Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 52
Capítulo 52 - Afogando As Mágoas


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas!

Terminei o capítulo agorinha pouco e vim correndo pra atualizar! Yey!

Queria agradecer pelos últimos comentários - mais tarde respondo os que ainda não respondi - e desejar boas vindas às novas leitoras! Sintam-se na mansão dos Mikaelson! hehehehe



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/275095/chapter/52

A atitude impulsiva de Katherine havia pego Elijah totalmente de surpresa, tanto que o Original levou mais tempo do que o normal para reagir. Quando ele enfim se viu livre dos braços e dos lábios da vampira, seus olhos flamejavam de raiva e desprezo, e se não fosse pela promessa feita à Esther de que não haveria problemas durante a festa, ele a teria matado sem nem ao menos piscar.

– Sugiro que suma daqui e não ouse mais cruzar o meu caminho se ainda tiver algum amor ao que você chama de vida - ele ameaça, numa voz baixa e gélida.

– Posso até sumir - Katherine responde, com um sorriso irônico brincando em seus lábios -, mas acredito que o estrago já esteja feito - continua, apontando sutilmente para o aparador próximo a eles, onde o anel de Sophie repousava solitário. - Até mais Elijah, e tente se manter vivo.

No segundo seguinte, apenas o perfume de Katherine ainda pairava no ar. O Original, por sua vez, permanecia estático no mesmo lugar, encarando a joia largada sobre o móvel, lutando internamente para entender o real significado daquele gesto e daquelas palavras.

Foram necessários alguns minutos para que Elijah se movesse, enfim aproximando-se do aparador e apanhando o anel com o diamante em forma de coração. Ao tocá-lo, uma sensação de vazio gélido se apoderou de seu coração, que se tornou ainda mais perceptível quando ele notou que não havia mais vestígios do perfume de Sophie no ar.

Após guardar o anel no bolso interno do smoking, o moreno partiu em busca da noiva, mas por mais que andasse em meio aos convidados, não conseguia encontrá-la. Minutos depois, vislumbrou o perfil da irmã caçula, e não pensou duas vezes em dirigir-se até onde ela estava.

– Rebekah... – diz ele com seriedade, fazendo a garota voltar-se na sua direção. – Por acaso sabe onde Sophie está?

– Ela não estava com você? – a loira indaga, desfazendo o sorriso. – Achei que enfim tivessem se entendido, pelo que vi há alguns minutos – completa, parecendo confusa.

– Era o que eu também pensava até encontrar isso – Elijah responde, apanhando o anel no bolso e mostrando-o para a irmã.

Nesse instante Stefan retornava, trazendo consigo duas taças de champanhe. Ao ver as expressões sérias da namorada e do agora cunhado, ele não pode deixar de franzir a testa em preocupação.

– O que eu perdi? – pergunta, entregando uma taça para Rebekah.

– Viu para onde sua prima foi?

– Da última vez que vi, Soph estava arrastando Kol para o jardim, mas já faz alguns minutos. Por quê?

Sem se dar o trabalho de responder, Elijah deu as costas para os dois e se dirigiu à porta da frente, descendo os degraus de dois em dois. Já no pátio, olhou em volta em busca da noiva, mas não viu nem ouviu sinal algum da garota ou de seu irmão caçula.

Dirigiu-se então para os fundos da propriedade, onde ficavam as garagens, torcendo para que eles pudessem estar por ali. Tanto o carro de Elijah quanto o de Klaus estavam em seus devidos lugares, diferente da moto de Kol, que já não estava mais ali.

************

Àquela altura, Sophie e Kol já estavam bem distantes da mansão dos Mikaelson. Como a garota estava transtornada com a cena que havia presenciado, o Original achou melhor levá-la dali. A primeira opção dele havia sido o apartamento dela, mas a loira se negou a ficar em casa chorando sozinha no sofá. O moreno então sugeriu levá-la à mansão dos primos ou ainda ao Mystic Grill, mas Sophie não aceitou nenhuma das opções.

“Uma boate nova inaugurou ontem em Lynchburg... O que acha de ir até lá conhecer?” ela havia dito, enquanto forçava-se a secar as lágrimas que ainda caíam por seu rosto. “Se bem que esse vestido não é a roupa ideal para aquele ambiente...” completou pouco depois, vendo que Kol não lhe respondia.

“Não me importo, eu topo! Não há tristeza que música alta e alguns drinks não consigam amenizar” ele por fim respondeu, com um sorriso, puxando-a em seguida em direção às garagens, onde embarcaram na moto e por fim ganharam a estrada.

Agora, eles se encontravam a meio caminho da cidade vizinha, Lynchburg. A estrada estava praticamente vazia, então não havia nada que pudesse atrapalhá-los. A luz da lua oferecia alguma iluminação a mais além dos faróis naquele trecho deserto, e deixava a paisagem pela qual eles passavam ainda mais misteriosa.

O vestido de Sophie esvoaçada ao sabor do vento e, mesmo vestindo o smoking de Kol, ela sentia um pouco de frio, mas não se importava. Aquilo ainda era melhor do que amargar e remoer a dor da traição que presenciara.

Cerca de vinte minutos depois eles enfim alcançaram o centro da cidade, e logo se viam dentro da tal boate que a garota mencionara. O lugar estava cheio de jovens pulando freneticamente ao ritmo da música vinda das pickups, luzes coloridas e o som de risos se sobressaindo à música.

Ao avistar um garçom, a loira logo saiu ao seu encontro, apanhando dois copos de uma bebida que ela não sabia identificar. Entregou um deles a Kol e ergueu o seu num brinde “Aos nossos corações partidos!”, bebendo o líquido em um único gole, que se seguiu de uma careta e uma breve crise de tosse.

– Éca, odeio vodka pura – diz ela, largando o copo vazio na bandeja de outro garçom. – Será que eles servem Piña Colada? – questiona, puxando o Original consigo em direção ao bar sem esperar por uma resposta.

Várias doses depois, ambos estavam no meio da pista, pulando no ritmo da música e rindo como crianças que acabaram de ganhar brinquedos novos. As roupas formais não atrapalhavam em nada, e àquela altura, mais ninguém reparava nisso.

– Sabe – começa Kol em voz alta, tentando se fazer ouvir -, se tudo o que eu ouvi é verdade, você e Damon têm muito em comum.

– Por que diz isso? – a garota questiona, com uma carinha confusa.

– Ambos descontam suas frustrações no álcool – o Original responde. – Mas não estou reclamando, é uma ótima saída, na minha opinião! – completa rapidamente, antes que Sophie pudesse contestar.

– Como você consegue, Kol? – a loira indaga, deixando a festa e a música em segundo plano e encarando-o seriamente.

– Consigo o quê?

– Olhar pra mim, ficar ao meu lado e ainda sorrir depois do que eu fiz... De quem eu escolhi... Eu magoei você, não foi? Como pôde me perdoar?

– Eu gosto de você, baixinha! Prefiro continuar seu amigo a me afastar e... Wow, estou parecendo um ancião falando assim. Será culpa dos drinks? – pergunta, com um largo sorriso.

– Você é um vampiro, não pode ficar bêbado tão rápido... E bem, você não parece um ancião, você é um! – Sophie responde, explodindo em risos depois. – Me desculpe, mas é a verdade...

– Que engraçadinha você! – Kol resmunga, fazendo um biquinho emburrado e cruzando os braços de modo teatral. – Sorte sua eu não levar em consideração as palavras de uma menina embriagada.

– Hey, eu nem bebi tanto assim!

– Não mesmo? Quantos dedos têm aqui? – ele questiona, erguendo três dedos.

– Hmm... Cinco, contando os que estão abaixados também? Ah, não seja chato! Vem, vamos voltar a dançar.

Ao dizer isso, a garota tentou puxá-lo para mais perto de si, ato que acabou a fazendo se desequilibrar e pender para o lado, obrigando Kol a ampará-la. Os lábios deles ficaram tão próximos um do outro que Sophie não conseguiu conter o impulso de beijar o rapaz, agarrando-se a ele como se o moreno fosse sua tábua de salvação.

– Desculpe, eu não deveria ter feito isso – a loira acrescenta, após se afastar com dificuldade. – Estou agindo como Elena Gilbert – completa envergonhada.

– Posso ser sincero? – o moreno indaga. – Não quero servir de estepe pra você, como você mesma disse ao meu irmão mais cedo, mas nesse exato instante, não quero ter de pensar em consequências – diz ele, puxando-a para perto de si mais uma vez e voltando a beijá-la com urgência.

**********

Na manhã seguinte...

Damon estava na metade das escadas, indo em direção à sala de estar, quando uma batida na porta da frente o fez mudar de direção. Ao abri-la deparou-se com Sophie, ainda vestida com a roupa da noite anterior, o cabelo bagunçado e cara de quem não dormira muito.

– O que houve com você, pirralha? - ele indaga, levemente surpreso por vê-la naquele estado. Mais supreso ele ficou quando a garota apenas avançou até ele e o abraçou apertado, escondendo o rosto em seu peito. - Hey, está tudo bem? - continua, agora preocupado, retribuindo o abraço.

Vendo que ela não responderia, Damon conduziu a prima até um dos sofás, sentando-se com ela ainda aninhada em seus braços. Podia sentir o exato lugar em que as lágrimas da garota molhavam sua camiseta, mas não se importou com aquilo. Precisava primeiro entender o que estava acontecendo para então tentar ajudá-la, mesmo que fosse apenas chamando seu irmão caçula.

– Vai me contar o que aconteceu ou terei de compelir você?

– Você não pode me compelir, esqueceu? - a garota responde, com a voz embargada.

– Acontece que, no seu estado, seria muito simples me livrar dessa pulseirinha.

– A ideia não é das piores... Você poderia me fazer esquecer de tudo.

– Ok, agora estou oficialmente assustado, você está concordando comigo! - diz Damon com um sorriso fraco, tentando melhorar o humor da prima. - Escute... Stefan não dormiu em casa, mas se quiser se abrir com ele, posso chamá-lo.

– E estragar o dia dele? – Sophie indaga, erguendo o olhar pela primeira vez desde que chegara à mansão. – Aliás, acho que já estou estragando o seu dia também, não é?

– Não se preocupe com isso, Soph. O que é um dia ruim em meio ao meu século difícil? – ele responde, fazendo um sorriso mínimo surgir nos lábios da garota.

– Elijah me pediu em casamento... – ela começa a dizer, após um suspiro.

– E por que isso seria ruim?

–... E depois eu o vi beijando Elena Gilbert – completa, num sussurro.

– Ouch... Você entregou seu coração a ele e ele te traiu... Tão típico! Ao menos agora o mundo voltou a fazer sentido pra mim... Escute Soph, traição é praticamente um carma pra nossa família, cada um de nós já teve sua cota de desilusões. Eu amava Katherine, estava disposto a morrer por ela, mas ela amava o Stefan. Acho que, no fundo, eu até sabia disso desde o primeiro momento, mas não queria acreditar.

– E como você superou?

– Eu não superei, não de verdade. Passei cento e cinquenta anos buscando uma maneira de salvá-la da tumba, para no fim descobrir que ela nunca esteve lá. A vadia passou mais de um século rindo da minha cara pelas minhas costas, e eu fui idiota o bastante para me importar. Então, passei a maior parte do tempo descontando minha frustração, dor e raiva em pessoas que eu nem mesmo conhecia e esvaziando várias e várias garrafas de Bourbon para tentar me sentir melhor.

– Isso prova que somos mesmo parecidos... Nos tornamos autodestrutivos quando magoados.

– Você atacou alguém, por acaso?

– Não literalmente... Saí pra beber com o Kol ontem, e fiquei tão bêbada que não tinha sequer condições de voltar pra casa. Passamos a noite em um hotelzinho mixuruca e mal consegui pregar os olhos porque a cena de Elijah e Elena juntos ficou atormentando meu sono.

– Bêbada, bancando a menina rebelde e usando um pobre menino inocente pra se distrair... É, finalmente posso me orgulhar de você, pirralha! – Damon responde aos risos, fazendo a garota sorrir também.

– Hey! – ela rebate, indignada.

– Aliás, para evitar a ressaca, nada melhor do que continuar bebendo! – diz ele, erguendo-se do sofá num pulo e voltando rapidamente com uma garrafa e dois copos. – Às nossas vidas ferradas! – completa, erguendo um brinde e bebendo sua dose de whisky num único gole, sendo copiado por Sophie em seguida.

*********

Após esvaziarem algumas garrafas do precioso Bourbon – o vampiro fizera grande parte do trabalho, aliás! -, Damon levou Sophie para o quarto que ela sempre ocupava quando ficava na mansão, para que a garota pudesse dormir um pouco. Afinal, ele, melhor do que ninguém, sabia o quanto a combinação de auto-piedade e álcool afetavam alguém, e que algumas horas de sono não fariam mal à prima. Ela ainda acordaria se sentindo péssima, claro, mas não tão mal quanto poderia estar.

O moreno estava se distraindo com um alvo e alguns dardos quando uma segunda batida na porta da frente chamou sua atenção. Com um “Já vou!” ele arremessou o dardo que tinha em mãos, cravando-o bem no centro do círculo, e só depois ergueu-se do sofá.

– Ora, ora... Se não é Elena Gilbert! – diz ele ao abrir a porta e se deparar com a garota. – A que devo a honra de tão ilustre visita? – completa, com a voz carregada de sarcasmo.

– Se não quiser ouvir o que tenho a dizer, posso ir embora – ela responde, com um biquinho zangado.

– Está bem, entre – Damon responde, derrotada, dando espaço para que a garota entrasse.

– Stefan está em casa? – Elena questiona, sem se mover. Ao ver a careta do vampiro à sua frente, ela suspira aliviada e prossegue. – E aquele rapazinho estranho, amiguinho da Sophie?

– Sam deve estar ou na casa da Barbie vampira ou no apartamento da Soph. Mas pra que todas essas perguntas afinal?

– Preciso ter certeza de que não seremos ouvidos, Damon!

–Epa, não estou no clima pra isso não, fofinha! Há algumas semanas talvez eu topasse, mas agora está fora de cogitação!

– O que... Do que está falando? Quer saber? Deixa pra lá! – a garota responde, levemente corada. – Só achei que, já que você ajudou a libertar Esther, gostaria de saber sobre o plano dela.

– Que plano? Transformar os filhinhos queridos em cordeirinhos?

– Melhor do que isso, Damon! Ela não vai nos livrar apenas do Klaus, mas de todos os Originais. Esther vai matá-los!

******

Sophie acordara sentindo uma sede terrível, obrigando-a a sair da cama em direção à cozinha. Estava com um dos pés no primeiro degrau do alto da escada quando ouviu a voz de Elena, o que a fez a parar no mesmo instante, já que não queria ter de encarar a morena tão cedo.

Enquanto a loira se esforçava para não emitir nenhum som, e assim passar despercebida, pode ouvir em detalhes o relato da recém-chegada. Foram necessários alguns instantes para que a compreensão do que ouvira a atingisse, deixando-a momentaneamente sem chão. A simples ideia de perder mais pessoas com as quais se importava era suficiente para deixá-la tonta.

Com algum esforço, Sophie se arrastou em direção ao quarto, buscando o celular que deixara por ali no dia anterior. Por fim, encontrou o aparelho embaixo de uma pilha de roupas, mas ao apanhá-lo, não tinha ideia do que fazer.

Sem realmente perceber o que fazia, apertou no botão de rediscagem e esperou. Em dois toques, uma voz familiar se vez ouvir do outro lado da linha.

– Elijah?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo, galerinha!


xoxo