode ter descoberto! Não pode ser verdade!

 

    - Do que esta falando?! - digo tentando me fazer desentendida.

    - Olha isso. - ele diz, abrindo a mochila e tirando um livro. Ele coloca na página 103, e me mostra uma imagem, quase de perfil de um rapaz. Sim realmente era o Frank. Abaixo havia uma frase em letra pequena porém em negrito:

 

Frank Knight 1893, filho de Matt Knight, sendo assim como o pai legítimo, um dos poucos sangue-puros que ainda existem no século XX” 

 

Minha respiração estava acelerada, meus ombros estavam rígidos.

 

    - Que loucura é essa?!

    - Eu entendo o quanto você deve estar impressionada! Mas... você tem que enfrentar a realidade! O Frank é uma ameaça! Ele esta esperando a hora certa pra te atacar! Vampiros não conseguem se controlar à tentação! Eu sempre percebi o modo com o qual ele te olha. Ele te olha como um bicho faminto! E... ele é um vampiro!!!

    - Para com isso Stiven! C... como você pode acreditar nessas coisas absurdas que esse livro conta??

    - Porque não existe prova mais clara!

    - Eu não vou me afastar do Frank, por causa de um livro idiota! - digo, jogando o livro no chão e subindo.

 

Stiven paralisado na sala, olha o livro que Geovanna estava lendo sobre o sofá e vê o título:

 

Diários do Vampiro”

     

    - Será... será que... ela já sabia??? -ele diz consigo mesmo.

 

Eu entro no meu quarto aflita. Não pode ser! O Stiven vai acabar contando pra todo o mundo o segredo do Frank! Ele não pode fazer isso! Não pode! Talvez se... se todos ficarem sabendo... Não!!!

Eu andava tensa pelo meu quarto, pensando e pensando. Talvez eu devia ir falar para o Stiven não contar pra ninguém... ou talvez devesse ligar para o Frank agora mesmo. Ai! É tão difícil lidar com tudo isso sozinha! Eu não sei o que fazer!

 

Anoitece, eu fiquei esperando, se o Stiven saísse, antes dele ir eu diria que não queria que ele contasse. Mas como ele ficou em casa, eu decidi esperar até amanhã. Eu poderia ter ligado para o Frank o alertando, mas eu tenho medo da reação dele, por isso prefiro falar olhando pra ele.

 

Na manhã seguinte, minha mãe levou a mim e ao meu irmão de carro novamente para o colégio. Ainda esta um clima ruim entre a minha mãe e o meu irmão e isso estava me incomodando.

Stiven não disse uma palavra sobre o assunto de ontem. Até agora. Assim que estavamos entrando lado a lado no colégio, ele diz:

 

    - Não fale com o vampiro.

    - Shhh! Fala baixo! - eu digo olhando para os lados.

    - Olha, Stiven... - eu o faço parar de andar antes de virarmos para lados diferentes para irmos até nossas salas de aula.

    - Não conta pra ninguém, sobre essa história. - eu continuo.

    - O que? Você deveria estar com medo de chegar perto dele! Porque você o defende?

    - Ele é meu amigo.

    - Mesmo sendo um vampiro, Geovanna? Você enlouqueceu garota pirada??

    - ...

    - Você não entende o que isso significa? Ele se alimenta de sangue humano!

    - Eu tenho certeza de que... ele não é nenhuma ameaça.

    - Essa sua tremenda confiança, me irrita!

    - Por favor. Não conte.

    - Eu tenho que alertar essas pessoas que estão correndo risco.

    - Que risco?! - digo, assim que um dos amigos do Stiven se aproxima, colocando o braço sobre o ombro do Stiven:

    - E ai, irmãozinhos perfeitos! -- De que risco você falava, Geovanna?

    - Não é da sua conta, Reita! - diz o Stiven. Eu sinto que de momento, ele não irá dizer nada.

     

Me afasto, indo até a minha sala. Eu estava visivelmente apreensiva, o sinal de retirada do pátio para as salas de aula ainda não havia batido, haviam poucos alunos nas salas. Eu entro, Sophia estava lá mexendo em uns livros. Eu a comprimento, e vou até a porta pra ver se o Frank aparecia, era uma pena que ele era justamente da sala do meu irmão.

    - O que foi, Nina? - pergunta minha amiga, percebendo minha tensão.

    - É, que... eu tenho que falar com o Frank!

    - Huum, e sobre o que? - ela pergunta num tom um tanto que perverso.

    - Não é nada do que esta pensando. - digo em tom de riso. Eu vejo o Frank. Acenando pra ele, corro. O sinal bate justamente na hora em que o encontro.

    - Frank! - digo colocando ligeiramente a mão sobre o cabelo.

    - Nina.

    - Frank, eu tenho que falar com você é muito, muito importante!

Ele me olha incrédulo, e diz:

    - Pode ser no intervalo? Mais um pouquinho ficamos pra fora da sala! - com um lindo meio sorriso.

    - Não! tem que ser agora!

Ele fica um tempo em silêncio e depois prossegue:

    - Bom... vamos até os fundos da praça de alimentação!

    - Ta. - os fundos da praça de alimentação do colégio era perto do salão de limpeza, onde tinha uma escada e uma porta ao pé e ao topo dela. Quase não havia ninguém lá a essa hora, então acho que é por isso que ele queria ir comigo até lá. Não podíamos sermos pegos, afinal de uma forma ou de outra... estamos cabulando aula!

    Ao entrar na praça, Frank diz baixinho:

    - Espera parece que alguém esta vindo.

    - O que? - não entendo porque não ouvi barulho nem rastro algum.

    - Shhh. - eu estava atrás dele. Quando vejo a coordenadora e uma das cozinheiras passar por ali. Elas conversavam sobre algo. Se nos pegassem aqui estávamos ferrados!

Depois que elas passam, eu olho pra ele e digo:

    - Você é incrível!

    Ele sorri, e assim conseguimos chegar aos fundos da praça.

    Ele estava com uma alça da mochila sobre os ombros, e parou pra olhar pra mim dizendo:

    - Mas e então? Normalmente eu já deveria saber o que você quer me dizer mas... o bloqueio continua.

Eu sorrio.

    - Isso é excitante – ele continua, olhando ligeiramente para o teto. - porque eu posso saber a história toda de qualquer um, e quanto a você... isso me faz ficar mais curioso. É uma coisa tão simples pra mim, saber o que os outros falam, pensam, o que vão fazer... quanto é pra vocês humanos não poder saber nada.

    - É difícil entender. Tudo isso é tão sobrenatural!

    - Há, há...

    - Bom... sobre o que eu ia dizer... érr, é meio confuso...

Ele me olhava fixamente. Era como se ele tentasse saber o que estava querendo dizer.

Ele cruza os pés, encostando na parede, me ouvindo atentamente.

    - E... érr... para de me olhar desse jeito assim não consigo me concentrar! - acabo dizendo.

    Ele me olha novamente com um daqueles meio sorrisos, e desentendido, pergunta num tom de riso:

    - Mas de que jeito?

    Eu coço a cabeça, incrivelmente sem graça. Não entendo que reação estupida é essa minha! Foi sempre tão normal... é como se o Frank fosse alguém que não conhecesse. Ele coloca a mochila no chão se aproximando de mim, eu estava de costa para o corrimão da escada.

    - Eu... não consigo saber absolutamente nada sobre o que você quer dizer... mas suas reações são tão familiares, tão previsíveis. Eu sei que você esta sem graça, e eu saber disso não tem qualquer ligação com o fato de eu ter sangue-puro nas veias. Isso é claro porque o seu corpo mostra as reações, suas bochechas vermelhas é uma delas.

    - Érr, tudo bem... - eu saio de perto do corrimão e vou para o lado oposto, o da parede, que era onde ele estava a pouco, antes de se aproximar de mim e dizer essas coisas estranhas.

    - É... um livro... que o Stiven encontrou.

    - Livro?

    - Sim... ahm. Um livro intitulado... “Vampiros”.

    - Eu... sinceramente não estou entendendo!

    - É... que nesse livro, tem... uma foto. - eu estava o tempo todo olhando pra outros lados, sem encarar os olhos dele. - uma foto sua. - foi quando finalmente olhei nos seus olhos.

Ele não teve reação alguma, apenas perguntou:

    - Foto minha?... mas, estava solta ou estampada no livro?

    - Ela fazia parte do livro. A foto tem jeito de ter sido tirada sem você ver. Ela ta de relance, meio de perfil, foi uma foto tirada as escondidas, na surpresa.

    - Eu to ficando... confuso!

    - Eu entendo, eu estou até agora! O livro... é do século XX! Mas... a foto é do século XIX!

    - !!! - ele arregala os olhos. Finalmente vi o seu “corpo” como ele mesmo diz, mostrar uma emoção, digamos que humana. Ele se encosta de lado no corrimão da escada. E devagar ele senta no chão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Cap. 36 - Você em mim
end.
 
ps: gomen não trazer as fts q disse anteriormente, mas em breve trago, bjooos leitores, e ateh a proxima!