Sophia havia acabado de chegar na casa dos Harvey (sobrenome da família de Stiven e Geovanna) e entrou sem nenhum problema. Logo a mãe chega. Sophia estava um pouco aflita, já que o telefonema de David foi totalmente estranho. Mesmo assim ela tenta se manter calma, e tenta fazer tudo certo. Estava sentada no sofá da sala vendo tv.

E após ouvir o som do carro de Lucia estacionando em frente se senta novamente após ter ido brevemente à janela. A mãe de Geovanna, dona Lucia entra radiante em casa, sorridente, com várias sacolas na mão, uma roupa diferente, aparentemente bem cara. Estava de salto alto, cabelos presos, uma bolsa de coro no ombro. Seus cabelos um pouco mais claros.

- Stiven, Geovanna! – é a primeira coisa que ela diz após entrar.

Sophia se levanta na hora, dando um silencioso sorriso. Por um tempo somente o som baixo da tv permanece. Mas Lucia corta o silencio logo, indo até o sofá colocando as sacolas e bolsas sobre o mesmo e dizendo:

- Ah! Sophia, minha querida! – logo vai até ela e lhe da um abraço.

- Olá dona Lucia quanto tempo! Como a senhora esta bonita.

- Obrigada querida! Você também.– diz sentando-se após soltar uma longa respiração, no sofá.

- Bom, mas... e meus filhos? Estão no quarto?

- É... não, não eles não estão.

- Não? Estão na varanda? Na cozinha?

- Não dona Lucia.

O sorriso feliz de Lucia, se fecha vagarosamente, e ela diz:

- Mas... mas como assim? Eles não estão aqui?

- ...Não! Mas, não se preocupe dona Lucia, eu sei que a senhora deve estar achando um absurdo porque a senhora ficou um bom tempo fora e esperava que eles estivessem aqui para recebe-la.

- Sim! O que esta acontecendo, Sophia?

- Não, não é nada, é que... o Stiven é... foi até o colégio urgente com a Geovanna, porque convocaram eles para uma apresentação muitissimo importante.

- O que?

- É... e bom, isso pode melhorar as notas deles!

- Bom, a Nina precisa de algumas melhoras, mas... o Stiven? Ele só tira 10 em todas as matérias!

- É, mas... – Sophia se levanta e fica de trás para Lucia – A senhora sabe o quanto o Stiven é perfeccionista né? Principalmente em relação a notas. Ele quer sempre ser o primeiro. Por isso ele achou que seria bom se já que, ele tem tanta... tanta...

- Inteligência? – Lucia diz ainda sentada, com suas mãos entrelaçadas um pouco mais séria.

- Isso, inteligência. Já que ele é tão inteligente ele achou que poderia investir cada vez mais.

Lucia se levanta já tendo apagado totalmente seu sorriso.

- Nossa, mais, mais que estranho! O Stiven tira sempre boas notas, e até a Geovanna... mas é estranho, eles não andam juntos! Só em ultimo caso mesmo, quando exijo que vão juntos pra o colégio por exemplo. E fora que o Stiven não é de correr atrás dessas coisas!

- ...

- Será que eles estão se dando melhor por conta dessa minha ausência, será que eles por fim estão como dois irmãos que se amam?

- Eu... garanto que sim!

- Bom... eu fico feliz, mas... queria tanto ve-los! Estou louca pra abraça-los, pra matar a minha saudade! E... eles nem estavam me esperando!!!

[Geovanna’s pov]

Eu estava aflita no quarto ainda presa. Morrendo de preocupação com Stiven.

Estava deitada no chão. Minha cabeça ainda dóia. Quando me levanto sinto tonturas.

- Me ajuda! – sussuro, comigo mesma. Como se alguém pudesse ouvir.

Mas pode parecer incrível, mas escuto um sussuro. Me sento, tentando ouvir novamente. O sussuro se repete, alguém dizia:

- Geovanna, venha até a porta.

- Quem é? – digo muito baixo.

- Sou eu. – ele diz. Reconheço essa voz. Era o Frank. O que me salvou aquele dia. É totalmente inconfundivel, é ele!

Me levanto e vou até a porta.

- É... você?

- Sim! Sou eu. Abra a porta.

- Não posso, esta trancada!

- Confia em mim. Abra a porta! – é incrivel. Meu coração esta acelerado, ele veio me salvar outra vez? Me levanto, e giro o trinco. A porta se abre normalmente. E do de cara com ele. O Frank! O cara que já me livrou das mãos desses caras uma vez. E que tenho certeza que pretende fazer o mesmo agora!

- Frank!!!

- Geovanna! Vamos, seu irmão ta correndo perigo! – ele me puxa pelo pulso, acabo correndo com ele tropegamente, mas ainda assim minha força de vontade é maior, meu pensamento esta no Stiven.

Nós vamos até uma sala onde várias vozes misturadas com risadas, estavam altas e fortes.

E o mais agoniante, é que no meio dessas vozes, não tenho certeza absoluta, mas a voz do meu irmão parece se misturar, mas não com risadas e sim com gemidos como semelhante aos de dor ou de choro. Tento imaginar que não seja isso.

Perto daquela sala, vejo uns caras caídos. Imagino que tenha sido Frank com certeza.

- Podem vir! – ele diz, nesse momento os amigos de Stiven aparecem. O Reita, o Derick e o Mike.

- Nina! Você ta bem? – Reita me pergunta, os três me abraçam.

- Nina, que bom que você ta aqui! – diz o Derick.

- Fizeram algo com você? – diz o Mike.

- Não, eu to bem! Mas... e o Stiven?

- Se prepare, Geovanna! – Frank diz me olhando com aquele olhar penetrador. Era como se de alguma forma somente em olhar pra mim, ele conseguia saber o que estava sentindo, o que havia acontecido comigo.

Ele abre de uma vez a porta, e a única coisa que consegui enxergar, além de três homens rindo e fumando, olhando a cena, foi meu irmão, deitado emcima de uma mesa praticamente sendo atacado por outro cara.

Não deu pra ver bem o que exatamente ele estava fazendo, mas meu irmão estava com o braço escorrido de sangue, o sangue pingava no chão, e era justamente o braço que ele havia cortado a mão naquele dia, sua faixa estava jogada no chão.

Meu coração salta, meus olhos se enchem d’água tão rapidamente que quando me dei conta, já havia gritado o nome dele e alguém tinha me segurado.

Me sinto tontear, tudo a minha volta gira, ouço vários gritos, o Frank salta e puxa o homem que estava encima do Stiven, a cena foi incrível mas não posso descrever bem, os amigos do Stiven foram pra cima dele, o segurando, ele estava também zonzo, sua camisa rasgada.

Todos pareciam desesperados, tudo estava uma bagunça. A cena não ficou clara pra mim, porque foi muito rápido, mas eu vi os dentes na boca de Frank. Dentes como presas!

- Espero que não tenha problemas comigo! – o Frank diz, ele estava igual, agora tenho certeza esse Frank, ele... é um vampiro! Ele é um vampiro!!!

Os caras gritam, ainda tem alguém me segurando, olhei rapidamente, era o Reita.

Vejo tiros em direção ao Frank, ele se desvia, e derrota todos eles, derruba todos os caras, e os deixa rendidos.

- A Geovanna! Geovanna!!! – vejo o Stiven dizer com seu braço sangrando, rasgaram a mão dele por cima do corte quase já cicatrizado! E o sangue escorre por todo o seu braço. Ele parece tonto, parece meio drogado ou bêbado não sei, ainda estou zonza, não sei como ainda posso ver. Vejo e ouço tudo, mas estou agora no chão deitada no colo de Reita que me abana com a mão, todos os quatro caras foram rendidos, inclusive aquele que chamavam de Cloud.

- Geovanna! – Stiven se joga emcima de mim, e coloca sua mão trêmula no meu rosto, ouço sua respiração ofegante, seu rosto vermelho, ele estava tão mal! Meu Deus! Mas ainda assim, lembra de mim, se importa comigo.

- Geovanna, meu amor, fala comigo! Geovanna, eu te amo, te amo tanto não me importo com o que vão achar! Eu te amo!! Fala comigo por favor, fala qualquer coisa, Geovanna! – eu tento, mas não consigo responder, não consigo falar! Meu peito dói, meus olhos escorrem lágrimas sem parar! Posso sentir o gosto saldado das minhas lágrimas atingirem minha boca.

Os amigos de Stiven se entreolham calados, todos pareciam tão preocupados.

- Precisamos sair daqui rápido, leve o Stiven e a Geovanna daqui, eu vou ligar para a polícia, para que ela cuide desses caras! – ouço o Frank dizer.

- Porque ela não fala nada? Porque ela ta assim? – o Stiven pergunta, ainda emcima de mim, ele chorava.

- Calma, irmão, vamos leva-la daqui, vamos sair daqui rápido, vocês precisam ir para o hospital! – o Mike diz. O Reita me pega no colo, agora fecho meus olhos, tento dizer algo, quero abraçar meu irmão, mas... não posso.

- Deixa que eu a leve! – escuto meu irmão dizer, abro novamente um pouco meus olhos, não posso me mover não sei porque estou assim.

- Você não pode cara, deixa que a gente ajuda! – diz o Derick, pegando o braço de Stiven e o apoiando em seu ombro. Reita me carregava no colo. Enquanto me afastava daquele lugar posso ver o Frank, ancioso muito agitado, seus olhos passavam rapidamente por todos os lugares. Fitei seus olhos, ele estava no celular: seu olhar, era do meu amigo. Eu tenho certeza: o Frank e o Frank, são a mesma pessoa. Eles são um só!

Vejo em um breve relance, o Mike se aproximar de Frank, e perguntar:

- Quem é você??

Não posso raciocinar mais nada agora, apenas fecho os meus olhos no momento em que Frank me fita, falando algo no celular, seu olhar fica gravado em minha mente como se o tempo todo ainda estivesse olhando pra ele.