Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 61
Capítulo 61 - Blood And Pain


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeyyyyy people! Demorei sim, mas enfim voltei. :)

Postagem especial pra fofolete Maize Ittner, que não me deixou desanimar. Bjokas girl! :*

Vamos logo ao capítulo, porque a espera foi giganórmica, né? hueheuehue Boa leitura!



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Silêncio. Nada havia além do aparente vazio de vida por trás daquela porta. Mas Katherine não se deixaria enganar por aquele truque. Podia não sentir ou ouvir a presença da bruxa dentro daquele casebre abandonado, mas sabia que Esther estava ali dentro, talvez mexendo num caldeirão enferrujado, ou dissecando pobres sapos.

Certo, aquele fora um pensamento levemente maldoso, mas a morena não pode conter o sorriso ao imaginar a cena dos sapinhos tentando fugir da megera que ameaçava suas vidinhas inúteis. Infelizmente, não era com a vida de pequenos sapos que a bruxa pretendia acabar, e isso fez a vampira postar-se ereta novamente, trincando os dentes perfeitamente brancos em seguida.

– Katherine Pierce - Esther sibila ao escancarar a porta no segundo seguinte. - Já não era sem tempo - completa, dando espaço para que a garota entrasse.

– Não sabia que estava trabalhando contra um cronômetro - a vampira retruca, parando de braços cruzados há alguns passos da entrada.

– Às vezes esqueço de que nem todos dispõem da minha inteligência – a loira responde, sem se abalar. - Mas vamos logo ao que interessa, não? Conseguiu o que lhe pedi?

– Se fala do sangue da fedelha Salvatore, que por acaso é sua nora, é lógico que consegui. Por acaso duvidou da minha eficiência? Achei que já havia provado minha eficácia com o último servicinho sujo - Katherine responde, com um beicinho. - Aliás, já ouvi falar de desavenças entre sogras e noras, mas você há de convir que isso - continua, estendendo o lenço sujo de sangue na direção da bruxa - já é exagero! Mas antes de lhe entregar essa preciosidade - diz ela, recolhendo a mão antes que Esther pudesse pegar o lenço -, preciso que cumpra a sua parte do acordo. Afinal, meus favores não saem de graça - completa, desmanchando o sorriso que estivera em seu rosto até aquele momento.

– A localização e o nome da sua filha perdida e bastarda... Claro, como pude esquecer detalhe tão importante? - e agora era Esther quem sorria, desfrutando do ínfimo instante de dor e remorso que transpassou o olhar da vampira à sua frente.

– Deve ser mais um dos sinais da idade avançada - a morena resmunga, com um sorriso forçado. - Agora, se não se importa, quero colocar a maior distância possível entre mim e seus filhos. Tenho a impressão de que a pequena brincadeirinha de hoje pode me custar caro.

– Longe de mim diminuir ainda mais o seu tempo com sua garotinha! Aqui está - diz a bruxa, estendendo uma espécie de pergaminho para a outra, que o tomou nas mãos com certa desconfiança. - Mas sugiro que se apresse Katherine, ou correrá o risco de não chegar a tempo - completa, dirigindo-se para a porta e a abrindo em seguida.

Sem dizer mais nenhuma palavra, a vampira deixou aquele pequeno casebre para trás, desaparecendo em meio às árvores num piscar de olhos. Esther estava finalmente sozinha - não no sentido literal, mas era assim que se sentia! -, e munida do último ingrediente da pequena lista que fizera mentalmente. Agora faltava muito pouco para colocar seu plano em prática, e dessa vez ela não iria falhar.


************

Damon já havia percorrido cada esquina e cada beco escuro da parte central de Mystic Falls, mas não descobrira nem mesmo uma pista do paradeiro de Alaric. Aparentemente, o professor simplesmente evaporara enquanto percorria o percurso entre a casa dos Gilbert e a escola.

O vampiro já estava a ponto de desistir por hora, disposto a esvaziar a cabeça dos problemas com a ajuda de alguns drinks no Mystic Grill, quando outra ideia voltou à sua mente. Pensando bem, não faria mal algum desviar um pouquinho só do caminho que deveria seguir, não é mesmo? Além do mais, se o irmão - ou qualquer outro – ousasse questionar o motivo daquilo, ele diria que precisava verificar a segurança daquela garota, saber como ela estava lidando com sua própria perda recente. Satisfeito com seu argumento, deu meia volta e disparou rua afora.

Assim, alguns minutos depois, Damon se encontrava confortavelmente instalado nos galhos altos de uma árvore, observando atentamente as cortinas lilases balançando suavemente à leve brisa. Podia ouvir no andar térreo o som de pratos e talheres, junto com um cantarolar baixo e melodioso. Logo um sorriso brincava em seus lábios, enquanto imaginava aquela garota brincando de “pop star” despreocupadamente, sem sonhar com sua presença ali.

Meneando a cabeça, o moreno espreguiçou-se e voltou a se ajeitar. Estava disposto a ter mais alguns instantes de sossego, e talvez, um pequeno vislumbre da menina de longos cabelos escuros.


**********

Enquanto a água quente do banho escorria por seu corpo, Sophie ia tomando consciência dos vários hematomas que adquirira com o acidente de carro na volta para Mystic Falls. Mesmo que o sangue de vampiro que Elijah a fizera beber tenha fechado o corte em seu rosto e reanimado seu corpo e espírito logo no primeiro instante, agora ela sentia todo o peso do seu próprio mundo sobre suas costas. E como se isso não bastasse, havia a ameaça de Esther pairando no ar mais uma vez.

Okay que a loira nunca havia se imaginado com filhos - e até mesmo a ideia de uma grande família lhe pareceria estranha num passado não muito distante -, mas nem por isso achava minimamente coerente uma mãe querer a morte de seus próprios filhos, por piores que pudessem ter sido os erros deles. Além disso, imaginar-se perdendo mais alguém fazia com que a garganta dela se apertasse de dor, e os olhos logo ficavam rasos d'água.

A garota se deixou ficar debaixo do chuveiro por mais alguns minutos, na tentativa de relaxar os músculos tensos. Quando por fim deixou o pequeno banheiro vestindo apenas a lingerie, foi assaltada por um aroma delicioso e que a fazia recordar-se de sua infância.

– Achei que pudesse estar com fome - a voz de Elijah soou firme, sobressaltando a garota e tirando-a de seus devaneios -, então tomei a liberdade de assaltar sua despensa e preparar alguma coisa para o jantar - completa ele do sofá, sem desviar o olhar.

– Elijah! Eu... Eu... - Sophie tenta articular, já ruborizada, enquanto voltava de costas para o banheiro. Num instante apareceu novamente à porta, agora envolta numa toalha. - Não sabia que estaria aqui quando eu... Bem... Desculpe por isso - completa, sem dar sequer um passo além do batente da porta.

– Está se desculpando por eu ter invadido seu quarto sem bater? - indaga ele com um sorriso, colocando-se de pé e aproximando-se da loira lentamente.

– Provavelmente - a garota responde, reparando naquele instante que o moreno estava sem seu terno tão característico, e que a camisa branca que vestia estava com alguns botões desabotoados. - Então - ela tenta dizer, enquanto Elijah diminuía ainda mais o espaço entre eles -, o que temos para o jantar? O cheiro está muito bom!

– Isso realmente importa? - o Original questiona, roçando seus lábios no pescoço da garota, envolvendo sua cintura e trazendo e corpo dela para junto do seu.

– Definitivamente não - diz ela, com a respiração entrecortada, antes de unir seus lábios aos dele num beijo sôfrego e cheio de desejo.

Naquele momento, não importava que o mundo lá fora estivesse desabando como um castelo de cartas ao vento. Sophie só precisava da boca de Elijah na sua, seu corpo colado ao dele; suas mãos despenteando os cabelos escuros normalmente bem alinhados do vampiro, enquanto as mãos do moreno iam decorando cada pedacinho de seu corpo.

– Já disse que te amo hoje? - Elijah indaga, afastando-se apenas o necessário para mergulhar no verde dos olhos da garota.

– Acredito que sim, mas nunca vou cansar de ouvir - Sophie responde, mordendo o lábio inferior dele e puxando-o consigo para a cama.

– Soph... - ele geme entre os lábios da loira, ao cair sobre ela.

– Eu amo você - diz ela, contornando a boca dele com as pontas dos dedos. - E nesse momento, você é tudo de que eu preciso - completa, voltando a beijá-lo.


************

Alaric tomou consciência de si mesmo lentamente. Não conseguiu reconhecer onde se encontrava ao finalmente abrir os olhos, e uma mínima parte de seu cérebro temia que ele houvesse bebido demais e acabado na sarjeta.

Mas, puxando pela memória, a última lembrança que tinha era de Elena - ou melhor, Katherine! – aos prantos ao telefone, dizendo que Jeremy corria perigo mais uma vez e pedindo para que o professor fosse para casa imediatamente. Lógico que ele não pensou duas vezes e saiu o mais rápido que pode de sua sala de aula, apenas para dar de cara com a vampira no corredor, sorrindo sedutoramente antes de quebrar-lhe o pescoço.

Agora, encontrava-se caído a um canto, com as mãos e pés amarrados. Mesmo na penumbra, podia notar que aquele lugar não era usado com frequência, devido à quantidade de pó no assoalho e no próprio ar. Há apenas alguns metros, podia vislumbrar uma silhueta feminina, delineada pela luz bruxuleante vinda de alguns castiçais espalhados pelo ambiente.

– Vejo que finalmente acordou - a voz da mulher soou, preenchendo o ambiente. - Não poderia continuar com o feitiço enquanto você estivesse passeando pelo Outro Lado - Esther completa, voltando-se para o professor.

– Achei que estivesse morta - ele murmura, encarando-a incrédulo. – E o que quer dizer com feitiço? O que raios estou fazendo aqui, afinal de contas? - ele indaga, agora preocupado.

– Acredito que você saiba que voltei para livrar o mundo da presença maligna dos meus filhos - a bruxa começa a explicar, analisando-o através do vapor que subia do cálice de prata que trazia nas mãos -, e também que meu primeiro plano acabou frustrado, certo? Agora, resta-me pouco tempo para cumprir essa missão. Portanto, serei obrigada a recorrer ao plano número dois, e é por isso que ordenei que Katherine trouxesse-o até mim.

– Continuo sem entender o motivo de estar amarrado e largado nesse assoalho imundo.

– Meu caro professor Saltzman... Só existe uma arma capaz de destruir Klaus e os irmãos. E para tê-la, preciso de um hospedeiro! E quem melhor do que o homem munido de um anel que o protege da morte causada pelo sobrenatural? Com o seu corpo, o poder do seu anel, meu sangue e o sangue da cópia, além do feitiço certo, a arma será quase indestrutível! E quando por fim exterminar os monstros que eu mesma criei, aposto que ele próprio acabará se destruindo, de um jeito ou de outro.

– Você consegue perceber o quanto tudo isso soa estranho, não? Uma arma exterminadora de vampiros, que irá se autodestruir quando o momento certo chegar! É brilhante, sério - diz Alaric, com uma careta.

– Guarde seu sarcasmo para você - Esther retruca, aproximando-se e estendendo o cálice fumegante para ele. - Agora beba! - continua, forçando-o a engolir o líquido quente e espesso. - Agora, preciso apenas de mais um pequeno fazer seu, senhor Saltzman.

– Que seria?

– Você morto! - a bruxa responde, torcendo o pescoço dele num movimento rápido e preciso.

No instante seguinte, ela já puxava o corpo sem vida para o centro do cômodo, onde havia preparado tudo com antecedência: os símbolos desenhados com sangue e terra, as velas colocadas em pontos estratégicos e os incensos de sálvia e jasmim, que já estavam queimando e equilibrando as energias de que a bruxa iria precisar.

Passados mais alguns instantes, Esther começou a recitar o feitiço com a voz firme e confiante, os olhos fechados em concentração. Logo suas forças começaram a falhar, e a mulher caiu de joelhos ao lado do corpo de Alaric. Sangue escorria de seu nariz, e o mundo ao seu redor parecia se apagar cada vez mais rápido.

Com um esforço final, a bruxa recitou os versos do feitiço uma última vez, vendo o corpo do homem ser tomado por um sopro de vitalidade antes de desabar sem vida, ao mesmo tempo em que a luz das velas se extinguia. Estava feito.


**********

Elijah não sabia dizer onde estava, mas pela distribuição dos bancos de madeira e do tapete vermelho que se estendia pelo longo corredor, tinha quase certeza de que era uma igreja. Além disso, havia rosas decorando todo o ambiente. Rosas vermelhas. Grandes, perfeitas e sedosas.

Não havia sinal de ninguém além dele por ali, mas seus instintos lhe diziam que havia algo muito errado no ar. Com cautela, ele seguiu lentamente pelo corredor, os passos abafados por pétalas espalhadas pelo tapete.

O Original caminhou pelo que pareceram minutos infindáveis, até que conseguiu avistar uma espécie de altar mais à frente. Junto dele, um amontoado de tecido e renda brancos, que parecia totalmente deslocado naquele lugar.

Ele tentou correr, mas sentia como se seus pés não lhe pertencessem mais. Um desespero começou a crescer dentro de seu peito, e logo o perfume incomum daquelas rosas lhe envolveu, fazendo com que suas presas se alongassem, a garganta em chamas e o rosto transfigurado em um monstro. Não era perfume de flores o que sentia, mas sim o cheiro carregado de sangue, a mistura de ferrugem e sal, vermelho e quente, uma dádiva e também uma maldição.

Apenas quando deixou o controle escorrer por entre seus dedos é que seus pés voltaram a se mover, e em poucos segundos ele alcançou o corpo caído em frente ao altar, caindo de joelhos ao seu lado. Com as mãos trêmulas afastou o longo cabelo loiro, revelando aquele rosto tão familiar banhado em sangue.

– Sophie! - murmura ele com a voz embargada, tomando-a nos braços. - Sophie! - o moreno grita desesperado, fazendo a cena se desvanecer num piscar de olhos.

Elijah precisou de alguns instantes para perceber que estava no quarto da loira, deitado ao lado dela e que aquilo fora apenas um pesadelo. Mas a estranha sensação de que algo não estava certo não o abandonara quando despertou assustado. Ainda podia sentir o cheiro de sangue no ar e as presas estavam estranhamente doloridas.

Incomodado, sentou-se e acendeu o abajur sobre o criado mudo ao seu lado, e por um longo instante seu coração deixou de bater.

– Sophie! - exclama ele, ao descobrir de onde estava vindo o cheiro de sangue. - Não, não, não – Elijah murmura, tomando a garota desacordada em seus braços. - Baby, fala comigo - implora, afagando levemente o rosto ensanguentado da loira. Para seu desespero, não era apenas o ferimento no rosto que sangrava. Havia grandes manchas vermelhas por toda a camisa branca que ela estava vestindo, a camisa que ele próprio lhe emprestara. Aparentemente, todos os ferimentos de ordem sobrenatural que Sophie sofrera estavam, de alguma maneira, voltando a lhe causar dor. - Soph... Por favor... Você não pode me deixar, não desse jeito! - volta a implorar, beijando-a, mas sem nenhum sinal de reação. - Perder você não é uma opção - completa, ajeitando-a melhor em seus braços e disparando para fora em busca de ajuda.

Enquanto isso há vários quilômetros dali, os olhos de Alaric voltaram a se abrir. Mas àquela altura, seu corpo já não lhe pertencia mais...


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