Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 47
Capítulo 47 - O Desejo De Esther


Notas iniciais do capítulo

Hello peoples! Demorei, mas finalmente cheguei com mais um capítulo dessa fic (vamos glorificar de pé! hehehehe)

Não vou enrolar muito aqui, então... se alguém sente falta de Dalaric, já deixo avisado que teremos um pouquinho desse bromance nesse capítulo.

Ah, antes que eu esqueça, queria agradecer às fofíssimas NielliCris, Anna Luisa, Queltm Pierce e Lili, que não me abandonaram nos comentários! Thanks gatíssimas!



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Quando alguém passa mais de cinco séculos fugindo de um louco vingativo e sanguinário, não costuma deixar passar uma oportunidade, por mínima que seja, de tirá-lo de uma vez por todas de seu caminho. E para que não perca as tais oportunidades, precisa também ter uma boa rede de informações, ou ao menos, uma melhor e mais confiável do que a do seu inimigo.

Foi dessa maneira que Katherine chegou até Mikael e concordou em ajudá-lo em seu plano contra Klaus. E quando o plano - que parecia à prova de falhas – não saiu como o esperado, a vampira acionou o plano B. Porque todos sabem que estrategistas que se prezem sempre vão contar com um plano B, um plano C... e assim por diante. Aprendam!

Como em todas as culturas, os vampiros também possuíam suas próprias histórias. Algumas eram fantasiosas demais até mesmo para seres sobrenaturais, como aquela que dizia que, com a dose correta de um tipo específico de sangue, um vampiro teria o poder de se transfigurar como bem entendesse. Um mito apenas, claro. Mas se havia algo em que todos com alguma consciência concordavam, era que se deveria manter distância dos irmãos Originais caso se quisesse continuar respirando.

E foi com base nisso que Katherine arquitetou seu plano B. A morena soubera por Mikael que o filho bastardo mantinha os irmãos presos em algum lugar, e não era preciso ser nenhum gênio para somar “dois mais dois” e entender que, se tratando de Klaus, sua “amada” família não poderia estar muito longe.

Com o “papai caçador” morto e o híbrido Original mais furioso do que nunca, a vampira precisava de algo que desviasse a atenção que recairia sobre ela, afinal, não demoraria muito para que percebessem que não era Elena junto de Mikael. Fora Katherine que tirara as adagas do peito de cada um dos Originais empalados, na intenção de que quatro vampiros indestrutíveis e com sede de vingança pudessem render a ela um bom período de liberdade. E se, por acaso, eles destruíssem Klaus de uma vez por todas nesse processo, ela não ficaria nem um pouco chateada.

Infelizmente, as coisas não haviam saído como ela planejara, e o que deveria ser um espetáculo de sangue e tortura culminou numa viagenzinha familiar até New York. Piegas, para dizer o mínimo. Katherine esperaria isso de uma tola romântica como Rebekah, mas não de alguém impulsivo como Kol.

Assim, ela precisaria manter-se ainda mais alerta, tomando cuidado para não deixar passar um detalhe sequer, e também, manter-se muito bem escondida caso não quisesse ter seu coração arrancado do peito.

Mas não era a ameaça palpável que mais a incomodava naquela história toda, e sim a estranha fixação que Elijah parecia nutrir por uma garotinha muito sem sal, na modesta opinião da vampira. Mesmo ao longe, com a ajudinha de alguns informantes, era possível notar a preocupação do Original com a tal Sophie, além da “coisinha” estar sempre junto de Stefan, o que só aumentava a antipatia que Katherine sentia em relação a ela.

Elijah, por mais que tenha sido afetuoso com a vampira quando ela ainda era humana, nunca havia olhado-a da maneira como ele fazia com a garota loira. Se dependesse dele, Katherine teria sido morta no maldito ritual de Klaus. E ele ainda havia sido capaz de dizer, com todas as letras, que não acreditava mais no amor por conta da perda que tivera. Mentiras, mentiras e mentiras...

Foco. Isso era o que ela precisava nesse momento. Com a aparente descoberta de Damon e seus amiguinhos, parecia que os dias de Klaus poderiam estar contados mais uma vez, o que significava que era hora de retornar à pequena Mystic Falls e acompanhar mais de perto os acontecimentos. E se possível, colaborar para a queda definitiva do Híbrido Original. Mas claro, sempre com uma boa margem de segurança.

**********

Após a estranha visita de Elena e Alfredo, Damon sentia a crescente necessidade de se desligar um pouco dos problemas, e não havia lugar melhor para isso do que o Mystic Grill. Afinal, qual a graça de beber sozinho em casa, sem um garçom a quem incomodar, não é?

O caminho conhecido da mansão até a cidade foi vencido em poucos minutos, e logo o mais velho dos irmãos Salvatore já ocupava seu lugar junto ao balcão do bar. No banco ao lado, seu fiel companheiro de copo já o esperava, junto de uma garrafa e dois copos.

– Dia difícil? – pergunta Alaric, enquanto enchia de whisky um dos copos e o passava em seguida para o vampiro.

– Não faz nem ideia – o moreno responde, bebendo a dose num único gole. – Queria descobrir em que momento passei a me importar com os problemas alheios, porque foi uma grande idiotice.

– Seu coração de pedra está amolecendo, amigo. Daqui a pouco vai adotar um gatinho ou visitar orfanatos – o outro debocha, também virando o copo. – É melhor se acostumar com isso.

– Há, há! Muito engraçado, Ric! Muito engraçado.

– Foi um pouco engraçado, Damon. Confesse! Além do mais, sua fama de bad boy não vai ruir se você rir de uma piada idiota, sabe?

Sem responder, o moreno encheu novamente seu copo e voltou a beber, encarando um ponto indefinido à sua frente por algum tempo. Ele já havia tomado três ou quatro doses quando Alaric o chamou de volta à vida.

– Vai passar o resto da noite com essa cara de tacho, ou vai me dizer de uma vez qual foi a burrada de hoje?

– Desculpe, mas não estou com vontade de repetir a mesma ladainha pela enésima vez – Damon responde, sem encarar o amigo ao lado. – Mas posso lhe emprestar meu diá... ah não, não sou o Stefan. Desculpe.

– O que quer que tenha acontecido, não abalou sua incrível capacidade de ser um imbecil.

– Sua sinceridade é comovente, Ric.

– É uma das minhas várias virtudes – diz o loiro, convencido. – Bom... já que vai ficar aí se lamentando para o whisky, vou voltar pra casa – completa ele, pondo-se de pé.

– Hey! Não se abandona um soldado no meio da batalha, sabia? – o moreno reclama, virando-se para o professor de história. – Cadê seu senso de cumplicidade entre amigos?

– Afogado num copo de whisky. Aliás, sua veia dramática anda muito aflorada nos últimos tempos, não acha?

–Tive um dia longo e horrível, tenho todo direito de reclamar da minha vida, ou morte, ou seja lá qual for o termo correto que eu deva usar!

– Ok mocinha, chega de drama – Ric responde, voltando a se sentar. – Está nos envergonhando, sabe?

– E quem disse que eu ligo? – Damon questiona, servindo-se de uma nova dose de whisky. – Aliás, você se lembra do Mikael, certo? Malvado, velho e com péssimas piadas...

– Como poderia esquecer? Agora, o que Mikael tem a ver com seus problemas atuais? Não me diga que alguém encontrou uma maneira de trazê-lo de volta!

– O que? Não, não é nada disso. Mas tenho a leve impressão de que encontramos uma versão 2.0 do nosso caçador de vampiros favorito.

– Só pode estar de brincadeira...

– Tenho cara de quem está se divertido? – o vampiro indaga, muito sério. – Seja quem for que deixou aquele caixão, é bom torcer para que nos ajude ao invés de nos torturar.

– É mais fácil beber do que torcer, amigo – diz Ric, enchendo os copos de ambos, erguendo o seu num brinde em seguida. – A mais um dia tranquilo em Mystic Falls! – continua, seguido pelo som do “tin tin” dos copos - Saúde!

*************

Longe dali, Sophie acabara de se desvencilhar dos braços de Stefan e corria pelo jardim da propriedade dos Mikaelson até o carro do primo, de onde acreditava estar vindo o som que a despertara de seu torpor.

A garota alcançou o automóvel antes mesmo que seus amigos tivessem sequer pensado em se mover, e ao se aproximar, pode confirmar suas suspeitas. Ouvira seu nome em alto e bom som.

– Sam? Sam! – grita ela, esmurrando a tampa do porta-malas. – Estou aqui Sammy, já vamos tirar você daí!

No segundo seguinte Stefan já estava ao lado da prima, e não demorou muito para que o olhar de Sophie encontrasse os olhos escuros de seu amigo de infância.

– Você está vivo! – a garota murmura em meio às lágrimas, envolvendo o pescoço do garoto com seus braços enquanto ele finalmente deixava o porta-malas. – Oh meu Deus, você está mesmo vivo! Eu pensei que tivesse te perdido pra sempre... Eu vi você cair no chão, e seu coração não batia mais, e...

– Ei loirinha, respira um pouco ok? – Sam sussurra em resposta, afagando os cabelos da amiga. – Estou bem, fica fria. Meio dolorido, mas bem – continua, num tom que tentava acalmá-la.

Enquanto os dois permaneciam no que parecia uma bolha, isolados do mundo naquele instante, Stefan encarava Caroline enquanto a compreensão do que viria a seguir o atingia. Dor, sede, sangue. Uma luta eterna contra a escuridão que ameaçaria envolvê-lo e mudá-lo para sempre, fazendo com que sua humanidade escapasse por entre os dedos. Uma vida nas sombras... Ou seria melhor chamar de semi-vida?

– Soph – o vampiro chama, tocando o ombro da garota delicadamente para que ela o olhasse -, precisamos voltar pra mansão. Se Sam está respirando agora, significa que está em transição. Caroline e eu explicaremos tudo que ele precisa saber, mas teremos de isolá-lo até que seja seguro.

– Até que ele esteja sob controle, certo? – a garota indaga, friamente. O brilho que havia em seu olhar a pouco mais de um minuto havia sumido mais uma vez. – Finn deu sangue a ele – continua, enfim se dando conta da situação. –Matá-lo não era o suficiente, não é? Tinha de condenar Sam e...

– Sinto muito – murmura Stefan, acolhendo-a num abraço.

– Eu agradeceria se alguém pudesse me explicar o que está acontecendo, porque juro que não estou entendendo nada dessa conversa de vocês! E por que minha cabeça dói tanto? – Sam reclama, levando as mãos até as têmporas e massageando-as.

– Você vai ficar bem, eu prometo – Sophie responde, envolvendo as mãos dele nas suas -, mas terá de confiar em nós, ok? Agora vamos pra casa, temos uma longa conversa pela frente.

************

Dentro da mansão dos Originais, o silêncio imperou por mais alguns minutos, até finalmente ser quebrado por um suspiro de Finn, que recobrava a consciência naquele instante.

– Lembre-me de quebrar seus membros mais tarde, irmãozinho – murmura ele ao colocar-se de pé, encarando Kol com cara de pouquíssimos amigos. – Quero ver um pouco de dor estampada em seu... Mãe? – questiona, ao se deparar com a mulher tão próxima a si. – Como isso é possível?

– Acredite irmão – diz Klaus, de braços cruzados -, estamos nos perguntando a mesmíssima coisa.

– Agora que estamos todos enfim reunidos – Esther começa a explicar -, posso sanar todas as suas dúvidas acerca do meu retorno – completa num tom solene, prendendo a atenção dos filhos, mesmo que à contra gosto de alguns.

A bruxa começou explicando o quanto fora perturbador descobrir o preço que os filhos teriam de pagar pela imortalidade que ela mesma havia imposto a todos eles, e que enforcar-se fora a última solução desesperada que ela havia encontrado. Disse que seria mais fácil arder no inferno pela eternidade, enquanto pagava por seus pecados, do que viver os anos que lhe restavam com a culpa pelo que fizera.

Após sua morte, a bruxa Aianna havia lançado sobre seu corpo uma espécie de feitiço de proteção, que seria capaz de mantê-lo intacto, como há muito elas haviam decidido em conjunto, como forma de manter a ligação mágica intacta.

Continuou dizendo que pudera acompanhar vários momentos de cada um dos filhos, do lugar que chamava simplesmente de “outro lado”. Explicou que ouvira Rebekah chorar e chamar por ela durante incontáveis noites; que vira Elijah sucumbir à dor e pedir pra morrer; que presenciara o momento em Finn decidira pelo amor em detrimento da própria família; que chorara junto com Kol quando a última chama de esperança deixara seu olhar; e que se culpara ainda mais quando Klaus, por fim, desligou sua humanidade.

Esther disse também que, no decorrer dos séculos, pudera enfim enxergar o mal que fizera dando as costas aos filhos, e que se arrependia profundamente. Contou também que era esse o motivo pelo qual queria resgatar os laços partidos entre eles. Queria uma segunda chance para ser a mãe que deveria ter sido. Uma segunda chance para viver com a família que sempre sonhara.

– Isso tudo é muito comovente – começa Klaus, ao fim do relato da mãe -, mas ainda não disse como pode estar de pé diante de nós depois de tanto tempo. Como você voltou? E não venha dizer que foi uma surpresa para você também, porque não vai conseguir me convencer!

– Klaus! – Elijah tenta intervir, em vão.

– Foi você quem levou aquelas crianças até Mikael, não foi? Como pode se dizer tão arrependida se colocou aquele monstro em nosso caminho mais uma vez? – o híbrido questiona, erguendo a voz.

– Fui contatada por uma bruxa Niklaus, não poderia mentir para ela, mesmo que fosse para protegê-los. Ela é descendente de Aianna, e existe um vínculo que nos liga de alguma maneira. A magia é complicada, já deveria saber – ela responde, sem se exaltar. – Foi essa mesma bruxa que me trouxe de volta, e é por isso que estou aqui.

– E por que Bonnie Bennett faria isso? – Elijah indaga, ainda tão desconfiado quanto o irmão. – Um ato desse não viria sem um propósito, não acha?

– E o propósito, com certeza, não seria fazer dos Mikaelson uma grande família feliz – diz Kol, fazendo coro aos outros dois. – Acho que não nos querem ainda mais poderosos do que já somos.

– Acredito que devam perguntar o porquê à garota, e não a mim. Ela, com certeza, poderá responder com mais propriedade sobre o assunto do que eu.

– Como se ela fosse mesmo nos contar o que anda tramando, não é? – comenta Rebekah, com um toque de acidez na voz. – “Olha, estamos planejando ferrar a vida de vocês, fiquem avisados.” – continua, numa imitação da voz de Bonnie.

– Acho que as crianças já reclamaram bastante, não? – diz Finn, interrompendo a discussão. – Se nossa mãe diz que não sabe o que a tal bruxa Bennett está tramando, aceitem isso. É assim tão difícil pra vocês demonstrarem um pouco de respeito e obediência? – completa, colocando-se ao lado da mãe.

– Falou o irmão problema que só nos deu trabalho nas últimas horas – resmunga Klaus, enfim largando-se em um dos sofás.

– Desculpe, mas não fui eu quem passou os últimos séculos cometendo erro atrás de erro, Niklaus. Nem fui eu quem manteve toda a família em caixões – o outro responde, colocando-se frente a frente com o híbrido e obrigando-o a colocar-se de pé mais uma vez. – Aliás, porque nunca nos contou que tinha o corpo de nossa mãe em um dos seus caixões de estimação?

– Estava o mantendo em segurança. Não queria que Mikael pusesse suas mãos imundas em mais ninguém dessa família. Já basta o quanto sofremos quando crianças, não acha?

– Mas poderia ao menos ter dividido isso conosco, irmão. Ela é tão nossa mãe quanto sua – pondera Elijah.

– E de que adiantaria afinal? Faríamos um velório, com direito a algum tipo de despedida? O caixão se lacrou no instante em que o fechei, Elijah – o híbrido responde. - Nada e nem ninguém conseguiu abri-lo através dos séculos! O máximo que poderíamos fazer seria chorar algumas lágrimas sobre um tampo de madeira de lei... Não ganharíamos nada além de mais escuridão em nossas longas e trágicas existências!

– Klaus tem razão – murmura Kol ao se sentar num dos degraus da escada -, não teria acrescentado em nada. Ela preferiu nos virar as costas quando passou aquela corda pelo pescoço, não lhe devíamos nada.

– Já expliquei que me arrependo dos meus erros querido, e... – começa Esther.

– Se arrepender não anula o fato de você ter feito o que fez! – o caçula responde, interrompendo-a.

– Eu sei disso, e entendo que estejam furiosos e confusos com o que está acontecendo, e nem mesmo os culpo por isso – a bruxa volta a falar -, mas me deixem ser mãe de vocês agora. Vamos fazer dos Mikaelson uma família de verdade.

– Desculpe-me perguntar, mas... como imagina fazer isso? – o mais velho questiona.

– Poderíamos começar com uma grande festa – diz ela, simplesmente.

– Uma festa? – pergunta Rebekah, incrédula. – O que quer dizer com uma festa?

– Vamos mostrar a essa cidade que estamos todos juntos agora, mostrar o que nossa família pode fazer por esse lugar. Vamos mostrar que é mais saudável estarem ao nosso lado, ao invés de contra nós. Convidem as principais famílias, as pessoas à frente do poder de Mystic Falls e aquelas que têm mais influência. Mostraremos, com um grande baile de gala, o poder dos Mikaelson.


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Notas finais do capítulo

Valeu galerinha que leu!

Em breve teremos baile na mansão dos Mikaelson, uhhulll!!!

Até mais...

xoxo



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