Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 53
Capítulo 53 - Em Bons E Maus Lençóis


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!

Mil desculpas pelo atraso, estava sofrendo de um bloqueio criativo. Infelizmente, isso acontece...

Bom, fiquem com o capítulo, e prometo voltar o quanto antes com o próximo. :)



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Os raios de Sol atravessavam as cortinas de voil e já iluminavam o quarto quando Rebekah enfim abriu os olhos. A loira sentia-se levemente aérea, sem saber direito onde estava, mas no instante em que sentiu os braços de Stefan circundando sua cintura, o mundo voltou a fazer sentido para ela.

Eles estavam juntos outra vez, o sentimento que os unia mais forte e verdadeiro do que qualquer outra coisa que ela já tivesse sentido antes. Ele a amava, tinha total certeza disso. E Rebekah o amava também, com toda a sua intensidade característica.

A garota estava relembrando cada segundo da noite anterior quando o toque quente de Stefan a despertou de seu torpor. Ao voltar-se para ele, pode notar em seus lábios o sorriso misterioso que a fizera se apaixonar tantos anos atrás.

– Sonhando acordada? - ele questiona, levantando-se apenas o suficiente para beijá-la.

– Talvez... Mas pensando bem, isso tudo me parece um sonho - a vampira responde, com um gesto que indicava os dois. - E se for, por favor, não me acorde ok? Quero ficar aqui pra sempre - completa, aninhando-se ainda mais nos braços de Stefan.

– Sorte termos o "para sempre" ao nosso dispor, minha linda. Poderemos repetir essa mesma cena incontáveis vezes.

– Podemos repeti-la em Paris, com a Torre Eiffel ao fundo da paisagem?

– Em Paris, Roma, Sidney, Moscou... É só escolher! Mas agora, prefiro estar em Mystic Falls, com minha namorada perfeita! - diz ele, voltando a beijá-la em seguida.

**************

Outra que acordava apenas naquele momento era Caroline. Assim que abriu os olhos, a garota foi atingida por uma enxurrada de lembranças da noite anterior: o sorriso, os desenhos, o beijo e a sensação que se seguiu a ele. Junto a isso, somou-se a compreensão de que poderia realmente estar se apaixonando pelo híbrido, que até pouco tempo atrás ela desprezava e odiava.

– Sonhando com o príncipe encantado? - uma voz familiar à porta a despertou de seus devaneios.

– Sam? O que está fazendo aqui? - a loira questiona, surpresa.

– Eu dormi aqui, lembra? E bem, não posso sair tão cedo, a menos que queira virar churrasquinho - o garoto responde, com um leve dar de ombros.

– Ah, claro! Você não tem um anel de lápis-lazúli... Que cabeça a minha... - ela resmunga, empurrando os cobertores para o lado e sentando-se.

– Pessoas apaixonadas costumam esquecer de certos detalhes. Te perdoo por isso!

– Hey, de onde tirou essa história de apaixonada, mocinho?

– Você pode não ter percebido, mas estava sorrindo feito uma boba quando cheguei aqui.

– Eu não... Eu... Ah, saia daqui moleque! - Caroline responde, atirando uma almofada na direção de Sam e errando o alvo por míseros centímetros.

– Posso sair - ele começa, dando um passo para trás e erguendo as mãos em sinal de rendição -, mas isso não muda o fato de você estar rodeada de coraçõezinhos flutuantes! - completa, aos risos.

– Cala a boca, Sam! Me deixe sozinha, ok? - diz ela, erguendo-se num pulo e fechando a porta na cara dele. - Como a Soph aguenta você, hein? - resmunga por fim.

– É muito simples... Vocês me amam! - e dizendo isso, ele disparou pelas escadas, deixando-a sozinha.

– Convencido! – responde ela, mais para si do que para Sam, sorrindo com a ideia de um bom banho quente.

*************

Na mansão dos Mikaelson, a correria começara bem cedinho, com a chegada do pessoal que estava encarregado da limpeza do lugar após o grande baile. Klaus estava na biblioteca, entretido com um exemplar surrado de Hamlet; Esther permanecia em seu escritório particular, analisando alguns grimórios que haviam sido surrupiados por seu filho ao longo dos séculos; Finn saíra da mansão aos primeiros raios de Sol, rumo à floresta que se estendia entre Mystic Falls e Charllotesville, munido de seu antigo arco e uma aljava com flechas, disposto a retomar o velho hábito de caçar por algumas horas; após deixar Sophie sob os cuidados de Damon, Kol limitou-se a ficar largado em um dos sofás da sala de estar, esperando o momento em que poderia confrontar o irmão mais velho pelo que acontecera na noite anterior.

Elijah, por sua vez, passara a madrugada correndo do apartamento de Sophie para a casa de Caroline, e dali para a mansão dos Salvatore, tentando encontrar a garota para que pudessem conversar. Tudo que ele desejava, desde o momento em que encontrara o anel sobre o aparador, era tomar a garota em seus braços e abraçá-la apertado, para que pudesse demonstrar o quanto se preocupava e o quanto a amava.

Acabara de chegar novamente à mansão, após acordar em frente à porta do apartamento de Sophie, onde acabara pegando no sono. Não havia nem dado dois passos em direção à escada quando Kol pulou do sofá e parou a sua frente.

– Aproveitou bem a noite? – o mais novo indaga, com um toque de ironia na voz.

– Oi pra você também – Elijah responde com um sorriso forçado, passando por ele sem lhe dar muita atenção. – E não haja como se fosse eu quem lhe devesse explicações, irmãozinho! – continua, parando ao pé da escada, mas sem encarar o irmão. – Afinal, o correto seria você responder essa pergunta, não eu.

– Não sabia que cinismo fazia parte do seu currículo, Elijah. Conseguiu mesmo me surpreender.

– O que exatamente você quer de mim, Kol? – o mais velho questiona irritado, enfim encarando o irmão, enquanto finalmente desfazia o nó em sua gravata borboleta. – Em um minuto eu tinha o amor da minha vida em meus braços, e no segundo seguinte, ela desaparece no ar como se fosse fumaça, e com uma pequena ajudinha sua, já que ambos desapareceram sem mais nem menos. O que foi que você fez? – completa num rosnado, destacando bem cada palavra, enquanto sentia seu autocontrole ruir.

– O QUE EU FIZ? EU??? – Kol indaga aos berros. - O que você fez, Elijah! Como teve coragem de pedi-la em casamento, para no momento em que Soph lhe deu as costas, se agarrar com a vadia da doppelgänger Gilbert?

– O que... Do que você está falando?

– Não se faça de idiota, não combina muito com você! Com Klaus talvez, mas com você não... Enfim, eu vi, e a Sophie também viu você aos beijos com a Elena na noite passada. Ainda vai negar?

– A pessoa que vocês viram não era Elena Gilbert, mas Katherine Pierce. E eu não a beijei, ela me atacou e me deixou sem reação!

– Acha mesmo que vou acreditar nisso?

– Você não precisa acreditar, Kol. A única pessoa que precisa entender o que houve é a Sophie! – Elijah responde simplesmente. – O que me leva a perguntar: onde ela está?

Antes mesmo que o mais novo pudesse abrir a boca para responder, o celular de Elijah começou a tocar no bolso interno de seu smoking, interrompendo imediatamente a discussão entre os dois. O mais velho apanhou o aparelho no instante seguinte e atendeu a ligação, sem nem ao menos verificar quem estava ligando àquela hora.

– Elijah Mikaelson.

– Elijah?

A voz sussurrada, mas ainda assim carregada de surpresa e dor, de Sophie fez o coração ser tomado por um misto de alívio e sofrimento. Alívio por finalmente ouvi-la mais uma vez, e dor por saber que a havia magoado, mesmo sem intenção, e que seria preciso muita compreensão da parte dela para que as coisas entre eles voltassem ao normal.

– Sophie! – ele responde por fim, sem conseguir conter a nota de alívio em sua voz. – Onde você está? Precisamos conversar, menina!

– Seja o que for que tenha pra dizer, pode esperar. E eu sei que não deveria ligar justamente pra você, não depois de ontem, mas o que acabei de descobrir é muito grave e...

– O que houve? Você está ferida? Em perigo? Precisa de ajuda? – Elijah a interrompe, preocupado.

– Não sou eu quem precisa de ajuda, Elijah – diz ela, e o vampiro pode notar que ela se esforçava para conter as lágrimas. – Preciso falar com você e seus irmãos, mas não por telefone. Isso seria perigoso se alguém ouvisse. Pode pedir ao Klaus ou ao Kol para virem me buscar na mansão Salvatore, por favor? Basta me esperarem abaixo da janela do meu quarto, e darei um jeito de ninguém me ver saindo.

– Eu mesmo vou buscar você!

– Não Elijah, você... – a garota ainda tenta argumentar.

– Chego em poucos minutos, Sophie – ele continua, como se não houvesse notado a interrupção dela. – Ache nossos irmãos e nos encontrem na escola – diz para Kol, enquanto voltava a guardar o aparelho celular no bolso -, parece que temos um problema – completa, deixando a mansão no segundo seguinte, sem dar mais nenhum tipo de explicação.

***********

Sophie estava levando a mão à maçaneta da porta do quarto quando a mesma se abriu, revelando Damon.

– Hey! – diz ele, com seu sorriso torto tão característico. – Já acordada? Como se sente, baixinha?

– Meio Elena Gilbert, na verdade, e a sensação é péssima... Me pergunto como ela se suporta! – a garota responde, cruzando os braços e fazendo um biquinho.

– Às vezes me pergunto o porquê de todo esse “carinho” entre vocês duas – o vampiro começa, passando o braço sobre os ombros de Sophie -, afinal, quando você chegou na cidade, até que eram bem amiguinhas. Mas aí me lembro que não tenha nada a ver com isso, e deixo pra lá!

– É uma atitude muito saudável Sr. Salvatore, super recomendo! – diz a loira, agora aos risos.

– Assim como encher a cara para esquecer das frustrações – o moreno rebate, com uma piscadinha.

– Nunca achei que fosse dizer isso, mas... Obrigada Damon! Você foi perfeito hoje mais cedo.

– Eu faço o que eu posso – ele responde simplesmente, com um leve dar de ombros.

– Convencido!

– Sou mesmo, eu admito e nem mesmo me importo.

– O incrível é que aprendi a gostar disso em você! – e sem que ele esperasse, a garota lhe deu um beijo estalado na bochecha. – Agora preciso ir, tenho de ver como Sam está. Aliás, preciso primeiro descobrir onde ele está, né? – completa, com uma careta.

– Quer uma carona? Estou indo pro Mystic Grill mesmo.

– Eu... Bom... Eu ia chamar a Care, sabe? Ou ir andando e pensar no que fazer da vida – Sophie tenta desconversar.

– Andando? São alguns quilômetros, baixinha! Tem certeza disso? – Damon questiona, parecendo intrigado com a súbita recusa dela.

– Ok, me convenceu! – ela responde, sem muita alternativa. – Aliás, sempre quis andar no seu Camaro! Vai ser a realização de um sonho – completa aos risos, puxando o primo consigo em direção às escadas.

***************

Elijah acabara de chegar ao jardim dos fundos da propriedade Salvatore. Estava procurando por algum sinal de Sophie nos cômodos do andar superior quando ouviu a porta da frente da mansão se abrir e fechar instantes depois.

Com passos leves e rápidos, o Original se dirigiu à parte da frente da residência, mantendo-se oculto pela vegetação que ladeava a construção. De onde estava, pode acompanhar com o olhar enquanto Damon e Sophie se dirigiam ao veículo conversível do vampiro, que se encontrava estacionado no pátio da frente.

Em menos de um minuto, o motor do carro ganhou vida e eles partiram, deixando Elijah para trás. O moreno já estava pronto para segui-los quanto um bipe vindo de dentro do smoking chamou sua atenção. Apanhou mais uma vez o celular, perguntando-se mentalmente se seria possível que mais problemas chegassem às suas mãos naquele momento, e notou a mensagem que acabara de receber. Ao abri-la, apenas as letras “MG” apareceram no visor, deixando-o momentaneamente confuso.

No instante seguinte, o Original seguia por onde havia vindo, rumo ao lugar onde deixara o próprio carro estacionado. Dali, partiria direto para o Mystic Grill e, com alguma sorte, ainda conseguiria uns minutos a sós com Sophie antes de encontrarem seus irmãos na escola.

**************

Após quase derrubar a porta do quarto de Rebekah, exigindo que a irmã se apressasse a sair da cama, Kol dirigiu-se ao seu próprio quarto, a fim de se livrar de uma vez do smoking que ainda vestia. Instantes depois, o moreno já se encontrava mais uma vez na sala de estar, onde Klaus o aguardava.

– Pode me explicar o porquê de todo esse barulho, irmãozinho? – o loiro indaga, com a sombra de um sorriso brincando em seus lábios. – Como alguém pode se concentrar com tanta agitação?

– Não finja que estava mesmo lendo, Nik. Todos sabemos que seus pensamentos estão exclusivamente voltados para uma certa vampira loirinha – Kol provoca, largando-se no sofá para esperar por Rebekah.

– O sujo falando do mal lavado – o híbrido retruca, sem se abalar.

– Idiota!

– Pirralho!

– Parem de se comportar feitos meninos de cinco anos – diz Stefan, que descia as escadas de mãos dadas com a namorada. – Titio Stefan vai deixar os dois de castigo e sem doces se não começarem a se comportar agora mesmo – completa seriamente.

– Ora, ora, ora... A que devemos a honra de tão ilustre visita assim tão cedo? – indaga Klaus, cruzando os braços e encarando o casal.

– Ele dormiu aqui irmão, não banque o sonso – Kol responde num sussurro, mesmo sabendo que qualquer um naquela sala poderia ouvi-lo.

– Bekah não é mais virgem, estou chocado! – o loiro exclama, caindo na risada depois.

– Calem a boca vocês dois – a caçula dos Mikaelson reclama, com um biquinho zangado, fazendo os irmãos segurarem as risadas no instante seguinte. – Assim está bem melhor, obrigada. Agora... Será que podem me explicar o porquê dessa reunião de família?

– Pelo pouco que pude ouvir da conversa sussurrada de nossos irmãos – Klaus começa a dizer, com uma pitadinha de ironia na voz -, Sophie, nossa fiel escudeira, descobriu algo que precisa compartilhar conosco o quanto antes.

– Sophie? – e agora era a vez do garoto Salvatore questionar, com uma sombra de preocupação escurecendo seus olhos. – Ela está bem? – completa, olhando diretamente para Kol nesse momento.

– Tirando o fato de que ela passou a noite toda chorando e gritando por conta dos pesadelos, ela estava bem saudável quando a deixei com seu irmão hoje cedo – o Original responde, cerrando o maxilar enquanto falava. – Portanto, poupe o seu olhar acusador para o Elijah – continua, colocando-se de pé e dirigindo-se para a porta da frente. – Podemos ir agora?

– Mas... – Rebekah começa, olhando ao redor por um instante. – E o Finn? Ele não vai conosco?

– Nosso irmão está brincando de “Chapeuzinho Vermelho” e está passeando na floresta. E como deixou o celular aqui, não temos como avisá-lo – Klaus responde, enquanto acompanhava Kol para fora. – Já ordenei para que o pequeno garoto Lockwood fosse procurá-lo, então só nos resta seguir o plano inicial de Elijah.

Com um suspiro de resignação e um leve dar de ombros, Stefan puxou Rebekah consigo para fora da mansão, onde os quatro embarcaram no veículo do híbrido Original e partiram em direção à Mystic Falls High School.


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Notas finais do capítulo

Até mais, povo!


xoxo