Guerra, É Guerra! escrita por Ainimemimis


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Hello people! Eu sei que fiquei de postar na quinta passada, mas tive um pequeno bloqueio criativo. Decidi que a fic será postada aleatoriamente, mas sempre um cap por semana. BOA LEITURA!



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Capitulo IV

 

No capitulo anterior...

 

 

Winry Rockbell POV’s

 

—Vocês dois terão um castigo bem pior do que os dos outros. – a diretora disse sentando em sua cadeira.

—Mas por quê? Por que só nós dois? – o Elric perguntou e quase dei um soco em seu ombro, a melhor coisa a se fazer era não questiona-la.

—Porque são vocês que influenciam os outros alunos. Ou pensam que não sei que são os “líderes” dessa confusão. – ela disse olhando-nos nos olhos. - Se fossem mais maduros e tivessem a decência de parar com essas infantilidades eu teria menos dor de cabeça. Sei que não se dão bem desde o começo do ginasial, mas não esperava que essa rivalidade fosse chegar tão longe. Por isso, - ela mexeu em algo na gaveta e tirou um par de algemas, não entendi a principio, mas segundos depois quase caí para trás- vocês ficaram algemados um ao outro por um mês.

—O QUE?! –falamos ao mesmo tempo”

 

Winry Rockbell POV’s

 

Eu quase perdi o equilíbrio quando ela disse aquilo, por um momento o ar ficou tão pesado que respirar parecia impossível. Coloquei a mão sobre a testa e rezei para que fosse um sonho.

 

—Com todo respeito senhora, mas isso é brincadeira não é? – perguntei esperançosa.

—Não. Eu nunca brinco. Deveriam ter pensado nas consequências antes fazer o que fizeram. – ela respondeu séria. - Vocês ficarão algemados desde o começo das aulas até o fim do horário escolar, ficarão cumprindo detenção junto com seus colegas de classe até o começo das aulas extras. Toda manhã, antes de passarem pelos portões principais serão algemados e só se separarão no fim do dia. Deixarei um inspetor responsável por vocês e ele me dirá se estão ou não se comportando.

—Isso não é justo! Por que eu tenho que ficar algemado a essa louca?! Protesto!!! – o Elric gritou.

—Concordo! Os outros participaram do mesmo modo não é justo que somente eu e o baixinho sejamos punidos dessa forma! – acho que essa foi a primeira vez que levantei a voz para a diretora e que também concordei com o Elric.

—Querem que eu aumente o castigo para dois meses? – ela perguntou com um olhar assustador e sua voz estava num tom grave. - Estão tendo essa punição em especial por terem exagerado nas brincadeiras e por tornarem a rivalidade entre os gêneros numa guerra, vocês são o exemplo para os alunos do 1° ano e não quero que eles continuem com essa rixa boba. Agora, me deem os braços.

Nós nos olhamos e senti que pensávamos a mesma coisa, a porta estava bem atrás da gente era só sair correndo e depois é cada um por si. Porém quando tentamos fugir um armário surgiu do nada.

 

—Me chamou diretora Armstrong? – ele perguntou.

—Chamei sim. Você ficará responsável por esses dois. – ela respondeu num tom divertido.

 

O armário olhou para baixo, ele tinha um rosto largo, olhos pequenos e escuros, o cabelo cortado estilo moicano com uma trança comprida e bigodes como espaguetes, devia ter mais ou menos uns dois metros de altura e de largura. Ele era assustador!

—Hum. Então vocês são os encrenqueiros hein? – ele disse com um olhar frio, eu me afastei com medo e o Elric fez o mesmo.

—Quem é ele? – perguntei tentando não gaguejar.

—O novo inspetor que contratei. Seu nome é Buccaneer. – ela respondeu. - Agora estendam os braços!

 

Vendo que não tínhamos escolha, fizemos o que ela pediu, a corrente da algema era bem maior que o normal, devia ter uns trinta centímetros mais ou menos. Me pergunto o motivo dela ter algo assim... É melhor não saber.

 

—E quando precisarmos ir ao banheiro?! – ele perguntou ficando vermelho de raiva.

—Usem isso. – ela estendeu um pano.

—O que é isso? – ele perguntou encarando o pano como se fosse algo de outro planeta.

—Uma venda. – ela respondeu - Vendem os olhos um do outro e pronto.

—O quê?!! E quem me garante que ele não vai olhar?!! Isso é muito constrangedor!!! Não farei isso!!!! – meu rosto estava queimando.

—Ou que ela vai olhar?! – ele disse tão vermelho quanto eu achava que estava.

—E por que eu olharia?! Não sou uma pervertida igual a você!! – gritei.

—Quem garante?! – ele gritou de volta.

—Arrg!!! – dei um soco na cabeça dele.

—Parem com isso! – a diretora ordenou batendo as mãos nas mesa. - Aprendam a confiar um no outro e se não fizerem isso vão ter que segurar até o final do dia! Agora saiam!

—Mas...Mas... – falamos em coro tentando protestar.

 

—Buccaneer. – a diretora disse num tom impaciente.

 

O armário deu um peteleco em mim e no Elric, o que foi o suficiente para voarmos para fora da diretoria. Olhei para o meu pulso que agora tinha um acessório nem um pouco decente. Kami, por favor, me diga que é um pesadelo!!!!!

 

Edward Elric POV’s

 

Depois que o armário chutou a gente pra fora da diretoria, tanto eu quanto a louca ficamos um tempo parados, acho que a ficha estava demorando a cair, pelo menos para mim. Queria que tudo não passasse de um sonho ruim, um pesadelo daqueles que quando você acorda dá graças a deus por ter sido tudo coisa da sua imaginação.

Mas infelizmente eu sabia que estava bem acordado e que teria que ficar um mês inteirinho grudado na Rockbell.

 

—Vamos, nós temos que ir para a aula. – falei andando e ela não disse nada, o que foi estranho.

 

Olhei-a pelo canto do olho, acho que ela não estava mais com vontade de me matar. A pior parte era que ela parecia bem mais alta do que eu e eram somente cinco centímetros de diferença! Droga! Odeio ser mais baixo que ela!

Quando entramos na sala todos estavam em duplas, provavelmente a diretora deixou as coordenadas para o professor Mustang antes de sair. As únicas cadeiras vazias eram a minha e da Rockbell. Todos nos olharam assustados, alguns riram e o professor fez uma cara estranha.

 

—Ãhn... Por que estão algemados? – o professor Mustang perguntou arqueando a sobrancelha.

—Castigo de deus. – a Rockbell respondeu.

—Karma. – falei.

—Ok. Sentem-se.

 

Sentei e abaixei a cabeça, era muito constrangedor ter que ficar algemado a alguém e esse alguém ser a pessoa que você mais odeia. A Rockbell estava calma demais, na verdade tudo estava calmo demais, ela estava prestando atenção na aula e fazendo suas perguntas para o professor, agia como se nada estivesse acontecendo.

 

—O que tá olhando? – ela perguntou ríspida sem me encarar, foi então que percebi estar olhando-a a um tempão.

—O quanto você é feia. – respondi. Eu sei que foi grosseiro, mas entendam, prefiro brigar e levar chave inglesa na cabeça do que ficar amigo dela.

—O que disse chibi? – ela respondeu virando-se para mim indignada.

—QUEM VOCÊ TA DIZENDO QUE É TÃO PEQUENO QUE ATÉ UMA PULGA TEM QUE USAR O MICROSCÓPIO PRA VER?!!!! – gritei esquecendo completamente que estava na sala de aula.

—NÃO É ÓBVIO?! – ela gritou de volta.

—Eu sou MUITO alto! MUITO! – respondi.

—Só se todos os outros encolherem!

—Vocês dois saiam. – o professor mandou. Havia uma veia pulsante em sua testa. - Agora!

 

Guardei as minhas coisas e saímos. Ela estava furiosa, jurava estar vendo fumaça saindo de seus ouvidos.

 

—Graças a você eu irei perder uma matéria muito importante! – ela reclamou.

—Quem se importa? – falei não dando à mínima.

—Eu me importo, imbecil! – ela gritou.

—E eu não to nem aí. – respondi encostando-me à parede.

—ARG!!! Mas que inferno! – ela rosnou. - Tem que ter um jeito de tirar esse troço, não vou ficar grudada em você! Não vou!

—Agora você falou alguma coisa que preste. – respondi - E como pretende fazer isso?

—Por que só eu que tenho que pensar?! Coloque esse grão de arroz pra funcionar e me ajude.

—Que tal se puxar até arrebentar? – sugeri ignorando seu ultimo comentário.

—Isso não vai funcionar. Esse metal é bem forte. Ah, espera... E se eu... –ela pegou a chave inglesa.

—O que pretende fazer com isso?! Me matar, esconder o meu corpo e cortar a minha mão?! – falei com os olhos arregalados.

—O que? Não. Não vou te matar. Apesar de não ser uma má ideia. – ela deu sorrisinho assassino - Mas como vou para o reformatório e perderei metade da minha juventude, então não vale a pena.

—Sua sinceridade é comovente. – respondi.

—Talvez se eu fizer isso... – ela disse enroscando as correntes na chave e puxando.

—O que pensam que estão fazendo? – uma voz grossa perguntou.

—Droga. – ela falou com os olhos arregalados para a pessoa atrás de mim - É o Buccaneer.

 

—Podem espernear o quanto quiserem. Essas correntes não quebram com facilidade. – ele respondeu com uma expressão assustadora, ou a cara dele era assim mesmo? - Mas se continuarem a tentar se livrarem das algemas terei que falar com a Sra. Armstrong. Não se esqueçam, estou de olho em vocês. –ele disse antes de ir embora.

—Só pode ser um pesadelo. Eu sei que daqui a pouco vou acordar no quarto do dormitório e irei suspirar aliviada. – ela disse fechando os olhos.

—Você é ainda mais louca do que eu pensei. – falei.

—E você é ainda mais baixo de perto. – ela respondeu ainda de olhos fechados.

 

Nem preciso dizer que depois disso começamos a brigar e tudo terminou com uma chave inglesa na minha cabeça.



Winry Rockbell POV’s

 

As aulas normais acabaram e até as aulas extras começarem a turma toda ficou cumprindo detenção, o que na verdade era limpar as salas. Sim, trabalho escravo. Percebi que não era somente eu e o Elric que brigávamos, as outras duplas faziam o mesmo, só que com menos frequência que eu e ele.

Esse moleque é muito irritante, tem sempre algum comentário idiota e está sempre implicando comigo. E eu não deixo que ele saia ileso, no final das nossas brigas sempre acabo perdendo a cabeça e, bem, vocês já sabem.

Todos os alunos da escola comentavam sobre o castigo do 2° ano e principalmente sobre os alunos algemados. Agradeci a Deus quando o relógio marcou seis horas e saímos do colégio, o inspetor Buccaneer estava em frente aos portões principais com a chave nas mãos.

 

—Espero que tenham tido um bom dia. – ele disse enquanto abria as algemas.

—Não terei bons dias até que esse castigo acabe. – respondi.

—Idem. – ele disse.

 

Fui para a Casa Vermelha, assim que entrei as outras garotas fizeram uma expressão engraçada, como se tentassem segurar o riso. Fui para o quarto onde estavam as meninas do 2°ano.

 

—Por que você e o Elric estão algemados? – Rose perguntou com os olhos brilhando de curiosidade.

—Oi pra você também. – respondi sentando na cama.

—Diz logo vai! Ta todo mundo querendo saber. – ela explicou.

—A diretora nos colocou de castigo assim por um mês. 

—O que?! Um mês tendo que aturar o Elric? Se mata! – Yumi falou fazendo uma arma com os dedos e apontando-a para a cabeça.

—Se eu não mata-lo primeiro! – bufei de raiva.

—Mas por que só vocês dois? – Rose perguntou.

—A diretora disse que é porque nós dois somos os “líderes” dos gêneros da turma e que nós influenciamos vocês. – disse imitando a voz da diretora com deboche.

—É um pouco injusto, mas ela está certa. Eu acho que a rivalidade está mais entre você e o Elric do que com o resto das garotas e dos garotos. – Yumi respondeu.

—Nada há ver. – respondi - Se eu tivesse dado a outra face ele ia continuar com aquelas brincadeiras de mau gosto. Mas se ele tivesse parado eu não continuaria.

—Esse é o problema, nenhum dos dois queria dar o braço a torcer e levantar a bandeira branca. – Rose disse.

—É vocês são muito orgulhosos. – Yumi disse rindo.

—Mudando de assunto, quem são suas duplas? 

—Noah Grift. – Rose respondeu fazendo cara de enjoo.

—David Glasson. – Yumi disse fingindo estar chorando.

—Meus pêsames. – disse com peninha delas.

—O Grift é muito irritante! Ele implica com tudo que faço e ainda é um pervertido! Sempre levando as coisas na maldade!!! – Rose disse socando a cama.

—O Glasson é metido a sabichão. Ele acha que só a opinião dele importa. – Yumi disse fazendo uma expressão de raiva.

—E o Elric é mil vezes pior que os dois! 

 

Não tinha completado nem um dia desde começo do castigo e eu já estava pirando. Tentei relaxar, talvez não seja tão difícil quanto parece, talvez o Elric tenha maturidade o suficiente para agir como um garoto de 15 anos e não como um moleque de 5. É só relaxar.

Percebi que todas as garotas do 2° ano reclamavam de seus pares, dizendo que eles são idiotas e agem como imbecis, nada que eles não sejam. Seria um longo ano, não só para mim como para as outras também e detalhe: quando acabar o castigo com as algemas ainda terei que ser a parceira dele até o fim do ano do mesmo modo que as outras! Conclusão: EU VOU MORRER!

Depois do jantar a supervisora foi passando de quarto em quarto para fazer a verificação da semana. Quando ela chegou ao nosso soltou uma gargalhada e foi vendo cada canto com um sorrisinho no rosto. Ótimo, agora somos a piada de toda a Escola.

Ela saiu e apagou a luz dizendo que já estava na hora de dormir. Não dormi muito bem, fiquei com um pouco de insônia e com muita raiva do dia seguinte por não conseguir me imaginar tento que passar o dia todo ao lado daquela peste!

 

 

Edward Elric POV’s

 

Mal coloquei meus pés na Casa Azul e os garotos que não eram do 2°ano começaram a zoar com a minha cara. Ótimo! Se já não bastasse a pilha que eles colocam por causa daquelas malditas fantasias ainda vou ter que aturar mais por causa das algemas! Esse povo também só sabe pensar besteira.

 

—Cara, ainda bem que eu não sou você. – Noah falou rindo.

—Valeu pelo apoio. Que grande amigo você hein... – sentei na cama. Me joguei nela na verdade.

—Mas foi mesmo muita falta de sorte sua dupla ser justo a Rockbell e ainda por cima vocês terem que ficar algemados. – David disse rindo do mesmo jeito que Noah

—Isso não tem graça! – falei me irritando - Não posso passar um mês inteiro grudado naquela garota!

—Um mês?! – os dois disseram juntos.

—É. – respondi.

—Como assim? – Noah perguntou confuso.

—Explica isso direito. – David pediu.

—Certo. – e comecei a contar tudo que a diretora disse. - É isso.

—Nossa!

—É, vai ser um longo mês. – David disse suspirando

—Pois é né. – Noah falou. - Mas tenta ver o lado bom.

—Que lado bom? – perguntei desanimado.

—Você vai ficar grudado com a garota mais gata da turma! – Noah disse com seu típico sorriso pervertido - Admita Ed, que você acha ela bonita, sem falar que você a viu ao vivo seminua no dormitório.

—Eu nunca disse que não achava ela bonita. – respondi virando o rosto tentando esconder, inutilmente, a vermelhidão que o mesmo se encontrava.

—Viu? Tem sempre um lado bom. – Noah disse pervertido como sempre - Se eu fosse você tentaria pelo menos tocar naqueles seios enormes que ela tem!

—O QUE?! EU NÃO VOU FAZER ISSO! – falei ficando ainda mais vermelho, como ele pode pensar numa coisa dessas?!

—Por que não? Vai lá como quem não quer nada e aí.... – Noah disse fazendo movimentos com as mãos, como se estivesse apertando o ar.

—Esse moleque é mesmo muito pervertido. – David falou com os olhos arregalados.

—Primeiro: Eu não sou pervertido a esse ponto e segundo: não quero morrer com traumatismo craniano, porque se eu fizer isso ela com certeza me mata! – gritei.

—Eu tenho pena da Marvel, ela vai ter que se cuidar, se não o tarado aí vai  se aproveitar as custas dela. – David disse.

—Marvel? – perguntei.

—É, a Rose Marvel. Uma das melhores amigas da Rockbell. –

David explicou.

—Ah é, a Rose. Ela também não de se jogar fora. – Noah falou apoiando o queixo no dedo indicador e no polegar sorrindo malicioso.

—Rose? Desde quando tem essa intimidade com ela? – perguntei.

—Não tenho, mas ela não gosta quando a chamo pelo primeiro nome. – ele respondeu rindo - Para minha sorte, ela tem uma péssima mania de ficar enrolando a saia e toda vez que subimos as escadas.... – ele fez a maior cara de pervertido que já vi.

—Meu deus. –David falou boquiaberto - To começando a ter pena  de verdade dela.

—Eu também. – respondi encarando Noah do mesmo modo que David.

—E você David? A Yumi Lee é bonitinha também. – Noah disse sorrindo.

—O que tem? Ela é muito chata e cheia de frescura. – David respondeu com cara de tédio.

—É, mas ela tem um belo par de pernas. – Noah disse pensativo. - Aquela baixinha tem seus encantos.

—Tem alguém precisando de um balde de água fria. – David disse com uma gota na cabeça.

—Com gelo. – completei.

 

Passamos o resto do dia sem nada para fazer e como recompensa, o supervisor decidiu que lavaríamos a louça do jantar. Antes de dormir ajudei o Al com o dever de casa, eu sei que isso não é muito normal já que ele já está no Ensino Médio, mas ele gosta que eu faça, então...

 

—Nii-san eu soube do seu castigo. – Al falou rindo.

—Sério? Quem não sabe? – perguntei irônico.

—Pelo menos você e a Winry-senpai vão ter a chance de se entenderem. –ele sorriu, ai, ai, como bom ver só o lado lindo das coisas.

—Como se fosse possível ter qualquer contato amigável com aquela demônia. – respondi bufando.

—Mas você nunca tentou. – Alphonse protestou.

—E nem pretendo.

O supervisor foi passando de quarto em quarto dizendo que já estava na hora de dormir. Confesso que custei para pegar no sono, estava irritado por ter que passar mais um dia com aquela doida, que Kami me proteja.

                                                    ***

O sinal tocou tão alto que meus tímpanos pareciam querer pular para fora dos ouvidos. Levantei assustado e vi que todos os outros garotos fizeram o mesmo. Reparei que ainda não tinha amanhecido e que era o alarme de incêndio tocando.

 

—Vamos lá pessoal treinamento de incêndio. Todo mundo andando calmamente pelos corredores e ficando posicionados na frente dos portões principais. – o supervisor estava na porta do quarto, bocejando enquanto falava.

 

Todos saíram cambaleando e cheios de sono. O gramado da escola ficou parecendo um cenário de filme, desses com apocalipses zumbis. Olhei para o lado e vi que as garotas também estavam lá, mas elas não tinham as caras de sono nem mesmo o cabelo bagunçado. Todas estavam perfeitas, como conseguem?!

 

—Meu deus, os garotos parecem mortos vivos. – uma das garotas falou rindo.

 

Vi a Rockbell e as amigas saindo da Casa Vermelha. A Rockbell usava uma camisola rosa cheia de lacinhos com um roupão da mesma cor e com os mesmos lacinhos por cima e pantufas brancas nos pés, fala sério, no meio do inverno e essas garotas dormindo nesses trajes.

 

—Todos prestem atenção na chamada. – falou um dos inspetores.

 

Toda vez era a mesma coisa. Tocavam o alarme de incêndio as quatro e pouca da manhã, faziam todos os alunos irem para o lado de fora e ficar no relento podendo pegar um resfriado enquanto faziam a chamada verificando se ninguém havia ficado para trás. Essas malditas regras.

 

—Ei, Ed. – Noah me cutucou.

—O que foi? – respondi bocejando.

—Olha para minha esquerda. – ele disse com um sorriso perverso.

—O que é que tem? – falei olhando e vi que a Rockbell estava ali.

 

O pervertido do Noah até chegou um pouco para trás tentando não ficar na minha frente. Tenho que admitir que aquela camisola fica um espetáculo nela, principalmente com aquele o decote generoso.

 

—E aí? – ele perguntou rindo - Uma ótima visão pra começar o dia né?

—É. –respondi meio abobalhado

 

Ela olhou na minha direção, ficou um tempo me encarando e corou fortemente, virou para o lado e trocou de lugar com uma garota do 1° ano.

 

—Ela deve estar achando que você é um pervertido. – Noah riu - Mas valeu a pena, não valeu?

—Valeu. – respondi mais para mim do que para o pervertido.

 

Quando terminaram a chamada mandaram-nos de volta aos dormitórios, cai na cama como uma pedra e quando o sinal soou despertando todos foi preciso que David e Noah me acordassem.

 

—Cara que sono! – David reclamou bocejando.

—Nem fala. – respondi no mesmo estado.

 

Fiz minha higiene matinal e coloquei o uniforme, desci para tomar o meu café e segui para a Casa principal. O inspetor Buccaneer já estava lá esperando com as algemas na mão. Tentei passar despercebido pela multidão, até que pela primeira vez a minha altura me ajudou em alguma coisa, porém ele me viu quando eu já estava a pequenos passos do portão e me puxou pela gola.

 

—Onde pensa que está indo?- ele perguntou me colocando na sua frente.

—Pra aula? – falei com um pouquinho de medo e quase quebrando o pescoço para poder ver pelo menos o começo do queixo daquele armário.

—Engraçadinho. Tem que esperar a Srta. Rockbell chegar, para que eu possa algema-los e então poderá prosseguir.

 

Fiquei lá esperando um bom tempo, o sinal anunciando o começo da primeira aula soou e nada da demônia aparecer. Até que a vejo correndo pelo gramado na direção dos portões principais. Ela estava com o uniforme meio embolado e o cabelo preso de mau jeito, parecia ter acabado de acordar.



Winry Rockbell POV’s

 

 

Quando o alarme de incêndio tocou, a supervisora saiu acordando todas as garotas e falando para ficarmos na frente dos portões principais. Durante a chamada percebi que estava sendo observada, fui olhando até encontrar um par de olhos dourados me encarando atentos.

Lá estava a peste de um metro e meio, ele estava todo descabelado e com olheiras gigantes, tinha um sorrisinho bobo no rosto. Nem percebi que fiquei olhando-o um tempo até que notei que seus olhos estavam vidrados no meu decote.

Meu rosto esquentou e virei à cara. Troquei de lugar com a garota ao meu lado. Vê se pode?! É um pervertido mesmo, ficar me olhando na cara de pau!

Voltamos ao dormitório e dormi muito, tanto que quando acordei vi que estava atrasada. Coloquei o uniforme as pressas, prendi muito mal o cabelo e nem deu tempo de comer alguma coisa. Saí correndo até os portões principais e avistei o armário ao lado de uma pulguinha loira.

—Dormiu hein. 

—Calado. – respondi grossa, minha paciência está no teto.

—Estendam os braços. – o inspetor pediu e colocou as algemas. - Tenham um bom dia.

—Isso vai ser impossível. – respondemos juntos.

 

Saímos andando pelos corredores, ele estava tentando correr, pois a primeira aula já havia começado, porém eu estava sem pressa e por ser mais forte que o mesmo consegui manter o ritmo calmo. Aproveitei para ajeitar o meu uniforme e prender direito o meu cabelo.

—Se você continuar nesse ritmo vamos chegar à sala no final das aulas extras. – ele reclamou

—Que bom, assim o tempo passa mais rápido e posso ficar livre de você. –respondi

 

Quando entramos na sala todos os olhares vieram na nossa direção, o professor escrevia no quadro e nos olhou com reprovação.

 

—Estão muito atrasados. – ele disse irritado.

—A culpa não é minha. Essa daqui que veio ajeitando o uniforme e o cabelo no meio do caminho na maior lerdeza. – o baixinho respondeu tirando o dele da reta.

—Não importa de quem é a culpa. Sentem-se e comecem a copiar o que está no quadro. – professor ordenou.

—Sim professor. – respondemos juntos.

 

Sentei no meu lugar que ficava de frente para o quadro e o baixinho puxou uma carteira e sentou-se ao meu lado. Percebi que tinham vários olhares maldosos na nossa direção e ouvi alguns comentários desagradáveis, mas o pior de todos foi de um garoto que estava do meu lado “Por que será que ela teve que ajeitar a roupa e o cabelo?”, ele disse de um modo maldoso e senti o meu rosto esquentar.

O pessoal só sabe ver o lado malicioso das coisas. Por incrível que pareça, passamos o resto da aula sem brigar. Mas esse momento durou pouco porque em menos de cinco segundos ele já começou a implicar comigo:

—O que aconteceu com o seu cabelo? – ele perguntou se metendo onde não é chamado.

—Não é da sua conta. – respondi tentando prestar atenção na aula.

—Ah é, eu esqueci que ele é sempre assim. Horrível. 

—Meu cabelo não é horrível, pulga. 

—Para de me chamar de pulga! – ele gritou.

—Ué? Mas eu só te chamando pelo nome. – respondi fingindo inocência.

—Se for assim, então vou te chamar de doida megalomaníaca. – ele falou tirando o pouco que restava da minha paciência.

—Me chama assim mais uma vez e eu juro que faço a minha chave inglesa te deixar 30 centímetros mais baixo. – respondi trincando os dentes tentando conter a minha raiva.

—Doida M-E-G-A-L-O-M-A-N-Í-A-C-A! – ele falou rindo enquanto soletrava.

 

Eu não perdi tempo, peguei a minha chave e bati na cabeça dele, perdi até conta de quantas vezes foram. Fiquei tão entretida que nem notei todos, inclusive o professor, olhando na nossa direção.

 

—Parem! – o professor gritou fazendo com que levássemos um susto - Já não basta chegarem atrasados na aula e ainda por cima ficam discutindo a relação?! Os dois para fora já! E o Sr. Elric para a enfermaria!

 

Levantamos e saímos sem fazer barulho. Ótimo, já era a segunda vez que eu era posta para fora de sala por causa desse nanico. Eu vou mata-lo!

 

—Mais uma aula perdida. – reclamei enquanto andávamos para a enfermaria.

—Ai minha cabeça. – ele falou com a mão no topo da mesma.

—Eu te avisei. 

—Você é louca! Completamente louca! 

—Para de me chamar de louca! Eu não sou louca! 

—É sim! E muito! 

—Repete se você tem coragem! – falei pegando a minha chave.

—Já não bastou o quanto me bateu?! – ele perguntou indignado.

—Oras, é você que está pedindo um segundo round. 

—Ei vocês, o que estão fazendo nos corredores? – um inspetor perguntou.

—Ah, nós estamos indo para enfermaria. – respondi.

—Mesmo? Parecem estar brigando enquanto matam aula. – ele disse desconfiado.

—O professor nos colocou para fora de sala e me mandou para enfermaria porque essa doida fez isso na minha cabeça. – ele falou apontando para o filete de sangue que escorria por sua testa.

—Então, irei acompanha-los. – o inspetor disse.

Ao chegarmos à enfermaria, a enfermeira nos olhos com surpresa. Primeiro ela me encarou, depois desviou o olhar para o nanico e então olhou para as algemas.

 

—Ah, vocês devem ser os alunos do 2°ano. – ela disse rindo - Eu tinha ouvido falar dos alunos algemados, mas pensei que fosse só um boato. – ela riu mais ainda.

—Será que dá para ter um pouquinho de foco? A minha cabeça está sangrando! – o nanico falou irritado.

—Oh sim, desculpe. – ela respondeu sorrindo. - Sentem-se aqui. – ela falou batendo na maca.

 

Um silêncio estranho pairou sobre a gente. Não sei, mas preferia estar brigando a ter que ficar pacífica desse jeito. Logo a enfermeira voltou com algumas bandagens, enquanto ela enfaixava a cabeça da pulga ficava rindo e jogando algumas piadinhas, sinceramente, só não a mandei calar a boca porque respeito os mais velhos. Quando ela terminou o curativo já estava na hora da próxima aula.

Caminhamos em silêncio pelos corredores, entramos na sala e nos sentamos sem fazer qualquer barulho. Tentei me concentrar na aula e controlar a minha mente para ignorar qualquer provocação daquele idiota.

 

—Prestem bastante atenção no que direi. – a professora disse - Irei aplicar um teste na sexta-feira. Não se atrasem.

 

A turma começou a cochichar, muitos alunos estavam apreensivos por causa do castigo da diretora, e outros achavam que ela não iria fazer mesmo o que disse e eu era um deles. A diretora provavelmente só quis dar um susto na turma.

 

—É, eu to ferrado. – ouvi o nanico dizer.

—Por quê? – perguntei.

—Não sei nada de química. – ele respondeu - Vai ser mais uma nota vermelha para minha coleção.

—Isso não me surpreende. Afinal, não são todos que tem um cérebro capaz de entender química.

—Nem um pouquinho convencida. – ele disse revirando os olhos.

—Olha só quem fala, Sr. Dois metros de altura. – retruquei.

—Já vai começar a implicar com a minha altura de novo?! – ele perguntou irritado.

—Não, pois não quero ser posta para fora de sala novamente. – respondi e ignorei o que ele estava dizendo.



Edward Elric POV’s

 

 

O resto do dia foi conturbado como seria os próximos, nós brigamos e eu fui para enfermaria umas quinhentas vezes. Só não discutíamos na sala, na verdade ela me ignorava toda vez que o professor começava a aula.

Assim que aulas extras acabaram corremos para os protões principais, o Buccaneer removeu as algemas e cada um foi para o seu dormitório. Nem acreditei quando me vi livre daquela criatura.

Entrei no quarto e me surpreendi quando vi todos os alunos do 2°ano estudando, até mesmo Noah e David.

 

—O que aconteceu? – perguntei.

—Tem teste amanhã esqueceu? – David respondeu sem tirar os olhos do livro.

—Mas ela disse que só ia ser sexta. – argumentei.

—Amanhã é sexta, gênio. – Noah respondeu.

—Sério? A semana passou rápido. - falei tirando os sapatos e caindo na cama

—Não vai estudar? – os dois me perguntaram ao mesmo tempo.

—Claro que não. – respondi.

—Se você tirar uma nota ruim a nota da Rockbell será a mesma que sua e ela vai te dar uma surra. - Noah me alertou.

—Eu sei, mas não to nem ai. – respondi. - E se isso deixar ela irritada por mim tudo bem.

—É, meu amigo, você tá mexendo com fogo. – David disse rindo.

—Ei David, nós ainda temos aquela almofada de pum? – perguntei tentando não rir, acabei de pensar em uma brincadeira.

—Temos, por quê? – ele perguntou

—Ah, só quero usá-la amanha. Uma pequena travessura. – respondi rindo.

—Eu não sei não, a diretora não vai gostar. – ele respondeu me entregando a almofada

—Mas é só uma brincadeira inocente. – respondi me fazendo de santo - E também, ela disse que não quer que toda a turma faça esse tipo brincadeira, então, como vai ser só eu, não tem problema.

 

Eu não consigo resistir, preciso pregar algumas pegadinhas naquela doida. Dormi um pouco, todos estavam em silêncio então caí no sono rápido, quando acordei já era hora do jantar. O resto do meu dia não foi muito interessante, então vou pular para a parte que acordo no dia seguinte.

 

                                               ***

Os garotos estavam agitados, todos andavam com livros ou papéis na mão, faziam anotações, perguntavam um ao outro e diversas outras coisas enquanto eu nem tinha pegado nada para dar uma olhada.

Fiquei esperando a Rockbell junto com o Buccaneer, logo ela saiu da Casa Vermelha com alguns papéis na mão, ela não desviou o olhar dos papéis nem mesmo quando o fomos algemados. Andamos pelos corredores sem trocar uma palavra.

Olhei-a pelo canto do olho enquanto ela fazia sinais com as mãos e cochichava algumas coisas tentando decorar a matéria. A professora já estava na sala, os alunos estavam nervosos, muitos ainda liam desesperadamente as anotações que fizeram.

 

—Guardem tudo e deixem apenas o estojo em cima da mesa. E quem for terminando saia de sala. – ela disse e começou a entregar os testes.

 

Quando olhei a primeira questão senti um friozinho na espinha, o suor escorreu pela a minha testa, aquilo parecia estar em hebraico para mim. Fui marcando qualquer coisa e deixei as questões discursivas em branco. Esperei a Rockbell terminar, ela fazia o teste com bastante confiança e ria às vezes das questões como se fossem as mais fácies possíveis. Ela terminou e entregou a folha para a professora, saímos da sala e ficamos esperando no corredor junto com os outros.

 

—E aí? Como foi? – ela perguntou.

—Acho que tirei um zero. 

—E eu acho que tirei um dez. - ela respondeu, era impressão minha ou ela estava de bom humor?

—Nerd. – falei revirando os olhos.

—Burro. 

—Hump! Espero que você não tenha esquecido que as notas serão em grupo, o que significa que seu eu ficar com zero você também fica. – respondi.

—Não acho que a diretora fará isso. – ela respondeu sem dar à mínima - Já fomos castigados o suficiente. – ela disse levantando o braço mostrando as algemas

 

Os alunos cochichavam entre si, muitos estavam com medo do resultado e de terem suas notas diminuídas por causa da dupla. A professora chamou todos de volta, a Rockbell estava meio distraída e vi ali a oportunidade para fazer a minha brincadeira.

Num movimento rápido coloquei a almofada de pum em sua carteira e segundos depois ela sentou fazendo um barulho estrondoso. Seu rosto ficou tão vermelho que parecia estar aceso. Eu estava a ponto de ter um infarto de tanto rir. Os outros alunos também riam e ela olhava em volta confusa.

Ela levantou e viu a almofada, parei de rir ao sentir um arrepio no pescoço, olhei para a Rockbell que apertava a almofada com toda a sua força, ela tinha a cabeça abaixada fazendo o cabelo cobrir o seu rosto. Logo esta foi erguendo-a devagar e ficou parecendo a Samara loira.

 

—QUAL É O SEU PROBLEMA?! – ela gritou e começou a me bater.

—Ai! Para! Ai! – comecei a reclamar tentando segura-la.

 

Ela pegou a chave inglesa e acertou a minha cabeça e continuou me batendo com as mãos e com a chave. O professor Mustang só olhava a cena um tanto espantado com a fúria da demônia, até que consegui segura-la pelos pulsos. Foi então que percebi que estávamos em pé e bem próximos um do outro.

Meu rosto esquentou e ela começou a ficar vermelha, mas num ato de pura crueldade ela me chutou bem naquele lugar, cai de joelhos e consequentemente ela acabou caindo em cima de mim.

 

—Ai meus filhos! – falei num fio de voz.

—Nossa! Essa doeu! – o professor falou contorcendo o rosto. Acho que todos os homens tem uma conexão especial, pois quando nos acertam nesse ponto... Qualquer ser do sexo masculino sente também.

—Você não faz idéia. – respondi me contorcendo no chão.

—Isso é pra você aprender! Seu idiota! – ela gritou tentando se levantar - E levanta logo daí, nem doeu tanto assim.

—É fácil você falar! – respondi com raiva

—Ta doendo muito? –ela perguntou parecendo estar preocupada o que acabou me surpreendendo

—Tá. –respondi

—Mesmo? Porque eu não to sentindo nada. – ela disse desfazendo a expressão de preocupação e ficou séria

Levantei com um pouco de dificuldade e fui me arrastando para minha carteira. Só quem é homem tem noção da dor que eu estou sentindo.

 

—Sua doida! Tá querendo me aleijar?! – perguntei ainda com as mãos no local.

—Hump! Como se tivesse alguma coisa aí. – ela disse virando rosto.

—Como é? Se quiser eu te mostro! 

—Vai se ferrar! – ela gritou voltando a ficar corada.

—Caham! – professor coçou a garganta - Será que podemos começar a aula ou a DR vai continuar? – ele perguntou e o resto da turma riu.

—Desculpe professor. – falamos juntos

 

DR, o que diabos é DR? Isso não é abreviação de doutor?

 

—Ei, Rockbell. – a chamei baixinho.

—O que é? – ela respondeu com raiva.

—O que é DR? – perguntei.

—Discursão de Relacionamento. – ela corou.

 

Assim que ela respondeu acabei corando também. Esse povo, como se eu fosse ter alguma coisa com essa demônia!

 

Continua....

 


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Então deixem....
Reviews! *-*
E Recomendações! *¬*
Para que as coisas entre esses dois fiquem ainda melhores!
Bjão! *.*



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