Conectados escrita por Nathalia S


Capítulo 2
I- Retorno


Notas iniciais do capítulo

Ai está o primeiro capitulo meus fantasmas lindos. Ksako. Comentem e me façam feliz que rapidinho eu posto outro. Boa leitura. *-*



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I- Retorno



Agatha Jeicks tinha o olhar distante e perdido em pensamentos, fixado na paisagem através da janela do ônibus. Fixado na paisagem...mas sem vê-la. Ela não se importava em não observar a paisagem atentamente agora, afinal, já estavam na zona urbana da cidade de Pelotas,onde estavam todas as suas raízes , estavam quase chegando na rodoviária e ela esperava isso ansiosamente. Não que quisesse chegar logo na cidade, longe disso, o que ela queria era descer de uma vez do ônibus, não aguentava mais ficar sentada.


Finalmente o ônibus estacionou na rodoviária e ela pode, enfim, descer do mesmo. ''Finalmente, meu traseiro já está quadrado de tanto ficar sentada!'' . Haviam sido quase cinco horas de cansativa viajem desde Porto Alegre.


''Ah Porto Alegre''...pensou a mulher, saudosa. Fora na capital gaúcha que ela passara os melhores e mais felizes anos de sua vida. Fora naquela cidade, ao lado de sua tia, que ela aprendera a amadurecer, que aprendera a superar e a esquecer o que lhe fizera mal um dia.


Depois de oito anos ela criara coragem e, agora, retornava a sua cidade natal. Finalmente estava de volta e não podia impedir que esse pensamento lhe desse calafrios. Seus piores e mais terríveis pesadelos viviam naquela cidade. Praticamente as únicas coisas que ela temia, estavam ali, na cidade por onde agora ela deslizava dentro de um táxi.


Passou pela frente do enorme cemitério municipal e não pode deixar de se lembrar, saudosa, de sua mãe falecida. ''Que falta que ela faz.'', pensou a bela mulher, suspirando profundamente. Mais adiante o táxi dobrou a direita, esquerda e esquerda de novo fazendo com que eles passassem na frente de um grande colégio. O melhor da cidade.


Agatha conhecia cada corredor daquela escola, estudara por longo anos ali. E por muito tempo aquele fora o local onde ela se sentia mais segura...é claro que se sentia melhor ainda quando ele estava lá lhe abraçando e lhe aconselhando. Mas aquele não era o momento certo para pensar nele. Pois fora exatamente ali, naquele colégio de construção tão obviamente portuguesa, que ele a magoara, e ela jamais esqueceria aquilo. Talvez não esquecesse porque não queria ou talvez só não esquecesse porque não queria sofrer novamente. Queria sempre se lembrar, para nunca mais sofrer.


Ela só parou de devanear quando o velho motorista do táxi estacionou na frente de um pequeno apartamento antigo e lhe disse que haviam chegado ao destino. Ela lhe agradeceu, o pagou e saiu do carro, pegando no porta malas suas poucas bagagens.


O prédio tinha uma faxada antiga e, como a maioria dos prédios e casas da cidade, não possuía um jardim nem um cercamento adequado, sua construção era grudada a calçada. Sua cor era um tom rosa desbotado pelo tempo, suas portas e janelas, brancas. Ela tinha que admitir, gostava daquilo. Sempre tivera orgulho da arquitetura de sua cidade.


Entrou no apartamento que era destinado a ela. Ficava no sexto e último andar. Ela alugara o lugar por telefone e a única coisa que havia nele era um colchão de molas que ela pedira que fosse entregue no apartamento dois dias antes de sua chegada. Ele estava deserto, sem nenhum móvel ou decoração. O comodo que havia sido feito para dividir-se em sala e cozinha ficava na frente, seguido de um curto corredor, onde haviam quatro portas, duas do lado esquerdo, onde a primeira era uma espécie de lavanderia e a outra um pequeno quarto, uma porta do lado direito, onde ficava o quarto maior, seu quarto e uma porta no final do corredor, que ela imaginou ser o banheiro. Ela pretendia começar a decorar o apartamento no sábado seguinte, não demoraria muito, já que era uma quinta-feira e ela teria que trabalhar apenas um dia.


Ela conseguira seu emprego através de uma agência de empregos da cidade, acertara todos os detalhes por e-mail e começaria a trabalhar no dia seguinte. Era uma grande empresa de contabilidade e ela seria secretária particular de um dos principais contadores. Seria fácil pra ela esse emprego, ela tinha certeza.


A jovem mulher havia comprado um pastel na lancheria que tinha na esquina do prédio. Comeu o mesmo rapidamente, estava faminta, afinal, ficara mais de duas horas sem comer. Fez o lanche sentada em seu colchão e teria dormido imediatamente se não estivesse desejando tanto um banho. Estava cansada da viajem e, embora a temperatura estivesse agradável, quase que fria para um mês de maio, sentia-se suada.


Abriu uma de suas três malas e pegou um sabonete, shampoo, uma toalha e um conjunto simples de calcinha e sutiã.


Foi até o banheiro do apartamento, que ficava ao lado direito da porta de seu quarto, e constatou que o mesmo, assim como todo o resto, estava limpo. E, para sua felicidade, os antigos donos do apartamento haviam deixado as louças do banheiro. Menos uma coisa para ela comprar.


Despiu-se, sem se importar com o ligeiro frio que sentiu ao tirar suas vestes e entrou embaixo do chuveiro. Primeiro a água saiu gelada e ela até preocupou-se que o chuveiro estivesse sem resistência, mas então, esquentou deixando a água muito agradável, na temperatura exata e preferida dela. Não demorou muito no banho, o sono era maior do que a vontade de ficar curtindo a água morna em sua pele. Lavou os cabelos rapidamente e então desligou o chuveiro.


Colocou apenas a lingerrie que havia pego antes e voltou até o quarto. Foi até sua mala e pegou um par de meias, as colocando nos pés. Pegou então um lençol, o único que ela havia trazido, e deitou-se no colchão enrolando-se bem no mesmo.


Começou a pensar no dia seguinte, no seu primeiro dia de trabalho e, de repente, não sentia mais frio, pensava apenas em como seria seu chefe, como seria o prédio onde trabalharia e quem seria o contabilista para quem ela serviria de secretária. Com certeza eram todas pessoas boas, honestas e, melhor ainda, desconhecidas. Pobre Agatha...não tinha ideia do que a aguardava.




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Notas finais do capítulo

Bem parado esse capitulo né?! Eu sei. Mas ele é extremamente necessário para o início da história. O próximo virá rapidinho e cheio de surpresas. Rsrsrrs. Beijos. *---------*



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