Guerra, É Guerra! escrita por Ainimemimis


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Yo minna! O capitulo está saindo mais cedo dessa vez para compensar o de semana retrasada. Então, a partir da próxima quinta os caps serão postados normalmente. ^^

BOA LEITURA!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/275989/chapter/3

Capitulo III



No capitulo anterior:

 

Winry Rockbell POV’s

 

—O que está acontecendo? – perguntei um tanto irritada pelo comentário daquele garoto.

—Eu não sei. Por que todos estão nos olhando desse jeito? – Rose falou abaixando a cabeça envergonhada.

—Eu acho que sei o porquê. – Yumi falou com os olhos arregalados.

—Sabe? – perguntei confusa.

—Uhum. Olhem só aquilo. – ela respondeu apontando com a mão trêmula para o mural da escola.

 

Assim que pus os meus olhos naquele moral quase que o meu coração saltou pela boca. Senti meu rosto esquentar tanto que parecia que alguém tinha colocado fogo na minha cabeça.

—AI MEU DEUS!!!! EU NÃO ACREDITO QUE ELES FIZERAM ISSO!!!!”

 

 

Edward Elric POV’s

 

Eram mais ou menos 5h da manhã quando acordamos para executarmos a segunda parte do plano. Nosso objetivo era entrar na Casa Principal sem sermos pegos e se tudo saísse como o planejado as garotas teriam uma terrível surpresa.

Saímos de fininho do dormitório para não acordar os outros garotos ou o supervisor, ainda estava escuro do lado de fora e como se fossemos espiões na noite, seguimos para a Casa Principal. Os portões estavam trancados e eram muito altos para serem pulados sem que alguém visse. Mas eu já tinha imaginado essa possibilidade.

 

—Para as saídas de incêndio. – falei baixinho para os outros.

 

As saídas de incêndio ficavam atrás do prédio e nas laterais, fomos verificando uma a uma, mas todas pareciam trancadas até chegarmos a última. Olhei para os outros que também estavam apreensivos, se essa porta também estivesse trancada seria o fim do plano.

Respirei fundo e a empurrei, senti um alivio enorme ao vê-la abrindo. Os corredores estavam escuros e silenciosos, pegamos as lanternas e começamos a andar pelo local. Admito que demorou um pouco até chegarmos ao salão de entrada onde ficava o mural da escola por causa da escuridão.

O mural ficava pendurado numa parede de frente para a porta do salão, ali era onde se colocavam os avisos e trabalhos dos alunos.

 

—Não misturaram nada né? – perguntei.

—Não. Está tudo direitinho. – Noah respondeu.

—Certo. Vamos coloca-las aqui. – falei.

 

Tiramos tudo que estava pendurado ali e colocamos o que havíamos pegado no quarto delas no lugar. Sorrimos satisfeitos, mas esse sorriso sumiu assim que ouvimos o som de passos no chão de mármore, desligamos as lanternas e nos escondemos atrás de qualquer coisa.

 

—Tem alguém ai? – ouvi alguém perguntar, provavelmente um dos inspetores.

 

Seguramos a respiração, se fossemos pegos ali estaríamos perdidos. O som dos passos foi ficando mais baixo até desaparecer de vez, acendi a lanterna e tampei a luz com a mão, todos os outros fizeram o mesmo. Fiz um sinal apontando para onde devíamos ir, cada um foi saindo do seu esconderijo e começaram a me seguir.

Mantivemos a mão sobre a luz da lanterna para não chamar a atenção dos outros inspetores e quando saímos da Casa Principal respiramos aliviados.

 

—Essa foi por pouco. – David disse com os olhos arregalados.

—Mas conseguimos concluir a nossa vingança. Agora vamos voltar para os dormitórios antes que o sinal toque e deem por nossa falta. – falei.

 

Entramos na Casa Azul a passos lentos e silenciosos, voltamos ao nosso quarto e deitamos sem nem mesmo tirar o uniforme. Alguns minutos depois o sinal tocou e logo o supervisor abriu a porta.

 

—Levantem preguiçosos! E não coloquem aquelas fantasias hein! – ele falou a última frase rindo e fechou a porta.

 

—ARG!!! Odeio esses comentários!!! – David falou socando seu travesseiro.

—Calma, eles não vão lembrar-se disso daqui a pouco. –falei tranquilo. - Vamos levantar logo, não quero perder a cara da Rockbell quando ver aquilo.

 

Tomamos o café correndo e fomos para a Casa Principal, ao chegarmos já tinham alguns alunos lá e a multidão na frente do mural estava enorme. Os comentários, as risadas, os olhares, tudo dizia que estava funcionando.

—Meu Deus, olha só isso! – um garoto falou rindo.

—Será que elas já chegaram? – uma garota perguntou. - A Casa Azul pegou pesado dessa vez.

—Tomara que elas cheguem logo, estou doida para ver essa cena. – outra respondeu.

 

Eu e os outros garotos fomos para perto do mural e as pessoas em volta começaram a se dispersar aos poucos, até que ouvi um comentário maldoso vindo de um garoto do 3° ano:

 

—Bela calcinha.

 

Foi então que vi a Rockbell e suas amigas andando pelo salão com expressões confusas e indignadas. Até que Yumi Lee olhou na minha direção e seu rosto tingiu de vermelho, ela falou algo com a Rockbell e esta olhou para mim, depois para o mural.

Acho que nunca vi alguém ficar tão vermelho daquele jeito. Ela gritou tão alto que todos em volta pararam e olharam-na, as outras garotas do 2°ano também tinham seus rostos rubros e expressões de raiva.

Ela veio andando na minha direção, senti vontade de correr, mas não o fiz. O que foi um erro, um grande erro, pois assim que ela estava a uns 2 metros de distância a mesma pôs a mão num dos bolsos de sua mochila e tirou algo que eu não esperava ver, uma chave inglesa.

E quem pensou que ela atirou aquela ferramenta na minha cabeça acertou. Quando senti a pancada fiquei tonto e caí.

 

—Seus pervertidos!!!! Como ousaram a colocar isso aqui?! – ela gritou.

—Isso é por ontem! – Noah falou me ajudando a levantar.

 

Chega de mistério, o que colocamos no mural foram as calcinhas delas, cada uma etiquetada com o nome da dona e bem no meio de todas estava a da Rockbell, ela era rosa com lacinhos vermelhos e parecia um pouco pequena para uma garota como ela usar se é que me entendem. E também colocamos as fotos ali, todas mudando de roupa, a maioria só estava de roupas íntimas e tinha uma foto com a Rockbell em destaque. O melhor plano de todos!

 

—Essa é a nossa vingança! – falei levantando ainda um pouco tonto.

—ARRGH!!!! – ela fez esse som antes de pular no meu pescoço e começar a tentar me enforcar. - Dessa vez vocês foram longe demais!!! Morre diabo!!!

—Não...consigo... respirar... – falei num fio de voz.

—Solta ele sua doida! – David falou me puxando e por muito pouco eu não morri. - Vocês que começaram!

—Tudo bem. – ela falou com aquela voz assustadoramente calma. - Se é guerra que vocês querem, então é guerra que terão. – ela falou pegando sua calcinha do mural junto com as fotos enquanto as outras garotas faziam o mesmo e saiu andando a passos pesados, de repente deu uma peninha do chão.

—Caramba cara, você viu aquilo? – Noah falou mais do que surpreso. - Uma chave inglesa! Quem foi que deu essa arma mortífera para ela?!

—Ai minha cabeça, ai meu pescoço. – falei. - Teve uma hora que achei que fosse morrer.

—Eu não sei como você não morreu. Aquela foi uma bela pancada. – David falou. - A Rockbell é assustadora!

—E como! Elas declararam guerra cara, sabe o que isso significa? – Noah falou.

—Sei, estamos mais do que ferrados. – respondi.



Winry Rockbell POV’s

 

Nem sei ao certo o que me deu naquela hora, mas a minha raiva subiu a um ponto que a única coisa que eu queria era matar aquele demônio!!! Como e quando foi que ele conseguiu entrar na Casa Vermelha?! Foi então que me lembrei do pequeno atraso deles ontem e de todos aqueles sorrisinhos sínicos, o quarto bagunçado, tudo agora se encaixava perfeitamente na minha cabeça.

Dessa vez eles exageraram, e a partir de hoje as coisas vão ficar sérias. Muito sérias! Ou não me chamo Winry Rockbell.

 

—Eu quero voltar para o dormitório. – Rose falou ainda andando de cabeça baixa.

—Levante a cabeça Rose Marvel. – falei enquanto caminhávamos na direção da sala de aula. - Não deixe que eles percebam que fomos atingidas.

—Acho que nunca fiquei tão envergonhada na minha vida. Queria que um buraco se abrisse sob os meu pés. – Yumi disse no mesmo estado que Rose.

—Parem com isso! Não vou deixar que eles saiam livre dessa. Escutem meninas, eu tenho um plano. – falei.

 

As outras garotas se reuniram a nossa volta e eu revelei a minha ideia. Elas sorriram e ergueram a cabeça.

Quando entramos na sala, os comentários começaram e eu não precisei de mais nada além de olhar para cada garoto daquela sala para que eles calassem a boca, sentei no meu lugar e peguei a minha chave inglesa, o primeiro engraçadinho que fizer algum comentário idiota irá morrer de traumatismo craniano.

A minha parte favorita de quando estou irritada é colocar medo naqueles imbecis, principalmente no baixinho, idiota, retardado e só não coloco outros adjetivos porque não costumo falar palavras feias.

Ele de vez em quando olhava para a mim e eu só o encarava com a minha melhor expressão de assassina. O professor entrou na sala, Jean Havoc, ele lecionava português, mal ele pôs os olhos na gente e já começou a rir.

 

—Eu não sei qual é melhor, garotos de fantasias sexys e ou calcinhas no mural. Vocês são muito criativos! – ele falou entre as gargalhadas.

 

Somente os alunos que não pertenciam à Casa Vermelha ou a Casa Azul riram, o resto ficou em silêncio, até os professores estavam curtindo com a nossa cara. Depois disso todos os professores que entravam na sala tentavam segurar o riso e somente 10% conseguiu.

O sinal do intervalo tocou e saímos de sala, a minha chave inglesa estava presa na minha saia e escondida pela blusa do uniforme. Nos corredores, os alunos das outras turmas faziam seus comentários maldosos direcionados a mim e as outras meninas.

 

—Vocês hein, as meninas de hoje em dia não tem um pingo de decência, usando aqueles fios por baixo da roupa. – um moleque falou me olhando como se estivesse tentando levantar a minha saia com o poder da mente.

 

Nem pensei duas vezes, só peguei a chave inglesa e acertei em cheio a cabeça dele. Depois disso, não ouvi mais nenhuma besteira.

 

—Winry-chan, você está assustadora. – Rose falou me olhando, até ela parecia estar com medo.

—Essa é a intenção. – respondi. - Não se esqueçam, o plano começa agora.

—Certo. Meninas, vamos para a cozinha. –Yumi falou e saiu com um pequeno grupo de 6 garotas.

—E vocês venham comigo. – Rose disse levando o resto.



Edward Elric POV’s

 

Deixe-me resumir a minha situação. Eu estou nesse momento na sala de aula com uma loira furiosa atrás de mim me olhando como se fosse meu último dia de vida. Ela estava assustando todos os garotos da sala e principalmente a mim.

De vez em quando eu virava um pouquinho a cabeça, como quem não quer nada, sabe? E me deparava com aqueles olhos azuis faiscando e uma aura negra em volta dela. Assustador.

Quando saímos para o intervalo um garoto do 9° ano, eu acho, foi tirar sarro da cara da Rockbell e, bem, digamos que talvez ele não esteja mais nesse mundo, mas só talvez.

Fui para o refeitório junto com os outros garotos, sentamos numa mesa afastada, pois mesmo depois do que fizemos, os alunos ainda lembravam-se mais daquelas fantasias do que das calcinhas. Vi um demônio loiro passado pela multidão escurecendo tudo em volta de si com sua aura negra. Ela fez questão de sentar-se à mesa de frente para minha e bem na minha direção só para continuar com aquele olhar maligno.

Notei que as outras garotas não estavam com ela, eu sabia que elas estavam armando seu próximo ataque.

 

—Ed, ela tá olhando pra cá. – Noah falou abaixando a cabeça.

—Eu sei. – respondi.

—Ai meu deus! Ela vai jogar a chave inglesa!!! – David gritou.     

 

Na mesma hora abaixei a cabeça e torci para que ainda não fosse a hora da minha morte, porém segundos depois ouvi Noah e David gargalhando.

 

—Isso não tem graça. – falei fechando a cara e voltando a comer o meu almoço.

—Você devia ter visto a sua cara! Foi hilário! – David disse gargalhando.

—Ei, aquele ali não é o Alphonse? – Noah perguntou vendo-o ir até mesa em que a demônia estava sentada.

—É. O que ele está fazendo? Aquele garoto não tem medo de morrer?! –falei indignado, pobre Al, tão inocente.

—Seu irmão é tão corajoso Ed. – David falou - Se ele morrer hoje, todos nós vamos lembrar com honra da sua coragem. – ele brincou.

—Muito engraçado David. – falei olhando com reprovação.

 

Depois do intervalo fomos para a aula de natação, todos faziam questão de chegar antes do professor só para dar aquele pulo “bola de canhão” na piscina. Enquanto nós tínhamos aula de natação, as garotas tinham aulas de artes ou música. O que era bom, assim evitava que a Rockbell tentasse me afogar.

Mesmo sendo inverno não era preciso se preocupar com nada, a piscina era interna e a água era aquecida antes da aula. Trocamos de roupa na velocidade da luz e pulamos na água, porém ninguém esperava pelo que tinha nela.

 

 

Winry Rockbell POV’s

 

Sentei de frete para o Elric a fim de apavorá-lo ainda mais. E estava funcionando, teve uma hora que ele se abaixou do nada e logo os seus amigos idiotas começaram a rir. Não entendi bem aquilo, mas também não me importei, garotos tem o cérebro menor do que o de um macaco. Provavelmente estavam rindo de algo bobo.

Mais ou menos no meio do intervalo, Alphonse aparece. Alphonse Elric era o garoto mais gentil que já conheci, infelizmente era irmão daquela peste, mas felizmente ele não foi infectado pela imbecilidade extrema do Elric.

 

—Oi Winry-senpai. – ele falou sorrindo e sentou-se ao meu lado.

—Oi Alphonse-kun. – respondi com um sorriso, não conseguia manter a expressão de terror com ele por perto.

—Eu sinto muito pelo o que o Ed fez. – ele falou.

—Tudo bem Al, você não tem culpa de nada. Mas espero que não se importe de ser filho único de agora em diante. – respondi.

—Filho único? – ele pareceu confuso.

—Falta 0,1% para eu matar o seu irmão. – respondi com um sorriso.

—Ah. Puxa vocês deviam tentar ser amigos, ele é legal também Winry-senpai, só é um pouquinho difícil de lidar. – Alphonse disse com um olhar esperançoso, ai, ai, 14 anos de pura inocência, tão fofo.

—Prefiro morrer a tentar ter qualquer contato amigável com aquele escalador de meio fio. – respondi.

—Ok. Se vocês preferem assim. – ele respondeu rindo.

 

Vocês? Senti vontade de perguntar, mas bem na hora que estava abrindo a minha boca o sinal soou alto anunciando o fim do intervalo. Olhei para a porta da cozinha no refeitório e vi Yumi junto com o seu grupo saindo com vários sacos enormes. Fui até elas.

 

—E aí? Pegaram o máximo que puderam? – perguntei.

—Uhum. Quase que a cozinheira nos pegou no flagra, mas conseguimos distraí-la. – ela respondeu.

—A Rose e as outras já devem ter atrasado o professor de natação. – falei - Agora temos que andar rápido, a essa altura eles já devem estar trocando de roupa.

 

Corremos para a quadra coberta onde ficava a piscina e encontramos Rose junto com o resto das garotas.

 

—E aí? – perguntei.

—Digamos que sem querer eu o tranquei no banheiro dos professores. E desligamos o aquecimento da água antes disso. – Rose disse com um sorriso perverso e sacudindo as chaves na frente do rosto.

—Simples, mas eficiente. – falei sorrindo do mesmo jeito que ela.

 

Despejamos o conteúdo das sacolas na água, admito que era um plano simples, mas não deixava de ser algo bem cruel para ser feito no inverno. Logo ouvimos a barulhada que os garotos estavam fazendo indo para a piscina. Nós entramos na sala de boias e ficamos lá vendo a cena.

Eles são muito burros mesmo, se tivessem molhado os pulsos antes de entrar na água poderiam ter estragado o meu plano, mas como sei que eles não passam de macacos treinados....

Todos pularam ao mesmo tempo e em seguida começaram a emergir tremendo e com os lábios azuis.

 

—A á-água es-está mu-mu-ito ge-ge-lada! – David Glesson disse batendo os dentes.

—T-tem g-ge-lo aq-aqui!!! – o Elric falou ficando roxo de tanto frio.

 

Eles saíram da piscina batendo os dentes, com os lábios roxos e tremendo muito. Saímos da pequena sala de boias com um sorriso no rosto. Eles nos olharam com raiva, se bem que não dava para distinguir direito a expressão deles.

 

—Com frio meninos? – perguntei sarcástica.

—S-suas l-loucas! – Noah Grift disse se enrolando numa toalha. - Po-poderiam ter ma-matado a g-gente!

—A vingança vem a cavalo. – Rose falou triunfante.

—Agora nós temos que ir para aula, já perdemos muito tempo com vocês. Bye, bye garotos. – Yumi disse acenando para eles enquanto deixávamos o local.

 

Nós saímos sorrindo e gargalhando da cara deles. Estávamos mais de meia hora atrasadas para a aula de artes e sabíamos que o professor pegaria no nosso pé, mas não nos importamos. Fomos andando pelos corredores até que encontramos o professor de natação dos garotos correndo feito um doido enquanto falava “Atrasado! Muito atrasado!”

Não conseguimos conter o riso e gargalhamos mais uma vez, entramos na sala e o professor de artes já tinha saído. Sentamos em nossos devidos lugares e ficamos aguardando o começo da próxima aula.

Alguns minutos depois os garotos entraram na sala, usavam tantos agasalhos que pareciam ter dado um pulinho em Briggs e para a nossa surpresa a diretora da escola, Olivier Mira Armstrong, entrou atrás dos mesmos com um olhar severo.

 

—Bom dia Diretora Armstrong. – todos disseram ao mesmo tempo se levantando em respeito.

—Sentem-se. – ela disse ríspida e sentou-se na cadeira do professor, fitou a turma com aqueles olhos opacos e pensei ter visto decepção naquele olhar. - Como sabem, passei duas semanas fora resolvendo alguns problemas pessoais. E voltei hoje pela manhã. Porém...- ela aumentou seu tom de voz. - Não gostei nem um pouco das notícias que recebi enquanto estava ausente. – levantou-se e começou a andar pela sala. - Acabei de me reunir com os professores e o que eles me disseram me faz ter que tomar providências quanto a esta turma.

 

Não entendi direito o que ela estava tentando dizer, mas aquele olhar duro e frio que ela nos direcionava já dizia que não era coisa boa.

 

—Sou diretora da Escola Cross a dez longos anos e a cinco anos atrás os alunos do 2°ano fizeram uma aposta ridícula em relação à premiação de final de ano. – ela olhou diretamente para mim e depois para o Elric. - Quando esse fato ocorreu, pensei em interferir, mas como não houve problemas resolvi deixar de lado e ver onde iria dar. Até que começaram as brincadeiras de mau-gosto, interferi algumas vezes, mas os alunos não faziam nada grave, nada com que necessitasse de uma atenção especial. Só que esse ano vocês, tanto os garotos quanto as garotas, passaram dos limites.

 

Depois que ela disse isso, o resto da turma prendeu a respiração. A diretora Armstrong era conhecida por ser severa e saber dar punições a altura, não havia um aluno na escola que fosse corajoso o suficiente para desobedece-la, pelo menos, não vivo.

 

—Ratos e baratas na Casa Vermelha, buracos no campo de futebol, bexigas d’água com mal cheiro, garotos vestidos em trajes indecentes e roupas íntimas no mural da escola. – ela enumerou todas as nossas façanhas e quanto mais falava mais sério ficava o seu semblante. - Espero que tenham se divertido bastante com essas brincadeiras porque pelo resto do ano essa turma terá novas regras, regras especiais. Formarei duplas, cada uma com um garoto e uma garota e ambos terão que trabalhar em equipe.

O alvoroço começou. Todos os alunos reclamavam e diziam ser injusto, até mesmo eu fiz algumas objeções quanto aquilo, mas se eu fizesse somente uma noção do estava por vir teria agradecido a Deus por aquela punição.

 

—Silêncio! – ela gritou e bateu na mesa fazendo um barulho ensurdecedor. - As notas, o comportamento e até mesmo o desempenho será medido em grupo. Se um tirar uma nota ruim, mesmo que o outro tenha tirado uma nota máxima terá esta alterada para a nota mais baixa, ou seja, a nota do seu parceiro. – por um momento pensei ter visto um brilho de diversão em seus olhos.

 

Novamente o tumulto, todos falando ao mesmo tempo e gritando coisas como “Isso não é justo!” ou “Não pode fazer isso!” dentre outros, a minha vontade era de mandar todos calarem a boca, pois estava sentindo que ainda tinha mais por vir. Muito mais.

 

—SILÊNCIO!!! – ela gritou ainda mais alto do que da ultima vez. - Não quero ouvir reclamações! Deveriam ter pensado nas consequências antes de começarem com essa palhaçada! Principalmente o Sr. Elric e a Srta. Rockbell.

 

Meu coração gelou ao ouvi-la pronunciar o meu nome. Vi o Elric olhar para trás com uma expressão de medo, e só depois percebi que tinha a mesma expressão no meu rosto. A turma inteira olhou primeiro para nós dois depois para a diretora.

 

—Os dois para minha sala. – a diretora ordenou.

 

Levantei e o Elric fez o mesmo. A diretora saiu e vimos que o professor Mustang estava na porta esperando para dar a sua aula. Andamos em silêncio pelos corredores até a diretoria, tinha uma tensão no ar, eu estava morrendo de medo. Sabia que ela daria uma punição especial para gente.

 

—Vocês dois terão um castigo bem pior do que o dos outros. – a diretora disse sentando em sua cadeira.

—Mas por quê? Por quê só nós dois? – o Elric perguntou e quase dei um soco em seu ombro, a melhor coisa a se fazer era não questiona-la.

—Porque são vocês que influenciam os outros alunos. Ou pensam que não sei que são os “líderes” dessa confusão. – ela disse olhando-nos nos olhos. - Se fossem mais maduros e tivessem a decência de parar com essas infantilidades eu teria menos dor de cabeça. Sei que não se dão bem desde o começo do ginasial, mas não esperava que essa rivalidade fosse chegar tão longe. Por isso, - ela mexeu em algo na gaveta e tirou um par de algemas, não entendi a principio, mas segundos depois quase caí para trás - vocês ficaram algemados um ao outro por um mês.

—O QUE?! – falamos ao mesmo tempo.

 

Continua...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Então deixem....

Reviews! *-*

E Recomendações! *¬*

Para que as coisas comecem a ficar interessantes!

Bjão! *.*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Guerra, É Guerra!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.