Second Chance escrita por Lady Salvatore
Notas iniciais do capítulo
Hey pessoinhas!!!
Teremos uma visita bem inconveniente neste capítulo. Alguém arrisca um palpite?
Já amanhecia quando Klaus retornou ao castelo. Encontrou Elijah dormindo em uma das cadeiras da biblioteca.
– Ei irmão. Acorde! - diz ele, sacudindo levemente o ombro de Elijah – Por que dormiu aqui?
– Sentei aqui para aguardar por você. – responde Elijah ainda sonolento – Afinal, que horas são?
– O dia já está clareando. – responde Klaus.
– Já amanheceu? E porque demorou tanto, Niklaus? – pergunta ele, levantando-se num pulo – O que foi que você fez? – pergunta alarmado, ao notar pequenas manchas de sangue na roupa do irmão.
– Estava com... sede. Parei para tomar um drink. – responde Klaus.
– E Sofia?
– Sua noiva está bem, irmão. Jamais a machucaria, a menos que quisesse ver meu fígado sendo arrancado de meu belo corpo.
– Sem graça! Mas, me desculpe pela desconfiança.
– Desculpado! – diz Klaus, dando um tapinha no ombro do irmão – e não se preocupe, fui para outra cidade, não teremos problemas por aqui. Além do mais, acho difícil que alguém de pela falta de uma meretriz.
– Se está dizendo...
– Confie em mim, Elijah! Sei o que estou fazendo.
– Tudo bem. Agora, diga-me, como foi sua conversa com o pai de Sofia?
– Bem, como você deve ter percebido, o Sr. Salvatore não é uma pessoa muito agradável.
– Isso eu pude notar. – diz Elijah – Vamos lá, Klaus, não me enrole.
– Está bem. Posso dizer que a conversa foi bastante agradável, mas porque eu o compeli para ser um pouco mais respeitoso. – diz Klaus – Ele não gosta muito de Sofia, sabia? Ele não consegue entender o que você viu nela. Ela não passa de moeda de troca para ele, a maneira mais rápida de se livrar das dívidas e reconstruir o patrimônio. Antes que você pergunte, - diz Klaus, ao ver a expressão confusa do irmão – eu vou explicar: a família Salvatore morava em Roma. Genaro tinha prestígio, poder, dinheiro... E um primogênito encrenqueiro que resolveu arrumar confusão com as duas famílias mais ricas da capital. Algo envolvendo mulheres, jogos e dinheiro. Não conheço os detalhes sórdidos. – diz ele, com uma careta – Enfim, para livrar a família de um escândalo e salvar a honra e a reputação dos Salvatore, Genaro entregou para os patriarcas das tais famílias todos os bens que possuía em Roma, a residência, as carruagens, cavalos, os sobrados, enfim, tudo mesmo, e veio para cá com a esposa, e os filhos mais novos. Deserdou Alfredo e o largou por lá mesmo.
– E as dívidas?
– Bom, a principal fonte de renda dos Salvatore vinha dos aluguéis dos sobrados, ou seja, sem os sobrados, sem dinheiro. – explica Klaus – Então, Genaro hipotecou suas terras aqui em Torino para conseguir um empréstimo, e investiu em sementes e outras coisas para cultivar grãos e hortaliças, e com a venda destes, conseguir nova fonte de renda. Ao que parece, ele está tendo mais prejuízo do que lucros, e as dívidas da hipoteca estão vencendo. O velho corre o risco de perder tudo.
– E você simplesmente resolveu ajudá-lo? – pergunta Elijah, desconfiado – Assim, sem mais nem menos?
– Ah, por favor, irmão! Estou fazendo isso por você. E por Sofia. – diz Klaus, sacudindo Elijah pelos ombros – Você não percebe? Na noite passada vi seus olhos brilharem de um jeito que eu jamais vi durante todos esses séculos, se é que alguma vez já brilharam assim.
Ao notar que Elijah não diria nada, Klaus continuou:
– Seria realmente muito mais fácil se pudéssemos apenas pegar a garota, transformá-la, e retornarmos para a Inglaterra. Mas eu conheço você, é um romântico. Jamais a levaria embora, nunca a magoaria. Por isso, resolvi jogar conforme as normas desta sociedade: noivado, casamento, dotes... essas coisas. Para todos os efeitos, o Sr. Salvatore estará honrando o dote de Sofia com o prestígio e a força política que o sobrenome dele tem nesta região. Como se eu precisasse disso! – diz Klaus, sorrindo – E tudo isso por você, irmão. Porque eu amo você. Ainda se lembra Elijah? – diz ele, olhando nos olhos do irmão – Sempre e para sempre!
Ao ouvir isso, Elijah puxa o irmão para um abraço. Amava Klaus incondicionalmente, e faria tudo ao seu alcance por ele, do mesmo modo que Klaus fazia por ele agora.
– Sempre e para sempre, irmão. – diz Elijah – E me desculpe essa cena, foi ridículo de minha parte.
– Desculpo. Mas quero que se lembre: não vai acontecer novamente, Elijah – responde Klaus – Ela não é Tatia, não estamos enfeitiçados como há tantos anos atrás. Não vamos brigar pela mesma mulher.
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Sofia acordou cedo. Estava mais animada do que o habitual. Havia um doce sorriso em seus lábios e seus olhos brilhavam, numa mistura de ansiedade e paixão. Trocou de roupa, arrumou os cabelos, lavou o rosto e desceu para ajudar sua mãe a preparar o café da manhã.
– Bom dia mãe! – diz ela ao entrar na cozinha.
– Bom dia Sofia. Pode me ajudar a arrumar a mesa?
– Claro.
– Lorde Niklaus te trouxe até em casa ontem à noite?
– Sim senhora.
– E correu tudo bem? – pergunta Marieta, séria.
– Claro. O que poderia acontecer de errado?
– Nada. – responde ela – Seu pai me informou que marcou seu casamento com Lorde Elijah. Você não acha um pouco precipitado? Afinal, vocês acabaram de se conhecer.
– Mãe... não era isso o que vocês queriam? Casar-me para se livrar da hipoteca?
– Meu bem, seu pai é quem pensa assim.
– E a senhora se preocupou, ao menos, em contestá-lo alguma vez? – pergunta Sofia.
– Claro que contestei. Que tipo de mãe você acha que eu sou? Mas é seu pai quem dita às regras da família, não tem muito que eu possa fazer.
– Desculpe mãe.
– Tudo bem, Sofia. Agora me conte como é seu noivo.
– Bom, ele é um homem refinado, educado, bonito, - diz Sofia, corando – carinhoso, e um pouquinho ciumento.
– Ciumento? E de quem ele teria ciúmes? Do Sr. Agostinni?
– E porque ele teria ciúmes do Sr. Agostinni?
– Bem, seu pai estava negociando seu casamento com ele antes de conversar com lorde Niklaus.
– O que? Genaro está completamente louco se cogitou a hipótese de eu aceitar um casamento desses. – diz Sofia, alterada.
– Sofia, por favor, acalme-se. Você não precisa se preocupar com isso.
– Eu juro que fugiria se papai fizesse isso comigo. Iria para Roma viver de esmolas!
– Não diga bobagens, menina! – diz Marieta.
– Iria mesmo! – continuou Sofia, sem dar ouvidos à sua mãe – Me juntaria a Alfredo nas calçadas da capital. Eu nunca aceitaria dividir o mesmo teto com aquele velho babão!
– Sofia, você está noiva de Lorde Elijah. Seu pai está satisfeito, você está feliz. Acalme-se! Agostinni não é mais um problema para você.
– É claro que papai está satisfeito. Klaus disse que vai quitar nossas dívidas.
– Sofia, por favor, vamos parar por aqui? – pede Marieta – Logo seu pai e seu irmão descem e o café ainda não está pronto.
– Tudo bem mãe. Parei! – diz Sofia, erguendo as mãos em sinal de rendição e abrindo um sorriso.
– meu bem, você disse que seu noivo é um pouco ciumento. – diz Marieta, enquanto cortava o pão – De quem ele tem ciúmes?
– Por mais incrível que possa parecer, ele tem, ou tinha, ciúmes do irmão. – responde Sofia
– De Lorde Niklaus? E por quê?
– Não sei ao certo mãe, nenhum deles entrou em detalhes. Pelo que pude entender, eles já foram apaixonados pela mesma mulher.
– E você me diz isso com essa calma toda? – pergunta Marieta, espantada – E ainda teve coragem de vir com Lorde Niklaus para casa?
– Mãe, para que tanta agitação? Klaus prometeu a Genaro que me traria. E ele é como um irmão para mim, um irmão que Alfredo nunca tentou ser.
Nesse momento, Giuseppe entrou correndo na cozinha, gritando um animado “bom dia” e beijando a mãe e a irmã.
– Buon giorno il mio bambino. – responde Sofia, dando-lhe um sonoro beijo na bochecha.
– Você parece feliz, sorella. – diz Giuseppe, limpando a bochecha com a manga da camisa – Que bicho lhe mordeu?
– Bicho nenhum. Veja só. – diz ela, erguendo a manga do vestido para mostrar-lhe a pulseira – Estou noiva!
– Noiva? Isso é sério? E você aceitou assim... tão fácil? E toda aquela história de “Não vão me obrigar a casar”? – pergunta o garotinho, achando tudo muito estranho.
– Aceitei porque ele é perfeito, Gigio. Estou apaixonada. – responde Sofia, aos sussurros – E além do mais, papai não teve nada haver com a escolha.
Nesse momento, Genaro entra na cozinha, e diferente do normal, cumprimenta a família alegremente, dando até um beijo na esposa.
– Está se sentindo bem, Genaro? – pergunta Marieta, surpresa com a atitude do marido.
– Estou sim, senhora minha esposa. Tenho a sensação de que preciso ser mais cordial com minha família.
– Bom, acredito que acordar e saber que suas dívidas estão com os dias contados seja um bom motivo para se estar de bom humor, não é papai? – diz Sofia, encarando Genaro.
– Sofia, por favor! – pede Marieta, olhando angustiada da filha para o marido.
Genaro encarou a filha com raiva, o rosto vermelho e os punhos cerrados, mas, como num passe de mágica, sua expressão suavizou e ele sorriu para ela.
– Sim, é mesmo um bom motivo. – responde ele simplesmente.
Sofia e Giuseppe olharam um para o outro sem entender nada, afinal, seu pai não tinha o hábito de ser cordial com os filhos, e muito menos de deixar passar uma afronta com a da filha. Sem outras opções, puseram-se a tomar o café da manhã.
**************
Cerca de uma hora depois, Sofia arrumava a cozinha enquanto Giuseppe alimentava os poucos animais que eles tinham. Genaro e Marieta haviam saído, foram à feira da cidade comercializar alguns de seus produtos recém-colhidos.
Ao ouvir o som de cascos e rodas sobre o caminho de pedras que cortava a propriedade, Sofia largou tudo o que estava fazendo e correu até a porta da frente, esperando encontrar o noivo. Abriu a porta sorridente, mas ao ver de quem se tratava, o sorriso desapareceu e seus olhos faiscaram de raiva.
– O que o senhor faz aqui?
– Bom dia para você também, senhorita Salvatore. – diz o Sr. Agostinni, lançando um olhar de cobiça para a garota. – Vim conversar com seu pai a respeito de nosso casamento. Pode avisar-lhe que estou aqui?
– Meus pais não estão em casa. Foram à cidade tratar de negócios. – responde Sofia, sem humor – E a propósito, já estou noiva, Sr. Agostinni.
– O que disse? – pergunta o velho, desconcertado.
– O que o senhor ouviu! Estou noiva de Lorde Elijah.
– Mas isso é um absurdo! Como seu pai se atreve a me humilhar desta maneira? – diz ele, furioso.
– Ele não o humilhou, Sr. Agostinni. Meu pai apenas escolheu, pela 1ª vez, o que é melhor para mim. E o melhor, com certeza, não é um homem como o senhor.
– Você é uma garota muito insolente! – diz Agostinni furioso, agarrando o braço de Sofia com força – vou ensiná-la a me respeitar, nem que seja à força.
Mal acabara de pronunciar tais palavras, Agostinni foi arremessado a metros de distância, indo bater em uma árvore.
– Elijah? – pergunta Sofia, assustada, ao vê-lo parado à sua frente.
– Você está bem? Ele a machucou? – pergunta ele, preocupado.
– Estou bem... tudo bem... ele não me feriu. – responde ela – Elijah... seus olhos...
A garota o analisava, admirada. Os olhos dele estavam negros como a noite, circundados por pequenas e salientes veias negras. Seu rosto transfigurado deixava-o com um aspecto mais selvagem, e ao mesmo tempo, mais belo e irresistível. Sofia tocou o rosto de Elijah com a ponta dos dedos, percorrendo delicadamente o caminho entre os olhos e os lábios, onde pôde sentir os dentes caninos se sobressaindo.
– O que aconteceu com você? – pergunta ela.
– Espere aqui. – diz Elijah.
Ele disparou para onde o velho estava caído, levando poucos segundos para alcançá-lo e agarrá-lo pelo pescoço.
– Quero que me ouça com atenção, seu velho desprezível. Você nunca mais chegará perto dessa senhorita, nem de sua família. Vai vender todos os seus bens e distribuir os lucros aos mais necessitados. Depois, quero que vá para bem longe daqui, para a França, de preferência. Aliste-se no exército francês, eles estão precisando de mais homens para morrer no campo de batalha. Estamos entendidos?
– Devo me afastar da família Salvatore, vender minhas terras, doar todo o dinheiro e me alistar ao exército francês. – responde ele, automaticamente.
– Certo, muito bom. Mas quero que saiba, Sr. Agostinni, que só não acabo com essa sua vida desprezível nesse exato instante em respeito a minha noiva. Agora, quero que suma daqui! – diz Elijah, atirando Agostinni ao chão.
Num piscar de olhos, o velho ergueu-se e correu até sua carruagem, disparando com ela para longe dali. Elijah permaneceu parado, observando-o se distanciar, e enfim desaparecer. Sofia aproximou-se dele devagar e silenciosamente.
– Elijah? – diz ela, tocando levemente no ombro dele.
– Me desculpe. – responde ele, sem olhá-la.
– Desculpar pelo quê? Por dar uma lição em Agostinni? – pergunta ela. Ao ver que ele ainda não a olhava, Sofia tocou o rosto dele – Olhe para mim, Elijah.
Lentamente, ele ergueu o rosto e mergulhou no mar azul dos olhos dela.
– Eu me descontrolei perto de você, poderia tê-la machucado. – diz Elijah, envergonhado – Jamais me perdoaria se machucasse você.
– Mas não o fez. Não precisa se torturar por algo que não aconteceu.
– Eu quis matá-lo, Sofia. Na verdade, ainda quero matá-lo! E poderia, num piscar de olhos. Só eu sei o quanto tive de me controlar para não acabar com ele aqui, na sua frente.
– O que importa é que você conseguiu, Elijah. Manteve o controle. – diz ela, ficando na ponta dos pés para beijar o rosto dele.
Elijah a aninhou num abraço apertado e depositou um beijo em sua testa. Aproveitou para respirar fundo, deliciando-se com o perfume dos cabelos dela, e retomar completamente o controle de seus instintos.
– Elijah... Vou entender se não quiser me falar, mas... o que aconteceu com você?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom, aí está.
Espero que tenham gostado.
E para quem quer ver as coisas ficarem ruins pro lado do nosso casal "Elia", aguardem mais alguns caps, ok? Prometo que não vão se arrepender.
Bjokas...