Todos ainda me encarravam, e Edgar sustentava um sorriso sarcástico.

____Do que você esta falando, não estou em namoro algum. Afirmei entre dentes, sentindo uma vontade enorme de pular sobre seu pescoço e destronca-lo igualmente se faz com uma galinha, não que sua estrutura corporal fosse muito diferente de uma.

____Bom primo é o que se pensa quando alguém dorme com uma garota, mas considerando sua atitude vejo que foi só coisa de uma noite, realmente me surpreende não achava que fosse disso. Concluiu fazendo cara e tom inocente em obvia tentativa de me prejudicar.

____Como assim dormiu com alguém! Exclamou minha mãe, dirigindo se a mim enquanto todos permaneciam pasmos, mas antes que pudesse me alcançar já havia me esquivado indo veloz na direção de Edgar ao qual atingi com um soco, que já estava guardado dentro de mim a anos.

____Haaaa mãe! Exclamou cambaleante, o nariz sangrando se escondendo atrás da mesma.

A confusão se formou, minha tia xingava minha mãe, dizendo que ela me criou mal, minha mão gritava comigo, Edgar reclamava por ter apanhado, meu pai tentava acalmar os ânimos enquanto me segurava para que não matasse meu primo, e Julia chorava, acho que assustada.

____Vai para o quarto Pither quando se acalmar a gente conversa. Mandou meu pai, me arrastando até as escadas, eu tendo que obedece lo.

Subi bufando, fechando a porta com força atrás de mim. Eu já deduzia que essa historia me causaria problemas, mas não tão grandes, apesar de que sentir o nariz de Edgar se impactar contra meu punho e a visão do sangue escorrendo sobre seu rosto me causou um prazer sádico que não sabia que possuía.

Depois de algum tempo pude notar o silencio se restabelecer no andar de baixo provavelmente minha tia e Edgar haviam ido embora, respirei fundo já me preparando, pois com certeza minha mãe logo estaria em meu quarto para começar com a inquisição, e não demorou muito bateram na porta.

____Pode entrar. Respondi ao toque com um animo sepulcral, mas para minha surpresa não foi minha mãe que entrou.

____Nossa o senhor? Realmente devo estar ferrado! Exclamei irônico enquanto meu pai entrava e se sentava ao meu lado na cama.

____Se prefere posso chamar sua mãe. Ameaçou aderindo à ironia fazendo menção de se levantar.

____Não, tudo bem. Retratei-me de imediato, ele, permanecendo calado por alguns segundos antes de começar, após um suspiro.

____Bom não sei no que se meteu e não estou preocupado, você já é praticamente um homem e apesar de tudo sempre foi bem responsável, na sua idade isso é normal que fique com garotas e para ser sincero até me alivia um pouco saber disso... Disse dando um meio sorriso sem jeito passando a mão sobre a nuca desconfortável... Você e jovem e livre para viver suas próprias experiências com seu corpo e sua sexualidade, mas use preservativo e cuidado, pois se engravidar alguém sua mãe vai surtar sem falar que sou muito jovem para ser avô. Concluiu antes de se levantar e sair, me deixando em estado de choque sem acreditar que tive essa conversa com meu pai. Balancei a cabeça desvencilhando-me de pensamentos estranhos, analisei a situação um pouco só conseguindo me irritar ainda mais com cada recordo que minha mente trazia a tona, mas uma coisa era certa minha vida tinha se tornado bem mais complicada dês de que cruzei meu caminho com certa loira imbecil a mesma só me causando problemas, a solução era simples, ignoraria aquela idiota e esses rumores sobre eu estar com ela se dissipariam e pouco a pouco todos esqueceriam essa historia.

Levantei-me e fui para o colégio tendo o cuidado de não cruzar com minha mãe enquanto saia.

Cheguei á escola e me sentei em minha carteira alguns segundos depois ouvindo uma voz conhecida e aguda.

___Bom dia Pither. Disse Patrícia sentando se, em seu lugar ao meu lado, não respondi apenas permaneci imóvel como se nada tivesse ouvido, ela me encarrou por alguns segundos antes de abaixar o olhar, pensativa seu rosto sendo tomado por uma expressão estranha.

____Bom dia pessoal, trago novidades para vocês então vão todos para seus lugares. Disse a professora após entrar na sala colocando seus materiais sobre sua mesa. Todos se sentaram aguardando as novidades que deviam ser boas considerando a animação na voz da professora.

___Estamos a apenas três meses do fim do ano letivo e como já se tornou costume faremos uma viagem, vou dar lhes algumas das opções de roteiros que temos para esse ano, pensem e votem em qual preferem, tem até o fim da semana para sala chegar a um consenso. Disse em quanto entregava alguns panfletos.

As aulas se passaram e minha ideia de ignorar Patrícia se concretizou mais facilmente do que imaginava porque a mesma não tornou a se dirigir a mim, e isso ocorreu durante algumas semanas ela até mesmo conseguindo uma troca de lugar ficando então mais próxima de suas amigas, assim como havia planejado todos aos poucos foram se esquecendo do boato de estarmos juntos até mesmo em casa essa historia foi arquivada. Minha rotina voltava a ser como era antes, mas por algum motivo não fiquei tão satisfeito por tela de volta como achei que ficaria.

(...)

A manhã de domingo amanheceu quente se tornando incomodo permanecer na cama então me levantei cedo.

____Que bom que já se levantou ia te chamar mesmo. Disse minha mãe ao me ver adentrar na cozinha.

_____Por quê? Perguntei desinteressado me jogando sobre uma cadeira.

____Julia precisa de um tênis novo vou estar ocupada e quero que você a leve no shopping para comprar. Explicou ainda atenta preparando o café.

____Tudo bem. Assenti apenas, não que gostasse de passar meu domingo enfiado em um shopping, mas fazia tempo que não saia com Julia e em geral quando o fazia a mesma sempre conseguia me divertir.

Meu pai saiu ainda cedo, minha mãe um pouco depois do café da manhã deixando Julia arrumada antes de sair.

(...)

Julia cantarolava algo assim que desembarcamos do ônibus indo em direção ao imenso shopping.

____Eu quero um tênis que tenha luzinha, que pisca quando você põe o pé no chão. Contou assim que adentramos.

____Ok, compraremos oque a senhorita quiser. Afirmei, ela me lançando um olhar animado e um sorriso satisfeito.

Julia se distraia com quase tudo em que colocava os olhos, mas depois de algumas voltas ela finalmente escolheu um tênis, saiamos da loja, com ela  espreitando a sacola que abrigava sua nova aquisição, perguntado me porque não podia já usa-los.

___Depois, você usa... Disse pela decima vez ela fazendo beiço em decepção... não adianta fazer essa carinha não chorei assistindo "Para sempre ao seu lado", e não vai ser esse bico que vai me persuadir. Afirmei bagunçando sua franja ela me lançando um olhar rápido e ameaçador que me pareceu muito familiar, é com certeza ela era minha irmã... Está com fome oque acha se formos comer algo? Perguntei por fim.

____Sorvete. Sugeriu tornando a se animar.

____Sorvete! Repeti em afirmativa imitando seu tom animado, oque em resposta me rendeu uma mostra de língua antes de uma gargalhada.

Julia seguia a minha frente saltitante, quando de repente saiu correndo em direção a alguém, eu surpreso me apressando em seu incauto.

_____Patrícia. Exclamava abraçada na parte de traz das pernas de alguém

____Julia não saia correndo assim. Repreendi ao me aproximar reconhecendo de imediato quem ela abraçava quando a garota se virou para encarrar quem a agarrava.

____Oi Pither.

____Olá Estela. Respondi desmotivado.

____Ei você não é a Patrícia! Afirmou Julia soltando se de Estela e se agarrando a mim, mas ainda lhe apontando o dedo e lançando um olhar de reprovação como se a mesma tivesse tentado lhe enganar isso me fazendo dar um pequeno sorriso enquanto a ruiva ainda me encarrava...