A garota corria de forma desesperada, esbarrando em várias pessoas que gritavam assustadas ao se deparar com um revólver o qual a garota havia em mãos. Ela sabia que alguns iriam chamar a polícia, e por isso acelerou o passo, atirando para o alto para dispersar a multidão de forma que ela pudesse correr ainda mais.

Ofegante e cansada, continuou a correr enquanto ouvia gritos e o som de sirenes policiais ao fundo, rapidamente virou em um beco que dava em outra rua, a qual era sem saída. Ainda correndo chegou ao final do beco e avistou um homem entrando em seu carro, imediatamente a loira apontou sua arma para ele, que parou o que estava fazendo e largou as chaves do automóvel no asfalto e levantou os braços em sinal de rendição.

- Entre no carro. – A jovem ordenou com a voz esganiçada e ofegante, e o homem ainda rendido acatou as ordens da garota de olhos enigmaticamente verdes, a mesma entrou no carro e se sentou no banco de passageiro, apontando a arma para o homem em seguida.

- Dirija como se nada estivesse acontecendo e... Me desculpe por isso. – A jovem disse com pesar na voz, o homem apenas fez o que ela disse, e começou a dirigir.

- Mais rápido! – Ela gritou ao ouvir o som de sirenes ao longe.

Nervosa, a loira ligou o rádio enquanto o carro corria á toda a velocidade.

Uma jovem armada identificada como Christinah Rose Pierce parece que acabou de “seqüestrar” um carro e tem um refém...

Bruce Wayne havia sintonizado na mesma rádio que a loira.

As seguintes informações dadas pelo rádio fizeram com que sua mente trabalhasse rapidamente, e em poucos segundos ele já sabia para onde a garota estava indo com o carro.

Acelerando o seu carro e dando meia volta, ele agora estava indo para onde a garota dirigia, não havia tempo suficiente para ele colocar seus trajes de Batman, e assim ele foi como estava.

A loira acelerava cada vez mais, porém o carro era um tanto ultrapassado e não passava dos 120km/h, os sons de sirene continuavam longe, e isso a deixou alerta.

Assim, ela começou a ouvir o canto de pneus perto dela e avistou uma BMW parando vários metros á frente do seu carro. O homem que dirigia parou bruscamente o carro, parando apenas a alguns centímetros do outro carro e quase colidindo.

- Porque você parou?! – A garota gritou com o homem, agora é que ela estava ferrada.

- Preferia bater?! – Ele retrucou nervoso mas logo se calou quando lembrou da arma apontada para ele.

- Ai meu Deus, ai meu Deus! – A garota disse quase em desespero saindo do carro, era mais vantajoso ela ter batido logo aquele carro velho e morrido de uma vez, ao menos assim eu ficava livre de uma vez por todas desses policiais e daquele palhaço! Ela pensava.

Um belo homem aparentemente tranqüilo saiu da BMW, dando de cara com a loira em estado de pânico.

- Você fique aí! – A loira quase gritou para o seu “motorista”, que tentava sair do carro vagarosamente tentando fugir, uma das coisas que dava raiva na jovem era que a mesma não sabia dirigir, e assim precisava recorrer á esse tipo de ação quando fugia.

- É melhor largar a arma. – O homem da BMW disse se aproximando vagarosamente.

- Você também, fique aí! – Ela disse apontando agora para o aparente mauricinho corajoso, o homem trajava um terno grafite e tinha os cabelos colocados para trás com uma espécie de gel, mesmo assim a loira não pôde deixar de admitir que ele era lindo.

Mas aquela não era hora para esse tipo de pensamento, o som das sirenes aumentava conforme os segundos se passavam e ela precisava tomar uma decisão rápida, matar o homem e pegar sua BMW era uma das opções, mas ela nunca havia matado alguém por mais que tivesse sido acusada e condenada por isso.

- Eu vou atirar! – A loira avisou com seu tom de voz agora mais elevado, apontando a arma para o homem, o mesmo apenas levantou as mãos em sinal de rendição e continuou se aproximando, Christinah apenas respirou fundo, tentando achar uma saída.

- Eu preciso da sua BMW para fugir. – Ela disse tentando manter a calma. – Ou você sai da frente por livre e espontânea vontade ou eu vou ter que atirar. – Ela disse com a voz calma demais, sua mudança de postura repentina deixou Bruce confuso, mas mesmo assim ele continuou se aproximando vagarosamente, para que quando estivesse perto o suficiente a desarmasse.

Sem resposta, a loira respirou fundo mais uma vez.

- Eu avisei. – Ela disse fechando os olhos e acionando o gatilho.

Porém, a jovem não atirou no moreno, e sim mirou em si mesma e atirou.

Ela pensava que se matasse o homem estaria se igualando ao palhaço, e ela não se renderia tão fácil assim aos planos dele. Agora caindo de joelhos no chão, a jovem jogou a arma para longe e caiu no chão, o sangue começou a se espalhar pelo asfalto e assim Bruce rapidamente se aproximou dela, preocupado e um tanto transtornado, afinal, ele não entendia o porque de ela ter atirado em si mesma e não nele.

- Você é louca?! – O homem perguntou enquanto via que ela tinha sido atingida na região da barriga.

- Só um pouquinho. – Ela disse com a voz rouca de dor e tossiu, numa tentativa de rir da situação, Bruce ainda não conseguia encontrar uma razão para a loira ter feito isso, e sem se conter perguntou:

- Porque fez isso? – A garota deu um sorriso amargo, ela torcia para que morresse logo de uma vez e assim não precisasse passar pelo o que estava por vir, ao mesmo tempo xingava mentalmente sua mira, ela poderia ter acertado algo que fizesse com que ela morresse logo de uma vez e não ficasse agonizando de dor.

 - Bem, vamos lá. – Ela disse enquanto o barulho de sirenes ficava mais alto, Christinah olhou em volta e percebeu que o homem que havia “seqüestrado” desaparecera;

Medroso. Pensou ela.

- É o seguinte mauricinho. – Ela disse beirando a desmaiar. – Se eu sobreviver, vou ir para um hospital, com toda a repercussão que isso deu, uma certa pessoa vai me achar e me torturar, depois disso eu vou para a prisão, e você sabe o que alguns policiais fazem com algumas das mulheres que são presas... Não sabe? – Ela disse, e riu mais uma vez. – Se não sabia, agora já sabe. – Tossiu. – Ou seja, se você não me tirar daqui e me levar para qualquer outro lugar que não seja um hospital ou uma prisão, coisa que provavelmente não vai acontecer já que eu tentei roubar a BMW do almofadinha, o que eu acabei de descrever vai ser só o inicio da tortura. – Ela finalizou, sua visão se embaçando totalmente. – Foi por isso que eu atirei em mim, porque é melhor morrer do que passar pelo o que eu irei passar. – E assim ela se calou, seus olhos começaram a se fechar, e toda a sua consciência foi para a escuridão.

Bruce havia tomado uma decisão, e antes que os policiais chegassem, o moreno pegou a jovem no colo e colocou no banco de sua BMW, partindo em alta velocidade logo em seguida.