Human Nightmare escrita por Leonardo Franco


Capítulo 9
Situações inesperadas


Notas iniciais do capítulo

Esse é mais um capítulo extra em terceira pessoa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/279494/chapter/9

O homem que Matt havia esfaqueado jazia morto no chão, enquanto Carly sangrava, a ponto de morrer também. Matt se debatia loucamente, tentando escapar dos braços do guarda, sem sucesso.

— Carlos, solte-o – disse Alexander. Ninguém sabia exatamente quem era Carlos, mas o homem que segurava Peter o soltou. Alexander gargalhou lenta e demoradamente, olhando pra ele.

— Você acha que pode destruir a propriedade dos outros e sair livre? – perguntou.

— Acho – respondeu Peter – e foi o que aconteceu, não foi? – ele fingiu estar pensando, colocando o dedo no queixo.

— Pois você está enganado. Você vai pagar por tudo que você fez mocinho.

— Mocinho? Quem é que fala "mocinho" hoje em dia? Por favor... – Peter disse, ironicamente, mas não teve uma resposta. Ao invés disso, o professor o atacou, usando uma espada, como aquelas em filmes de gladiadores. Peter deu um salto pra trás, caindo no pé da lareira. Ele viu que havia três espadas presas na parede, então pegou uma também. Começaram um duelo mortal.

O professor foi mais rápido, e acertou Peter na mão. Sangue começou a escorrer pelo seu braço, mas ele não desistiu da luta. Enquanto os dois lutavam, os guardas que seguravam os outros se distraíram e os soltaram. Mandy continuou o que Carly fazia, mas agora com a faca. Alexander nem percebeu que, alguns momentos depois, todos os seus guardas já estavam no chão.

A luta continuava, e Matt correu para Carly, rasgando um pedaço de sua camiseta para estancar o ferimento.

— Carly, acorda, por favor – disse Matt, quase às lagrimas. Lettie se aproximou e checou o pulso dela.

— Ela tem pulso, embora esteja fraco. E veja, ela está respirando – disse, apontando para o abdômen de Carly, que subia e descia lentamente.

Carly gemeu, o que fez o coração de Matt disparar. Ele a abraçou forte e não conseguiu conter as lágrimas. Perder mais um amigo nesse mundo seria o fim para ele. Lia se aproximou, fazendo cara de nojo.

— Meu Deus, quanto sangue – disse, desprezando o fato de Carly quase ter morrido.

— E você queria o quê? – gritou Matt, em um momento de estresse e fúria. Ele gostava de Lia, mas ela estava sendo egoísta.

— E-eu... – ela não conseguiu dizer mais nada, pois estava tomada pelo choque repentino causado pela violência de Matt.

Matt virou as costas para ela e continuou cuidando de Carly, enquanto barulhos de espada cortando o ar chegavam até eles. Peter agora sangrava mais do que antes, com cortes na bochecha, na perna e na barriga. Alexander parecia quase intocado, a não ser pela mancha negra de sangue na camisa branca, onde Peter o acertara.

O professor viu que continuar lutando seria perda de tempo. Ele virou a espada ao contrário, e com a parte de madeira acertou a cabeça de Peter, fazendo-o desmaiar.

— Nós temos que resolver o problema do vírus antes que seja tarde... – ele se interrompeu ao ver que todos os seus guardas estavam no chão – O que vocês fizeram? Crianças imbecis – ele gritou. Depois, saiu correndo e pulou pela janela.

Várias horas se passaram desde que deixaram a sala da lareira. Seria idiotice ficar lá com todos aqueles homens prestes a acordar. Carly já estava parcialmente bem e se recuperava rapidamente, enquanto a atenção era voltada para Peter. Alguns dos cortes eram profundos, e ele não parava de sangrar.

Johnny entrou correndo na sala carregando uma caixa de primeiros socorros que encontrou na cozinha da mansão. Ele pegou alguns curativos e foi colocando-os nos machucados de Peter.

— Vai ficar tudo bem – dizia Lettie, enquanto ele gemia de dor.

— Lettie, venha aqui – gritou Matt, do outro lado da sala. Ele estava de pé ao lado de Lia e Mandy, e os três observavam um mapa.

— O que vocês estão fazendo? – ela perguntou, assim que se aproximou.

— Não podemos mais ficar aqui – disse Mandy – O jeito como eles entraram me assusta. A casa estava perfeitamente protegida contra qualquer tipo de invasores. Então, aqui não é mais seguro.

— Eu estava pensando exatamente na mesma coisa – respondeu Lettie – E se voltássemos pra sua casa? – ela perguntou, dirigindo-se para Lia – É longe da cidade, perfeito esconderijo.

— Eu não acho que lá seja um bom lugar – a mulher disse – Não tem como nem fechar a porta direito, quem dera nos proteger dessas coisas.

— Mas – Matt a interrompeu. Ele ainda estava bravo com ela – Pensamos nessa estrada aqui – ele apontou para uma estrada secundária, fininha em comparação às outras.

— O que há de tão especial nessa estrada, hein? – perguntou Lia, debochando.

— Era onde eu passava as férias com meus pais – ele disse, quase começando a chorar de novo.

— Você tem certeza que é bom irmos pra lá? – perguntou Lettie.

— Sim – Matt respondeu – Ela tinha um sistema de alarmes incrível.

— Ótimo – disse Mandy – Então vamos pra lá.

Peter estava sentado do lado da porta da frente, com a mão em um de seus muitos ferimentos. Lettie estava do seu lado, arrumando as coisas dentro de uma mala, enquanto colocava-o a par dos acontecimentos.

— ... e depois que conseguimos derrubar todos os guardas, ele te acertou na cabeça e o fez desmaiar.

— Ah – ele exclamou – Então é essa a dor que eu sinto na cabeça.

— Depois, o professor falou algo sobre um vírus e saiu correndo. Decidimos sair dessa casa e ir pra uma fazenda do Matt.

Peter gemeu e ficou quieto por um momento. Lettie se levantou e foi até a cozinha, onde Matt e Mandy arrumavam vários sacos com comida e água.

— Vamos precisar mesmo de tudo isso? – perguntou Lia, vindo de um canto do cômodo.

— Se quisermos sobreviver, sim – disse Matt.

Lia olhou com certa curiosidade para Matt, mas logo se virou e saiu por uma porta. Lettie se aproximou dele.

— Você sabe mais ou menos quanto tempo leva para chegarmos a essa fazenda? – ela perguntou. Matt demorou para responder, pensando.

— Bem – ele começou – supondo que já estamos quase na saída da cidade, levaria pouco mais de duas horas...

— Isso é bom – interrompeu-o Mandy.

— ... de carro – ele terminou. Lettie e Mandy se entreolharam – Andando pode levar um pouco mais.

— Um pouco mais? Não, vamos levar bem mais do que duas horas – disse Lettie, por fim, indo para a saída da casa.

Peter levantou a cabeça ao vê-la chegar.

— Nós já estamos indo? – ele perguntou, com a voz fraca.

— Sim, mas temos que esperar Johnny chegar.

— Onde ele foi?

— Ele disse que tinha que ir até sua casa. Carly foi junto.

— Carly? Mas ela está mal, como ela pode ter... – ele disse, mas Lettie o interrompeu.

— Calma, ela que escolheu ir. Acho que ela está gostando de Johnny...

Os dois riram, por que era verdade. Carly passara a gostar de Johnny naquele dia, quando ele ajudou Matt a salvá-la. Poucos minutos depois, um barulho estrondoso chegou à casa. Passos ecoaram na escada exterior e a porta se abriu, revelando um Johnny sorridente.

— Então, vamos?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!