Elijah observou o irmão e a noiva dirigirem-se ao centro do salão. Os ciúmes haviam desaparecido por completo. Serviu-se de uma taça de vinho e dirigiu-se ao seu quarto. Sobre a cômoda, encontrou a pequena caixa de madeira que procurava. Pegou-a e foi até a cama, sentando-se. Abriu a caixinha e tirou dali a pulseira que havia sido de sua mãe. Era confeccionada em prata pura, com uma corrente delicada e uma pequena borboleta como pingente. Simples e linda. Devolveu a pulseira para a caixinha e dirigiu-se ao salão.

A música ainda não havia terminado, então pode observar Klaus e Sofia flutuarem pelo salão. Sorriu ao constatar que dessa vez as coisas seriam diferentes, afinal, Sofia enxergava Klaus como um irmão. Nenhum deles sairia machucado. Pediu mentalmente para que o irmão tivesse a sorte de encontrar para si alguém tão incrível quanto Sofia.

Quando a música chegou ao fim, Elijah viu seu irmão e sua noiva dirigirem-se até ele. A moça chegou sorrindo e o abraçou. Ele lhe deu um beijo na testa e perguntou:

- E então, meu irmão está aprovado?

- Lorde Niklaus dança tão bem quanto você, Lorde Elijah. – responde Sofia, sorrindo.

- Obrigado pela parte que me toca. – brinca Klaus. – E Elijah, sua noiva dança muito bem para quem aprendeu a dançar sem música, só com a ajuda da mãe e do irmão de oito anos. – completa ele, aos risos.

- Há, há. Muito engraçado. – diz Sofia, fazendo biquinho.

- Não leve meu irmão à sério, Sofia. – diz Elijah, sorrindo – Ele está apenas pegando no seu pé!

- Acho melhor se acostumar, futura cunhada. – diz Klaus, rindo – Agora dêem-me licença. Preciso dar um pouco de atenção aos outros convidados.

Os noivos observaram Klaus se afastar. Mesmo no meio de tanta gente, era fácil distingui-lo.

- Sofia, você poderia me acompanhar até a sacada?

- Claro. – responde ela, sorrindo.

Elijah estendeu o braço para ela, o qual ela aceitou prontamente. Percorreram o caminho até a sacada em silêncio, ouvindo o som da música que era tocada no salão.

- E então Lorde Elijah, aqui estamos. Está tentando fugir de alguém? – pergunta Sofia, brincando.

- Não estou fugindo. Só quero um pouco de privacidade. – responde ele, aproximando-se mais dela, roubando-lhe um selinho – Tenho um presente para você. – diz ele, tirando a caixinha de madeira do bolso e entregando a ela.

- O que é? – pergunta ela, curiosa.

- Abra, meu bem. É meu presente de noivado.

Sofia abriu a caixinha com as mãos trêmulas, afastou o veludo preto que forrava a caixa e abriu um largo sorriso ao ver o que estava guardado ali.

- Oh meu Deus! É linda, Elijah! – diz ela, com a voz embargada e os olhos marejados.

- Me permite? – pergunta ele, pegando a pulseira e colocando-a no pulso de Sofia – Ficou linda em você! – diz, com um sorriso lindo nos lábios.

- Eu... eu... adorei. – diz Sofia num sussurro, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.

- Então porque está chorando? – pergunta Elijah, envolvendo o rosto dela com as mãos e secando suas lágrimas.

- É que... – começa ela, ficando na ponta dos pés e beijando-o com ternura - Você é perfeito, está ouvindo? Perfeito... incrível... lindo... carinhoso.. e eu... o que eu tenho para te oferecer?

- Paz de espírito. Foi isso que você me deu esta noite. Vontade de ser alguém digno de uma menina incrível, espontânea e linda como você! E amor... algo que eu não esperava mais sentir, e nem merecer. Olhe para mim. – pede ele, erguendo o rosto dela para poder olhar em seus olhos – Eu  amo você! Sempre e para sempre!

Elijah diminuiu ainda mais o espaço entre eles, agora poucos milímetros separavam-no dos lábios dela. Com um dos braços envolveu a cintura de Sofia e colou seu corpo ao dela, enquanto escorregava a outra mão pelo rosto em direção ao pescoço, indo até a nuca e entrelaçando seus dedos ao cabelo dela. Beijou-a com paixão e intensidade, sentindo-a entregue em seus braços. Sofia enlaçou o pescoço de Elijah, aprofundando ainda mais o beijo.

Num movimento ágil, Elijah girou Sofia e colou as costas dela à parede do castelo, sem interromper o beijo. Permaneceram assim pelo que pareceram horas, isolados num mundo só deles.

-Ainda bem que a brisa desta noite está bem fresca! – diz Klaus, sorrindo – Porque a temperatura está um tanto elevada por aqui.

- Me assustou, Lorde Niklaus. – diz Sofia, constrangida por ter sido pega em flagrante.

- Desculpe Sofia. – diz ele – Sabe, você fica ainda mais encantadora quando está ruborizada.

- O que faz aqui Klaus? – pergunta Elijah, sorrindo ao notar a cumplicidade entre seu irmão e Sofia.

- Desculpe a interrupção irmão, mas está na hora de levar Sofia para casa.

- Tudo bem, pode deixar que eu mesmo a levo.

- Desculpe irmão, mas prometi ao Sr. Salvatore que eu a levaria. –diz Klaus, seriamente – Além do mais, depois da cena que acabei de presenciar aqui, não acho... seguro... deixá-los sozinhos! – completa ele, aos risos.

- Tudo bem Klaus. – diz Sofia – Posso ao menos me despedir de meu noivo sem platéia?

- Claro, claro. – responde ele, ainda rindo – Espero a senhorita lá embaixo.Ah, irmão, enquanto eu estiver fora, dê um pouco de atenção aos convidados. Não quero passar a impressão de que somos mal educados.

-  Tudo bem irmão. Sem problemas. – diz Elijah.

- Certo. Estarei aguardando, Sofia.

Após se certificar de que Klaus já havia descido as escadas, Sofia voltou-se para Elijah:

- Sentirei sua falta durante essa semana. – diz ela, acariciando o rosto dele – Serão dias longos.

- Não precisam ser. – responde ele, puxando-a para um abraço – Estarei lá para vê-la todos os dias, se assim desejar.

- Promete?

- Prometo. Estarei com voe sempre que precisar de mim.

- Vou precisar de você para sempre! – diz ela, beijando-o delicadamente.

- É o que mais desejo. – sussurra ele – Bom, agora é melhor levá-la até meu irmão. Estarei lá por você amanhã, está bem?

- Estarei esperando.

- Então vamos indo. Não vamos deixar Klaus esperando.

Elijah e Sofia desceram as escadas de braços dados, atravessaram o salão cumprimentando os convidados e dirigiram-se às escadarias que levavam ao pátio.

Klaus já estava a espera com a carruagem. Elijah despediu-se de Sofia com um beijo na testa e entregou-a aos cuidados do irmão com um sussurrado pedido de “Cuide bem dela”.

Observou a carruagem partindo até que não pode mais vê-la. Subiu novamente as escadas e adentrou ao grande salão.