Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 60
Capítulo 60 - Coming Home


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas, como estão???

Acho que esse foi o capítulo mais demorado para escrever que eu já vi, sabe? Perdi a conta de quantas vezes escrevi trechos e os apaguei depois, não contente com o resultado. Mas bem, depois de muito reescrever, acho que consegui colocar o essencial no capítulo.

Ah, e obrigada às meninas que não me abandonaram nos comentários do último capítulo. Vocês são divas!



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Sophie caminhava com passos confiantes, a mochila pendurada num dos ombros, enquanto bagunçava os cabelos recém cortados sem nem perceber. O amigo vinha logo atrás, parecendo apreensivo e quase correndo para conseguir alcançá-la antes que a garota chegasse à porta.

– Ainda acho que você não deveria ter embarcado no joguinho idiota do Logan – diz Sam, quando a loira enfim parou. – O que garante que ele vai cumprir com o combinado?

– O orgulho, meu caro gafanhoto... O orgulho! – ela responde, respirando fundo antes de girar a maçaneta e abrir a pesada porta de madeira de lei. – Aceitei o desafio daquele metido e cortei meu cabelo na frente de metade da escola. Então, duvido muito que Logan se arrisque a virar piada pros garotos do time de futebol. Amanhã mesmo ele virá pedir desculpas de joelhos por ser tão babaca!

O garoto magricelo e de cabelos castanhos estava pronto para retrucar quando um grito agudo o interrompeu, seguido do som de metal e vidro se espatifando no chão.

– Sophie!

– Sophie? Ei pirralha, acorde! – diz Damon, bagunçando os cabelos da prima, que estava cochilando até um segundo atrás com a cabeça apoiada no assento da frente, onde o vampiro de olhos azuis estava sentado. – Está babando na minha jaqueta.

– O que... O que houve? - a garota indaga, parecendo confusa. – Já chegamos em casa?

– Ainda não – Elijah responde, do assento do motorista. – Percorremos pouco mais da metade do caminho. Devemos ter mais umas quatro horas de viagem até Mystic Falls.

– Até porque essa tal Providence, em Rhode Island, não é o lugar mais próximo de casa que eu conheço – o garoto Salvatore retruca. – O Alasca seria mais próximo – completa, com seu sorriso torto tão característico.

– Cala a boca – Sophie responde, com um biquinho. – Aliás, por quanto tempo eu apaguei? – ela pergunta, ajeitando-se no assento de trás, ao mesmo tempo em que arrumava suas claras madeixas bagunçadas.

– Tempo suficiente para dividir suas lembranças comigo, sem querer, é claro, e me mostrar seu lado de adolescente rebelde – diz Damon, voltando-se para ela. – Cortar os cabelos acima dos ombros no meio do treino? Fantástico! E o uniforme de líder de torcida, então? Sexy, até mesmo em você – continua ele, parecendo se divertir. – Agora diga-me... Qual era o lance com o tal Logan?

– Ele precisava de alguém para colocá-lo em seu devido lugar, simples assim.

– Ahan, sei! Aposto que rolava uma tensão entre vocês, uma química não resolvida, uma paixonite de colegial...

– De onde tirou essa ideia absurda?

– Vamos Soph, pode dizer que era caidinha pelo garoto metido a gostosão da escola! Isso é super normal na sua idade – ele continua, sem se intimidar com o olhar furioso da prima. – Quanto tempo depois vocês começaram a namorar, hein?

– Se não se importa, eu realmente não quero falar sobre ex-namorados agora, Damon.

– E temos uma confirmação! Bingo - o rapaz de olhos azuis responde, aos risos e com uma básica dancinha de comemoração.

– Alguém já disse que vocês parecem duas crianças de cinco anos discutindo? – diz Elijah, finalmente entrando naquela conversa absurda, parecendo desconfortável com a ideia dos "ex-namorados" da garota.

– Ela não está mais chorando, não é? Então, de nada! - o outro responde, com um dar de ombros displicente.

E com as palavras do garoto Salvatore, Elijah se deu conta de que ele tinha razão, e sentia-se imensamente grato. Os últimos dias haviam sido dolorosos e cansativos, principalmente para Sophie.

Na manhã seguinte à morte de Alfredo, a garota acordara destruída, com grandes marcas arroxeadas sombreando seus olhos verdes. E encontrar Sam morto na mansão Salvatore cerca de uma hora depois só piorou o estado daquela menina que roubara em definitivo seu coração.

A isso seguiu-se o enterro do garoto italiano, junto da cripta dos antepassados de Stefan e Damon. Quase ninguém aparecera para se despedir, é verdade, mas nem por isso houve menos lágrimas da parte de Sophie, que parecia se culpar pelo que acontecera.

Ao fim daquele dia, a loira, junto de Elijah e Damon - que fez questão de acompanhar a prima e conhecer o avô da garota -, seguiu com o corpo de seu amigo de infância rumo à cidade em que ambos nasceram e cresceram, Providence. Quase dez horas de viagem separavam a cidade natal de Sophie de Mystic Falls, e os vários quilômetros de distância entre um ponto e outro pareceram se multiplicar muito, devido ao clima de pesar dentro do veículo.

O clima pareceu piorar significativamente quando o trio por fim chegou à mansão de Francesco, onde ele e a governanta, Annabeth - que era nada menos que a avó de Sam -, os recepcionaram com expressões de genuíno sofrimento e muitas lágrimas. Mas para alívio de Sophie, não havia nenhum sinal de acusação no olhar daquela senhora que, em vários momentos, fizera o papel de sua mãe e avó. A loira jamais poderia se perdoar se dona Anna - como costumava chamá-la quando criança -, lhe acusasse de arrancar-lhe seu único neto e nunca mais lhe desse um daqueles abraços tão reconfortantes.

Diferente da cerimônia de despedida de Alfredo, vários ex-colegas de escola e outros amigos compareceram no enterro de Sam, que aconteceu na manhã seguinte. Sophie passou boa parte do tempo abraçada à Annabeth, mas sempre que podia, ela corria para os braços de seu amado, agradecendo pelo conforto que sempre encontrava no abraço de Elijah.

Ao fim do dia, a loira encontrava-se mais uma vez exausta, totalmente diferente de Damon, que passara cada instante possível tentando descobrir mais e mais sobre o tio que nunca conhecera e seus descendentes. O garoto de olhos claros parecia genuinamente maravilhado com suas descobertas, mas era óbvio que jamais daria o braço a torcer, mesmo que Sophie tivesse lhe questionado várias vezes.

A garota estava pronta para se recolher quando Elijah a parou na metade da escadaria que conduzia aos quartos. Embora aqueles olhos escuros a encarassem com ternura, a expressão do Original era séria, o que fez com que ela prendesse a respiração sem nem mesmo se dar conta.

– Estive observando você ontem e hoje, Soph - ele começou, tocando o rosto dela levemente. - Acho que seria melhor para você se continuasse com seu avô. Estaria longe das armações de Esther… Estaria segura aqui.

– E de que serviria isso, “estar segura”, se meu coração iria para Mystic Falls com você? - a loira respondeu, decidida. - Além do mais, alguém precisa ficar de olho em Damon e Stefan - completou, cruzando os braços e fazendo um biquinho.

– Esse é seu melhor argumento?

– Não seja engraçadinho. Aquela cidade é meu lar agora, meus amigos e família estão lá. Você vai estar lá, e eu nunca ficaria tranquila enquanto sua mãe maluca estivesse à solta. Não pode me deixar pra trás agora, Elijah!

– Tudo bem, foi apenas uma ideia. Aliás, alguém já lhe disse que a senhorita fica linda quando está emburrada?

– Não estou emburrada! Agora, se me der licença, vou dormir - ela resmungou em resposta, dando as costas ao moreno.

– Mas antes… - Elijah sussurrou, puxando-a de volta e a beijando em seguida. - Boa noite, linda! - completou, deixando-a sozinha e sem fôlego em seguida.

– De que você está rindo? - a voz de Sophie soou no veículo, trazendo o Original de volta ao “aqui e agora”.

– Estava recordando do argumento irrefutável que a senhorita usou como desculpa para voltar a Mystic Falls - diz ele, encarando-a pelo retrovisor.

– Ei pombinhos, eu ainda estou aqui! - Damon reclama, com uma careta. - Poupem-me dos detalhes sórdidos, está bem?

– Não é nada disso que está pensando, seu idiota - a loira responde, mostrando a língua. - Agora, se não se importa, eu quero sentar na frente - diz ela, puxando-o pela jaqueta.

– Está bem nanica, não precisa apelar pra força bruta - o rapaz responde com um sorriso sacana, largando-se no assento de trás do veículo no segundo seguinte, disposto a tirar um longo cochilo até o final da viagem.

********

Horas mais tarde...

Após vários e vários quilômetros percorridos, o trio pode finalmente avistar a placa de “boas vindas” nos limites de Mystic Falls. Os Salvatore até mesmo se permitiram soltar um suspiro de alívio naquele instante, ao se darem conta de que faltava muito pouco para que pudessem se jogar nos sofás macios da mansão.

Sophie e Damon estavam tentando decidir qual estação de rádio sintonizar, totalmente alheios ao que acontecia ao redor, quando Elijah deparou-se com uma figura conhecida bem no meio da estrada. Tudo aconteceu tão rápido que o Original só teve alguns segundos para desviar, fazendo o carro bater com força num conjunto de altas árvores que ladeavam a rodovia.

O som de aço retorcido e vidro se partindo preencheu o ar no instante seguinte, e a força do impacto - que fez com que Sophie batesse a cabeça contra o painel do veículo - deixou até mesmo os vampiros desnorteados e sem reação.

O "motivo" para aquele acidente sorriu quando visualizou o fruto de sua armação, e caminhou silenciosa e elegantemente até o veículo destruído, parando ao lado da porta do passageiro. Uma conhecida necessidade a tomou enquanto observava o filete vermelho que escorria pelo rosto da loira desacordada, mas era lógico que ela não cederia à tentação do sangue. Ao menos, não naquele momento em particular.

– Vejam só! A carinha de sonsa e frágil, típica da garotinha que precisa de proteção constante... - diz Katherine, com um tom de desdém pontuando sua voz. - Queria dizer que não é nada pessoal, mas ambas sabemos que, lá no fundo, é sim muito pessoal - ela continua, o sorriso presunçoso desaparecendo rapidamente. - Como Elijah pôde se apaixonar por uma coisinha insignificante como você, afinal? Juro que, mesmo depois de quinhentos anos, ainda não consegui descobrir o que a maldita Sofia tinha de tão especial, de tão admirável, que pudesse deixar à mim, Katerina Petrova, e ao amor que eu nutria em segundo plano! E como se isso não bastasse, agora temos você, a cópiazinha fajuta - a vampira de longos cabelos escuros exclama, as presas à mostra. - Enfim, não estou aqui para matá-la. Ainda não, ao menos. Só preciso de um pouquinho do seu sangue - completa, apanhando um lenço de papel no bolso do jeans para absorver o sangue que escorria pelo rosto de Sophie.

– Katherine? - a voz de Damon soou grogue do assento de trás do veículo, os olhos azuis do vampiro mal conseguindo focalizá-la.

– A primeira e única - ela responde com um sorriso, antes de desaparecer na floresta.

*************

Cerca de trinta minutos depois, Klaus estacionava ao lado do carro batido de Elijah. O motor do veículo mal havia silenciado e o híbrido já estava do lado de fora, parando na frente de Sophie. A garota estava sentada sobre o capô do carro batido, as pernas balançando fracamente, e o corte – que ia da testa até o alto da maçã do rosto – já estava praticamente cicatrizado.

– O que houve aqui? – o loiro questiona, fazendo a garota encará-lo com um olhar cansado. – Você está bem? – completa, envolvendo-a num abraço.

– Estou bem, só com um pouco de dor de cabeça – Sophie responde, aconchegando-se no abraço do híbrido. – Não é dessa vez que vai se ver livre de mim – murmura, tentando fazer graça.

– Acho que já passei da fase de querer me livrar dos membros da família – ele retruca, no mesmo tom.

– Já faço parte da sua família? – a loira indaga, afastando-se alguns centímetros para poder encará-lo, um leve sorriso colorindo seu rosto. – Então corro o risco de ser empalada se não me comportar, é isso? – completa, estreitando os olhos.

– Se continuar com essa conversa absurda, muito provavelmente – ele responde seriamente, sorrindo em seguida ao ver o espanto no rosto dela. – Escute... Não importa se esteja com Elijah ou com Kol, ou se um dia tomar juízo e perceber que vai ficar melhor apenas aproveitando as coisas boas do mundo, ainda assim será minha irmãzinha adotiva, ok? – completa, gargalhando ao ver a expressão contrariada da garota.

– Você é incorrigível mesmo – ela retruca, girando os olhos e pulando do capô para o chão em seguida.

– Nada disso, eu sou o herói. Afinal, sou eu quem vai levá-los pra casa, não?

**********

Não levou mais muito tempo para que Klaus estacionasse seu carro lustroso em frente à mansão de sua família. O híbrido saltou do veículo sem cerimônia, pulando os degraus de dois em dois até alcançar as altas portas de madeira de lei da entrada.

Sophie e Damon, por outro lado, encaravam a fachada com expressões cansadas. Tudo que a garota desejava naquele momento era jogar-se num dos sofás da mansão Salvatore, e dormir até a manhã seguinte. Seu primo, em contrapartida, só desejava uma boa dose de Bourbon antes de sair novamente, rumo a uma certa árvore alta onde ele planejava passar o restante da noite.

Quando por fim ambos deixaram o veículo, o vampiro não hesitou em subir os degraus rapidamente e entrar na grande sala de estar da mansão. A loira, por sua vez, limitou-se a encarar Elijah, que a aguardava pacientemente aos pés da escada.

– Pensei que, depois de tantas horas de viagem, eu poderia me jogar no sofá da minha própria casa, sabe? – ela resmunga, antes de envolver a cintura do Original num abraço. – Não podemos deixar esse assunto, seja ele qual for, para amanhã?

– Acho que, quando souber do que se trata, vai preferir ficar – o moreno responde, acariciando o rosto dela. – Venha, vamos entrar – completa ele, levando-a consigo para dentro da mansão.

A sala de estar da mansão parecia excessivamente silenciosa depois da festa grandiosa que acontecera ali. Klaus e Damon estavam ambos largados nos sofás, com copos nas mãos e bolsas de sangue vazias aos seus pés. Kol, por sua vez, estava apoiado num dos aparadores, mas ajeitou-se no instante em que a loira atravessou as portas de madeira de lei.

– Hey principessa, como está? – o mais novo dos Mikaelson indaga, recebendo-a com um abraço. – E o que aconteceu aqui? – questiona, apanhando uma mecha de cabelo claro suja de sangue.

– Katherine aconteceu – Damon responde, agora derramando uma generosa dose de wiskhy no copo. – Mas ainda estou tentando entender o motivo... Provavelmente tédio – completa, com um dar de ombros.

– Entediada ou não, com ou sem motivo aparente, ela continua sendo uma vadia – a garota Salvatore retruca, jogando-se no sofá ao lado do primo. – Então, qual o motivo dessa reunião? – indaga ela, deixando transparecer o interesse sob o cansaço que sentia.

– Bem, enquanto vocês resolviam o que precisava ser resolvido – começa Klaus, ajeitando-se no sofá -, nós tentamos descobrir o que aconteceu com Alfredo e Samuel, qual a ligação que poderia haver entre eles.

– Reviramos cada grimório e pergaminho que pertenceu a Esther – prosseguiu Kol, enquanto se servia de uma bebida –, mas não encontramos nenhuma pista. Tudo que parecia ligá-los de alguma forma era você, Sophie. Então, me ocorreu uma coisa. Uma lembrança, para ser mais preciso – o Original continua, encarando a garota seriamente. – Lembra-se da manhã em que Alfredo apareceu no seu apartamento? – questiona, vendo-a assentir afirmativamente. – Ele nos confidenciou que sua criadora havia sido Sage, certo? E ela, por sua vez, foi transformada por Finn, assim como seu amigo Sam.

– Está querendo dizer que Finn era a ligação entre eles? – a loira questiona, colocando-se de pé num pulo. – Mas... O que isso significa? A vida deles estava ligada à vida do irmão de vocês?

– Bem, nenhum dos Originais havia realmente morrido até poucos dias atrás, então... A linhagem de sangue é a nossa melhor explicação – o mais novo dos Mikaelson responde, como quem se desculpa por algo.

– Então outros vampiros morreram da mesma forma? – era a vez de Damon questionar, parecendo intrigado.

– Pelas notícias que tivemos, sim – Klaus responde, dando um longo gole em sua bebida. – Portanto, se Esther tivesse obtido êxito em seu plano mirabolante, nenhum de nós estaria aqui agora – completa, uma sobra escura trespassando seu olhar.

– Então esse era o plano dela desde o início? Não apenas matar os próprios filhos, o que já é bastante absurdo para mim, mas também todos os outros vampiros que, de alguma forma, descendem de vocês? – diz Sophie, deixando escapar um leve tom de histeria em sua voz.

– Ao que tudo indica – murmura Kol, finalmente largando-se também no sofá.

– E o que faremos agora? – a loira indaga, encarando cada um dos presentes na sala de estar.

– Bem, acho que... – começa Elijah, sendo interrompido por Stefan, que entrou num rompante, seguido de perto por Rebekah.

– Temos um problema – diz ele, parecendo realmente preocupado. – Alaric desapareceu e não conseguimos encontrá-lo em lugar algum.

– E com a aparição de Katherine e o acidente de vocês, achamos que tudo possa estar interligado de alguma maneira.

– Esther está fazendo sua nova jogada – diz Klaus, colocando-se de pé também. – Precisamos nos preparar.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo galerinha!

Xoxo



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