Quando ele disse isso, como num vulto eu joguei minha mochila no chão e fui pra cima dele, eu juro que agora vo arrebentar essa cara de "anjo" disfarçado dele. Eu só puxei a camisa dele, porque meus amigos me seguraram, Frank não se moveu pra nada, nem pra se afastar ou pra também cair encima de mim.
- Calma cara! - dizia o Reita de um lado de mim.
- Peste, tira a mão suja de cima da minha irmã! - eu dizia em furia, nós já estavamos no portão da escola, a rodinha de alunos estava começando a se formar pra ver a "briga".
Eu vi a Geovanna dizendo algo e puxando o Frank, eles se afastavam pouco a pouco.

- Se acalma cara deixa isso pra lá! - diz o Reita me levando pro outro lado, nós começamos a andar novamente.
- Porque você odeia tanto aquele cara? - pergunta o Mike.
- Ele é um falso meu, vocês não percebem?
O Derick entregando a minha mochila diz:
- Você não devia agir assim cara, ele ajudou pra caramba a gente naquele dia lá do sequestro da Nina!
- É tudo falsidade! Ele faz isso pra conquistar a confiança da Geovanna, e fazer ela ficar contra mim.
- Você é um mané mesmo! - diz o Mike.
- Qual é vocês vão ficar defendendo ele agora é?
- Não, po, não... - eles dizem ao mesmo tempo coisas assim.
- Vocês sabem se a Sophia vai com a Nina também até em casa ou só vai aquele "coisa" com ela?
- Sei lá... - diz o Mike.
- Acho que vão os três. - "chuta" o Derick.
Eu paro de andar.
- Eu... eu tenho que conferir! - digo colocando a mochila em um ombro, e dando meia volta. O Reita me impede pela mochila, eu do um passo tropego pra trás, e ele diz:
- Espera ai, Pegador! Pode deixar eu vo conferir, você espera aqui valeu? - ele nem espera eu dizer alguma coisa, e sai.
- Bom, vamos esperar! - diz o Derick.

[Reita' s Pov]

Ando rapidamente tentando alcançar Geovanna e companhia, e ao longe vejo somente a Geovanna e o "coisa" como diz o Stiven.
- Ei! - eu grito, ambos olham pra trás. Os alcanço e digo:
- É... e a outra gostos.... cof cof - finjo uma tosse - a Sophia?
- Ela foi pra casa dela. - diz a Geovanna simplesmente.
- E não vai acompanha-la até em casa também?
- Não precisou porque eu vou leva-la. - o Frank toma a frente, dizendo com a sua conhecida expressão pacifica.
- Ahm... - digo me afastando.
- Foi o Stiven que fez você vir conferir se ela ia voltar só comigo não é? - diz Frank em voz alta. Eu fico perplexo, é ele tem uma boa dedução.
- É, isso é lógico. - digo olhando pra trás novamente e sorrindo.
Geovanna olha pra baixo com um livro na mão. É, ela é uma gata mesmo, da pra entender porque até o irmão dela se apaixonou por ela.
[Fim de Reita s'Pov]

[Stiven s'Pov]

Vejo Reita vindo, todo alegre. Aliás, ele é sempre assim.

- Iae? - pergunto voltando a andar.
- Érr... é a...
- ?
- A Sophia ta junto.
- Hum... menos mal...

- E então vamos passar em casa? Puxei umas fotos na internet que vocês vão literalmente cair de costas! - diz o Reita sorrindo.
Nós rimos, e eu digo:
- Qual é cara você fica perdendo tempo vendo pornografia em internet?
- Ah... nem sempre, mas po... as vezes é interessante! ha ha ha...
- Po deixa as piadas pra depois e... meu, eu to querendo saber que lance é esse ai entre você e a Nina! - diz o Mike.
- Lance? como assim lance meu? - pergunto.
- É mesmo a gente ta ligado que tem algo rolando entre vocês! Não mente não véio pode confiar na gente. - diz o Reita.
- Vocês tão pirando! - digo, sem graça.
- Chega de mentiras Stiven! Para de enrolar, conta ae!
Eu me calo, não sei se devo dizer.

[Fim de Stiven's Pov]

Enquanto isso...

[Geovanna s'Pov]

Eu e o Frank andávamos calados um do lado do outro.

- Frank... érr eu espero que me desculpe pelo meu irmão.
- Não, por favor Nina, não se desculpe. Você não tem culpa da revolta dele contra mim.
- Eu fico pensando e... você literalmente salvou a minha vida duas vezes... e salvou a vida dele também! Não entendo como mesmo assim ele não consegue nem te agradecer, nem que seja da boca pra fora!
- Há... eu não preciso que ninguém me agradeça... nem mesmo você Nina. - ele diz olhando pra mim e sorrindo.
Eu sorrio e ele continua, dizendo: - Só o seu sorriso já é o suficiente pra mim. - Com certeza eu fiquei vermelha.
- Ai. - ouço ele dizer baixinho e parando, nós já estavamos bem afastados do colégio, ele se encosta em um poste, com a mão no estômago.
- O que foi? - pergunto colocando a mão sobre a mão que ele colocou no estômago, ele estava suando muito.
- É... não é nada não... só que... o sol esta bem forte!
- Ah! - eu olho pra ele, seus olhos estavam na cor do sangue. - Acho que é melhor...
- Não, não se preocupa... eu aah... - percebia que sua voz estava fraca, eu nunca tinha visto ele assim antes! A gente já andou no sol varias vezes, e eu nunca o vi assim! Porque será que esta acontecendo agora?
- Eu deveria ter trazido o carro, mas... meus irmãos iam usar e por isso... sabe é que eles são bem mais fracos que eu... apesar disso... - ele senta no chão rente a árvore na pequena sombra que ela fazia. Ele segurava a minha mão que havia colocado sobre a sua então eu acabei agachando perto dele. - a gente tem outros carros, eu fui imprudente nós viemos todos... juntos... - ele suava muito, eu apenas digo:
- 'Shiii' – digo como sinal de silêncio, ele para de falar no exato momento. - Descansa! daqui a pouco você se recupera. - tinha pouca gente na rua, mas os poucos que passavam ficavam nos olhando.
- Oh, eu estou te constrangendo! - ele diz sem soltar a minha mão, tentando se levantar, eu o impeço, dizendo:
- Não Frank ta tudo bem! - ele me olha na hora, seu suor estava me deixando agoniada, eu tiro o laço que tinha na minha calça e seco seu suor carinhosamente.
- Você é tão... doce. - ele diz.
Eu sorrio, ele segura meu pulso fazendo com que eu pare de secar seu suor.
- Nesse momento eu... gostaria muito estar em outro lugar! - ele pousa levemente sua mão sobre a minha cintura. Eu começo a respirar rápido, eu fico agora mais nervosa perto dele. Antes era tão normal, mas... agora...
- Aai... - ele diz novamente soltando a meu pulço e tirando sua mão da minha. Eu volto a secar seu suor, ele tenta se levantar e diz:
- Que droga, eu não queria estar te deixando aflita.
- O... do que exatamente você esta precisando?
- Érr... bom eu... eu acho que vou ligar para o Filipe, pra ele trazer o carro... - ele tira o celular do bolso e liga.
Ele liga.
Depois de desligar ele me diz:
- Me desculpe Geovanna!
- Ta tudo bem! - eu olho pra ele, e vejo que seus lábios estão muito secos.
- Seus... seus lábios! - ele coloca os dedos sobre eles quando digo - estão tão secos!
- É...
- O que é isso, Frank?
- Érr... não se preocupa!
- Você... ta... com sede? - eu pergunto, desviando o olhar dele que me fita.
- Nina, você não tem que se preocupar com isso.
- Se... se você... me morder...
- Não diga isso!
- Eu viraria uma vampira?
- Nina... por favor...
- Responde! Eu viraria?
- Nina...
- Fala!
- Sim... porque eu sou um "sangue-puro" ou seja, eu sou descendente de pais sangue-puros, que nasceram vampiros. Apenas os sangue-puros podem transformar humanos em vampiros. Que acabam virando um classe E...
- Classe E?
- É... não da pra mim te explicar agora...

Pouco depois, chegam dois carros, um com Filipe e outro com Bianca. Somente o Filipe sai e vai a nosso encontro.
- Iae irmão da pra aguentar um pouco mais?
- Sim...
- Bom, você vai levar a mocinha até em casa né?
- Sim é perto.
- Você... não acha arriscado? - ele murmura mas ainda assim eu ouço.
- Não! Vai embora logo.
- Ta! - Filipe olha pra mim, e entra no carro onde Bianca estava.
- Vem Geovanna, vamos! - ele vai até o carro se apoiando em mim, percebo que quando ele entrou debaixo do sol, ele ficou mais agoniado. Já estamos dentro do carro.
- Ai! - ele fecha os olhos fortemente e coloca a cabeça sobre o volante. Eu olho o peito dele, estava respirando no ritmo mais rápido que de uma criança recém-nascida, muito rápido.
- Frank! - eu digo, colocando a mão em sua costa, ele olha pra mim, seus olhos estavam novamente vermelhos, sua boca seca, a pele de seu rosto estava meio ressacada, eu olho sua mão tão branca, sua veias estavam rígidas, chego mais perto e posso ver veias no seu rosto, muito estranhas também.
- Frank!!! - digo novamente em tom de choro, ele parece estar muito mal.
- Você... sabe dirigir? - sua voz estava totalmente falhada.
- Ai, Frank! Me diz porque você ta assim? tudo é por causa do sol??
- Não, é que... eu não fiz, minha refeição direito ontem e... quando isso acontece eu fico mais vulnerável... me desculpe, mas... ta doendo muito!
- Esta se desculpando por estar sentindo dor?
- É que... estou te deixando aflita, eu vejo na sua expressão, mas... eu pensei que fosse me segurar mais!
Eu olho em volta, eu sei que o que ele precisa é de sangue. Eu abro a minha mochila, pego um alicate de unha, e estou decidida, eu corto o meu pulso calmamente,um corte pequeno foi suficiente pro meu sangue começar a escorrer. Ele olha com a boca literalmente aberta.
- O que esta fazendo?!
Eu também estava respirando rápido meu pulso estava ardendo muito, eu cheguei perto dele, ele estava atônico, e digo:
- Se... você me mordesse eu viraria uma vampira, mas... se você só chupar, não acontece nada certo?
- Geovanna!!!- ele fecha os olhos forte e colocando o braço no nariz, diz:
- Você não pode fazer isso... - o meu sangue já estava pingando uma gota cai na calça dele. - Vai logo, Frank! Pega. - eu me aproximo mais estendendo o meu braço pra ele. Seus olhos vermelhos em chama viram-se contra mim, ele mostra suas presas calmamente, e desistindo de resistir, engolindo a saliva, ouço ele murmura, segurando o meu braço:
- Eu, não... acredito! - ele me fita aproximando seus lábios secos do meu pulso.