"quer Jogar Comigo, Naruto?" escrita por tonbotticelli


Capítulo 6
Ato Final


Notas iniciais do capítulo

Admito... Demorei pra caramba... Não ficou 100% como eu queria, mas houveram tantos problemas para chegar ao final que eu não posso me pedir mais do que isso. Espero que da próxima vez eu não demore tanto. Muito obrigado pra quem pediu por isso, e aqui está. Espero que agrade!



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O corpo inteiro sentiu a raposa quase arrebentar as grades da prisão e ele, por pouco, não deixou. Todo o seu treinamento seria inútil se ele o fizesse, mas e daí? O monstro com a clava morreria, o seu captor morreria... E Hinata, e provavelmente todos os outros também, assim como ele mesmo. Essa sanidade temporária antes da queda serviu. Em um instante estava de pé. Se o seu chakra voltara a funcionar, se as proteções foram tiradas, então ele poderia lutar. Avaliou o inimigo por um instante, antes de desviar do próximo golpe. Trajado apenas com uma calça rasgada, o gigante tinha a pele cinza, cabelos negros compridos e usava uma máscara de caveira grande o bastante para cobrir seu rosto todo, deixando apenas os olhos vermelhos a mostra. E lutava como um louco.

Naruto não precisou de muito para entender que aquela experiência insana não possuía mais nenhum traço de humanidade. Felizmente, ou na realidade não, ele conhecia bem criaturas malignas como aquela e sabia que o nome Oni seria o mais apropriado. Enquanto tentava descobrir o ponto fraco do monstro, desviava dos seus ataques e gastava chakra demoníaco se curando, acabou perdendo a concentração e não percebeu que ele notou Hinata gemendo por causa do impacto.

- A coelhinha ainda está viva? Quero brincar com a coelhinha. - ele disse, sem um pingo de inteligência na voz.

Hinata arregalou os olhos, mas não pode gritar porque ele já estava com as mãos em seu pescoço, a sufocando.

- Olha como a coelhinha é engraçada! - ele caçoou e começou a balançá-la.

O garoto-raposa viu o monstro torturando Hinata e, sem perceber, liberou a primeira cauda. Em sua mão concentrou chakra, já preparando o Rasengan. Ainda não estava completo, mas bastaria. Iria destruir aquela criatura com toda a força que podia.

- Ora, ora... A raposa já quer parar de brincar? - o monstro disse, sem se virar - Não pode!

Infezlimente, para o monstro, Naruto não estava mais disposto a ouvir. A segunda cauda surgiu e, como uma armadura, o chakra avermelhado da raposa-demônio o cobriu por inteiro. Hinata arregalou os olhos e por causa dos mesmos pode ver a enormidade daquela energia vermelha e assustadora. A explosão foi rápida e limpa, lançando o adversário contra a parede, arrombando-a e fazendo com que ele caísse em trevas. Naruto caiu de joelhos, exausto, o chakra da raposa desaparecendo a medida que ele ganhava controle. Ele olhou para o lado, onde estava Hinata, e estendeu a mão.

- Você está bem?

Ela confirmou com a cabeça e se arrastou até ele. Os dois se ajudaram a levantar e encararam aquela que acreditavam ser a última porta. Andaram, cautelosos e preparados para qualquer coisa que surgisse. Estavam a centímetros de chegar lá quando ouviram um barulho. Não precisavam se virar para saber o que vinha por trás. O monstro havia retornado pelo buraco e levantava os braços, pronto para desferir mais um golpe. Então, inesperadamente ele caiu de costas. De seu corpo saiu uma névoa roxa, por todos os poros, todas as cavidades. E então ele estava seco e duro. Os garotos puderam jurar mais tarde que ouviram um sussurro de obrigado vir dele. Enfim tocaram na maçaneta.

- Não está trancada. - Naruto disse, espantado.

- Então abra! Vamos sair logo daqui!

A porta abriu, rangendo. Do outro lado estava a mais bizarra cena que qualquer um deles já vira. Fios vermelhos saíam de toda a parede e se conectavam a um único corpo, sentado em uma cadeira diante de vários monitores. O mesmo corpo os obserava, os olhos fundos, a boca praticamente sem dentes, o tronco, os braços, tudo atrofiado. Algo quase sem vida.

- Finalmente... - ele murmurou.

- O-O que aconteceu com você? - gaguejou Naruto, os olhos arregalados.

- Isso? Fui eu mesmo quem fiz. A única maneira de sobreviver. Meu tolo amigo. Eu precisava disso. Para meu teste final, eu precisava estar aqui, nem que fosse só parte de mim.

Foi o bastante para os dois. Caíram sentados onde estavam, esquecendo de qualquer perigo. O velho a frente deles tossiu e cuspiu sangue, próximo da morte.

- Sabe... Eu gostei de vocês. Vou deixá-los saber pra quê tudo isso antes do fim. - ele tossiu mais uma vez e fez como um sorriso - Minha vila não eixste mais, assim como eu não poderia mais ser chamado de Ninja Médico por ninguém. Eu nasci e vivi em guerra, me tornei este homem brutal que expôs vocês à essa experiência por causa de guerras. Como vêem, eu fui criado pela violência. - os olhos assumiram um brilho sádico - Ah, e como gostei. Era delicioso a tortura, as provações, o prazer de testar alguém aos seus limites. Muito mais do que fiz hoje com vocês eu vi fazerem em meus tempos de jovem. Por isso mesmo eu fiz este laboratório, para continuar o legado de meus mestres. Capturei e aniquilei inúmeros homens durante cinquenta anos. Então, há seis anos atrás um de meus experimentos deu errado...

O velho parou e, por um instante, pareceu que ele não retornaria.

- Um único homem foi capaz de passar por TODAS as minhas armadilhas. Ou pelo menos assim ele achou. Ao chegar em minha sala eu o coloquei em um labirinto mental do qual acreditei que ele nunca sairia e morreria como todos os outros. Ledo engano. Eu precisei sacrificar uma de minhas criações para que ele fracassasse. E ainda assim o maldito riu. Não me levem a mal, nunca peguei ninguém que não merecesse o que recebeu. Nem mesmo vocês, que só por sua existência profana não escapam desse quadro. Mas aquele homem, eu queria fazer algo pior a ele do que jamais fizera. Bom... Vocês viram o resultado. Ele passou os seis anos de lá para cá agonizando em loucura, apenas para encontrar vocês dois. Eu acho que ele poderia agradecê-los se restasse alguma coisa de humanidade nele.

E o velho riu. Riu como uma criança que recebe seu presente de Natal. Os ninjas de Konoha ficaram enojados.

- E como você foi tolo, meu caro colega. Eu o induzi a cada reação que você teve. Ou pelo menos à maioria delas. Nunca pensei que você fosse capaz de furar minha barreira de chakra, nem mesmo um pouco. Estou surpreso com o que você me deu de resultados. Agora é a hora de eu lhe recompensar.

Parecia impossível, porém, o velho juntou as duas mãos, formando um selo. Imediatamente o chão sob Naruto e Hinata sumiu e eles caíram em uma rampa que os fez escorregar para a escuridão. Foram-se, gritando e tentando se agarrar a alguma coisa. Nada parecia o suficiente. Não era possível saber quanto tempo eles passavam ali, somente escorregar. Por fim, caíram em uma piscina verde. Naruto foi o primeiro a surgir à superfície, trazendo a garota consigo.

- Vamos... Sair... Daqui... - ele ofegou.

Foram até a borda e saíram da água. Havia um único corredor por onde seguiram. Não sabiam aonde ele os conduziria, nem mesmo se haveria mais desafios a frente, mas tudo seria melhor do que ficar ali e pensar que aquela coisa estava lá em cima. No fim havia uma luz e surpresos eles chegaram ao exterior, desatando a correr.

Pararam apenas alguns metros depois, cansados e confusos. Tentavam lembrar do motivo de estarem ali. Para Naruto ele estava procurando alguém que invadira Konoha quando de repente foi acertado na cabeça. E agora estava ali, no meio da floresta, acompanhado de Hinata. Sabia que havia um buraco nessa história, que algo estava incompleto, mas o quê? Uma certeza se formou em sua mente: Era hora de voltar para casa.

Estava para falar isso à Hinata quando aconteceu. Uma enorme explosão logo atrás deles, como se um vulcão tivesse entrado em erupção. Viraram-se, aturdidos, e observaram a montanha logo atrás sumir em um mar de fogo.

- O que foi isso, Naruto-kun?

- Eu... Não sei... Vamos sair daqui! - ele disse.

Demorou um pouco, mas o fogo apagou, deixando uma enorme pilha de destroços, rocha e terra. Em meio a tudo isso era possível ver ainda a cabeça do velho psicótico conhecido como Sr. S. Ele estava sorrindo. O seu último sorriso diabólico.


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