- Filho!... - dizia a mãe.
- Me deixa! - ele pega o skate e sobe.
- Meu Deus!! - minha mãe volta a sentar-se no sofá, com ambas as mãos na cabeça.
- Mãe! - me agacho perto dela, colocando minhas mãos em suas pernas.
- Geovanna, você realmente não sabe o que o Stiven tem?
- ... Não.
- Não tem nem mesmo uma noção?
- Eu não sei!
- Ah! - ela parece ter tido alguma ideia. - Os amigos, aqueles três rapazes que andam com o Stiven! - ela dizia engolindo o choro.
- O que tem?
- Tenho que chama-los! - ela pega o telefone - qual o numero deles?
- Não mãe! - eu pego o telefone dela e coloco na linha novamente.
- Porque não?
- Se a senhora fizer isso... o Stiven vai ficar mais zangado!
- É.. é, tem razão! Então eu vou encontrar com eles sem o Stiven saber.
- O que? como assim??
- Eu tenho que conversar com eles! eu quero saber o que meu filho tem! eles devem saber.
Minha mãe esta tão apreensiva, estou com medo. Queria conversar melhor com o Stiven. Mas sempre que tento conversar com ele, sempre fracasso!

[Stiven' s Pov]

Eu estava aflito no meu quarto.
A janela estava totalmente aberta.
Foi repentino, mas vi algo cair dentro do meu quarto, veio da janela. Era um canetão azul claro. Eu pego a caneta e olho pela janela. E vejo aquele carinha na janela do quarto dele, com um caderno de desenho na mão e um outro canetão ou algo do tipo. Isso é tão esquisito! Eu percebo ele escrever algo no caderno.

"Esta tudo bem contigo, Stiven? A rua toda já ta sabendo de alguma bagunça que teve ai na sua casa, eu pensei em ir ai, mas repensei."

Nossa, totalmente incrivel! Estou sendo vigiado! Corro até a estante, pego um caderno de desenho também e escrevo:

"Já esta tarde! Porque não vai dormir ao invés de ficar se preocupando comigo?"

Ela da um leve sorriso, e volta a escrever algo, me mostrando eu leio:

"Eu quero muito ajudar! Deixe-me fazer algo por ti!"

Eu escrevo:

"Não há como ajudar."

Ele escreve:

"Posso ir ai? acho que fica melhor pra conversarmos."

Eu:

" Eu não quero conversar com ninguém. E só quero ficar sozinho."

Ele:

"Que pena. Ficaria feliz em ajudar."

Eu apenas faço um sinal com a cabeça, e saio da janela.
Esse cara realmente é bem esquisito. Pra que tanta preocupação? eu nem sou legal com ele! Porque ele insiste em se importar comigo, se eu não dou a minima? não entendo.
Quando me do por mim, meu celular toca. Olho, não reconheço o numero.
- Fala.
- Oi. - eu reconheço a voz, é o David! qual é a desse cara???
- Há! Não acredito! Você tem o meu numero?
- Sim..
- Quem te passo?
- Foi um dos seus amigos, foi no meio daquele incidente todo.
- Há.. demais isso. - digo cinicamente - O que você ta querendo em cara?
- Ajudar!
- Eu já disse que você não pode me ajudar!
- Porque?
- Porque não po! Meu, vai dormir e para de ficar pensando em mim.
- Eu... não consigo parar de pensar em você!...
- ... - eu me calo nessa hora. Será que... será que esse cara... não, não pode ser!
- Como é?
- Parar de... de... pensa em ajudar! Eu gosto de ajudar você e a Nina!
- Há... eu não to querendo conversar...
- Você tava deprimido aquela hora... eu consegui te animar!
- Que papo é esse cara? olha, outra hora a gente conversa, agora eu não to querendo falar! - e desligo o telefone.

David no quarto, olha pela janela, e vê Stiven fechando a janela.
Ele ficou muito triste.
- Stiven.. - ele sussurra. Ele ainda com seu celular na mão, e olha diversas fotos do Stiven. E lembra de como as conseguiu. Foi enquanto o celular do Stiven estava na mão do Derick. Ele deixou na mão do David por um tempo. E ele passou diversas fotos para o celular dele.
E começa a passar as fotos para o seu pc, e observa-las calmamente.

[Stiven s'pov]
O tempo vai passando, no dia seguinte eu cancelo o skate, a segunda-feira chega imediatamente. A Geovanna vai para o colégio e eu vou com ela obrigado eu tenho faltado muito ultimamente, então hoje eu vou. Meus amigos saltam como sempre encima de mim, eu já até havia esquecido dessas manias bakas que eles tem, e quase caio. Na sala foi osso também, eu não tava com aquele mesmo ânimo de sempre, estava calado e quieto a sala toda estranhou até os professores! Na hora do intervalo alguns alunos ficam na sala pra terminar trabalhos ou algo do tipo, o diretor do colégio permite a permanência de alunos. Eu pela primeira vez fiquei na sala também ,meus amigos ficaram me puxando pra sair mas eu mostrei que realmente não queria ir, e então eles disseram que só iriam dar uma volta e depois voltavam pra me acompanhar, eu expliquei que não era necessario mas eles insistiram.

Estava de cabeça baixa na mesa, foi incrivel mas foi assim, primeiro veio uma garota com quem eu já tinha tido um rolo:
- Tiv?
Eu olho pra ela, ainda de cabeça baixa.
- O que foi anjo? O que você tem? - ela se agacha.
- Só to cansado.
- Tem certeza de que é só isso?
- Sim.
- Olha, mas qualquer coisa se você quiser conversar com alguém, é só vir que eu to aqui ta certo?
- Pode deixar. - digo dando um sorriso.

Pouco tempo depois quem vem em mim é nada menos que a coordenadora, ela costuma passar de sala em sala durante o intervalo pra ver se esta tudo ok com os alunos. Ela sempre me chamava de "rapaizinho".
- Rapazinho?
Eu olho.
- O que houve? porque você não ta azarando lá fora? to te estranhando!
- Não é nada, coordenadora.
- Mentira! Alunos rebeldes como você não ficam quietos assim do nada, só quando tem algum problema. - ela pousa sua mão em meu braço no qual meu queixo estava apoiado - vai conta aqui pra mim vai.
- Não é nada não.
- Huum.. tudo bem então, mas se você não estiver se sentindo bem, = ela olha para os lados e abaixa a voz - pode me procurar que eu do um jeito de você voltar pra casa.
Eu sorrio - Ta bom, valeu!
Ela sorri e sai.

Pra completar, quem eu menos esperava vem falar comigo. Um cara nerd de quem eu e meus amigos sempre zuava!
- Ei, cara! - ele diz receoso, com aqueles enormes óculos redondos.
Dessa vez eu levanto a cabeça para olhar.
- O que você tem em?
- O que?
- Você... não me chingou de nada hoje!
- Qual é cara? me deixa!
- Maas, é que você ta tão quieto!
- E o que tem de mal nisso?
- Nada, mas a sala inteira já ta sabendo que você ta com problemas. Olha, se você quiser ajuda eu...
- Perai meu, eu e meus amigos só zuamos com você! Porque você ta perdendo o seu tempo em vir falar com alguém assim?
- Ah, isso é um caso a parte! - nessa hora meus amigos entram na sala já com intuito de zuar o nerd.

- Olha só isso! O neném veio ao "pé" do Tiv Pegador? - pergunta Derick ironicamente para o carinha.
- Acho que ele veio implorar pela amizade do Tiv! - completa Mike, os três dão uma tremenda gargalhada.
- Po gente, deixa o carinha! Ele só veio perguntar se eu tava bem.

Eles literalmente ficam boquiabertos ao me verem defender o cara.

No final da aula, meus amigos queriam sair pra beber. Eu disse que não iria.
Eles insistem, mas eu sou implacável e digo que vou pra casa.

- Po cara deixa de ser chato! - diz o Mike, enquanto nós quatro saiamos com as mochilas nas costas, nós quatro estavamos com somente uma alça no ombro.
- Gente é que eu não to legal... to sem ânimo pra nada.
- Não perai! - diz o Reita com tudo, fazendo nós pararmos de andar. - Você ta enfrentando problemas serissimos! E nós temos que te ajudar!
- Mas eu não estou entendendo que problemas são esses! - diz Derick.
- Um deles esta vindo ai. - diz Reita acenando para Geovanna que vinha se aproximando com a amiga, Sophia ao lado.
- Stiven! - nós quatro olhamos pra ela. - Você, vai direto pra casa?
E pior: acaba se "enquadrando no meio" o tal do Frank. Eu realmente não gosto desse cara. Ele é muito esquisito, eu não consigo confiar nele. Principalmente porque ele fica o tempo todo com a minha irmã. Fora os irmãozinhos "bonitões" e mal-encarados que ele tem. Eu sei que esse cara esconde algo muito grave, e também sei que ele ta afim da Geovanna. Eu não sou baka pra perceber essas coisas.
- Não é da sua conta. - eu digo pra Geovanna, fugindo dali, não posso olhar pra cara nojento do cara parado ao lado dela.
- Ai! - dizem meus amigos, enquanto afastavam-se comigo.
- Espera ai, Stiven! Então eu vou voltar com os meus amigos estou fazendo o máximo pra não andar sozinha. - ela diz em voz alta, eu paro meus amigos me acompanhavam em tudo, o Mike para um pouco mais a frente.
Eu viro pra trás, e digo:
- Eu prefiro que você volte sozinha do que com esse... "sangue-suga" ai! - esse foi o primeiro chingamento que me veio a cabeça.
A Geovanna arregala os olhos, e o tal do Frank fica meio inquieto, olhando pro lado, com a mão na única alça da mochila que estava em seu ombro.
- Sa... sangue-suga? - ela pergunta. - Porque ta dizendo isso?
- Ignora. - ouço o Frank dizer olhando pro chão, colocando a mão na cabeça dela. Eu me aproximo como em um único passo, e puxo com tudo a mão dele que estava acariciando a cabeça dela, fazendo sua franja se mover com o movimento lento da sua mão.
Segurando o pulso dele, Geovanna olha pra nós e diz:
- Stiven! - nós dois nos encaramos muito sérios, ele se solta com tudo de mim. - Vem Geovanna! - vejo ele puxando-a pela cintura, e fico com raiva mas apenas digo:
- Você é tão sínico cara.
- Sínico?
- Você mente, cada coisa que você faz... não passa de uma mentira.
- Há! E você? vive amores ocultos, ama quem não te corresponde isso é bem claro também.