POV Katniss

– Eu já vou para o quarto. Voce vem Katniss?- Peeta chamou, sei bem que não foi uma pergunta, e sim uma afirmação.

Noto que Effie nos diz algo, mas não presto atenção, entro no quarto primeiro e Peeta fecha a porta atrás de si com uma certa força.

–No que estava oensando Katniss?- Peeta me pergunta zangado.

–Eu ja disse que fiquei brava.- digo igualmente zangada.

–Não justifica.

–Que droga! Essse pessoal nos faz passar fome para pegarmos tassaras e termos mais chances de irmos para os jogos. Assistem a morte de 23 crianças inocentes todos os anos e se divertem com isso. E aqules que vencem eles colocam etiquetas, quase nos marcando a ferro que pertencemos a eles e que somos o que eles bem entendem! Agora agora para provar isso pegam todos os sobreviventes dessa tortura e os jogam novamente em uma arena! –grito inconformada – voce acha mesmo que eu peguei pesado com eles?

–Sinceramente Katniss, pouco me importa esse pais! Pouco me importa Snow, Plutarch, Seneca... apenas me importo em manter voce viva!-ele grita tambem. Então abaixa a voz na seguinte frase- voces dois!

–Não mudará nada! Nossas notas foram as mais altas em muitos anos! O que fiz não nos afetará.

–Como assim não nos afetará, Katniss?- ele volta a gritar.- voce colocou fogo no Chefe dos Gamemakers, na pessoa que como apertar de um botão acaba com nossas vidas! Voce humilhou a pessoa que com uma ordem faz o seu canhão soar na quela arena!

Eu não havia pensado nisso. Eu realmente so pensei nas notas, apenas pensei que Plutarch e o responsavel por nosso sofrimento, e fui simplesmente egoisa e impulciva.

–Voce se esquece que não e só voce que vai sofrer com as suas atitudes impulsivas! –ele abaixa o tom de voz –voce não pensou em nosso filho em nem um segundo se quer não é?- vejo o quanto ele está zangado e magoado. Mas é verdade, eu não pensei mesmo. Não pensei em proteje-lo e salva-lo da arena, pensei apenas e vingar a morte de meu filho, uma morte que eu ainda posso impedir.

–E voce pensou por acaso? -digo com lagrimas nos olhos , ele tambem não pode apenas me culpar.- quando voce fez aquela maldita pintura?- não estamos mais gritando, apenas “sussuramos alto” com medo que alguem nos ouvisse.

–Eu pensei Katniss! Mesmo que eu tenha deixado claro que sei da revolução, pensei que talvez assim tirasse um pouco a atenção de voce na no momento, assim voce teria mais chances na arena caso fivesse besteira hoje como da ultima vez. Eu não os humilhei, constatei um fato, mas voce acha mesmo que eu não queria ve-los humilhados? Que eu não queria que eles pagassem de alguma forma? Eles tambem estão me tirando tudo e a todos! Mas nos ainda temos o que perder, Katniss, temos muito o que perder!

–Tudo bem! Me desculpe! Voce tem razão! Eu não devia ter feito isso!- falo nervosa começando a chorar.- E-eu não consegui entrar naquela sala cheia de pessoas ansiosas para nos ver morrer, para nos ver sofrer novamente, como se o que nos já tivessemos sofrido não fosse suficiente! Nunca e o suficiente! Eu não suportei os olhares, não suportei as pessoas me encarando e possivelmente já planejando a minha morte, a de todos nos.

–Voce não vai morrer. Eu já lhe disse...-ele começa a diser, já com a voz doce, calma e gentil de sempre, mas eu não o deixo terminar.

–Está vendo? Está vendo o que eles estão fazendo? Eu não quero que voce morra por mim, não quero viver sem voce... -digo chorando. –eles devem estar adorando saber que as vesperas de nossas mortes nos estamos aqui , em um quarto brigando.- falo me sentando na beirada da cama

–Voce tem razão, nao deviamos estar brigando. Fui muito grosso com voce- ele se tenta ao meu lado.

–Eu mereci.-digo e ele me puxa mas perto dele.- voce me desculpa? Por não ter pensado em nosso filho?

–Com uma condição: que voce me desculpe tambem por tem sido rude com voce e por ter feito aquela pintura. Tambem sou culpado.

–Claro te perdoo- digo e ele abre um enorme sorriso.

–Na verdade, acho que tenho outra condição.

–Qual seria?- pergunto já adivinhando seu proximo ato.

–Essa- ele diz e me da um beijo eu retribuo -estamos ambos perdoados?

–Completamente.- voltamos a nos beijar quando de repente Haymitch entra no quarto.

–Bem, eu vim ver se estava tudo bem por aqui. Eu e Effie ouvimos alguns gritos, e choro.-ele nos olha e sorri ironico.- mas pelo que posso ver, os docinhos já se resolveram.

–Já sim. –digo.

–Ótimo, se precisarem de mim estarei no meu quarto, mas por favor não precisem.-ele diz e sai do quarto.

***

Não sei se foi um tipo de milagre ou coisa do tipo, mas hoje, acabo de acordar sem nenhum pesadelo, enjoo ou tontura. Um verdadeiro milagre, sendo que nunca tenho uma noite de paz desde que estou na Capital.

Olho para o outro lado da cama e vejo que Peeta ainda dorme, geralmente ele se levanta bem antes de mim. Posso ver que não está tarde, mas certamente já era para Effie ter nos acondado aos berros a pelo menos 2 horas para que possamos treinar para as entrevistas.

Vou até o banheiro e tomo um banho, ao sair da banheira penteio os cabelos, os deixando soltos, me olho no espelho e vejo que estou com olheras enormes e escuras. Tambem noto, antes de colocar a camisa, que minha barriga ainda não cresceu nem um pouco, pelas minhas contas tenho 2 meses e meio de gravidez, mas vejo que meus seios aumentaram consideravelmente de tamanho.

Acabo de me trocar e saio do banheiro, Peeta continua dormindo. Me aproximo dele e vejo que não sou apenas eu que estou com olheras. Seu rosto está cansado, suas olheras são escuras e ele dorme feito uma pedra.

O deixo dormindo mais um pouco e vou tomar o café, e talvez uma xicara do meu chá, não é por que os enjoos me deixaram em paz agora que continuará assim, de modo que prefiro não arriscar.

Vejo que não há niguem tomando café, mas a mesa está servida. Me sirvo de alguns pães e quando peço a um avox um pouco de chá, ele me entrega um bilhete de Effie e Haymitch disendo que eles tem algo para resolver e que o treinamento está cancelado. Isso é, eu e Peeta teremos o dia inteiro juntos e sozinhos.

Acabo o café da manhã e volto para o quarto onde Peeta continua dormindo, estou morrendo de dó de acorda-lo, já que agora posso ver o quanto ele esta cansado, mas não posso deixa-lo dormindo, ou ele acordará muito tarde.

–Peeta, acorda.- digo tocando o seu ombro.- acorda amor. -digo lhe dando um beijo na bochecha e tentando lhe acordar gentilmente.

–Já acordou Kat? -ele pergunta se sentando na cama. –é impressão minha ou está faltando uma mulher escandalosa gritando?

–Effie e Haymitch cancelaram o treinamento, temos o dia sozinhos até a entrevista.

–Serio? Então temos o dia inteiro sozinhos?. -ele fala e eu aceno com a cabeça em corcondancia, ele vai tomar banho e volta já vestido.

– O que quer fazer hoje?-pergunto.

–Nossas opções são bem limitadas, já que não podemos sair do predio. -ele fala pesativo, então estrala os dedos no ar, como quem teve uma ideia. –que tal um pique nique?

–Um pique nique? Onde?

–No telhado mesmo.- me parece uma ótima ideia, então sorrio e concordo.

Vamos até o telhado, pedimos para alguns Avoxs nos levarem algumas comida e nos sentamos abraçados, olhando a Capital.

Mesmo de tão lonje, é possivel ver as pessoas caminhando, na verdade, o que vemos são apenas uns borrões coloridos, alguns amarelos, outro rosa, roxo, verde, azul.... todas as cores imaginaveis. Me pergunto se essas pessoas não veem nada de errado ao assistirem os distritos passando fome e crianças indo para a arena se tornarem assassinas para sobreviver ou morrem tentando todos os anos, em quanto eles ficam ai, comendo do bom e do melhor, trocando a cor do cabelo constantemente, pintando as unhas, comprando roupas, gastando o dinheiro que seria tão precioso para os distritos, com coisas futeis e sem um valor real.

Posso observar altos predios, também coloridos e de alto luxo. Em quanto nos, nos distritos, moramos em casas caindo as pedaços.

As diferenças entre a Capital e os demais distritos são imensas e claras, mas e as semelhanças? Sim, de fato ha semelhanças. Todos nos vivemos em um mesmo país, o qual esta submetido a uma ditadura impiedosa, que nos obriga a assitir aos Jogos Vorazes todos os anos. Mas mesmo entre as nossas semalhanças há uma diferença. Sim. certamente que vivemos na mesma nação e sob o mesmo governo, mas novamente, não sob as mesmas circustandias. Na verdade, as pessoas da Capital devem amar esse estilo de gaverno, devem amar os jogos.

Por que? Com certeza eu não sei. Não vejo diversão alguma em assistir crianças morrendo, mas eles vem. Provavelmente deve ser por que não são os seus familiares na arena, não são os seus filhos, não são seus amigos, não são eles! Somos nos, os distritos, pessoas as quais eles pouco se importam, e quando assistem aos jogos eles não veem seres humanos morrendo, apenas veem mortes insignificantes que são encaradas com indiferença.

Sinceramente, não sei o que pensar deles. Tento desviar os pensamentos.

Eu e Peeta passamos o resto do dia assim, abraçados, juntos. Assim que a comida chega nos a comememos sem muito animo, ainda hoje a noite teremos a entrevista, e amanhã iremos para a arena.

Apenas notamos que o dia passou quando Flavius, Venia e Octavia chegam no telhado e me chamam para a arrumação, avisando que a equipe de Peeta chagará em um minuto e que ele poderia esperar no quarto originalmente dele.

–Vamos Katniss, não podemos nos atrasar- Octavia diz com uma voz um pouco chorosa, vejo que todos eles estão tristes.

–Claro.- digo e dou um selinho em Peeta entes de seguir a minha equipe. –até daqui a pouco.

–Até daqui a pouco, Amor.-ele responde e ouço Flaviu suspirar infeliz.

Chego em meu quarto e eles começam a me arrmar, hidratam meus cabelos, pintam minhas unhas, me maqueiam, depilam, e arrumam o meu cabelo o deixando solto, mas o estranho é que dessa vez, nenhum deles ousa falar uma palavra.

Olho para eles e vejo todos tristres, inflelizes e segurando o choro, vejo que estam todos tristes por mim, por Peeta, por nos.

De certa forma isso me irrita um pouco, sou eu quem estou voltando para a arena, eu estou a beira da morte, eu que voltarei pra la com meu marido, e eles ficaram em casa assistindo. O certo não seria eu chorar e eles me consolarem? Mas essas regras não se aplicam no povo da Capital, de modo que todo o tempo eu tenho que os consolar, digo que ficará tudo bem, e que eu tentarei vencer.

Eles de fato acabaram se apegando a mim, e eu a eles, gosto de mais deles. Mesmo sendo pessoas futeis, ignorantes e egoistas da Capital, tambem são pessoas ingenuas inocentes. Sempre que penso no povo da Capital fico confusa sobre o que pensar. Vejo minha equipe que pode ter seus defeitos, mas não são más, sei que não são.

Eles acabam o trabalho e eu os abraço, então Cinna entra no quarto com uma arara coberta por um pano preto, onde imagino estar o meu vestido.

–Tudo bem pessoal, eu assumo daqui.-ele diz e eles saem do quarto nos deixando sozinhos.- como foi com eles hoje?

–Digamos que encharcado. –ele sorri triste.

–Katniss, você tem alguma plano para a entrevista essse ano?

–Na verdade não- admito que não pensei nessa entrevista direito nem um minuto sequer.

–Seja você mesma e eu estarei na plateia, caso fique nervosa é so olhar pra mim- ele fala solidário, como sempre.

–Tudo bem. Mas eu também não estou nervosa desta vez.- digo , e isso é verdade. - já fiz isso antes, posso denovo. Enfim, todos me conhecem, não e mais necessario passar uma boa impressão

–Voce tem razão

– Então, o que voce tem de especial pra mim dessa vez?

–Esse vestido vai ser um pouco diferente do que o outro

–Não vai continuar com o tema da garota em chamas?

–Na verdade eu vou sim, afinal é a sua marca registrada por aqui.- ele fala- farei um sinal pra você, e quando eu o fizer voce irá rodopiar e então terá uma surpresa

–Surpresa? Que tipo de surpresa?- pergunto curiosa, e devo diser que odeio surpresas.

–Se eu te contasse não seria mais surpresa não é mesmo?- ele fala misterioso e eu sorrio como canto da boca

–Tudo bem então- digo. Ele caminha ate a arara

–Quer ver o seu vestido, Garota em Chamas?-ele pergunta

–Claro. -então ele retira o pano preto eu posso ver o meu vestido, ele é longo e vai ate os meus pés, tem mangas compidas e é todo em degrade imitando as chamas, sua barra começa do vermelho passando para o laranja e indo para o amarelo, as mangas tambem seguem o mesmo padrão.

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–Cinna, é lindo.-eu digo.

–Que bom que gostou, querida.- ele fala.- Vamos provar.- ele me ajuda a colocar o vestido, subindo o ziper localizado atráz. Então ele franze as sobrancelhas

–Estranho, parece que está um pouco apertado no busto- fico paralizada na mesma hora, Cinna acaba de notar o que eu mesma reparei hoje de manhã, devido a gravidez meus seios aumentaram de tamanho.- não temos tempo para ajustes, mas acho que ainda da para usar

Não ouso mecher um musculo, não ouso ou será que não consigo? Não saberia diser, apenas sei que não me mecho, fico lá parada, rezando para que Cinna não me pergunte nada. Pelo visto ele deve ter reparado na minha cara de preucupação misturada com o pavor e pergunta.

–Aconteceu alguma coisa?- ele pergunta meio confuso

–P-por que?- dico entrando em panico.

–Você ficou nervosa e palida de repente, se aconteceu alguma coisa pode me falar, somos amigos não somos?

–Eu sei... mas não.. Não aconteceu nada Cinna- começo a gaguejar, não é que eu não confie em Cinna ou que nos não sejamos amigos. Confio a minha vida em Cinna, mas quero que ele sabia pelo mesmo motivo que nao quero que Prim, minha mãe, Haymitch e todos. Medo.

–Katniss...- ele ia diser alguma coisa mas é interrompido por um batida na porta, e vejo um Avox chegando com o meu chá, o qual eu sempre pesso nesse horario, ele deve ter se lembrado e trazido pra mim.

–Obrigado. –eu o agradeço e ele sai, eu tomo um gole do chá, torcendo para Cinna não o reconhecer, como sempre, não tenho sorte.

–Esse chá... eu já o vi antes, espera, não serve pra...- o rosto de Cinna vai da confusão, pra conpreenção e depois para o susto -Katniss... você está...- ele começa a diser mas eu o interrompo entrando em panico

–E-eu preciso ir Cinna, desculpe.- digo deixando o chá em cima da mesa e corro do quarto, deixando Cinna para do em choque dentro dele.