“Era uma vez uma garota. Com seus belos cabelos negros como o céu escuro, fora possuída...”

Ana sempre fora uma menina adorável e divertida, sempre cobiçada por todos os garotos da turma, mas ela possuía um defeito; algo que não poderia ser considerado um defeito até certo tempo onde nada poderia destruir sua felicidade. A coragem e valentia poderiam ter sido algo bom, mas acabou sendo o trágico fim de Ane Vampire Queen. Foi a uma semana atrás, a garota decidira enfrentar o maior medo de seus companheiros de sala e até da cidade; decidiu entrar naquela casa, casa cujo cheiro de medo era inalado por toda a cidade. Diziam que ninguém que pusera seus pés na entrada da casa voltou como era antes; alguns se mataram, outros foram assombrados pela eternidade, possuídos...

O som da noite era quieto e tranquilo, poucas luzes iluminavam o caminho que Ana seguia, escolhera de noite por ser corajosa ou talvez não muito inteligente, alguns pensaram. Seus cabelos escuros e compridos faziam de sua perfeição uma suposta atração para a morte; pele clara, 17 anos e muitas olheiras pelas aventuras que já havia enfrentado, nem todas aventuras, mas boa parte delas a deixavam cada vez mais corajosa a continuar a caminhar em direção à casa. Casa cinza ou negra, difícil de ver; provavelmente dois andares, parecia uma mansão assombrada, a garota já podia sentir seu extinto de coragem lutando contra o medo que vinha lentamente. - Não posso continuar assim, é só uma casa velha!-

 Bateu de leve na porta de madeira podre e velha, abriu sozinha e ao entrar, fechou a trancando por quem sabe para sempre. Foi entrando na casa, nada de suspeito existia ainda, somente uma triste casa solitária, mas não tardou e ela começou a tremer de certo modo que o medo não desistia de lutar, mas continuou andando sem arrependimentos.

 Escutara um barulho vindo de uma suposta cozinha e seguira sem hesitar, foi o seu pior erro. Chegou na tal cozinha velha onde as coisas estavam caídas e destruídas, panelas em decomposição, sujeira e um enorme cheiro de morte, alguém havia morrido, mas quem? Vira com seus próprios olhos o terror, uma mulher loira, alta e bonita de olhos vinho, segurava uma faca; logo Ana pôde perceber que o cheiro de morte vinha dela, mulher estranha se alto mutilava como obrigada.

- Pare! – Dizia a garota tirando a faca da mulher

 A mulher possuía lágrimas nos olhos, mas dava para ver que ao mesmo tempo em que a garota sentia dó da moça, o medo era maior; se desaproximou pronta para ir embora, mas algo a parou; a moça loira já não estava mais com seus olhos avermelhados, estava desmaiada, mas normal. Ana se sentia estranha, algo parecia estar junto dela, seu peito ardia muito como se estivesse sendo envenenada, sua cabeça doía e reparara que saía sangue de sua boca, logo estava apagada. Não se lembrava mais do que haveria de ter acontecido, apenas algumas coisas como de ter vomitado sangue antes de desmaiar e agora estava mastigando o braço de alguém como uma louca – O quê estou fazendo?! Quem sou eu?- Ainda sentia grandes dores no corpo e não parecia mais a normal Ana de sempre, algo estava agora com ela, alguém havia a possuído naquela casa e seu corpo não era mais dela.

 Acordou em seu quarto, estava cansada e não se lembrava de muita coisa, mas tomara um grande susto ao ver sua roupa cheia de sangue, suas olheiras estavam piores e pálida havia de ter ficado.

“ Então você acordou, seja bem vinda de volta” – Falou uma voz feminina e rouca dentro da cabeça da garota

“ Quem está falando?! Quem é você?? Por que está na minha cabeça?”

“ Agora você é minha, somente minha”

 A menina voltou a dormir, mas não em seu quarto, no fundo de sua mente adormeceu sem saber o que esperaria, porém acordou para ver o que agora fazia. Os dias passavam lentamente e obscuros, cada dia mais sangue se acumulava, não sabia mais quantos já havia matado; colegas de classe desaparecidos, professores... e muitos outros mortos por uma bela jovem assassina e possuída. Seus olhos não voltavam mais a ser os mesmos, agora eram vermelhos, meio roxos e sombrios, mais pálida e frequentemente tinha insônia e vomitava. Fora passear para tentar esquecer e ver se descansava; encontrou com um belo casal idoso no parque que começou a puxar assunto.

- O que faz sozinha aqui, bela moça?

- Fujo da realidade em que vivo- Diz não podendo evitar de ser sombria

- Todos precisam de um descanso de vez em quando, né?- Diz a simpática senhora

- A vida não é fácil, mas é boa de se viver jovem- Disse o senhor sorrindo

A calmaria não duraria para sempre, a cabeça de Ana volta a doer e seus olhos mais vermelhos ficam.

“ Não quer ver o lindo vermelho do sangue deles?”

“ Sai da minha cabeça!! Pára de me controlar!!!”

“ Já disse que você agora é minha e faço o que quiser”

-Por favor...

- ??

- Saiam de perto de mim...

- O que foi, jovem?

- SAIAM DE PERTO DE MIM!!!

Matara aquele casal usando apenas suas unhas afiadas, não sabia mais quem era e nem até onde iria chegar, mas perdera o controle de seu corpo, seus olhos rubros se derretiam em simples lágrimas que não ajudariam ninguém. Passara a semana quieta, não falava com ninguém da escola e continuara a se “alimentar” escondida pelas cidades sombrias, o sangue a deixava feliz e alimentada, mas sua parte humana já quase não existia.

“ Não se aproxime de mim... saia de perto... fique longe”- Era o que sempre dizia para as pessoas que a achavam cada vez mais estranha

 Sua insônia a perturbava e raramente dormia, saía caçando, matando qualquer um pela frente e às vezes enlouquecia no meio das aulas, diziam que tinha distúrbios e fora expulsa da escola.

“ Agora você entende? Você só tem a mim, não é saboroso ser possuída por mim? Ahaha”

Ana não respondia mais à sua parte negra, por quem fora possuída. Os dias passavam e todas as suas roupas tinham manchas de sangue.

“ Por que? Por que não fala comigo? Somos uma só agora ou será que devo te adormecer para sempre, não preciso de sua parte boa, somente seu lado obscuro”- Dizia a voz, a voz da mulher que havia a possuído

“ Eu... queria... saber... por que...”

“ Eu morava lá? Por que eu mato pessoas? Talvez você não entenda o que eu sou Ana Vampire Queen, mas você tem o meu nome, não percebeu o que sou? O por que de você querer cada vez mais sangue? Talvez você deva sucumbir até a morte de uma vez e ser logo controlada por mim”

“ NÃO!!”

 Possuída... Possuída por um vampiro? As coisas começaram a fazer sentido, o por quê dos olhos vermelhos, a vontade por sangue, mas ser possuída por um vampiro, coisa difícil de acreditar, quem seria aquela mulher?

“ Você ainda não percebeu? Que tolinha minha mana...”

Aquela noite ficou claro, Ana a garota adotada que não sabia de seu passado, era irmã de uma vampira?

“ Como assim? Não entendo!!”

“ Você faz parte da família, mas pelo que parece não sabia disso, mas que bom! Você tem uma irmã, está feliz? Posso sair de seu corpo e podemos tomar sangue de quem quisermos”

“ NÃO!! Não quero! Me deixe em paz!!!”

“ Infelizmente eu já imaginava, por isso ficarei com esse seu corpo para sempre”

 A garota começou a perder a consciência, a dor aumentara e pouco a pouco ela sentia estar desaparecendo.

“ Não se preocupe, vou cuidar de seu corpo, irmãzinha”

Ana poderia ter simplesmente se entregado, mas não aguentaria saber que estaria matando e sendo usada por um vampiro; antes de desmaiar pegara uma arma, a única lembrança que sobrara da família que a adotara antes dela os matar.

“ Não deixarei que fique com o meu corpo, morrerás comigo”

 Uma jovem garota de cabelos negros e olhos vermelhos puxou o gatilho e desapareceu deixando apenas rastros de sangue e pó, não é assim que acabam os vampiros?- Pensara antes de atirar

 Sua vida não passara de ilusões, alguns ainda lembram da doce garota que fora possuída por um vampiro, sua irmã verdadeira. Uma rosa vermelha corajosa, passou de rosa negra para... simples resquícios de vampiro...

Dizem que a lenda é verdadeira e ela pode ainda estar por perto