Conectados escrita por Nathalia S


Capítulo 11
X- Família


Notas iniciais do capítulo

Bem gente, como eu já falei em algum momento, essa é a minha primeira história que não é narrada em 1º pessoa, então me desculpem se houver algum erro. kkkk

Boa leitura.



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Agatha olhou-se com ansiosidade no espelho. Considerava-se devidamente vestida para um almoço de domingo com os pais de um antigo ''amigo'' seu. Como o dia estava mais quente, ela estava vestindo uma camisa preta, que possuía algumas partes transparentes, uma calça jeans preta, um blazer cinza escuro, um par de sapatos pretos com tachas pratas e uma bolsa preta com tachas. Seus cabelos encontravam-se soltos e ondulados, um sorriso nervoso tomava conta de seus finos lábios. (http://www.polyvore.com/game/set?id=83657611 )

A senhorita Jeicks tivera dificuldades em admitir para si mesma o quão nervosa ela estava com aquele almoço. Pensara muitas vezes em dar uma desculpa qualquer para não comparecer, mas não tivera coragem. Sentia saudades da senhora Vera, a mãe de Rafael.

Uma buzina foi ouvida no acostamento em frente ao apartamento de Agatha e ela olhou pela janela. Vendo o carro de Rafael estacionado lá fora, decidiu descer e enfrentar aquele dia.

Rafael batia impaciente no volante de seu belo carro. Pareceu a ele que passaram-se horas desde o momento em que buzinou até Agatha aparecer na porta de saída do apartamento.

O primeiro pensamento do jovem rapaz foi: ''Nossa, como ela está linda!'', no entanto, no momento seguinte repreendeu-se muito. Não deveria estar admirando-a. Ela era horrível. Ela o fizera sofrer.

Quando a mulher abriu a porta do carona do carro de Rafael, ele estava resignado. Trataria ela mal, ou apenas ignoraria ela. Mas, de forma alguma, voltaria a ter sentimentos por um ser tão inferior.

-Bom dia Rafael. - saudou a jovem, tentando ser agradável.

-Bom dia. - Falou ele, sem olhá-la em nenhum momento.

Não houveram mais trocas de palavras durante o caminho. Agatha sentia a necessidade de conversar com Rafael, mas esperava que ele falasse alguma coisa. Como ele não falou, permaneceu calada. Estava estranhando aquela atitude dele. Há algumas noites atrás ele a tratara tão bem...''Lógico, agora ele já teve o que queria, não tem mais necessidade desse fingimento.'', repreendeu-se ela.

Quando chegaram a casa dos Suvens, Agatha não pode deixar de transparecer surpresa. Ela continuava exatamente igual ao que ela lembrava. As janelas ainda eram grandes e brancas, as paredes possuíam um tom de verde água encantador, a porta da frente possuía alguns trabalhados entalhados na madeira. Era tudo perfeito. Como sempre fora. Rafael notou a surpresa da moça, mas não falou nada, apenas estacionou o carro e saiu do mesmo. Ainda admirada, Agatha o seguiu.

Quando estavam aproximando-se da porta da frente, a mesma abriu-se de súbito, revelando uma bela mulher, com seus cinquenta anos, cabelos pintados cuidadosamente de loiro escuro e olhos azuis.

-Oh, Agatha querida, como senti sua falta. - Falou Vera, abraçando-a fortemente. Agatha devolveu o abraço com a mesma intensidade. Como sentira falta dela, a mulher que cuidara dela como uma mãe.

-Vera! Também senti muito a sua falta. - Afirmou a jovem, afastando-se um pouco e olhando o rosto da mulher, que sorriu carinhosamente para ela.

-Nunca mais pense em desaparecer dessa forma! - Disse a senhora, severamente. Mas acariciando de forma afetuosa o rosto da ''menina''.

-Não desaparecerei. - Afirmou Agatha, sem saber o que mais poderia dizer. ''Ah se Vera soubesse meus motivos...'', pensou.

-Ótimo. Agora entre, entre. Você já conhece a casa, então fique a vontade. Ricardo está lá na varanda, terminando de assar nosso churrasco.

-Tudo bem.

-Se me der licença irei fazer o arroz. - Disse a mulher, sorrindo realmente feliz por estar falando com Agatha novamente.

-Pode ir Vera. - Disse a jovem e a mulher foi para a cozinha.

Agatha suspirou pesadamente, sem dar-se conta de que Rafael continuava atrás dela.

-Que tanto suspiras Agatha? - Perguntou ele, sem conseguir conter-se. O jovem virou-se para olhá-lo um pouco assustada. Esquecera-se completamente dele.

-Nada demais. - Falou ela, tentando fugir da pergunta. Rafael deu de ombros e falou:

-Você nunca responde as minhas perguntas. Deveria ter me acostumado já. -Agatha pensou em dar-lhe uma resposta, mas não soube o que dizer. No final, ele apenas deu-lhe um sorriso estranho e saiu da sala de estar.

Quando percebeu que estava sozinha, Agatha foi para a varanda a procura de Ricardo. Encontrou-o em vestes informais, assando churrasco exatamente como Vera falara.

-Olá Ricardo. - Falou ela, simpaticamente.

-Olá Agatha, como estás? - Perguntou ele, sorrindo paternalmente para ela.

-Estou bem. - Depois do pequeno diálogo, um silêncio de alguns minutos instalou-se entre os dois.

-Tem notícias de sua família? - Perguntou ele, de forma exitante. A jovem apenas balançou a cabeça negativamente e disse:

-Não pretendo procurá-los.

Ele olhou-a de forma séria e abriu sua boca para falar algo a jovem mulher a sua frente. A conhecia a muitos anos, tempo o suficiente para ter o direito de aconselha-la, mas, antes que falasse qualquer coisa, Vera chegou na varanda perguntando se o churrasco já estava pronto e ele calou-se.

O almoço transcorreu agradavelmente, embora Rafael tenha ficado em um estranho silêncio durante toda a refeição. Ninguém fez qualquer pergunta desagradável à Agatha, e ela agradeceu mentalmente por aquilo.

Depois do delicioso churrasco, Vera serviu pudim, sagu e mousse de maracujá, que preparara com tanto esmero no dia anterior. Sabia que eram alguns dos doces favoritos de Agatha e queria agradá-la. Sentia uma extrema simpatia pela jovem, tanto que quase entrara em depressão quando ela foi embora. Amava-a como a uma filha ou, como em seus sonhos ela imaginava, como a uma nora. Sempre soube que a jovem Jeicks era a mulher perfeita para seu filho e vice-versa, embora parecesse que ambos estavam longe de notar isso.

Durante o almoço, a sobremesa e mais algumas horas que passou na casa daquela família, Agatha conversou de forma espontânea com Ricardo e Vera, teria conversado com Rafael também, na verdade queria muito conversar com ele, mas ele não deu-lhe nenhuma chance.

Estar perto daquela família despertava em Agatha a vontade de ter sua própria família. Seus pais...bem, nunca foram presentes e tudo que ela sabia sobre família havia aprendido com os Suvens. Sentira muito a falta deles enquanto estivera afastada da cidade. Pensava muito em casar-se, ter filhos e dar a eles o amor de uma família verdadeira. Mas isso parecia inalcançável naquele momento.

Eram quase 18h quando Rafael levou-a embora. Passaram o caminho todo no mesmo silêncio incomodo com que haviam ido até a casa dele. Quando ele estacionou seu BMW em frente ao apartamento dela, Agatha ficou pensando no que poderia dizer, enquanto Rafael apenas observava a rua, tentando não olhá-la em hipótese alguma.

-Até mais. - Falou ela, sem saber o que mais poderia dizer. Ele apenas assentiu.

Agatha abriu a porta do carro, mas antes de sair virou-se para ele rapidamente, antes que mudasse de ideia e deu-lhe um beijo na bochecha.

-Me desculpe se eu lhe fiz alguma coisa nos últimos dias. - Disse ela, virando-se para sair do carro, mas ele segurou o pulso dela.

-Por que diz isso?

-Percebi que você não está com vontade de falar comigo. Não sou idiota e te conheço, ou conhecia, melhor do que ninguém. Não sei o que lhe fiz dessa vez, mas desculpa. -Dito isso Agatha puxou jeitosamente seu braço e saiu do carro. Deixando para trás um pensativo Rafael.


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Notas finais do capítulo

Comentem. kk
Beijos. *--*



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