Guerra, É Guerra! escrita por Ainimemimis


Capítulo 5
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Yo minna! Aqui está, e dessa vez sem atrasos, o capitulo dessa semana! Espero que gostem!!! ^^ BOA LEITURA!!!



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Capitulo V

 

No capítulo anterior:

 

Edward Elric POV’s

 

[...] num ato de pura crueldade ela me chutou bem naquele lugar, cai de joelhos e consequentemente ela acabou caindo em cima de mim.

 

—Ai meus filhos! – falei num fio de voz.

—Nossa! Essa doeu! – o professor falou contorcendo o rosto.

—Você não faz idéia. – respondi ainda me contorcendo no chão.

—Isso é pra você aprender! Seu idiota! – ela gritou tentando se levantar - E levanta logo daí, nem doeu tanto assim.

—É fácil você falar! – respondi com raiva.

—Ta doendo muito? – ela perguntou parecendo estar preocupada o que acabou me surpreendendo.

—Tá. 

—Mesmo? Porque eu não to sentindo nada. – ela disse desfazendo a expressão de preocupação e ficou séria.

 

Levantei com um pouco de dificuldade e fui me arrastando para minha carteira. Só quem é homem tem noção da dor que eu estou sentindo.

 

—Sua doida! Tá querendo me aleijar?! – perguntei ainda com as mãos no local.

—Hump! Como se tivesse alguma coisa aí. – ela disse virando rosto.

—Como é? Se quiser eu te mostro! 

—Vai se ferrar! – ela gritou voltando a ficar corada.

—Caham! – professor coçou a garganta - Será que podemos começar a aula ou a DR vai continuar? – ele perguntou e o resto da turma riu.

—Desculpe professor. – falamos juntos.

 

DR, o que diabos é DR? Isso não é abreviação de doutor?

 

—Ei Rockbell. – a chamei baixinho.

—O que é? – ela respondeu grossa.

—O que é DR? – perguntei.

—Discursão de Relacionamento. – ela respondeu olhando para frente, mas deu para perceber que ela estava corando.

 

Assim que ela respondeu acabei corando também. Esse povo, como se eu fosse ter alguma coisa com essa demônia!”

 

 

Winry Rockbell POV’s

 

Eu ainda estava morrendo de vergonha pelo o que aquele imbecil fez! Como ele consegue ser tão infantil?!! Almofada de pum?! Isso é ridículo! Mas ele que me aguarde, vai ter troco, a se vai. Vocês devem estar me achando muito má agora, principalmente os garotos por causa daquele chute que dei nele. Mas não me arrependo e faço novamente se preciso!

O pior de tudo foi o professor Mustang que ficou encarnando na gente o tempo todo, se ele tinha que usar algum aluno como exemplo, era sempre eu e o Elric, e a turma ria descontroladamente. Perdi a conta de quantas vezes fiquei vermelha com os comentários maldosos das pessoas.

Pelo menos isso serviu para que ficássemos em silêncio até a hora do recreio. Estávamos indo para o refeitório quando avistamos Alphonse e May. Ele havia derrubado os livros dela e a estava ajudando a pegá-los.

—Desculpe. – ele disse enquanto recolhia os livros.

—Tudo bem, eu que sou muito distraída. – ela respondeu com um sorriso e ele corou um pouco.

—Ãh...May-san, você quer...err...almoçar comigo hoje? – Alphonse perguntou ruborizando ainda mais.

—Cla-claro, Alphonse-kun. – May respondeu corando.

 

Own! Eles são tão fofos e o Alphonse é tão gentil! E estava na cara que eles se gostavam.

 

—Aquele não é o Al? – ouvi o nanico dizer.

—Uhum. – respondi sem nem notar o tom meloso na minha voz, é que não havia como evitar vendo aquele casal tão lindo!

—Ei! Alph...- tampei a boca dele.

—Silêncio! – falei irritada - Quer interrompê-los?!

—Interromper o que? Ele só está falando com aquela menina. – o Elric perguntou confuso.

—Mas não é qualquer menina, é a May. 

—E o que tem demais? 

—Sério? Você não percebeu? – perguntei incrédula, até um jumento notaria o clima entre aqueles dois..

—Perceber o que?! Diz logo e para de fazer suspense!!! – ele pediu impaciente.

—O Alphonse gosta da May. – falei pausadamente na esperança que ele entendesse.

—Sério? Desde quando?

—Não sei, só sei que ele gosta. Da pra ver daqui ele ficando vermelho perto dela. – falei com os olhos brilhando. - Como pode eu que mal o conheço perceber e você que é irmão não ver isso?

—Não sei, não sou de ficar reparando nas coisas. Mas será que ela gosta dele? – ele perguntou interessado.

—É claro que sim! – respondi - Ela e o resto das garotas do 1°ano.

—Sério?! Puxa, quem iria imaginar que o meu maninho era disputado pelas garotas da turma dele? Mas porque elas gostam tanto assim do Al?

—Porque ele é doce, gentil, fofo sem falar que é uma gracinha. – falei rindo - Toda garota sonha com um garoto como ele.

—Ah é? – ele falou revirando os olhos

—É. – respondi voltando a andar

 

Não conseguia acreditar o quanto aquele garoto era burro! Não conseguia nem ao menos saber de quem o irmão mais novo gostava. Ao chegarmos ao refeitório pegamos nossos almoços e sentamo-nos numa das mesas e por mais estranho que pareça, Noah, Rose, David e Yumi sentaram com a gente.

 

—E ai Winry-chan? – Yumi disse sorrindo.

—Ah...O que vocês fazem aqui? – perguntei confusa.

—Ué, nós viemos almoçar com você e consequentemente com o seu fardo. – Rose respondeu.

—E vocês? – perguntei olhando para David e Noah.

—Nós viemos almoçar com o Ed e consequentemente com a companheira de cela dele. – Noah disse fazendo com que David risse.

—Hahaha, muito engraçado. – falei irritada.

—Ainda sim é estranho, todo mundo junto numa só mesa. – o Elric disse.

—Concordo. – falei.

 

Todos, menos eu e o nanico, fizeram uma cara estranha, como se estivessem surpresos, indignados, chocados e assustados ao mesmo tempo.

—O que foi? – perguntei estranhando aquela reação.

—Vocês concordaram um com o outro ou é impressão minha? – Rose perguntou arqueando uma sobrancelha.

—Eu acho que sim. – respondi.

—Kami-sama! Que bicho que te mordeu Winry-chan?! – Yumi perguntou assustada.

—E você Ed?! – Noah disse no mesmo estado que Yumi.

—Gente o que demais nisso?! – perguntei ainda mais confusa.

—Sei lá, eles estão ficando loucos eu acho. – o Elric respondeu.

—É deve ser isso mesmo. – concordei.

—Céus! Eles concordaram de novo. – David disse arregalando os olhos.

—Xiii, vai chover. – Rose falou colocando a mão na testa.

—Chover? Vai é ocorrer um diluvio! – Noah disse rindo.



Olhei para o Elric e ele me encarou de volta, olhamos novamente para aquele povo rindo e demos de ombro. Vai saber o que tinha dado neles. Voltamos à atenção ao nosso almoço e os outros fizeram o mesmo, até que os amigos do nanico começaram a fazer seus comentários.

 

—É, Ed. Fiquei sabendo do chute que você levou. – Noah falou contorcendo o rosto.

—Nem me lembre. – o Elric disse como se estivesse revivendo a dor.

—Você não tem coração sua doida?! – David perguntou indignado.

—Para de me chamar de doida! – respondi com raiva.

—Essas garotas não fazem ideia da dor que sentimos quando nos acertam ali. – Noah disse.

—Problema é de vocês, quem mandou terem um ponto fraco tão vulnerável assim? – Yumi respondeu rindo.

—Eles é que são muito moles mesmo. – Rose falou gargalhando.

—Isso não tem graça. – os três falaram ao mesmo tempo.

—Tem sim. – eu e minhas amigas falamos juntas.

Nem preciso dizer que começamos a discutir a partir de então. Notei que todas as outras pessoas que estavam no refeitório nos observavam e depois de um tempo começaram a rir atraindo a nossa atenção. Olhamo-nos e, não sei se é porque fomos contagiados pela risada do pessoal, mas começamos a rir também.

Quando terminou o intervalo voltamos às salas. A professora de química já estava na mesa com alguns papéis na mão, senti meu coração disparar ao notar que eram os testes.

—Acabei de corrigir os testes de hoje cedo e tiveram muitas notas boas. –ela disse sorrindo - Mas estou muito triste por ser obrigada a alterar as notas.

—Alterar as notas? – perguntei tremula.

—Sim, Srta. Rockbell foram às ordens que recebi da diretoria. Tenho que avaliar em grupo, e por sorte consegui fazer a diretora relevar um pouco mais e deixar que a avaliação seja mais justa, ou seja, a nota da dupla será a média das notas individuais. – ela explicou. - Bom, vou começar a entrega-los, os testes estão grampeados de dois em dois de acordo com as duplas.

 

Ela foi passando de mesa em mesa, alguns sorriam, outros começavam a brigar com suas duplas. O meu teste e o do Elric foram os últimos a serem entregues. Peguei as folhas e o primeiro teste era o meu, havia tirado um dez, virei à página e vi a nota do Elric, ele ficou um zero bem grande e no verso estavam às notas oficiais.

Não acreditei em meus olhos ao ver como havia ficado a minha nota, os números desceram de dez para cinco, e o Elric ficou com a mesma nota! Senti que ele me olhava, o encarei. Minha raiva subiu, senti meu rosto esquentar de tanto ódio que eu sentia dele.

Nem pensei duas vezes, peguei a minha chave inglesa, ele se abaixou e murmurou algo. Mas a diretora entrou na sala exatamente na hora que eu estava pronto para jogar a chave nele, ela me encarou e pensei ter visto um sorriso em seus lábios.

 

—Atenção! – ela gritou fazendo com que todos a olhassem - Vejo que as notas nessa turma não foram muito boas. – ela riu.

—Sim. – a professora respondeu.

—Eu avisei que seria assim. Deveriam ter ajudado suas duplas e sei que muitos pensaram que eu não fosse ter coragem de aplicar esse castigo. – ela disse se divertindo com as nossas expressões - Mas como estou de bom humor hoje, decidi que será aplicado outro teste de química para que vocês possam aumentar suas notas. Então não pensem que será sempre assim, farei uma exceção somente essa vez. – e saiu.

 

Todos começaram a falar ao mesmo tempo e graças a aquelas palavras acabei me acalmando, guardei a chave na mochila e suspirei. Ouvi ele suspirando também, mesmo que eu odiasse ter que ajuda-lo em qualquer coisa que fosse, teria que ajudar nos estudos. Era isso ou estragar o meu boletim perfeito.

 

—Escute bem idiota. – chamei sua atenção - A partir de hoje nós vamos estudar sem parar até o dia do teste ouviu?

—E por que eu faria isso? – ele perguntou arqueando uma sobrancelha.

—Porque se eu ficar com nota baixa por sua causa juro que faço você se arrepender de ter nascido. – falei segurando-o pela gola e tentando ser o mais ameaçadora possível.

—Ok! Eu estudo! – ele disse arregalando os olhos e o soltei.

—Vamos estudar depois das aulas extras. – falei virando para frente.

—Mas onde? – ele perguntou.

—Na biblioteca é claro. – respondi - E vamos ficar lá até o toque de recolher.

Ele bufou e abaixou a cabeça. A professora começou a explicar uma matéria nova e disse que cairia no teste, assim que a ouvi dizer aquilo o cutuquei e fiz com que ele começasse a prestar atenção na aula.

Faltavam alguns minutos para o sinal tocar e o próximo professor entrar, observei-o pelo canto do olho e vi que ele estava quase dormindo. Uma ideia travessa passou por minha mente, estava na hora de dar o troco por aquela brincadeira sem graça.

Peguei sua caneta e segundos depois a coloquei de volta no lugar. Agora era só esperar.

 

 

Edward Elric POV’s

 

Graças ao castigo que a turma levou estou sendo forçado a ter que passar mais tempo com aquela doida. Ela está me obrigando a estudar até o toque de recolher com ela na biblioteca e ainda a prestar atenção nas aulas de química. Eu estava morrendo de tédio e nem percebi que já estava de olhos fechados.

Acordei com o sinal tocando, o professor entrou na sala e começou a passar exercícios no quadro, quando estava voltando a fechar meus olhos ela me deu uma cotovelada.

 

—Ai! O que eu fiz?! – perguntei irritado, aquilo doeu.

—Copie. – ela falou sem desviar o olhar de seu caderno.

—Pra quê? Não é química. – respondi bocejando.

—Mas essa matéria também tem teste e o critério das notas é em relação a tudo, então copie. – ela disse autoritária.

—Aff. – falei pegando meu caderno e a caneta

 

Assim que pressionei a caneta na folha ela estourou sujando tudo, a mesa, minha camisa e meu caderno. A Rockbell gargalhou e os alunos em volta também, a olhei com raiva. Ela me encarou com um sorrisinho no rosto.

 

—A que se faz, a que se paga. – ela disse triunfante.

 

Olhei-a indignado, mas pela primeira vez na vida decidi não falar nada, arranquei a folha do caderno e limpei a mesa, a camisa teria que esperar. As aulas normais acabaram e a detenção foi limpar o salão principal, ou seja, mais trabalho escravo.

As aulas extras passaram rápido e logo todos estavam indo para seus devidos dormitórios menos eu e a Rockbell que seguimos para a biblioteca.

 

—Temos mesmo que estudar agora? O teste vai ser só na semana que vem. – reclamei.

—Temos sim, quanto antes melhor. – ela disse decidida.

 

Demorou um tempo até convencermos a bibliotecária a nos deixar estudar ali, mas no final ela cedeu e nos pediu para não fazermos barulho. Sentamos numa mesa grande perto da janela. A Rockbell começou a tirar os livros de dentro da mochila e logo ela já estava me explicando.

O lugar estava vazio e o céu já estava escurecendo. A voz dela fazia eco na biblioteca e meus olhos tentavam ficar abertos, até que não aguentei e apaguei por um tempo.



Winry Rockbell POV’s

 

Consegui convencer a bibliotecária a nos deixar estudar lá, sentamos numa mesa e comecei a explicar a matéria. Já estava quase na hora do jantar quando senti algo encostar-se ao meu ombro.

 

—Então você passa os elétrons.... – olhei para o meu ombro onde o Elric havia apoiado a cabeça.

 

Pensei em acorda-lo, mas fiquei observando-o por um tempo. Ele ficava tão lindo dormindo, não que eu o achasse bonito! Digamos que ele não seja feio. Enfim, o sacudi um pouco e ele abriu os olhos, ficou um tempo me encarando e assim que notou onde estava deitado se afastou corado.

 

—Desculpe. – ele pediu desviando o olhar. Espera! Ele pediu desculpas? Pra mim?

—Tudo bem. – falei sem acreditar no que ouvi. - Ãhn, eu ouvi direito?

—O quê? – ele perguntou bocejando.

—Você me pediu desculpas?

—Pedi.

—Que estranho.

—É, agora que você falou. – ele sorriu.

—Bom, mas já que você dormiu, iremos ver mais dessa matéria amanhã. – falei autoritária

—Ah não! Eu já entendi! – ele reclamou.

—Não importa, da próxima vez fique acordado. – falei me levantado - Anda logo, está quase na hora do jantar.

 

Ele levantou se arrastando e fomos até os portões principais onde encontramos um armário muito zangado.

 

—Onde os dois encrenqueiros estavam até essa hora?! – Buccaneer perguntou irritado.

—Na biblioteca estudando. – respondi.

—E vocês nem para avisarem! Eu to aqui desde as seis da tarde! – ele esbravejou.

—Desculpe-nos. – falei - Até a semana que vem, não precisa ficar nos esperando. Nós iremos sair sempre nesse horário.

—Sempre? – o Elric perguntou indignado.

—Sim, sempre. – respondi.

Buccaneer pegou as chaves e soltou as algemas. Fui para a Casa Vermelha e assim que entrei a supervisora me encarou com cara de poucos amigos.

 

—Onde estava? – ela perguntou irritada.

—Na biblioteca estudando. – respondi.

—Deveria ter avisado, nos deixou preocupadas. – ela me repreendeu.

—Desculpe. – pedi.

—Espera, você estava na biblioteca até agora? – ela perguntou mudando sua expressão para surpresa.

—Sim, estava ajudando o Elric com química. – respondi naturalmente.

—E tipo assim, os livros não explodiram? O lugar não virou uma ogiva nuclear ou tudo pegou fogo nem nada?

—Não. – respondi rindo.

—Isso é muito estranho. – ela concluiu.



Fui para o quarto e encontrei Yumi e Rose com olhares curiosos atrás de mim. As duas estavam com os braços cruzados na frente do corpo e com os olhos brilhando.

 

—Eu estava na biblioteca estudando com o Elric. – falei antes que perguntassem.

—O QUE?! – elas falaram ao mesmo tempo.

—Você e o Elric sozinhos numa biblioteca? – Yumi perguntou incrédula.

—É. Nossa, mas porque vocês estão com essas caras? – perguntei confusa.

—Ah sei lá, vai ver é porque vocês não conseguem passar cinco segundos sem brigar. – Rose respondeu.

—Deixem de bobeira. Eu o estava ajudando com química para melhorarmos a nota no teste. – respondi.

—Ah. – Rose disse - Nem me lembre dessa nota, o Grift tirou um belo zero.

—O Elric também. – respondi.

—O David tirou oito, mas como a minha nota foi muito baixa, ficamos com um belo quatro e meio. – Yumi respondeu.

—Nossa. – falei surpresa-  Eu tinha tirado dez, mas acabei ficando cinco por causa do Elric!

—Se mata! – Rose disse.

—To quase fazendo isso. – respondi.

 

Troquei de roupa e tomei um bom banho, peguei meu jantar que já estava frio e fiquei conversando com as meninas até a hora de dormir. Cai no sono instantaneamente, fiquei muito cansada por causa dos estudos.

Acordei tarde na manhã seguinte, pois era sábado. Muitos alunos estavam indo passar o final de semana com seus pais e responsáveis, mas eu morro muito longe da Cidade Central, então só voltava para casa nos feriados prolongados e nas férias.

Os alunos que ficavam na escola participavam de diversas atividades e como a maioria deixou o colégio, os professores se organizaram e nos levaram num parque de diversões que estava passando pela cidade.

 

—Que legal! Um parque! – Yumi falou com os olhos brilhando.

—Nem lembro qual foi a ultima vez que fui num parque. – falei - A Rose não sabe o que está perdendo.

—É, quando contarmos ela vai ficar estressada.

—Verdade, ainda mais ela que adora essas coisas. – falei rindo.

—Já estão prontas meninas? – a supervisora perguntou.

—Sim. – respondemos com as poucas garotas que estavam no quarto.

 

O dia estava ensolarado e quentinho, mas não o suficiente para não usar o casaco. Vesti uma saia de pregas jeans com meia calça fina da cor branca por baixo, coloquei uma blusa de manga comprida rosa com minha jaqueta marrom por cima e calcei minhas sapatilhas pretas. Prendi o cabelo num rabo de cavalo alto e sai junto com Yumi.

Esta usava uma blusa de manga comprida lilás, calça jeans e tênis. O seu cabelo avermelhado estava solto e ela usava um gorro de lã todo colorido.

—Você está tão fofa Yumi-chan! – falei abraçando-a, ela conseguia ser mais baixa que o Elric e tinha uma carinha de bebê.

—Para com isso Winry-chan! – ela falou me afastando - Eu não sou fofa! –ela odeia quando a chamam assim.

—Ok, ok. – falei rindo.

 

Sai da Casa Vermelha e vi o Elric com a sua gangue, pensei que como era final de semana, eu não seria algemada a aquele imbecil. Grande engano, logo Buccaneer me parou e em seguida parou o nanico.

 

—Os braços. – ele pediu.

—O quê?! – falei chocada - Até no final de semana terei que ficar grudada nessa miniatura?

—QUEM VOCÊ ESTÁ FALANDO QUE É TÃO PEQUENO QUE PODE NADAR NUMA GOTA DE CHUVA??!! – o Elric gritou.

—Aff, eu não disse isso. – falei revirando os olhos.

—Não com essas palavras. – ele respondeu estressado.

—Eu mereço. Joguei pedra na cruz, só pode. – falei.

—Eu que mereço, me deem logo os braços! – Buccaneer exigiu e nós nem pensamos duas vezes, logo ele já estava nos algemando - Era só o que faltava eu ter que ficar ouvindo briguinha de casal. – ele falou enquanto se afastava.

—Onde está a Rose? – o Grift perguntou olhando em volta.

—Ela foi passar o final de semana com pais. E desde quando vocês se chamam pelo primeiro nome? – perguntei arqueando uma sobrancelha.

—Desde que fui forçado a fazer dupla com ela. Mas ela não gosta quando a chamo de Rose. – ele riu.

—Porque você está vestida assim? – o nanico perguntou me olhando de cima a baixo.

—Assim como? – perguntei sentindo o rosto esquentar.

—Como...não sei...uma boneca? – ele respondeu um tanto confuso.

—Eu gosto de andar bem arrumada. –respondi corando ainda mais pelo elogio, mesmo que tenha sido indireto, foi um elogio.

—Vamos lá pessoal, todo mundo seguindo em fila. – um dos professores falou.

 

Todos foram andando organizadamente pelas ruas da Central, assim que chegamos ao parque o alvoroço começou. Os professores compraram os ingressos e os alunos entraram correndo, o lugar estava cheio e animado.

—Em que brinquedo vamos primeiro? – perguntei olhando para as diversas atrações.

—Que tal aquele? – o Elric perguntou apontando para um brinquedo que girava sem parar, quando já estava abrindo a minha boca pra falar um “pode ser” Yumi grita:

—Vocês vão ao expresso do amor?!

—O QUE?! – falamos juntos.

—Ué, aquele brinquedo se chama expresso do amor, está escrito em letras bem grandes ali em cima. – ela disse apontando pra o topo do brinquedo.

—Nem pensar! – falei corando - Hum, e que tal aquele ali? – apontei para os carrinhos de bate-bate.

—É! Aquele é legal! – nanico falou me puxando.



Para nossa sorte a fila estava curta e não demorou muito para entramos num dos carrinhos, logo tudo começou a se mexer e o Elric estava no volante atropelando todos que passavam na nossa frente, eu só fiquei observando enquanto sacolejava de um lado para o outro.

 

—Isso sim é diversão! – ele disse com fogo nos olhos depois que saímos dos carrinhos.

—Você atropelou criancinhas de seis anos. – falei com uma gota na cabeça - Elas começaram a chorar.

—Elas são muito moles. –ele respondeu.

 

Decidi ignorar esse ultimo comentário. Continuamos a ir às atrações até que chegou a vez da montanha russa, ela era bem alta e cheia de voltas, curvas e piruetas.

 

—Você quer ir nisso? – ele perguntou um tanto...assustado?

—Quero. Por quê? Vai me dizer que tem medo de altura? – respondi.

—Claro que não! Eu não tenho medo de nada! – ele respondeu virando o rosto.

—Então...Vamos! – falei o puxando.

 

Pela primeira vez, desde que chegamos ao parque, pegamos um brinquedo sem fila. As pessoas pareciam estar um tanto receosas quanto a monta russa.

 

—É meio alto né? – o Elric falou enquanto entrávamos no carrinho.

—É muito alto! Isso vai ser demais! – falei animada.

—É...demais. – ele falou com....aquilo era medo né? Suor, mãos tremulas e olhar estranho só podia ser medo.

—Mãos e pés dentro do veículo durante todo o passeio. – o funcionário falou enquanto travava os cintos de segurança.

—Ãhn...O que acontece quando se coloca as mãos ou pés para fora? Assim, só pra saber... –o Elric perguntou

—Você morre. –o homem falou fazendo uma cara assustadora, o nanico quase desmaiou- To brincando, são só regras de segurança. Mas não deixa de ser um risco né? – ele riu em seguida - Bom passeio. – ele abaixou uma alavanca e o carrinho começou a se movimentar.

—Você não está com medo, está? – perguntei rindo.

—Não! Eu não tenho medo! – ele respondeu emburrado.

—Que bom, porque dá uma olhada pra sua direita. – falei.



Ele se virou e a cor sumiu do seu rosto, estávamos tão alto que o parque inteiro parecia uma maquete. O carrinho parou, eu prendi a respiração e quando ele estava prestes a suspirar aliviado, o carrinho desceu com tudo.

Começamos a gritar, eu por ser divertido e ele de medo. Subimos e descemos varias vezes, as curvas eram bem acentuadas e davam a impressão que sairíamos dos trilhos, sem falar nas nos arcos de cabeça para baixo. Quando o tudo acabou e voltamos ao ponto inicial, o Elric estava com os olhos arregalados, o cabelo todo bagunçado e segurava as barra de ferro como se sua vida dependesse disso.

—Foi ótimo! – falei levantando e me espreguiçando.

—Foi horrível! Nunca mais coloco meus pés ai! – ele disse pulando do carrinho e se ajeitando.

—Ah! Deixa de ser mole! Esse é o melhor brinquedo do parque todo! – falei me divertindo.

Ele revirou os olhos e resolvemos ir para as barraquinhas de jogos. Admito não ser muito boa em tiro ao alvo dentre os outros desafios que tinham e o Elric ficou se gabando o tempo todo, ele havia ganhado vários prêmios e eu não consegui nada. Fiquei um pouco chateada, como eu conseguia tanta precisão para acertá-lo com a chave inglesa e não conseguia mirar numas latinhas?!

 

—Ei, porque está com essa cara? – ele perguntou enquanto andávamos.

—Não é da sua conta. – respondi com raiva.

—Depois sou eu que começo as brigas. – ele falou suspirando - Toma. – ele me estendeu um ursinho - Eu sei que você está assim porque não ganhou nenhum prêmio.

—Não tem nada haver com isso. – respondi sem querer dar o braço a torcer.

—Anda logo e pega esse ursinho, você gostou dele desde o inicio. – ele falou olhando para qualquer ponto que não fossem os meus olhos e seu rosto já começava a ficar vermelho.

 

Eu peguei o brinquedo e senti o meu rosto esquentar. Era um ursinho de pelúcia com um automail de plástico no braço, eu o adorei assim que vi, mas o nanico o conseguiu primeiro que eu.

 

—Obrigada. – falei virando o rosto para qualquer ponto.

Ficou um clima estranho entre a gente. Não sei explicar, mas era algo completamente fora do comum. Vi Yumi correndo na nossa direção aproveitei para me desvencilhar daquele clima esquisito.

 

—Oi Yumi-chan! 

—Oi Winry-chan! Está se divertindo? – ela perguntou sorrindo.

—Sim. – respondi devolvendo o sorriso.

—Os professores estão chamando para lancharmos. Vamos! – ela disse me puxando.

Todos estavam reunidos numa lanchonete que havia dentro do parque. Fizemos nossos pedidos e começamos a saborear o lanche. Eu e Yumi conversávamos animadas sobre as atrações do parque e não demorou muito para o Elric começar a me irritar com suas palhaçadas.

Pela primeira vez fiquei feliz por estarmos brigando, assim as coisas pareciam mais normais. Logo Alphonse sentou do nosso lado junto com a May, sorri travessa e deixei o Elric mais novo corado, apenas May não entendeu.

Continuamos nosso dia no parque, fazia tempo desde que havia me divertido tanto, mesmo que tivesse que aturar o Elric no meu pé e implicando com tudo que eu fazia. Não demorou para a noite chegar e os professores começaram a organizar os alunos para voltarmos a Escola Cross.

 

—O que aconteceu com o seu rosto? – perguntei ao ver o professor Mustang que tinha a marca de uma mão de um lado de seu rosto.

—Digamos que eu e a Srta. Hawkeye tivemos um desentendimento. – ele disse rindo travesso.

—Traduzindo, você fez alguma coisa pervertida. – falei com uma gota na cabeça.

—Esse é o nosso professor! – Noah disse sorrindo e o Mustang soltou uma risadinha maliciosa.

Começamos a rir, notei que apenas Noah estava lá, David provavelmente tinha ido para casa. Os alunos estavam cansados do dia divertido que tiveram e fomos andando exaustos pelas ruas até a Escola. Assim que cheguei ao meu quarto, apenas tomei um banho e troquei de roupa para cair na cama, nem ao menos jantei. Estava tão exausta que nem percebi que dormi abraçada com o ursinho que aquele idiota me deu.



Edward Elric POV’s

 

O dia no parque até que foi divertido, mesmo que eu tivesse que passa-lo ao lado daquela chata. A pior parte foi a montanha russa da morte, eu tenho certeza que ela queria me matar! Não que eu tenha medo de altura, mas aquilo era enorme e as curvas eram horríveis!

Não sei porquê, mas acabei dando o ursinho com um automail pra ela. Eu vi quando ela ficou com os olhos brilhando por causa dele e quando o ganhei ela me olhou com raiva, ficou uma coisa estranha entre a gente, mas não durou muito, pois já começamos a brigar.

É, brigar é bem melhor do que aquele clima tão....Amigável. Eu estava morto, Noah também parecia cansado, fiz o que tinha que fazer antes de dormir e desmaiei. Quando acordei já devia estar na hora do almoço, provavelmente passaríamos o dia no colégio. O céu estava nublado e o frio tinha voltado.

Fiz minha higiene matinal e desci para almoçar, David já estava de volta a Casa Azul, ele conversava animadamente com Noah e assim que me viram me puxaram até a mesa deles.

 

—Ei Ed, um garoto disse que te viu dando um ursinho pra Rockbell. Que historia é essa hein? – Noah perguntou com seu sorrisinho malicioso.

—Não foi nada ela só estava me enchendo por causa daquele brinquedo então eu dei. – respondi corando.

—Sei... – os dois falaram me olhando estranho.

—Então David, como foi o seu sábado? – perguntei mudando de assunto.

Não entendo o porquê de eles ficarem pegando no meu pé. Era só um urso bobo, o que tem demais nisso? Só Kami mesmo pra saber o se passa na cabeça dessas criaturas. Depois do almoço, os garotos se organizaram em times para jogarmos futebol.

Achei que teria que ficar preso a Rockbell novamente, mas felizmente isso não aconteceu. Saímos correndo da Casa Azul, fomos para a quadra aberta de futebol e começamos o jogo.

Vi a demônia e a Yumi Lee conversando na arquibancada onde varias outras garotas estavam, ela estava segurando o ursinho que havia lhe dado e gargalhava de alguma coisa. Acabei me distraindo um pouco e levei uma bolada na cabeça, foi forte o suficiente para me derrubar e ouvi as meninas rindo.

Olhei novamente para a Rockbell, de todas, ela parecia ser a quem mais ria e a mais bonita também, desde ontem venho achando-a mais bonita, por que será? Voltei minha atenção ao jogo e meu time perdeu.

Aquele domingo passou rápido e quando vi já estava deitado na minha cama pronto para dormir e começar uma nova segunda-feira.

Irei acelerar um pouco as coisas, continuei os meus dias algemado a Rockbell e brigávamos o tempo todo, depois das aulas extras íamos para a biblioteca estudar e para me manter acordado ela ameaçava deixar a chave inglesa cair “acidentalmente” na minha cabeça.

As semanas passaram, fizemos outro teste de química e consegui tirar um nove, ela sorriu e disse que tudo era questão de esforço. Já fazem três semanas desde que fomos colocados de castigo, que aumentou para mais um mês, pois num dia qualquer, eu e ela arrumamos uma confusão enorme no refeitório e viramos a bandeja de algum aluno em cima da diretora.

Mas nem me importei de ganhar mais um mês, na verdade, não estava mais tão chato passar o dia com a demônia, todo dia era uma coisa nova e um novo motivo para brigar, acho que é isso que chamam de convivência. Mas o que mais me surpreendeu aconteceu numa tarde de terça-feira, no começo nas aulas extras.

Estávamos na sala de aula, na verdade, éramos os únicos lá. Eu estava terminando de copiar alguma coisa do quadro.

 

—Ei. – ela me cutucou - Que tal uma trégua?

—O que? – perguntei perplexo, será que ouvi direito?

—Uma trégua, só até esse castigo acabar. – ela falou -Graças a você, nós ficamos mais um mês de castigo uma trégua vai ajudar a ser mais suportável.

—Eu? A culpa foi só minha? Mesmo? Pois eu lembro-me bem de você me acertando com a chave inglesa. – falei indignado.

—Mas foi porque você começou! – ela esbravejou.

—Não foi não! – respondi começando a me irritar.

—Claro que foi! – ela respondeu.

—Espera, e a trégua? – falei me lembrando do assunto inicial.

—Ta vendo, é você que começa. – ela falou.

—Mas...ARG! – abaixei a cabeça na mesa. - É uma trégua vai ser melhor.

—Mas não pense que sou sua amiga. Depois que tudo isso acabar as coisas voltarão a ser como antes, entendeu? – ela avisou.

—Entendi. – respondi.

 

E voltamos a ficar em silêncio, as aulas extras chegaram ao fim e cada um seguiu seu caminho.

 

—Vocês não vão acreditar no que aconteceu! – falei entrando no quarto.

—O que?  –Noah e David perguntaram curiosos.

—Eu e a Rockbell fizemos uma trégua. – falei.

—O QUE?! – ele gritaram surpresos.

—Sério? Uma trégua? – David disse espantado.

—Vocês sabem o significado dessa palavra? – Noah perguntou desconfiado.

—Muito engraçado Noah –.falei revirando os olhos.- Ela disse que assim fica mais fácil de suportar o castigo. –.expliquei.

—Quem diria. –.David disse rindo.- Quero só ver se conseguirão ficar sem brigar, ou discutir.

—Idem, aposto que amanhã mesmo vocês vão desfazer essa trégua. –Noah riu.

—Claro que não, você e a Rose pararam de brigar. Por que é tão impossível pra mim então? – perguntei.

—Porque você e a Rockbell são inimigos mortais desde o sexto ano. –Noah disse.

—É, mas se é possível pra vocês também é possível pra eles. – David disse.

—Vamos ver. – Noah falou.



Winry Rockbell POV’s

 

Quando pensei que finalmente ficaria livre daquele idiota a diretora prolonga o castigo para mais um mês. Tudo culpa do nanico sem noção que foi tentar fugir de mim sendo que estamos algemados e ainda por cima saiu jogando o almoço de tudo mundo para o alto e, adivinhem em quem vai parar a bandeja com um prato cheio de espaguete? Na diretora, é claro.

Vendo que teria que passar mais um tempo com ele, Rose e Yumi me aconselharam a propor uma trégua até o fim desse inferno. Na hora disse que não e que jamais seria amiga dele, mas depois fiquei pensando, desse modo seria mais fácil conviver. Decidi fazê-lo, mas deixei bem claro que quando o castigo acabasse tudo voltaria a ser como antes.

 

—Eu sabia que você era inteligente Win! - Rose disse sorrindo.

—É, mas quero só ver se isso vai funcionar. – falei sem levar muita fé naquilo.

—Vai dar certo sim. Afinal você e ele já não brigam com tanta frequência. Na minha opinião, vocês estão se dando bem. – Yumi disse analisando.

—Claro que não! Nada mudou, nem vai mudar. - falei decidida - Vamos ser eternos inimigos.

—Que isso Win, não deve ser tão difícil assim ser amiga dele. Vai mesmo querer manter essa besteira? – Rose falou.

—Vou. – respondi.

—Bom, mas você ainda dorme abraçada com aquele ursinho que ele te deu. – Yumi disse sorrindo travessa.

—Isso não tem nada a ver! – falei corando.

—Tem sim! – Rose disse com o mesmo sorriso de Yumi.

—Eu só durmo com o ursinho porque ele é fofo, só por isso. – respondi virando o rosto.

—Tá bom, já que você diz. – ambas falaram com aquele tom de “não acredito em você!”...

—Per.cebi que você e o Grift estão mais próximos. – falei mudando o assunto

—É, nós ao contrário de certos alguéns sabemos ser amigos. –Rose respondeu.

—Eu e o David também nos tornamos amigos. – Yumi disse sorrindo.

—Aff, não acredito que vocês estão indo para o lado deles. – falei bufando.

—Lado deles? Winry essa guerra já acabou, só você e o Elric ainda estão nessa. – Rose disse.

—Claro que não. Os alunos do 2° ano do ano que vem vão continuar com as tradições da nossa classe. – falei.

—Você acha mesmo que o Alphonse e a May vão se tornar rivais? – Yumi me perguntou.

—Ah, mas as coisas mudam. – respondi.

—Mas aqueles dois se gostam, é obvio que continuaram amigos, ou até quem sabe acabem namorando. – Rose falou sorrindo.

 

Fiquei um pouco pensativa depois dessa conversa, talvez Yumi e Rose tenham razão, Alphonse-kun e May-chan jamais seriam rivais. Parece que esse foi o ultimo ano de brincadeiras no 2°ano. Vou sentir falta das vinganças, dos planos mirabolantes e das formações de xadrez.

Estou um tanto receosa quanto a trégua. Não acho que o Elric tenha maturidade o suficiente para lidar com isso, mas vou tentar ser calma, contarei até dez e respirarei fundo. Fiz com que aquelas palavras ficassem gravadas na minha mente.

A noite passou e o dia amanheceu. Sai da Casa Vermelha indo na direção dos Portões Principais, e lá estava ele encostado a uma das colunas com cara de sono, fazia um tempo desde que parei de negar a mim mesma que ele era bonito, e ele estava muito bonito daquele jeito. Buccaneer nos algemou e seguimos para a aula.

 

—Vamos mesmo levar essa historia a sério, Rockbell? – ele perguntou.

—Winry. – falei sem encará-lo.

—O que? – ele perguntou confuso.

—Não precisa ficar me chamando pelo segundo nome o tempo todo. –respondi.

—Ah, se é assim...Pode me chamar de Ed. – ele sorriu.

—Ok. – respondi.

—Então, Winry...- ele enfatizou o Winry e não pude deixar de rir - Vamos levar a trégua a sério?

—Vamos. – respondi.

 

Quando entramos na sala o professor nos olhou de cara feia, todos nos olhavam assim agora, não importava qual professor era, acho que eles já esperavam ter sua aula atrapalhada pelas nossas brigas. Sentamos em nossos lugares e assistimos à aula sem brigar, nem mesmo uma vez. Conversamos como duas pessoas decentes e maduras e aos poucos fui notando a surpresa nos olhos das pessoas em volta.

Fomos para o intervalo e nos sentamos na mesma mesa em que se encontravam nossos amigos, desde aquele dia passamos a sentarmos juntos, assim era mais divertido. O assunto estava em Alphonse e May, os dois sempre estavam juntos e formavam um belo casal.

 

—Será que ele já disse a ela? – perguntei curiosa enquanto observava o casal almoçando.

—Não. – Ed respondeu.

—Como tem tanta certeza? – perguntei.

—Conheço meu irmão, se ele já tivesse dito teria me falado. – ele explicou.

—Tomara que se declarem logo. Eles são muito fofos! – Yumi disse com os olhos brilhando.

 

Aqueles dois tinham se tornado as mascotes do colégio, todos ficavam de olho neles esperando para ver se sairiam ou não da friendzone. Continuamos a viver o nosso dia, tivemos algumas desavenças e umas briguinhas, mas sempre acabávamos lembrando-nos da trégua e fingíamos que nada tinha acontecido. No final das aulas extras, a diretora nos surpreendeu com uma visita.

 

—Boa tarde turma. – ela disse olhando diretamente para mim e para o Elric.

 

Eu não gostava quando ela ficava nos olhando, pois da ultima vez que isso aconteceu nós ficamos algemados por um mês! Oh! Vejam! Ainda estamos algemados!

 

—Vim lembra-los da excursão desse ano. – ela falou e os cochichos começaram. - Dessa vez vocês farão algo totalmente diferente, e esse passeio será apenas para o 2°ano. – ela riu, lá vem bomba! - Vocês irão com dois professores responsáveis para um acampamento na Reserva da Montanha.

 

O barulho tomou conta da sala. Acampamento, isso era outra punição que ela estava aplicando na turma, aposto.

 

—Silêncio! – ela gritou e todos se calaram  - Serão apenas três dias. E valerá metade da nota do bimestre.

 

Mais barulho e mais questionamentos. Gritos pedindo por justiça ecoavam na sala, o olhar tenebroso da diretora encarava cada rosto ali presente.

 

—Isso é só. Podem ir. – ela disse e saiu da sala.

 

A turma saiu reclamando pelos corredores e ao chegaram aos dormitórios, pelo menos na Casa Vermelha, continuaram a choramingar. Achavam um absurdo uma excursão valer nota, mas eu sabia que ela só estava fazendo isso para nos castigar, ela gostou dessa ideia de punição.

Na porta de cada quarto estavam os horários das excursões, cada turma iria para um lugar diferente. E o acampamento do 2°ano seria na sexta-feira ás 6:45 da manhã. É, vai ser uma longa excursão.



Continua...


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Então deixem...
Reviews! *-*
E Recomendações *¬*
Para que esse acampamento dê no que falar!
Bjão!! *.*



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