Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 64
Capítulo 64 - The Last Goodbye


Notas iniciais do capítulo

Oieeeee galerinha!

Presentinho de fim de ano pra vocês. Espero que curtam!

Ah, a fic está finalmente chegando no fim. Mais um ou dois capítulos e encerramos essa viagem louca. Força na peruca! hueheueheue



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Sophie sentiu o mundo escurecer rapidamente ao deixar o nome de Mikael escapar de seus lábios. Aquele monstro vingativo e cruel retornara - literalmente! - das cinzas. A loira sentiu os joelhos fraquejarem alguns segundos depois, e ela só não foi ao chão porque Kol, que estava mais próximo, a amparou, envolvendo-a pela cintura e mantendo-a segura ao seu lado.

— Mikael, onde está Caroline? - questiona Klaus ao tomar o celular das mãos da garota. - Juro por todos os deuses que...

— Poupe-me de suas ameaças vazias, garoto. Ambos sabemos que não tem coragem para mantê-las ou cumpri-las - o ex-marido de Esther responde, a voz carregada de desprezo.

— Diga-me onde ela está agora, e talvez eu dê a você a benção de uma morte rápida e quase indolor - o híbrido ameaça, os olhos faiscando de raiva.

— Você não tem o poder para fazer exigências, Niklaus - Mikael responde, a voz formal e fria. - Devolva o telefone para o bichinho de estimação dos seus irmãos e talvez, só talvez, eu não crave uma estaca de madeira no coração da sua doce namorada - completa ele, torcendo a estaca que cravara no abdômen de Caroline, fazendo-a gemer de dor.

Subitamente paralisado, Klaus levou mais de meio minuto para devolver o celular para Sophie, que o encarava com os olhos ligeiramente desbotados e uma das mãos estendidas para ele. Quando por fim o híbrido voltou a si e entregou-lhe o aparelho, a prima de Damon aproximou-o de si com cautela, respirando fundo antes de retomar a conversa.

— Diga-me onde ela está Mikael, por favor - a loira suplica, temendo realmente pela vida da melhor amiga. - E Alaric... Está com ele também? Diga-me o que quer, e você terá.

— Ora, ora, ora... Veja só quem ficou subitamente humilde! - debocha, saboreando aquele ínfimo instante de vitória. - O que eu quero é varrer a existência de Niklaus da face da Terra! - o vampiro começa a responder, deixando transparecer a fúria em sua voz. - Mas antes disso, quero saborear cada gota do seu sangue, arrancar seu coração do peito e vê-lo pulsando uma última vez em minhas mãos antes da luz deixar os seus olhos de uma vez por todas, sabendo que, antes mesmo que seu corpo esfrie, todos aqueles que você ama estarão condenados ao mesmo destino que o seu! - completa, quase gritando as palavras finais.

— Diga-me onde está e verei o que posso fazer por você - ela responde, agora com a voz gélida como a noite mais fria de inverno.

— Na escola, sala de história. - diz Mikael simplesmente. - Não quer dizer que eu não prepare algumas surpresinhas em um ou outro cômodo do prédio - prossegue, parecendo se divertir. - Você tem uma hora antes de eu começar a esquartejar o corpinho da sua amiga. Quanto ao seu professor preferido, prefiro manter o suspense!

— Uma hora - Sophie repete, como se precisasse ouvir isso de si mesma. - Ah, Mikael... Deveria tomar cuidado com o que você deseja. Às vezes, nossos sonhos mais sombrios tornam-se realidade - completa, encerrando a ligação.

***********

Assim que a ligação foi encerrada, o silêncio caiu sobre a grande sala de estar da mansão. Sophie deixou-se cair no sofá ao lado de Kol, enquanto Elijah sentou-se ao lado dela sobre o braço do sofá, envolvendo seus ombros protetoramente. Klaus largou-se num dos degraus da escada mesmo, passando as mãos pelos cabelos e sentindo-se estranhamente impotente. Precisava pensar com clareza, mas sua mente parecia envolta em uma espessa neblina.

Passados alguns minutos, Bonnie apareceu à porta do escritório, fazendo todos se voltarem ansiosos em sua direção. A bruxinha tinha a expressão abatida e exausta, e por alguns instantes, ela pareceu menor aos olhos de Sophie.

— Tivemos algum progresso? - Stefan indaga, ansioso.

— Não muitos, na verdade... - a garota murmura, aproximando-se mais um passo e trazendo Damon consigo. - Esther está morta - diz ela, encarando Klaus nesse momento. - O que restou de sua alma ou aura, como queiram chamar, foi devolvido à terra. Caroline como já sabem, está viva - a morena continua, suspirando cansada. - Mas Alaric é um completo borrão! Não consigo senti-lo por completo, ele parece... Em transição, talvez... Isso seria possível?

— Com certeza, não seria impossível - diz Damon, ao seu lado. - Katherine esteve por aqui, não esteve? Sabemos que ela provocou nosso acidente de carro! Do meu ponto de vista, transformar alguém próximo a nós seria bastante simples.

— Mas o que aquela biscate ganharia com isso? - era a vez de Rebekah indagar, apertando a mão de Stefan na sua sem nem mesmo perceber.

— Talvez estivesse entediada - o mais velho dos Salvatore responde, com um dar de ombros. - Ou com algum plano vingativo em mente. Quem pode saber?

— Podemos pensar nos motivos de Katherine depois - diz Bonnie, parecendo nervosa. - Sophie... Posso falar com você um minuto? - indaga, encarando os olhos verdes da garota.

— Claro, sem problema - a loira responde, desvencilhando-se do abraço do noivo e acompanhando a bruxa escritório adentro.

Lá dentro, um incenso de sálvia queimava e preenchia o ambiente. No momento em que Sophie atravessou as portas de madeira maciça, a garota Bennett as fechou atrás de si, isolando-as dos demais.

— Ok, qual é o grande segredo?

— Estive olhando as anotações da bruxa mãe e, bem... Encontrei algo que envolve você e o retorno milagroso de Mikael - a bruxinha começa, sentando-se atrás da grande mesa do escritório. - Uma magia dessas para ser desfeita requer...

— Eu sei o que é preciso fazer, Bonnie - Sophie a interrompe, encarando-a seriamente. - É um preço que estou disposta a pagar... Por Elijah e os outros.

— Escute - diz a morena, levantando-se abruptamente -, sei que não somos melhores amigas, mas Damon se importa de verdade com você, mesmo que tente não demonstrar. E eu, bem... Eu me importo com ele! Faz ideia de como ele ficaria se algo acontecesse a você?

— Da mesma maneira que eu ficaria se algo acontecesse com ele. Com qualquer um deles - a loira responde, tomando a mão da outra na sua. - Se quer me ajudar, fique aqui e tente descobrir outra maneira para determos Mikael, ok?

— Mas...

— Por favor Bonnie, não temos muito tempo. Care e Ric precisam de nós, precisamos correr!

— Tudo bem - a morena suspira, derrotada. - Ligo assim que descobrir algo.

— Obrigada - Soph responde, deixando o escritório em seguida.

**********

Assim que fechou as portas atrás de si, Sophie pode ver todos reunidos no centro da sala de estar, traçando um plano para libertar Caroline e deter Mikael mais uma vez. Ao se aproximar, pode perceber que o tal plano consistia em Klaus e Elijah distraírem Mikael, enquanto Stefan e Rebekah se encarregariam de resgatar Caroline. Damon ficaria na mansão ajudando Bonnie, enquanto Kol e ela continuariam procurando algum sinal de Alaric.

— Ninguém se importa com a minha opinião? - a loira indaga, cruzando os braços. - Caroline é minha melhor amiga, preciso ajudá-la!

— Desculpe docinho, mas desta vez não - diz Klaus, com um sorriso fraco que não alcançava seus olhos. - Não deixaremos que se aproxime daquele lunático, está ouvindo?

— Mantê-la em segurança e trazer Caroline à salvo são nossas prioridades - Elijah responde, afagando o rosto da noiva.

— Vocês não entendem... Podem morrer no processo! - ela grita, afastando-se. - Deixem-me falar com ele, posso...

— Ele vai matá-la! Jamais poderia viver num mundo em que você não existisse - o irmão mais velho de Klaus responde, tomando o rosto dela em suas mãos. - Pode entender isso, meu amor?

— Mas Elijah...

 - Se você morrer, eu perderei tudo! O mundo vai se fechar à minha volta em tons de cinza, e minha alma perecerá junto com a sua, mesmo que meu corpo permaneça vivo. Mas se eu morrer e você sobreviver, ainda terá a vida inteira pela frente para redescobrir uma maneira de viver, de voltar a sorrir e amar outra pessoa - diz ele, olhando de relance para Kol nesse momento. - Vai estar segura, e ficarei feliz por você onde quer que eu esteja.

— Eu te amo - ela responde, passados alguns instantes. - Não se atreva a me deixar - sussurra, puxando-o para beijá-lo em seguida.

—Eu prometo!

— Ok pombinhos, temos assuntos urgentes para resolver - Klaus os interrompe, puxando o irmão. - Vamos embora.

Com um último sorriso, Elijah afastou-se da noiva e seguiu atrás do híbrido em direção ao carro, seguido de perto por Stefan e Rebekah. Assim que os carros desapareceram de vista, Damon voltou ao escritório, deixando Kol e Soph sozinhos na grande sala de estar.

Ambos ficaram em silêncio por longos minutos, encarando a lareira fria. Passado mais alguns instantes, o mais novo dos Originais sentou-se ao lado da garota no sofá, puxando-a para um abraço.

— Conheço você o suficiente para saber que não vai cumprir o que disse a Elijah - diz ele, com um sorriso cúmplice. - O que está tramando?

— Eu tenho um plano, mas preciso da sua ajuda - a loira responde, estendendo uma pequena faca para ele.

********

Ao encerrar a ligação e jogar o celular de Caroline para longe, Mikael largou-se na cadeira de Alaric, exibindo um sorriso convencido. Parecia confiante e satisfeito consigo mesmo. Passados alguns instantes, tirou uma faca de uma das gavetas - previamente emprestada da cozinha da escola - e pôs-se a trabalhar no longo pedaço de madeira que estava sobre a mesa.

A vampira encarou-o intrigada por alguns segundos antes de dar-se conta do que ele estava fazendo. Um arrepio gelado percorreu sua espinha e, apesar da dor que a verbena lhe causava, tentou mais uma vez escapar das cordas que a prendiam à cadeira.

— Não se machuque mais, bonitinha. É inútil - a voz dele soou pela sala. - Está vendo isso? - indaga, mostrando a madeira que havia dividido em quatro partes iguais. - Foi o que restou do carvalho branco, presente de Esther - responde, voltando ao trabalho. - Enquanto esperamos a cavalaria vir ao seu resgate, posso moldar cada parte numa adaga de madeira e gravar em cada uma delas o nome do filho que vai recebê-la direto no coração! Não é perfeito?

— Claro que sim... Para alguém insano como você!

— Insano ou não, serei eu a comemorar ao final do dia.

*********

Kol e Sophie embarcaram na moto do vampiro e saíram da propriedade dos Mikaelson cantando pneus. Seguiriam em direção ao centro de Mystic Falls, na tentativa de alcançar os demais na escola e colocar o "plano" da garota em movimento.

Levaram poucos minutos para chegar ao destino, e logo puderam ver os dois carros de luxo parados no estacionamento praticamente vazio. Ao estacionar e tirar o capacete, o vampiro virou-se para a loira, segurando-a pelos ombros e olhando bem em seus olhos. Por um instante incrivelmente longo, ficaram ali em silêncio, encarando um ao outro.

— Tem certeza disso? - o moreno pergunta, enfim quebrando o silêncio. - As coisas podem mudar, virar de ponta cabeça... Pode se perder por algum tempo! - diz ele, afagando o rosto dela delicadamente. - A bruxa pode descobrir outro jeito, Soph. Não é melhor dar mais um tempo a ela?

— Não temos mais tempo, e você sabe disso - a prima de Stefan responde, tomando uma das mãos dele na sua. - Kol, eu... Uma parte minha sempre será sua, mesmo que eu jamais possa entregá-la a você - continua, sem encará-lo. - Jamais seria capaz de pedir a Elijah para fazer isso, e ele tentaria de todas as maneiras possíveis me dissuadir, então... Obrigada por estar aqui comigo.

— De nada, mia principessa — Kol sussurra, beijando-a na testa carinhosamente.

No instante seguinte, encaminhavam-se à passos rápidos para as portas da entrada principal. Já no corredor, Sophie puxou o moreno para um último abraço antes de se separarem.

— Mantenha-os afastados o máximo de tempo possível, ok? Faça-os brincar de gato e rato, se for preciso - diz ela, afastando-se. - E... Se puder...Não deixe que Elijah me veja...

— Farei o possível, Sophie - o vampiro responde, com um sorriso triste.

— Te vejo daqui a pouco.

*********

Enquanto Sophie seguia pelos corredores mal iluminados, seus passos pareciam ecoar mais altos do que o normal, fazendo o coração da garota acelerar. Já deveria estar acostumada a essa sensação, ainda mais após todos esse meses convivendo com o sobrenatural. Mas este momento era diferente. Ela estava ali para cumprir o papel que Sofia havia designado para ela tantos anos antes.

Ao deparar-se com uma lixeira a um canto, jogou ali o frasquinho agora vazio que trazia no bolso. No armário do zelador, pegou uma das vassouras e quebrou o cabo, improvisando uma estaca. Não seria tão idiota de ir ao encontro de Mikael de mãos totalmente vazias.

A garota caminhou por mais algum tempo até alcançar o corredor onde ficava a sala de história onde Alaric dava aulas. Ela parou à distância, tentando ouvir algum som revelador. Nada.

Passou a caminhar mais silenciosamente, até alcançar a porta. Girou a maçaneta lentamente, empurrando ao mesmo tempo em que empunhava a estaca com firmeza na outra mão.

Dentro da sala, a primeira coisa em que reparou foi em Caroline presa a uma cadeira, a pele do rosto, das mãos e dos punhos queimados pela verbena. Correu em direção à amiga assim que constatou que estavam sozinhas ali, colocando-se de joelhos para tentar desfazer os fortes nós que prendiam a vampira.

— Vejam só o que temos aqui - uma voz soa atrás dela, fazendo-a virar-se abruptamente.

— Alaric? - Sophie indaga, colocando-se de pé. - Ou devo chamá-lo de Mikael? - completa, analisando-o cuidadosamente.

— O que foi que me entregou? - questiona ele com um largo sorriso, aproximando-se das garotas.

— Sua voz! Posso reconhecê-la em qualquer lugar, mesmo que não seja inteiramente sua. Há uma nota de arrogância inconfundível, sabe?

— Já que a surpresa foi por água abaixo... Como foi que chegou até aqui sozinha, sem qualquer tipo de proteção? Achei que meus filhos apaixonados iriam mantê-la numa redoma de vidro, como uma flor indefesa e delicada! Ou então montar guarda ao seu redor como bons cães de guarda...

— Tínhamos um acordo, você e eu - a garota rebate, mudando de assunto.

— Um acordo? Oh sim, aquele em que eu arranco o seu coração, e depois mato todos aqueles que você ama! Como pude esquecer?

— Ninguém vai morrer aqui além de você! - dispara, lançando-se em direção a ele.

Num movimento fluido, Mikael se esquiva da estaca que Sophie tenta cravar em seu abdômen. No segundo seguinte, ele a derruba de costas no chão, prendendo os braços dela sob os joelhos, imobilizando-a.

— Sua criança estúpida! - ele grita, tomado pela raiva. - Achou mesmo que conseguiria me atingir sem algum tipo de ajuda? Você é um insetinho frágil e quebradiço, e vai pagar por toda essa arrogância e audácia - completa, tirando a estaca da mão da garota e cravando-a em seu peito.

A dor da madeira rasgando seu coração fez Sophie gritar em total agonia, sua visão escurecendo de imediato. Nos momentos que se seguiram, foi tomada por uma dor terrível, que ia aumentando gradativamente a cada movimento de seus pulmões. Podia sentir na boca o gosto salgado e enferrujado de sangue. Seu sangue.

Quando subitamente voltou a si - naqueles instantes que antecedem o fim de tudo! -, viu Mikael caído no chão ao seu lado contorcendo-se de dor, a roupa manchada de sangue como a dela.

Passados mais alguns segundos, a garota ouviu a porta da sala ser esbarrada contra a parede, e logo braços fortes a tomaram no colo, erguendo-a do chão e pousando-a sobre a mesa de Alaric.

— Sophie? - era Elijah, encarando-a completamente desesperado. - O que foi que você fez? Amor... Olha pra mim! - continua, afastando algumas mechas de cabelo do rosto dela. - Não vou deixar você morrer, você não pode partir sem mim - murmura, mordendo o próprio pulso em seguida.

— El... Elijah - diz a loira, com dificuldade, afastando o pulso dele de sua boca. - Me des... Desculpe, mas eu fiz o que precisava fazer - continua ela, num esforço visível. - Agora precisa... Me deixar ir...

— Não, não, não... Não posso e não vou!

— Você pre... Precisa - Sophie responde, mal conseguindo respirar. - Eu amo você - completa, com a última batida de seu coração.


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