Conectados escrita por Nathalia S


Capítulo 25
XXIV- Girassóis


Notas iniciais do capítulo

Com dois dias de atraso, mas voltei o/ kkkkk.

Boa leitura!



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 Agatha acordou pouco depois das 08h. Mal dormira alguns minutos. Passara boa parte da madrugada envolvida nas papeladas para confirmar a morte de seu padrasto e, após, organizou os horários com o pessoal da funerária. Então voltara embora e tentara dormir um pouco. Acabou dormindo cerca de 40 minutos apenas.

Foi meio cambaleante até o banheiro, onde despiu-se e banhou-se demoradamente. A água quente em contato com sua pele tinha um efeito muito calmante, e ela apreciava aquilo. Assim que saiu do banheiro, foi até seu quarto, onde demorou-se um pouco escolhendo uma roupa que ela julgasse adequada para a ocasião. Acabou vestindo uma calça jeans escura, um sobretudo preto, um blusão preto, uma bota de salto preta e, para dar um acabamento, um lenço cinza. Passou um pouco de corretivo e pó facial para disfarçar a sua face cansada e prendeu um pouco de seu cabelo. Após pegar uma bolsa cinza, saiu de seu apartamento, encontrando o taxi que chamara, já esperando-a.

Enquanto Agatha percorria o caminho até a funerária, Rafael encontrava-se em seu apartamento, olhando-se no espelho. Recebera uma mensagem de Agatha naquela manhã, lhe informando o endereço e a hora dos serviços fúnebres. Tomara um banho e vestira-se com a roupa que julgara mais adequada, o que consistia em uma traje preto, juntamente com uma camisa e gravata da mesma cor.

Estava prestes a sair de casa quando seu celular tocou, olhando na tela viu que era Kate quem lhe ligava. Acabara esquecendo-se completamente dela. Estivera tão preocupado com Agatha e sentindo tanta raiva de si mesmo e de Kate que nem lembrara da moça. Ela nunca lhe ligara antes, no entanto, considerando que eles estavam esperando um filho e se casariam dali à alguns meses...era compreensível aquela atitude.

Mesmo sem vontade, o jovem Suvens optou por atender a ligação.

-Alô?

-Rafs, querido, estou preocupada com você! - Falou a voz de Kate do outro lado da linha.

-Desculpe não ter te ligado!

-Vou te desculpar dessa vez, pois sei que és um homem com muitos afazeres. Mas não me esqueça muito ein.

Rafael estava sem paciência para aquele tipo de conversa melosa. Justo pela parte de Kate, que geralmente não fazia aquele tipo de coisa.

-Tudo bem, não esquecerei não Kate. Mas agora tenho de desligar. Um conhecido meu faleceu, estou indo ao enterro agora. - Respondeu Rafael, fechando a porta de seu apartamento.

-E por que você não me convidou para ir junto?

''Droga!'', pensou Rafael.

-Não quero deixá-la estressada. Sabe que ambientes fúnebres são sempre tão...depressivos. Não será bom para o bebê se você se estressar ou se afetar em ambientes assim. - Inventou o jovem, entrando em seu carro e dando partida.

-Que meigo Rafs, você se preocupando com o nosso bebê!

Rafael podia jurar que mandaria a mulher do outro lado da linha longe em questão de segundos. Aquele tipo ''carinhosa'' não combinava com ela, definitivamente.

-Claro que preocupo-me. Mas agora tenho que desligar, tchau. - E sem esperar por uma reclamação ou resposta, Rafael desligou a ligação e acabou desligando o telefone. Não queria ser incomodado por ninguém mais naquele dia, além disso, acabara de ver uma loja que chamara sua atenção. Queria animar Agatha, mostrar que se importava com ela, e tinha certeza de que aquilo ajudaria um pouquinho.

----xx----

Depois do que pareceram dias para Agatha, o caixão foi baixado na sepultura e ela pode suspirar aliviada. Finalmente tudo aquilo terminara.

Foram poucas as pessoas que compareceram às cerimônias. Um ou dois conhecidos de seu padrasto, alguns parentes de sua mãe e alguns conhecidos de sua família, o que incluía a família Suvens e, obviamente, Rafael. Esse último estava lindo, como sempre. Mesmo estando com uma dor de cabeça terrível e por mais que quisesse detestá-lo, bastava olha-lo por alguns minutos e seu coração se derretia. Ela ficava completamente vulnerável na presença dele. E ela não sabia dizer se gostava ou não daquilo.

Após a cova ser fechada, Agatha ouviu o barulho das pessoas afastando-se do local, porém ficou parada alguns segundos, fitando o nada a sua frente. Seus pensamentos estavam a milhão. Ficou parada, sem piscar, por longos instantes, até que algo amarelo entrou em seu campo de visão.

Agatha piscou algumas vezes para que sua visão entrasse em foco e então deparou-se com um belo buque de girassóis lhe sendo estendido. As flores eram lindas, além de estarem entre suas favoritas. Na verdade, amava todas as flores, cada uma em um momento de sua vida, mas somente os girassóis a animavam e só havia uma pessoa que sabia aquilo.

Virando-se para quem lhe estendia o buque, Agatha deparou-se com Rafael olhando-a de forma penetrante, sem piscar. A jovem retribuiu o olhar por algum tempo, até que ele piscou e ela fez o mesmo.

-Trouxe essas flores para você! - Afirmou ele, estendendo-lhe ainda mais o buque. Agatha pegou-o de suas mãos e sorriu-lhe fracamente.

-Obrigada! Você sabe o quão especial isso é para mim. Girassóis sempre me animam.

-Sim, eu sei. E foi exatamente por isso que eu trouxe.

-Obrigada novamente. - Disse Agatha, começando a afastar-se do túmulo de seu padrasto, Rafael seguiu-a.

-Devo dizer que sinto muito pela situação? - perguntou ele, sabendo que Agatha entenderia que ele referia-se ao enterro.

-Não sei. Honestamente. Estou perguntando-me isso, gostaria de saber se eu mesma devo lamentar ou não. É difícil decidir.

-Entendo. - Falou Rafael e eles deram mais alguns passos em silêncio. - Eu sei que você não está no seu melhor momento, mas eu gostaria de saber: quer jantar comigo essa noite? Posso pegar-lhe em seu apartamento e nós vamos juntos.

Agatha continuou caminhando, aproximou o buque de flores ao seu nariz e sorriu tristemente. Somente então virou-se para Rafael. Eles já se encontravam ao lado de fora do cemitério.

-Eu sei que você está tentando ser legal, mas acho melhor não sairmos não.

-Por que? - Perguntou ele, apenas para ter a certeza da resposta.

-Querendo ou não, você é um homem compromissado agora e eu não quero ser aquilo que eu sempre odiei em uma mulher. Não quero aquilo que não há chances de ser meu de novo.

-Sempre há uma chance Agatha! - Falou Rafael, tentando ser forte, mas sentia-se triste por dentro, porque no fundo sabia que ela estava certa.

-Não, para algumas situações, não há não. Você vai ter uma família, e eu espero, de verdade, que você seja feliz com eles. Quero que tenha aquilo que eu nunca tive em uma família. Por alguns segundos odiei você, por saber que você teria um filho e tudo o mais, mas agora...não te odeio mais. Desejo-te toda a felicidade, pois você merece.

-Não fale como se nunca mais fossemos nos ver, Agatha. - Disse Rafael, sentindo sua garganta se fechar e seus olhos umedecerem.

-Nós vamos nos ver, mas não teremos mais o vínculo que um dia tivemos, acho que está na hora de acordarmos para isso. Eu amei as flores, mas agora tenho de ir. Não tente tornar tudo pior, por favor.

Sem esperar mais nenhuma resposta, Agatha caminhou rapidamente até o ponto de taxi que havia ali perto. Rafael ficou parado, como sempre, vendo-a ir embora. Não podia fazer nada. Tudo o que mais queria era correr até ela e amá-la para sempre, porém tinha responsabilidades agora e tinha consciência daquilo. Tentaria fazer o que Agatha lhe pedira, tentaria ser um bom pai para seu filho, pois ele não tinha culpa dos erros que ele e Kate haviam cometido, era apenas um ser inocente que merecia seu amor.

Perdido em seus pensamentos, Rafael entrou em seu carro e dirigiu, mecanicamente até seu apartamento. Naquele momento, tudo o que ele queria era dormir um pouco.


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Notas finais do capítulo

Como eu já havia dito a história está se encaminhando para o fim. Teremos mais uns 5 capítulos eu acho. Então seria bem legal se vocês comentasse. kkkkk.
Beijos. *-*



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