Ainda estou deitada nos braços de Peeta, o único lugar no mundo em que me sinto segura, junto a ele.Vejo que em seu peito ha um enorme roxo devido a briga, nenhum de seus ferimentos é muito serio, apenas alguns roxos, outros vermelhões, sua mandibula esta inchada como seu nariz, embora ambos já tenham parado de sangrar, iram ficar assim por um bom tempo acho. Meu nariz, que com certeza está quebrado, foi enfaixado por Peeta porem, de forma provisoria apenas até minha mãe ou Prim chegarem, elas saberão o que fazer com ele. Quem sabe não recomendam algo para melhorar os inchaços.

Estamos conversando, falando sobre besteiras, sobre tudo e sobre nada. Rindo, das bobeiras um do outro. Quando de repente, vejo o rosto de Peeta ficar sério e pensativo. Penso no que pode ter lhe incomodado tão de repente.

–O que foi? –pergunto

–Como assim?

–Voce ficou pensativo de repente, o que foi? -pergunto

–Eu só estava pensando. Katniss, hoje na floresta, por que não me chamou? –ele perguntou e eu congelei, quanto Peeta teria ouvido?

–Eu... Eu não queria problemas Peeta -digo –eu tive medo de... De ....

–Teve medo que eu desconfiasse de você, Katniss? -ele me interrompe. Eu aceno com a cabeça.

–Voce realmente acreditou no que Gale disse?

–Eu sei que não devia, mas fiquei com medo da sua reação.

–Eu jamais duvidaria de você Katniss. –ele disse

–Eu sei, mas estava desesperada, não sabia mas o que fazer.

–Tudo bem Katniss.- ele diz voltando a sorrir.

–Eu te amo. -digo.

–Eu também te amo – ele me beija gentilmente.

–Sabia que mesmo com a boca inchada você sabe dar os melhores beijos do mundo? –digo passando meus dedos por seus cabelos loiros

–E esse seu narizinho enfaixado também não atrapalha em nada os nossos beijos. – ele diz e voltamos nos beijar,mas dessa vez, um beijo mais aprofundado.Continuamos nosso beijo e vejo que Peeta está com uma de suas mãos apoiada ao lado de minha cabeça e com a outra me abraca pela cintura meus braços estão apoiados em seu pescoço. Estamos assim, nos beijando com ele por cima de mim e com apenas com o lençol nos cobrindo, quando ouvimos passos no corredor e a porta se abrindo sem nem ao menos bater.

Simila esta parado na porta boquiaberto desvia o olhar de nos.

–Ah Meu Deus! Mamãe e papai não vão gostar nada disso –ele da um risinho sarcástico e malicioso, mas continua a encarar a parede.

Peeta, que antes estava vermelho feito um tomate, fica pálido. imagino estar branca feito uma folha de papel.

–Eles estão aqui? -Peta diz.

–Acabamos de chegar. –ele diz saindo o quarto ainda rindo, mas está tão pálido quanto nós.

–Droga! -Peeta diz recolhendo nossas roupas espalhadas pelo quarto. –melhor nos vestirmos e descermos.- ele fala ainda pálido me jogando meu sutiã.

Aceno com a cabeça nervosa, e me visto.

POV Peeta

Nos vistimos em alguns segundos, e já estamos tentando sair o quarto sem fazer barulho.

Droga! Mil vezes droga! Mas eles não iriam ficar na padaria até mais tarde hoje? Droga! Será que existe uma situação pior que essa? Provavelmente não.

Não sei se demos muita sorte de Simila ter entrado no quarto antes que minha mãe o fizesse ou azar dele aparecer em um momento tão inoportuno como esse. Desde que voltamos da arena e Katniss e eu começamos a namorar, minha mãe , que nunca gostou de Katniss nem mesmo antes da arena, me proibiu de traze-la pra casa quando estivesse sozinho. Mas certamente se ela não nos visse saindo do quarto já é um bom começo.

Estamos descendo as escadas quando somos surpreendidos por minha mãe, parada no pé da escada com os braços cruzados, imediatamente fica brava ao ver Katniss comigo.

–O que ela está fazendo aqui sozin...-ela diz brava mas ela parece notar nossos ferimentos da luta. –o que aconteceu com voces dois?

Estamos encurralados, como contaria sobre a briga e o beijo? Certamente minha mãe acusaria Katniss de me trair, talvez seja melhor contar a verdade somente ocultando o beijo. Estou abrindo a boca para assumir a culpa por me meter em uma briga com Gale e acidentalmente socar Katniss quando ela aperta minha mão fazendo com que eu me cale

–Eu estava dando uma aula de arco e flecha para Peeta. Subimos em uma arvore para termos uma visão melhor de um veado, mas escolhi mal a árvore e o galho não nos aguentou e nós caímos em algumas pedras. –ela disse a coisa tão rápido que nem eu consegui absorver toda a história que foi contada. Mas apesar de tudo, ela foi bem convincente.

–Ele me trouxe aqui para dar os primeiros socorros em meu nariz que provavelmente quebrou.

–Você o que? –ela perguntou incrédula para Katniss. -voce não acha que meu filho já teve contato suficiente com armas? Veja só o que aconteceu com ele e a culpa é sua! -ela diz gritando. Sei que Katniss não é do tipo que fica calada, mas ela não abriu a boca, ficou quieta, parada. Apenas ouvindo as besteiras ditas por minha mãe.

Isso não é justo.

–Você está sempre o colocando em encrencas não é mesmo? Já não o machucou o bastante? Nuca é o suficiente! Meu filho já perdeu uma perna e a culpa é sua! A culpa é sempre sua! -ela esta completamente fora de si. Ela nunca foi muito calma, mas também nunca a vi desse jeito.

–E tem mais sua.... -decido que está mais do que na hora de acabar com essa briga.

–Chega! Chega mãe! –grito para ela. Nunca levantei a voz para ninguém. Muito menos para minha própria mãe. –Katnis não tem culpa de nada! E você não tem o direito de trata-la assim!

–Peeta o que voc....- minha mãe continuava tentando argumentar.

–Não! Não, chega! Voce sempre criticou a Katniss antes mesmo da colheita. E agora que estou voltando a ser feliz, voce não vai estragar isso!- tanto Katniss quanto minha mãe me olhavam sem acreditar no que eu havia dito.

Pego a mão de Katniss e vamos até a porta, não ficarei nem mais um minuto nessa casa.

POV Katniss

O episodio na casa de Peeta foi constrangedor e ao mesmo tempo revelador, quem diria que Peeta poderia enfrentar a própria mãe daquele jeito para me defender? Tenho que parar de duvidar das coisas que Peeta é capaz de fazer por mim. A cada dia ele me surpreende mais.

–Katniss eu... Me desculpe por Simila e principalmente por minha mãe. –ele fala gentilmente, apesar de ainda estar vermelho de raiva.

–Está tudo bem Peeta. -eu ignoro a parte de Simila. -Afinal ela está certa em uma coisa, eu vivo te metendo em problemas não é mesmo?

–Nunca mais repita isso Katniss. –ele me diz sério segurando o meu queixo. -ela estava tentando te magoar e eu não vou permitir que consiga. Nada disso é culpa sua Kat.

Ele me da um bejo simples, apenas enconstando os labios nos meus levemente. Então continua

–Katniss será que posso dormir na sua casa esses dias? Não quero voltar a encarar minha mãe.

–Claro Peeta, nenhum problema.

Peeta me leva a minha casa, a uma hora dessas Prim ou minha mãe devem estar em casa.

–Mãe? Prim? –chego em casa e grito por elas.

Vejo Prim no topo da escada.

–Prim!

–Oi Katniss, oi Peeta. A mamãe não tá, ela vai passar... -ela se assusta ao reparar nossos hematomas e desce a escada correndo.

–O que aconteceu com vocês dois? –Prim diz preocupada.

–Onde esta a mamãe Prim? –digo tentando evitar sua pergunta.

–Teve uma piora na epidemia de virose, a mãe vai passar a noite fora cuidando de algumas pessoas -ela explica –mas eu posso ajudar. Venham comigo –ela faz sinal para acompanharmos ela atá a cozinha, onde ela pega o enorme kit medico de nossa mãe. Prim sempre a ajuda com os pacientes,ela é muito mais competente do que muitos curandeiros do distrito com seus apenas 13 anos recentes.

–obrigada Prim. -digo.

Ela comeca por meu nariz. Desenfaixa o curativo feito por Peeta e o observa.

–Bem, está quebrado. -ela diz e vai ate a geladeira e pega gelo para o meu nariz -o bom é que não sangra mais.

Ela se vira e vai cuidar um pouco de Peeta. Ela coloca gelo em sua boca ainda machucada e roxa ,em seu nariz e também em seu tórax que estava mais machucado do que pensei –a boca e o nariz vão ficar inchados por um tempo Peeta, mas não quebrou nada, muita sorte pelo visto. –ela nos encara e volta a perguntar –o que aconteceu, afinal?

Contamos pra ela a mesma história que contamos a mãe de Peeta, mas Prim não acredita, ela está vendo os hematomas e sabe que não poderiam ser causados por um tombo de uma árvore. Mas ela finge acreditar, sei que mais tarde serei cobrada das verdadeiras respostas.

Prim enfaixa novamente meu nariz e coloca um pouco de algodão caso volte a sangrar. E nos manda continuar colocando gelo para desinchar.

Comemos uma sopa feita por Prim e Peeta, afinal sou um desastre na cozinha então só olho o dois cozinhando. Olho pela janela e noto que já esta de noite. O dia foi bem longo e tanto eu quanto Peeta precisamos nos deitar.

–Vai passar a noite aqui Peeta? -Prim pergunta. Acenamos com a cabeça. -quer que eu arrume o quarto de visitas?

–Não precisa Prim, ele pode ficar no meu quarto mesmo. -digo.

Nos colocamos em pé e ele entrelaça meus dedos nos seus e sorri, eu sorrio tambem.

–Acho vocês dois um casal lindo, sabia? –ela diz também sorrindo

–Pois é, eu tambem acho. -Peeta diz

Já iamos subindo quando Prim me chama

–Katniss, posso fala com você em minuto?- ela diz e eu entendo que a hora do interrogatorio chegou.

Faço um gesto com a cabeça sinalizando a peeta para me esperar lá em cima .

–Não preciso dizer que vocês dois não me enganaram com essa história que vocês dois caíram de uma árvore, não é? -Prim volta a falar. -Não sou boba Katniss e sei que esses seus machucados são bem mais sérios do que um tombo na árvore. -ela me encara seria. -o que aconteceu Katniss? De preferencia a verdade dessa vez, por favor.

Suspiro e lhe conto sobre o Gale, o beijo, a luta,o soco acidental, briga com a mãe de Peeta, ocultando é claro o "flagra" de Simila.

–Foi isso Prim. -digo quando finalmente concluo a história.

–Nossa, Peeta reamente é uma pessoa ótima

–Ele vem me provando isso todos os dias. -ela sorri

–Eu torço muito por vocês dois. -ela diz se levantando da cadeira. Eu a acompanho –o casal queridinho de toda a Panem. -ela diz e nós rimos.

Prim vai ao seu quarto e eu vou para o meu, onde Peeta esta me esperando.