Conectados escrita por Nathalia S


Capítulo 4
III- Reflexões involuntárias


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura amores. *-*



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    III- Reflexões involuntárias

Agatha caminhava o mais rapidamente pelas ruas, não sabia para onde estava indo, mas queria o máximo de distância possível daquele lugar, daquele...imprestável.

Ainda não acreditava que havia reencontrado ele, justo ele que lhe quebrara em mil pedaços depois de tantos anos. Preferia nunca ter voltado para Pelotas, preferia ter continuado onde estava, com certeza teria sido bem melhor. E ele não mudara nada, ou melhor, mudara sim. Antigamente quando falava com ela, era educado, quando falara com ela naquele dia, tinha sido um belo filho de uma...Agatha preferiu interromper seus pensamentos ali, não queria falar nem pensar mal de dona Andressa, ela era uma mulher muito boa para merecer tais xingamentos.

A jovem mulher só parou de caminhar quando chegou em uma pracinha que havia no centro da cidade, estava caminhando a mais de meia hora. Sentou-se num balanço, sem se importar com o que as pessoas pensariam por causa disso e, involuntariamente, começou a lembrar de seu breve encontro com Rafael.

Flashback :

-O que você pensa que tá fazendo aqui? - Foi a primeira coisa que o surpreso Rafael Suvens perguntou para a bela mulher na sua frente.

-Engraçado, ia lhe perguntar a mesma coisa. - Retribuiu ela com tom ofensivo, embora já tivesse uma ideia da resposta.

-Eu trabalho aqui querida. - Respondeu ele, ironicamente.

-Digo o mesmo.

-A partir de agora não diz mais, não te quero como minha secretária.

-Desculpe-me, mas se sabia que seria eu sua secretária por que me contratou?- Perguntou Agatha, realmente irritada.

-Eu não sabia, jamais teria contratado alguém como você. Isso foi obra de meu pai.

-Ótimo, pois agora já posso ir até ele pedir demissão.

Ela não esperou que ele lhe respondesse e saiu rapidamente da sala, mas não sem ouvir suas últimas palavras:

-Isso, foge exatamente como fez da última vez. Típico de você fazer isso.

Agatha suspirou sentada no balanço, não se dera o trabalho de responder a Rafael aquela última insolência. Ao sair da sala dele, fora furiosamente até a sala do chefe, que ela só encontrou por estar escrito: Ricardo Suvens, na porta. Lhe pedira demissão, mas ele dissera que não lhe demitiria sem motivos. Ela não esperara mais nenhum minuto, saiu correndo da sala dele, talvez isso fosse um belo motivo para ele lhe demitir. Não aguentou mais, começou a chorar.

''Ainda bem'',- pensou em meio as lágrimas, ''que amanhã é sábado e eu não preciso trabalhar.''

Ficou algum tempo sentada naquele balanço, naquela pracinha quase deserta, até sentir seu estômago roncar de fome e perceber que já se passara – e muito- do meio dia. Só então levantou-se e ligou para um táxi vir pega-la, não estava mais nenhum pouco a fim de caminhar até em casa.

-------xx-------

O jovem Rafael Suvens estava sentado, jogado, no sofá preto de seu belo apartamento, enquanto bebia um farto copo de whisk. A noite já se fazia presente na rua, mas ele não conseguia parar de pensar naquela manhã...não na manhã exatamente, mas em Agatha. Ele não podia negar, ela mudara muito fisicamente. Não era mais a jovem magra e necessitada de tributos que fora quando jovem, tinha um corpo magro e esguio, mas com belas curvas. Não que ele não a amasse quando eram jovens, era exatamente o contrário, ele a amara demais e isso fora o motivo dele odiar vê-la naquela manhã. Ela arrasara seus sentimentos quando o abandonou sem motivo nenhum, ele sempre fora fiel, a amara, lhe dera tudo, principalmente respeito e, do nada, ele soube que ela tinha se mudado e trocado o número de telefone.

Apertou forte o copo da bebida na mão, não queria se lembrar daquilo, nunca se lembrava. Aprendera a controlar suas lembranças, não sabia porque estava se lembrando daquilo naquele momento. Ela era só uma filha da puta que o fizera de idiota, isso jamais voltaria a se repetir.

Levantou-se do sofá e depositou, com um pouco de força, o copo sobre a mesa de centro. Foi até o telefone e discou o primeiro número que lhe veio a cabeça. No segundo toque uma voz feminina se fez ouvir.

-Kate? Preciso de você. - Mal falou isso, e desligou a ligação. Sabia que ela viria o mais rápido possível e ele lhe agradeceria, precisava transar naquele momento e a melhor pessoa para isso era Kate, era a única que ele já pegara mil vezes e ela nunca se importava de ir embora quando ele mandava, embora nutrisse sentimentos por ele, ela tinha consciência de que não eram retribuídos e não ficava insistindo no assunto.

Rafael subiu até seu quarto, largando suas roupas pelo caminho. Precisava de um banho relaxante antes que Kate chegasse e o fizesse esquecer tudo que passara naquele dia.

-------xx------

Agatha estava sentada no chão de seu pequeno apartamento, no mesmo lugar que estivera o a tarde toda. Olhava o movimento pela janela e refletia um pouco sobre seu emprego.

Sabia que se o largasse demoraria a encontrar outro, e ela precisava de dinheiro, não tinha ninguém que pudesse ajudá-la ou lhe fazer um empréstimo. Não tinha ninguém e nem queria, detestava ter que depender dos outros. Ponderava profundamente entre largar o emprego e economizar horrores até encontrar outro...ou engolir seu orgulho e permanecer naquele emprego, tendo que aguentar Rafael. Sabia que seria difícil. Por mais que quisesse admitir ela nunca superara ele. Rafael fora seu primeiro amigo, seu primeiro ficante e seu primeiro amor, era algo que ela jamais conseguira e nem conseguiria esquecer. Era como um trauma de infância, só que este ela não sabia dizer se era bom ou ruim. Tinha que reconhecer que era ótimo, até ele estragar tudo só por causa de uma idiotasinha qualquer.

Ele a tinha, tinha tudo de bom dela, ela estava sempre ao seu lado, mas naquele dia, justo naquele dia que ela se sentira tão radiante pela conquista dele, ele avacalhara com tudo. Perdera ela. Suspirou pela milésima vez em menos de cinco minutos. ''Não posso mais ser uma criança, não posso fugir.''

Ela tomara uma decisão. Voltaria no outro dia a empresa, pediria desculpas ao senhor Suvens e faria de conta que jamais conhecera Rafael, sabia que era impossível, mas quem sabe o impossível não se tornasse possível?!


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Notas finais do capítulo

E então...comentem. kkkk. beijos *_*



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