Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 5
Capítulo 5 - Por Você


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoinhas!!!
Teremos uma visita bem inconveniente neste capítulo. Alguém arrisca um palpite?



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Já amanhecia quando Klaus retornou ao castelo. Encontrou Elijah dormindo em uma das cadeiras da biblioteca.

– Ei irmão. Acorde! - diz ele, sacudindo levemente o ombro de Elijah – Por que dormiu aqui?

– Sentei aqui para aguardar por você. – responde Elijah ainda sonolento – Afinal, que horas são?

– O dia já está clareando. – responde Klaus.

– Já amanheceu? E porque demorou tanto, Niklaus? – pergunta ele, levantando-se num pulo – O que foi que você fez? – pergunta alarmado, ao notar pequenas manchas de sangue na roupa do irmão.

– Estava com... sede. Parei para tomar um drink. – responde Klaus.

– E Sofia?

– Sua noiva está bem, irmão. Jamais a machucaria, a menos que quisesse ver meu fígado sendo arrancado de meu belo corpo.

– Sem graça! Mas, me desculpe pela desconfiança.

– Desculpado! – diz Klaus, dando um tapinha no ombro do irmão – e não se preocupe, fui para outra cidade, não teremos problemas por aqui. Além do mais, acho difícil que alguém de pela falta de uma meretriz.

– Se está dizendo...

– Confie em mim, Elijah! Sei o que estou fazendo.

– Tudo bem. Agora, diga-me, como foi sua conversa com o pai de Sofia?

– Bem, como você deve ter percebido, o Sr. Salvatore não é uma pessoa muito agradável.

– Isso eu pude notar. – diz Elijah – Vamos lá, Klaus, não me enrole.

– Está bem. Posso dizer que a conversa foi bastante agradável, mas porque eu o compeli para ser um pouco mais respeitoso. – diz Klaus – Ele não gosta muito de Sofia, sabia? Ele não consegue entender o que você viu nela. Ela não passa de moeda de troca para ele, a maneira mais rápida de se livrar das dívidas e reconstruir o patrimônio. Antes que você pergunte, - diz Klaus, ao ver a expressão confusa do irmão – eu vou explicar: a família Salvatore morava em Roma. Genaro tinha prestígio, poder, dinheiro... E um primogênito encrenqueiro que resolveu arrumar confusão com as duas famílias mais ricas da capital. Algo envolvendo mulheres, jogos e dinheiro. Não conheço os detalhes sórdidos. – diz ele, com uma careta – Enfim, para livrar a família de um escândalo e salvar a honra e a reputação dos Salvatore, Genaro entregou para os patriarcas das tais famílias todos os bens que possuía em Roma, a residência, as carruagens, cavalos, os sobrados, enfim, tudo mesmo, e veio para cá com a esposa, e os filhos mais novos. Deserdou Alfredo e o largou por lá mesmo.

– E as dívidas?

– Bom, a principal fonte de renda dos Salvatore vinha dos aluguéis dos sobrados, ou seja, sem os sobrados, sem dinheiro. – explica Klaus – Então, Genaro hipotecou suas terras aqui em Torino para conseguir um empréstimo, e investiu em sementes e outras coisas para cultivar grãos e hortaliças, e com a venda destes, conseguir nova fonte de renda. Ao que parece, ele está tendo mais prejuízo do que lucros, e as dívidas da hipoteca estão vencendo. O velho corre o risco de perder tudo.

– E você simplesmente resolveu ajudá-lo? – pergunta Elijah, desconfiado – Assim, sem mais nem menos?

– Ah, por favor, irmão! Estou fazendo isso por você. E por Sofia. – diz Klaus, sacudindo Elijah pelos ombros – Você não percebe? Na noite passada vi seus olhos brilharem de um jeito que eu jamais vi durante todos esses séculos, se é que alguma vez já brilharam assim.

Ao notar que Elijah não diria nada, Klaus continuou:

– Seria realmente muito mais fácil se pudéssemos apenas pegar a garota, transformá-la, e retornarmos para a Inglaterra. Mas eu conheço você, é um romântico. Jamais a levaria embora, nunca a magoaria. Por isso, resolvi jogar conforme as normas desta sociedade: noivado, casamento, dotes... essas coisas. Para todos os efeitos, o Sr. Salvatore estará honrando o dote de Sofia com o prestígio e a força política que o sobrenome dele tem nesta região. Como se eu precisasse disso! – diz Klaus, sorrindo – E tudo isso por você, irmão. Porque eu amo você. Ainda se lembra Elijah? – diz ele, olhando nos olhos do irmão – Sempre e para sempre!

Ao ouvir isso, Elijah puxa o irmão para um abraço. Amava Klaus incondicionalmente, e faria tudo ao seu alcance por ele, do mesmo modo que Klaus fazia por ele agora.

– Sempre e para sempre, irmão. – diz Elijah – E me desculpe essa cena, foi ridículo de minha parte.

– Desculpo. Mas quero que se lembre: não vai acontecer novamente, Elijah – responde Klaus – Ela não é Tatia, não estamos enfeitiçados como há tantos anos atrás. Não vamos brigar pela mesma mulher.


************

Sofia acordou cedo. Estava mais animada do que o habitual. Havia um doce sorriso em seus lábios e seus olhos brilhavam, numa mistura de ansiedade e paixão. Trocou de roupa, arrumou os cabelos, lavou o rosto e desceu para ajudar sua mãe a preparar o café da manhã.

– Bom dia mãe! – diz ela ao entrar na cozinha.

– Bom dia Sofia. Pode me ajudar a arrumar a mesa?

– Claro.

– Lorde Niklaus te trouxe até em casa ontem à noite?

– Sim senhora.

– E correu tudo bem? – pergunta Marieta, séria.

– Claro. O que poderia acontecer de errado?

– Nada. – responde ela – Seu pai me informou que marcou seu casamento com Lorde Elijah. Você não acha um pouco precipitado? Afinal, vocês acabaram de se conhecer.

– Mãe... não era isso o que vocês queriam? Casar-me para se livrar da hipoteca?

– Meu bem, seu pai é quem pensa assim.

– E a senhora se preocupou, ao menos, em contestá-lo alguma vez? – pergunta Sofia.

– Claro que contestei. Que tipo de mãe você acha que eu sou? Mas é seu pai quem dita às regras da família, não tem muito que eu possa fazer.

– Desculpe mãe.

– Tudo bem, Sofia. Agora me conte como é seu noivo.

– Bom, ele é um homem refinado, educado, bonito, - diz Sofia, corando – carinhoso, e um pouquinho ciumento.

– Ciumento? E de quem ele teria ciúmes? Do Sr. Agostinni?

– E porque ele teria ciúmes do Sr. Agostinni?

– Bem, seu pai estava negociando seu casamento com ele antes de conversar com lorde Niklaus.

– O que? Genaro está completamente louco se cogitou a hipótese de eu aceitar um casamento desses. – diz Sofia, alterada.

– Sofia, por favor, acalme-se. Você não precisa se preocupar com isso.

– Eu juro que fugiria se papai fizesse isso comigo. Iria para Roma viver de esmolas!

– Não diga bobagens, menina! – diz Marieta.

– Iria mesmo! – continuou Sofia, sem dar ouvidos à sua mãe – Me juntaria a Alfredo nas calçadas da capital. Eu nunca aceitaria dividir o mesmo teto com aquele velho babão!

– Sofia, você está noiva de Lorde Elijah. Seu pai está satisfeito, você está feliz. Acalme-se! Agostinni não é mais um problema para você.

– É claro que papai está satisfeito. Klaus disse que vai quitar nossas dívidas.

– Sofia, por favor, vamos parar por aqui? – pede Marieta – Logo seu pai e seu irmão descem e o café ainda não está pronto.

– Tudo bem mãe. Parei! – diz Sofia, erguendo as mãos em sinal de rendição e abrindo um sorriso.

– meu bem, você disse que seu noivo é um pouco ciumento. – diz Marieta, enquanto cortava o pão – De quem ele tem ciúmes?

– Por mais incrível que possa parecer, ele tem, ou tinha, ciúmes do irmão. – responde Sofia

– De Lorde Niklaus? E por quê?

– Não sei ao certo mãe, nenhum deles entrou em detalhes. Pelo que pude entender, eles já foram apaixonados pela mesma mulher.

– E você me diz isso com essa calma toda? – pergunta Marieta, espantada – E ainda teve coragem de vir com Lorde Niklaus para casa?

– Mãe, para que tanta agitação? Klaus prometeu a Genaro que me traria. E ele é como um irmão para mim, um irmão que Alfredo nunca tentou ser.

Nesse momento, Giuseppe entrou correndo na cozinha, gritando um animado “bom dia” e beijando a mãe e a irmã.

– Buon giorno il mio bambino. – responde Sofia, dando-lhe um sonoro beijo na bochecha.

– Você parece feliz, sorella. – diz Giuseppe, limpando a bochecha com a manga da camisa – Que bicho lhe mordeu?

– Bicho nenhum. Veja só. – diz ela, erguendo a manga do vestido para mostrar-lhe a pulseira – Estou noiva!

– Noiva? Isso é sério? E você aceitou assim... tão fácil? E toda aquela história de “Não vão me obrigar a casar”? – pergunta o garotinho, achando tudo muito estranho.

– Aceitei porque ele é perfeito, Gigio. Estou apaixonada. – responde Sofia, aos sussurros – E além do mais, papai não teve nada haver com a escolha.

Nesse momento, Genaro entra na cozinha, e diferente do normal, cumprimenta a família alegremente, dando até um beijo na esposa.

– Está se sentindo bem, Genaro? – pergunta Marieta, surpresa com a atitude do marido.

– Estou sim, senhora minha esposa. Tenho a sensação de que preciso ser mais cordial com minha família.

– Bom, acredito que acordar e saber que suas dívidas estão com os dias contados seja um bom motivo para se estar de bom humor, não é papai? – diz Sofia, encarando Genaro.

– Sofia, por favor! – pede Marieta, olhando angustiada da filha para o marido.

Genaro encarou a filha com raiva, o rosto vermelho e os punhos cerrados, mas, como num passe de mágica, sua expressão suavizou e ele sorriu para ela.

– Sim, é mesmo um bom motivo. – responde ele simplesmente.

Sofia e Giuseppe olharam um para o outro sem entender nada, afinal, seu pai não tinha o hábito de ser cordial com os filhos, e muito menos de deixar passar uma afronta com a da filha. Sem outras opções, puseram-se a tomar o café da manhã.


**************

Cerca de uma hora depois, Sofia arrumava a cozinha enquanto Giuseppe alimentava os poucos animais que eles tinham. Genaro e Marieta haviam saído, foram à feira da cidade comercializar alguns de seus produtos recém-colhidos.

Ao ouvir o som de cascos e rodas sobre o caminho de pedras que cortava a propriedade, Sofia largou tudo o que estava fazendo e correu até a porta da frente, esperando encontrar o noivo. Abriu a porta sorridente, mas ao ver de quem se tratava, o sorriso desapareceu e seus olhos faiscaram de raiva.

– O que o senhor faz aqui?

– Bom dia para você também, senhorita Salvatore. – diz o Sr. Agostinni, lançando um olhar de cobiça para a garota. – Vim conversar com seu pai a respeito de nosso casamento. Pode avisar-lhe que estou aqui?

– Meus pais não estão em casa. Foram à cidade tratar de negócios. – responde Sofia, sem humor – E a propósito, já estou noiva, Sr. Agostinni.

– O que disse? – pergunta o velho, desconcertado.

– O que o senhor ouviu! Estou noiva de Lorde Elijah.

– Mas isso é um absurdo! Como seu pai se atreve a me humilhar desta maneira? – diz ele, furioso.

– Ele não o humilhou, Sr. Agostinni. Meu pai apenas escolheu, pela 1ª vez, o que é melhor para mim. E o melhor, com certeza, não é um homem como o senhor.

– Você é uma garota muito insolente! – diz Agostinni furioso, agarrando o braço de Sofia com força – vou ensiná-la a me respeitar, nem que seja à força.

Mal acabara de pronunciar tais palavras, Agostinni foi arremessado a metros de distância, indo bater em uma árvore.

– Elijah? – pergunta Sofia, assustada, ao vê-lo parado à sua frente.

– Você está bem? Ele a machucou? – pergunta ele, preocupado.

– Estou bem... tudo bem... ele não me feriu. – responde ela – Elijah... seus olhos...

A garota o analisava, admirada. Os olhos dele estavam negros como a noite, circundados por pequenas e salientes veias negras. Seu rosto transfigurado deixava-o com um aspecto mais selvagem, e ao mesmo tempo, mais belo e irresistível. Sofia tocou o rosto de Elijah com a ponta dos dedos, percorrendo delicadamente o caminho entre os olhos e os lábios, onde pôde sentir os dentes caninos se sobressaindo.

– O que aconteceu com você? – pergunta ela.

– Espere aqui. – diz Elijah.

Ele disparou para onde o velho estava caído, levando poucos segundos para alcançá-lo e agarrá-lo pelo pescoço.

– Quero que me ouça com atenção, seu velho desprezível. Você nunca mais chegará perto dessa senhorita, nem de sua família. Vai vender todos os seus bens e distribuir os lucros aos mais necessitados. Depois, quero que vá para bem longe daqui, para a França, de preferência. Aliste-se no exército francês, eles estão precisando de mais homens para morrer no campo de batalha. Estamos entendidos?

– Devo me afastar da família Salvatore, vender minhas terras, doar todo o dinheiro e me alistar ao exército francês. – responde ele, automaticamente.

– Certo, muito bom. Mas quero que saiba, Sr. Agostinni, que só não acabo com essa sua vida desprezível nesse exato instante em respeito a minha noiva. Agora, quero que suma daqui! – diz Elijah, atirando Agostinni ao chão.

Num piscar de olhos, o velho ergueu-se e correu até sua carruagem, disparando com ela para longe dali. Elijah permaneceu parado, observando-o se distanciar, e enfim desaparecer. Sofia aproximou-se dele devagar e silenciosamente.

– Elijah? – diz ela, tocando levemente no ombro dele.

– Me desculpe. – responde ele, sem olhá-la.

– Desculpar pelo quê? Por dar uma lição em Agostinni? – pergunta ela. Ao ver que ele ainda não a olhava, Sofia tocou o rosto dele – Olhe para mim, Elijah.

Lentamente, ele ergueu o rosto e mergulhou no mar azul dos olhos dela.

– Eu me descontrolei perto de você, poderia tê-la machucado. – diz Elijah, envergonhado – Jamais me perdoaria se machucasse você.

– Mas não o fez. Não precisa se torturar por algo que não aconteceu.

– Eu quis matá-lo, Sofia. Na verdade, ainda quero matá-lo! E poderia, num piscar de olhos. Só eu sei o quanto tive de me controlar para não acabar com ele aqui, na sua frente.

– O que importa é que você conseguiu, Elijah. Manteve o controle. – diz ela, ficando na ponta dos pés para beijar o rosto dele.

Elijah a aninhou num abraço apertado e depositou um beijo em sua testa. Aproveitou para respirar fundo, deliciando-se com o perfume dos cabelos dela, e retomar completamente o controle de seus instintos.

– Elijah... Vou entender se não quiser me falar, mas... o que aconteceu com você?



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Notas finais do capítulo

Bom, aí está.
Espero que tenham gostado.
E para quem quer ver as coisas ficarem ruins pro lado do nosso casal "Elia", aguardem mais alguns caps, ok? Prometo que não vão se arrepender.
Bjokas...