Aquele Homem. escrita por Blood Roses


Capítulo 1
Aquela noite, a ultima noite.


Notas iniciais do capítulo

Bem, essa é a minha primeira one, espero que gostem.



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Era possível ouvir trovoadas vindas do lado de fora da janela do quarto no qual se encontrava uma jovem deitada, essa jovem não era ninguém menos que Elesis, a grandiosa líder da Grand Chase.

Elesis estava deitada em uma cama de casal, em um quarto de aspecto antigo, com paredes de madeira escura assim como o chão e todos os móveis. A ruiva observava. Por mais que já tivesse visto aquele quarto tantas vezes, não se cansava de observá-lo.

Elesis ouviu mais uma trovoada e ergueu a cabeça de vagar para olhar pela enorme janela que ficava em frente à sua cama. Viu algumas nuvens cinzas escuras sob o céu de tonalidade roxa. Percebeu que devia estar ventando enquanto a lua brilhava por trás das nuvens como uma companheira para os momentos tristes em que Elesis se lembrava do passado.

Novamente a ruiva abaixou a cabeça, tentando evitar uma lembrança, porém sem sucesso. Não queria lembrar de seu fracasso nem de tudo o que havia acontecido, porém não teve escolha. Estava sozinha naquele quarto há muito tempo, tanto tempo que Elesis já se perguntava se a Caçada procurava por ela pelos continentes, mesmo que ela soubesse que jamais a encontrariam. E a lembrança veio sem demora para a pobre garota, afundando-a ainda mais em sua solidão.

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Já estava escurecendo, mas a Grand Chase não poderia parar. Estavam lutando a mais de três horas com aquela elfa negra cuja qual nem sequer sabiam o nome. Após muita batalha a Grand Chase conseguiu vencê-la, foi então que perceberam que ela era apenas um atraso para o grupo.

Desesperados pelo que poderia acontecer todos os membros saíram correndo o mais rápido que podiam, atravessaram a floresta e sua armadilhas rapidamente e logo saíram em um campo sem muitas árvores. Mas a primeira coisa que chamou a atenção do grupo foi os inúmeros portais abertos naquele lugar.

Elesis se virou para Dio com uma pergunta silenciosa, e ao pôr os olhos no rosto do asmordiano a recebeu.

- Isso é impossível – sussurrou ele – Tantos portais... Como?

Todos olharam assustados para Dio. O mesmo não sabia sequer o que dizer, pois estava assustado tanto quanto eles. Dio sabia assim como toda a caçada que para abrir tantos portais a pessoa deveria ter no mínimo o poder de um deus.

- “Como” é o que você pergunta? – falou uma voz conhecida para a Grand Chase. Logo uma fenda dimensional foi aberta perante a Caçada e de lá saiu Astaroth com cinco pedras da alma flutuando envolta de seu corpo – Com isso!

Todos olharam surpresos, pois quando o viram pela última vez o mesmo só possuía uma pedra da alma.

- Agora morram como os insetos que são! – Astaroth ergueu sua mão e as pedras obedeceram automaticamente. Porém quando o homem foi lançar a magia, ela se dissipou no ar fazendo-o ficar confuso – Mas o que...

Elesis se virou e ouviu uma risada baixa e cruel perto de si, então tudo mudou. Elesis se lembra apenas de alguns flash do que aconteceu a seguir. Se lembra de Astaroth gritando, das pedras da alma se apagando e de um homem com uma aura completamente negra.

A seguir viu como se milhares de sombras em formas de morcegos estivessem envolvendo Astaroth enquanto o ser ria debochando. Então ele esticou sua mão para frente e a fechou, o efeito foi instantâneo, as sombras esmagaram o corpo do guerreiro. Elesis viu escorrer o sangue tão vermelho de Astaroth pelas sombras e cair ao chão.

O Ser se virou para a caçada, que colocou as armas em punho. Elesis tremia, aquilo estava longe de ser qualquer raça que ela conhecia, uma aura negra emanava do corpo do ser que riu quando a caçada se colocou em posição se luta.

Em seguida, o ser apenas esticou o braço novamente e um pentagrama gigantesco de colocação negra apareceu sob os pés de toda a Grand Chase. Fora de fato um ataque esmagador, Elesis se lembra de ter sentido uma pressão enorme sob o seu corpo, sentiu como se todos os seus ossos fossem quebrar, mas conseguiu de alguma maneira manter-se de pé, não demorou muito e a ruiva sentiu o gosto metálico de sangue em sua boca.

O ser negro se aproximou dela, Elesis estava de cabeça baixa e o homem encaixou a mão sob o queixo da ruiva, forçando-a a olhar para si e então lambeu a pequena gota de sangue que escorria de seus lábios, se afastou, deliciando-se com o sabor doce daquele líquido. Virou-se para Elesis que o olhava assustada, sem saber o que fazer, e sorriu mostrando suas presas longas e brancas como marfim.

- Seu sangue é forte – falou ele, se aproximando e novamente colocando a mão sob o queixo da ruiva – Você virá comigo.

Elesis se perdeu naqueles olhos vermelhos que ao mesmo tempo eram sedutores e assustadores. Sentiu como se seu corpo deixasse o chão. Elesis olhou envolta e viu todos os membros da caçada ao chão, feridos, porém vivos e percebeu também que todos os portais haviam desaparecidos.

Após tal visão tudo se tornou embaçado, como se estivessem em alta velocidade. Quando parou Elesis se viu diante de um castelo antigo, olhou para cima, para aqueles olhos e viu um céu diferente. Estava em outra dimensão, onde ninguém poderia encontrá-la. E então desmaiou de cansaço.

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Elesis estava cansada de ficar deitada, olhou para a cômoda daquele quarto e avistou o seu jantar intocado, não sentia fome, queria apenas dormir, para nunca mais acordar.

Elesis levantou-se com um pouco de dificuldade e andou indo em direção ao enorme espelho de moldura entalhada, de coloração escura. Observou sua imagem refletida, estava pálida, com os lábios ligeiramente ressecados, tentou falar, mas não saiu som algum devido a falta de uso. Elesis continuou se observando, usava um vestido longo rodado em tonalidades de azul escuro, marinho, azul claro e branco, em seu pescoço havia uma fita igualmente azul amarrada e um colar com uma pedra grande de safira como pingente. Tudo mero capricho daquele homem.

Ela o odiava, mas não conseguia entender o porque não deixava aquele lugar, ela sabia que a porta estava destrancada e que poderia sair sempre que quisesse, mas não conseguia. Aquele ser a mantinha ali por puro prazer, como uma boneca, vindo quase todas as noites satisfazer sua fome de sangue. Sim, era isso o que ela era para ele, apenas um alimento. Elesis queria chorar, porém chorara tanto que suas lágrimas secaram.

Passou a mão pelos cabelos que estavam apenas presos para trás com uma presilha. Elesis se pôs a lembrar dele, daquele homem, de seu cheiro, dos olhos, do corpo, da voz. Por mais que odiasse admitir, estava ali apenas por ele, pois acreditava que ele daria fim a sua vida, daria fim aquele sofrimento.

Novamente Elesis tentou falar, desta vez sua voz saiu. Era estranho ouvir a própria voz após tanto tempo vivendo no silêncio. A ruiva voltou a se observar, havia ficado submissa, algo que jamais admitiria para si.

A porta fora aberta quebrando o silêncio que havia no local. Ele havia vindo vê-la, como ela pensou. Elesis olhou para o ser que havia entrado e como sempre ele estava deslumbrante, ele se aproximou e olhou na cômoda o jantar intocado, em seguida olhou para a ruiva em pé na frente do espelho.

Andou até ela, se aproximando vagarosamente e segurou seus ombros. Elesis já havia desistido de resistir a ele há muito tempo, pois sempre perdia, então apenas olhou aqueles olhos vermelhos e se permitiu perder-se neles. Mas estava cansada, queria saber por que mantê-la ali, por que não a matava a sangue frio como fizera com Astaroth.

- Está pensando em que? – perguntou ele próximo a ela, com a voz baixa e sedutora.

- Por que não me mata? Por que me manter aqui? – perguntou ela em um sussurro. O homem riu.

- Por que seu sangue é forte e matá-la seria um desperdício – disse ele, colocando-a de frente para o espelho novamente.

Aquele ser ficou atrás de si na frente do espelho, com as mãos habilidosas e ágeis ele retirou a fita de seu pescoço, revelando assim duas pequenas marcas vermelhas, resultantes da noite anterior na qual fora vê-la. Olhou para aquele pedaço de pele desnuda com desejo e ali fincou suas presas com cuidado, abraçando em seguida o corpo da jovem com carinho.

Elesis sabia que aquilo iria acontecer então jogou o pescoço para o lado e ficou com os lábios entreabertos, observando e sentindo sua vida ser sugada por aquele homem que ela não conseguia resistir.

Enquanto observava os cabelos dourados, a estrutura física forte e aqueles olhos vermelhos, Elesis se perguntou por que ele, o tão glorioso caçador de recompensas Lupus Wild, mantinha uma mera humana como ela em sua coleção particular de bonecas. Mas agora isso não importava, queria apenas sentir o cheiro dele, o toque dos lábios macios em sua pele e o calor de seu corpo, que se aquecia mais a cada gole.

Lupus se alimentou até Elesis começar a perder a consciência. Colocou o corpo da ruiva desacordado na cama, tocou seu rosto e a observou, já não fazia mais sentido mantê-la ali, então daria a ela o que ela mais desejava, enfim ela poderia dormir sem nunca mais acordar.



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Notas finais do capítulo

Bem, gostaram, mereço Reviews? Recomendações?
Se leu deixa um reviews >.<'
Obrigada por ler ^^
Atenciosamente Blood Roses.