I Cannot Love You escrita por gabyzutto


Capítulo 23
Capítulo 22 - Innocence




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[Stiven’s pov]

 

-         Eu sabia que você não viria sozinho, Tiv pegador! – é a primeira coisa que Cloud diz, quando aparece.

Todos olham pra ele. Ele continua:

-         Mas eu receio, de que somente você poderá vir.

-         Tudo bem! Eu só quero a minha irmã de volta.

-         Você acha que... as coisas são assim, fáceis né?

-         Porque diz isso?

-         Venha comigo. Esses marmanjos não tem que ficar por dentro de nada.

-         Mas... a gente ta junto! – Derick diz.

Eu sinalizo pra eles, o cara que estava parado o tempo todo diz, dando um riso falso:

-         Eu falei que esses caras eram meio gays...

-         Acho que você que é, já que ta falando tanto! – diz Mike em resposta.

-         Isso, fiquem discutindo, façam isso. Venha logo... pegador!- diz Cloud me olhando com uma cara de nojento, tenho vontade de inforca-lo.

 

O sigo, calado, me prendendo totalmente até uma sala, que mais parecia um escritório, bem arrumada.

Tinha um cara, com uma arma, fumando no canto da sala. Seus olhos já diziam tudo: ele era um viciado.

Olho pra ele, sem demonstrar nem um pouco de medo. Ele retribui, com seus olhos avermelhados, e diz:

-         É esse ai? O Stiven? O pegador? Há, há, há!

-         É, ‘sem noção’, é ele mesmo. – responde Cloud rindo levemente junto, e sentando-se em uma cadeira rente a mesa.

-         Nossa... tua irmã é muito gostosa mesmo viu, putz grilo! Há! Você já deve ter dado uns pega nela, não é? Duvido que não! Há, há! – ele tinha um sotaque meio carioca.

-         C... cadê ela? Eu quero ve-la.– tentava ficar calmo, mas juro que algum instinto de proteção pela garota que amo, me fez ficar quieto, não errar em nada já não basta ela estar na mão desses caras por minha culpa.

-         ... é... acho que você pode ver ela sim. Só ver. Cinco minutos contados. – diz Cloud, essa voz dele me dá nojo, que vontade de vomitar, não to nada bem.

-         Você não vai deixar ela ir? – pergunto, ainda falso, com uma voz calma.

-         Vai ver a mina logo, leva ele lá, sem noção. – sem noção era o apelido pelo qual todos chamavam esse viciado.

-         Ta. Vem ‘mermão’.

 

Eu o sigo, ele me leva até o local, onde Geovanna estava jogada no chão.

Meu, ver ela ali foi ao mesmo tempo que um choque, um alívio.

Eu corro até ela, com uma anciosidade horrível, ficando instantâneamente de joelhos perto dela, segurando-a desencostando ela daquele chão frio e sujo.

-         Geovanna! Geovanna você ta bem? Hem, olha pra mim!!! – ela me abraça, quando me vê, dizendo:

-         Stiven! Stiven você veio!

-         Você ta bem irmã? Me diz que não fizeram nada com... você... – eu digo, ao perceber seu corte na cabeça. Meus olhos enchem d’agua como num piscar de olhos.

-         To! Só me bateram, mas foi só isso! – sua voz saia em um tom fraco e choroso.

-         Geovanna!- - eu a abraçava ainda naquele chão. E num sussuro, digo: - Eu te amo! Te amo tanto! Sinto muito por te colocar nisso! Eu juro que sinto!

-         Eu sei! Eu sei que sente...

-         Eu vo te tirar dessa ta? Não fica com medo, você vai sair daqui, eu prometo.

 

Nos olhamos agora.

-         E... você?? – ela diz, depois de um longo e sôfrego suspiro.

-         Ei! – grita Sem Noção na porta. – Hora de ir camarada! Já se passaram quase dez segundos do tempo combinado.

 

Eu olho, e levantando-me sem desencostar um centímetro do corpo de Geovanna, deixo que minhas lágrimas doloridas, que mais pareciam lâminas, percorram dessa vez sem medo por meu rosto. Minhas lágrimas até molham um pouco o cabelo da Nina.

-         Eu... faço tudo errado! Mas você não vai ficar nessa. Não vai. – eu queria dizer tudo, fazer tudo, queria carrega-la para fora daqui agora mesmo. Mas tenho que me contentar em saber o que o corno do Cloud vai querer.

-         ‘Mermão’, ‘simbora’!

Eu a solto, tão triste cara, não tem como explicar! Sentir as mãos dela me apertar me consolava instantâneamente. Mas tenho que deixa-la agora. Ela fica parada ao chorar. A certeza de ve-la chorar em uma situação totalmente causada por mim, é tão insuportável! E milhares de vezes, mano não tem essa, eu só trago desgraça pra minha família. Sempre foi assim. Tudo que aconteceu ou acontecesse de errado a minha volta é por minha culpa eu sei. É sempre assim. Estou desviando a Nina, sei que é errado mas eu quero. É um desejo bem maior que qualquer razão.

 

-         Senta ai ó, encosta ai! – eu digo, me afastando lentamente dela. Acenando com a cabeça para a parede, no canto.

Por fim saio.

-         ‘Putz grilo’, ‘mermão’! É osso ver alguém que você ama em uma situação dessas. É que você é tão otário meu!!

-         Porque? – sem entender que conversa mole é essa. Ele ainda ta com a arma da mão, na maior normalidade sabe. Aliás ele deve fazer isso tão constantemente que pra ele deve ser como segurar um controle-remoto ou qualquer outra coisa.

-         Você deixou o irmão do Cloud cego néah?

-         O irmão? – não entendi nada.

-         É.

 

Entrei naquele escritório repleto de cheiro de droga, é insuportável.

Cloud olha pra mim, com aquele mesmo olhar porém de cima totalmente de cima.

-         Bom... vamos começar nossa festinha. – ele diz, levantando-se da cadeira. – Pegador, você...

-         Para de me chamar assim! – acabo dizendo.

-         Não. Você é um grende pegador não é? Pega todas. Até a minha garota.

-         Sua garota? Eu quero deixar bem claro que se um dia eu tive alguma coisa com a Megan, hoje não tem mais nada haver.

-         Ah! – ele se faz impressionado, se aproximando lentamente de mim e me dando uma joelhada no estômago. Putz, sei que dei um gemido alto, mas nem me dei conta de quando já tinha dois caras me segurando no momento em que me encurvei pra frente colocando ambas minhas mãos no estômago.

-         Essa sua falsidade cara, é a coisa que mais odeio em você.

-         O que faço pra você acreditar?

-         O Ge. Lembra dele? Você espancou ele. Sabe quem ele é? Meu irmão. Você mecheu com o cara errado.

-         Me soltem! – digo para os caras que me soltam nessa hora. – Como é?

-         É isso mesmo. Eu quero que você sinta o mesmo que ele sentiu aquele dia!

-         O Ge é seu irmão? Há. Farinha do mesmo saco!

-         Há! Farinha do mesmo saco né?...E essa mão? O que aconteceu? Foi alguma briga com certeza né? – ele se aproxima e puxa minha mão com toda força.

-         Ai! – do um grito. Ele arranca minha faixa, meu corte ta totalmente visível ainda.

-         O que sente agora? – ele simplesmente aperta meu corte, dói pra caramba.

Eu grito.

-         O meu irmão ficou quase cego de um olho! – o Cloud grita ainda apertando minha mão, os caras estão me segurando de novo.

-         Ele foi o culpado!

-         Você pegou ele na rua!

-         Foi no casebre!

-         Mentira! – ele grita de novo, sua voz estava enraivecida. Ele me solta.

-         Eu tenho um presente pra você. – ele diz tornando sua voz calma de repente de novo. O cara que disse que a gente era gay, entra nessa hora.

-         Iai, Cristian ele faz seu tipo? – o Cloud pergunta me olhando sempre.

-         Claaro! – Cristian me olha com uma cara horrível, que nojo! O que será que eles querem dizer com isso?

-         Já sei. Tive uma idéia brilhante! – O Cloud tava com a minha faixa na mão, brincando com ela.

-         Você gosta de transa masoquista não é? Fala ai!

Os outros dois riem, e Cristian apenas sorrindo responde:

-         Com certeza! Ainda mais com o pegador!

-         Arranca o piercing dele, Cristian.

-         Não! Não façam isso meu! Por favor isso não! – digo me afastando, com minha mão machucada encostada no meu peito.

-         Arranca! - - Só que com a boca! – o Cloud diz me olhando com ódio e sentindo prazer ao ver minha expressão em resposta.

Não, não meu não! – agora sim to sentindo medo. Sinceramente to sentindo muito medo mesmo! E agora... Deus? Me ajuda! Preciso dos meus amigos, será que eles ainda estão aqui? E agora o que faço??


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Notas finais do capítulo

Cap. 22 - Innocence
end.