Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 62
Capítulo 62 - Espelho


Notas iniciais do capítulo

Hey povo! Olha quem voltou!

Pois é... Depois de 03 longos meses, enfim consegui escrever mais um capítulo! #OsAnjosCantam Mas antes tarde do que mais tarde, é o que dizem por aí.

Enfim, logo esse sofrimento acaba, porque a fic está na reta final (ao menos, essa é a ideia). Mais uns três capítulos eu acho, e teremos o nosso final! Mas enquanto ele não chega,vamos ao cap de hoje!



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Bonnie estava distraída na cozinha, provavelmente lavando aquele mesmo talher pela décima vez. Nos últimos dias, nada conseguia prender sua atenção por muito tempo, o mundo ao seu redor parecia alguns tons mais cinzento e sem graça. E para completar ainda havia aquela melodia, que insistia em permanecer em sua mente em cada segundo do dia.

Aquela música... Sabia que a conhecia de algum lugar, que tinha algum significado, mas sua memória não parecia disposta a colaborar. Era como se uma peça do quebra-cabeça para a resolução daquele mistério estivesse faltando, deixando-a no escuro.

Foi nesse momento que a peça faltante se encaixou, quando ouviu a voz "dele" vindo de sua varanda, soando enérgica demais para ser apenas uma ilusão ou coisa parecida. A garota nem mesmo pensou duas vezes antes de largar tudo o que tinha nas mãos e correr até a porta da frente, escancarando-a em seguida para deparar-se com uma cena inusitada e sangrenta demais para o seu gosto.

– O que você fez a ela? - a voz de Damon soava descontrolada, enquanto ele tentava decidir se deveria ou não cravar seus dentes na jugular do vampiro a sua frente. - Diga de uma vez Elijah, o que fez com a Sophie? Perdeu o controle justamente com ela, é sério? - o rapaz de olhos azuis prosseguiu, nos olhos um misto de pavor e raiva, os punhos fortemente cerrados ao lado do corpo.

– Eu nunca a machucaria! Já devia saber disso, garoto - o Original responde, ajoelhando-se na varanda dos Bennett com o corpo ensanguentado de Sophie em seus braços.

– Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? - Bonnie indaga, o olhar passando de um para outro.

– Esse infeliz miserável perdeu o controle e a machucou, foi isso que aconteceu! - Damon responde, passando as mãos pelos cabelos negros nervosamente. Ao fim da frase ele se deixou cair de joelhos também, afagando o rosto da menina loira com as mãos trêmulas.

– Eu... Estava com a Sophie sim. Fi-ficamos juntos, sim! Ma-mas... Eu não fiz isso a ela, não posso ter feito! - diz Elijah, o desespero estampado em seu rosto.

– E não fez - murmura Bonnie, abaixando-se ao lado do garoto Salvatore e tomando as mãos de Sophie nas suas. - Já senti algo parecido, mas nunca tão intenso! Ela está ligada a algum tipo de feitiço, e dos mais poderosos, não tenho dúvida.

– O quê? - indaga Damon, encarando-a confuso.

– Esther! - murmura Elijah.

– Sua mãe esteve com a Sophie nas últimas horas? - a bruxinha questiona, encarando o Original. - Ou tinha como conseguir algum objeto da Soph com facilidade?

– Não, mas...

– Katherine armou aquele acidente para nós - Damon o interrompe, colocando-se de pé num pulo. - Achei que estivesse imaginando coisas, mas agora... Aquela víbora pegou um pouco de sangue da minha prima enquanto estávamos zonzos demais para reagir. E se ela estivesse trabalhando com sua odiosa mãe...

– Esther teria acesso a uma parte pura de Sophie, podendo ligá-la ou usá-la para qualquer coisa! - Elijah completa, sentindo o coração pesar ainda mais. Sabia que relacionar-se com aquela garota podia colocá-la em perigo, mas supusera que seria capaz de protegê-la de tudo e todos. Sua mãe provara o contrário mais uma vez. - Pode ajudá-la, Bonnie? Pode trazê-la de volta? - ele suplica, encarando os olhos escuros da bruxa.

– Eu não... - Bonnie começa, olhando para o rosto pálido da menina desacordada. - Nem mesmo sei o que fazer! A aura dela nem está completamente aqui, Elijah. Está vagando! O corpo dela está resistindo, mas ele por si só não pode mantê-la por muito tempo! Se Sophie não encontrar o caminho de volta logo...

– Ela não pode morrer, não deixarei que isso aconteça! - exclama Elijah, erguendo-se.

– Nenhum de nós vai desistir sem lutar. Venha, traga-a para dentro - diz a morena, dando passagem a eles.

– Tem ideia de como ajudá-la? - Damon sussurra para ela, tocando levemente em seu ombro.

– Me ajude com os grimórios da vovó, algo neles deve ajudar a Soph - responde ela, puxando-o consigo até o escritório.

*************

Ele permaneceu por um longo tempo deitado no assoalho empoeirado, tomando consciência do corpo que assumira, saboreando a sensação de estar de volta ao mundo dos vivos, pronto para finalizar a missão que carregava nas costas há tantos séculos.

Colocou-se de pé quando finalmente sentiu-se preparado para se apoiar naqueles músculos. Após espanar a poeira das roupas, encarou o corpo sem vida no chão. Esther...

Mesmo sabendo que ela o traíra com um lobisomen miserável, nunca deixara de nutrir sentimentos por ela. A amava e a odiava nas mesmas proporções. Quis enxotá-la à pontapés de sua vida quando descobriu sobre a paternidade de Niklaus, mas ao vê-la morta, enforcada no quarto que haviam dividido por tantos anos, jurou destruir os próprios filhos por terem causado tudo aquilo.

– Os séculos não conseguiram diminuir em nada sua beleza - diz Mikael, afagando o rosto quase frio da ex-esposa e apanhando o embrulho comprido ao lado dela. - Assim como também não arrefeceu minha ira - completa, jogando um dos castiçais sobre o corpo sem vida da buxa.

Saiu para o ar frio da madrugada em seguida, deixando Esther e o casebre para trás para serem consumidos pelas chamas. Tinha pela frente vários quilômetros para percorrer e alguns vampiros para exterminar antes do Sol se pôr outra vez.

**************

Sophie não conseguia reconhecer o lugar onde se encontrava, mesmo que lhe parecesse levemente familiar. Parecia tudo tão nebuloso e desbotado, como num antigo filme mudo em preto e branco. E então se viu de frente para um espelho, seu reflexo manchado de sangue em vários pontos, o vermelho gritando em comparação com tudo ao seu redor.

– Você finalmente chegou - a imagem no espelho sussurra para ela, a voz ligeiramente diferente da sua e um sorriso triste nos lábios. - É bom finalmente conhecê-la, Sophie.

– Sofia? - a loira indaga, só então reparando nos olhos azuis daquela que deveria ser seu reflexo. "Os olhos do Damon" pensa ela, antes de dar um passo à frente e estender sua mão em direção ao espelho. Para seu espanto, o toque não foi gelado como era de se esperar. Era quente e suave.

– Estive aguardando esse momento por muito, muito tempo - a outra responde, deixando o espelho e materializando-se em frente a Sophie. Agora estava vestida como no dia de sua morte: o vestido trabalhado de época, os cabelos delineados em cachos e a grande mancha de sangue na altura do coração. - Precisamos muito conversar!

– Mas onde estamos, afinal? Estou... Morta? - questiona, tentando recordar suas últimas horas: sofrera o acidente, mas saíra dele com apenas alguns arranhões e hematomas. Então havia Elijah, esperando-a no quarto, brincando com sua sanidade...

– Não, você não está morta. Ainda não, ao menos - Sofia tenta explicar. - Sua aura está aqui comigo, além do véu que separa os vivos dos mortos. Eu a levarei de volta, tem minha palavra. Mas antes, preciso que me ouça, está bem? - indaga, vendo sua cópia quase perfeita acenar afirmativamente em resposta. - Creio que você conheça um pouco da minha história, não é? Como conheci Elijah e os outros, como morri pouco antes do meu casamento?

–Sim, sei o suficiente.

– Elijah me deu essa pulseira - continua Sofia, apontando para a joia no pulso de Sophie -, como presente de noivado. Pertencera a Esther antes disso, e quando Laureen fez meu coração parar tantos séculos atrás, eu a estava usando. Isso fez com que a minha aura não pudesse partir. Fiquei presa deste lado do véu, junto com as almas de todos os seres sobrenaturais.

De algum modo, fiquei ligada à mãe de Elijah. Eu vi seus planos, sabia que ela queria matar os próprios filhos, e com eles, todos os vampiros. Observei a bruxa durante muito, muito tempo. Ela teria usado Katherine se tivesse encontrado alguma brecha, mas a garota Petrova era muito inteligente para se deixar usar.

Enquanto isso, eu buscava maneiras de impedi-la, ou de ao menos avisar Klaus e os outros do perigo que estavam correndo. Foram necessárias várias vidas até encontrar sua mãe, Lorena. Fui até ela em sonhos algumas vezes, implorando por ajuda. Ela ficou amedrontada no início, mas eu não podia desistir. Precisava dela, precisava de você!

– E por que você precisava de mim?

– Porque você é a única que tem o poder de salvá-los! Elijah... Klaus... Kol... Rebekah... Você era minha única esperança, a melhor maneira de alcançá-los. Quando por fim sua mãe me deu permissão, dei a você algumas lembranças. Mas a aparência, acredite, não foi interferência minha!

Desenhei seu sonho com os castelos e a incentivei a viajar para a Itália, levei você até a casa onde vivi e mostrei como encontrar o cofre onde Giuseppe guardou a pulseira. Ela proteje você porque minha morte a transformou num amuleto, sabia? Então fiz você encontrar Elijah naquele cemitério, Sophie! A coloquei no caminho dos Mikaelson e...

– E o que sinto por Elijah é obra sua também? - Sophie a interrompe, confusa. - Você me obrigou a amá-lo?

– Não, não sou capaz de interferir nos seus sentimentos. Você escolheu amá-lo, escolheu estar ao lado dele apesar de tudo. Sua relação com Klaus também é totalmente sua, você o ama por motivos totalmente diferentes dos meus, e o mesmo serve para Rebekah e Kol. Isso é tudo você, Sophie!

– Sou apenas eu mesma, no fim das contas - a garota de olhos verdes responde, com um leve sorriso. - Você disse que minha missão é salvá-los. Como posso fazer isso? Não tenho poder de derrotar uma bruxa!

– Sim, você tem! Está no seu sangue, e até mesmo Esther sabia disso. No momento certo, você vai entender o que precisa fazer! Agora vá Sophie. Faça o que nasceu para fazer!

**************

– Sophie? Baby, por favor, volta pra mim! - pede Elijah, ajoelhado ao lado do sofá onde a garota estava deitada.

– Sou ciumenta demais para deixá-lo - a loira responde, com a voz fraca.

– Soph! - o Original exclama, envolvendo o rosto dela com as mãos delicadamente. - Tive tanto medo de perdê-la, meu amor - completa, beijando-a com cuidado.

– Você é a minha escolha Elijah, jamais desistiria disso - diz ela, encarando-o enquanto afagava seus cabelos escuros.

– Hey Bela Adormecida, como você está? - indaga Damon, afagando seu rosto. - Você quase matou um homem morto-vivo de preocupação, sabia? O que eu faria se perdesse você, pirralha?

– Economizaria dinheiro com vinhos, com certeza - Sophie responde, emocionada ao perceber a preocupação estampada no semblante do primo.

– Como está se sentindo, Sophie? - foi a vez de Bonnie perguntar. - Alguma dor ou desconforto? - completa, enquanto a loira sentava-se com alguma dificuldade.

Sophie respirou fundo, tentando reconhecer seu próprio corpo. Sentia o rosto formigando, assim como o pescoço e o abdomen. Ao olhar para a própria roupa, sobressaltou-se com a quantidade de sangue na camisa outrora tão branca. Não fora um sonho, afinal!

– Ficarei bem, obrigada - a garota exclama, com um sorriso fraco. - O que aconteceu afinal?

– Esther esteve brincando com seu pó de pirlimpimpim e colocou você num coma mágico! E como se isso não fosse o bastante, seus antigos ferimentos voltaram a sangrar. Se não fosse pela bruxinha aqui, seu corpo não teria aguentado o tranco - Damon responde, olhando carinhosamente para as meninas sentadas lado a lado. - Nos deu um susto e tanto baixinha.

– Bem, acho que depois de tanta tensão, o melhor a fazer é descansarmos, não? - Bonnie sugere, colocando-se de pé. - Podem usar o quarto de hóspedes essa noite - diz ela, dirigindo-se a Elijah e Sophie -, assim estarei por perto se precisarem de algo.

– Não acho que seja... - Sophie começa a dizer, sendo interrompida pelo Original.

– Aceitaremos a oferta, obrigado.

– Terceira porta à esquerda - a bruxinha indica, acompanhando-os até a escada. - Nos vemos em algumas horas - completa, vendo-os sumir pelo corredor do andar superior.

**************

O súbito silêncio que se instaurou na sala fez com a garota se desse conta de que ficara sozinha com Damon. Virou-se lentamente e deparou-se com a peça final do seu quebra-cabeça, os olhos azuis encarando-a sem vacilar.

– Como chegou aqui tão rápido? Estava vigiando a Sophie? - a morena indaga, sentindo-se estranhamente nervosa.

– Não precisei chegar, eu já estava aqui. Estava cuidando de você - ele responde, aproximando-se dela. - Precisava saber como você estava, depois de tudo.

– Damon...

– Eu me preocupo com você, Bonnie! É tão difícil assim de acreditar?

– Eu... Eu... - ela tenta responder, mas é interrompida pelo vampiro, que diminui a distância entre eles e une seus lábios aos dela suavemente, deixando-a com a sensação de milhares de borboletas no estômago.

– Sem problemas, eu posso esperar! - diz ele, com seu sorriso torto tão característico.


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Notas finais do capítulo

#Sophijah #Bamon #MuitosFeelings



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