Na mesma hora Peeta protestou:

- Lá é muito perigoso, Coin. Katniss não pode ir ao sete, lá terá ataques abertos...

Eu me surpreendi como ele estava tentando me ajudar depois de tudo.

- Pres. Coin, não é seguro! – disse Haymitch, também parecendo querendo defender o meu lado.

E de repente todos estavam falando que isso era uma loucura. Eu mesma não consegui falar nada, eu sabia que deveria ser ruim mesmo ir para o sete por causa desse ataque, mas ainda não conseguia sentir medo disso.

- Se acalmem! – pediu Coin se levantando. – Nós precisamos de alguém no sete. Foi uma luta fazê-los tomarem essa atitude, eles precisam de apoio e não temos mais que três equipes.

- Eu vou para o sete, então! – propôs Peeta.

- Não! – eu disse me manifestando, e agora eu consegui sentir um pouco de medo, mas por ele. – Eu não estou com medo, eu posso ir para o sete, se eles estão precisando de apoio, eu irei para lá.

- Não, Katniss! – me repreendeu Peeta. – Você não vai para o sete, você não pode ir, não pode ser você! – ele estava saindo um pouco do controle.

- Mas eu vou! – disse teimosamente.

- Parem com essa discussão inútil – mandou Coin. – Tudo a nossa equipe de inteligência estará indo, e dois integrantes dela já fazem parte da equipe de Katniss, não faz sentido trocar agora.

- Podemos trocar sim! – se intrometeu Gale também revoltado com a notícia. – Não faz sentido levar bem a Katniss para o distrito sete, ela pode trocar de equipe com Peeta...

- Eu troco de equipe com ela – concordou Peeta.

- Não! – retruquei enfática. – Eu não vou trocar de equipe! Se precisam de mim no sete é para lá que eu vou!

- Katniss, deixe Peeta ir em seu lugar! Deixa de ser teimosa! – pediu Gale bravo.

- Essa discussão é perda de tempo – falou Coin. – Nós já decidimos. Peeta será o melhor para falar com o distrito onze, ele pode convencê-los melhor do que ninguém. Não podemos mudar isso – afirmou.

- Não precisamos recrutar nada agora! – contestou Peeta. – Todas as forças de Snow estarão lá. As chances de eles descobrirem que é ela o tordo são muitas... Em contrapartida, as chances de ela voltar são muito pequenas...

- Você não sabe o que está falando rapaz! – disse Coin já sem paciência. – Não estaria arriscando toda a minha equipe de inteligência se as chances deles voltarem não fossem as maiores – se defendeu Coin.

- Mas você está arriscando o seu maior símbolo da rebelião! – acusou Peeta.

Ninguém falou mais nada por algum tempo. Meu coração estava acelerado, não por que eu estava indo para um lugar perigoso, mas por que eu naquele momento sabia que Peeta ainda se preocupava comigo, que os sentimentos dele mesmo que escondidos eram os mesmo e isso pareceu me dar algum tipo de vida, algum tipo de esperança de que ele não me odiava.

- Bem, agora que todos sabem para onde vamos, temos que nós preparar para a viajem e para as filmagens que faremos hoje à noite...

- Cala boca, Plutarco! – disse Haymitch grotescamente saindo da sala.

Todos pareceram desconcertados com essa atitude e um por um sem dizer nada foram saindo da sala, até sobrar eu, Peeta e Coin.

Peeta não olhou para mim, e sim olhava duro para Coin.

- Espero que saiba o que está fazendo!- disse ele.

- Eu sei muito bem o que eu estou fazendo! – repondeu ela a altura se sentando tranquilamente em sua mesa.

Peeta balançou a cabeça, insatisfeito e com um olhar duro para mim se retirou também.

Quando dei por mim só estávamos nós duas na sala.

- Muito bem soldado, pela primeira vez parece ter tomado à atitude certa!- me parabenizou.

- Eu só quero que Peeta fique bem! – disse a ela, me levantando para sair.

- Sim, é claro! – concordou ela quando estava quase a porta. – Nós duas sabemos que Peeta é um melhor tordo que você.