Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 39
Capítulo 39 - Conversas Reveladoras


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas divas!

Chegando com mais um capítulo fresquinho, que traz uma possível aliança um tanto inesperada... Bora conferir?



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Enquanto Bonnie e Damon buscavam uma maneira de descobrir o paradeiro de Abby - cada um do seu jeito, logicamente -, Elena estacionava o carro na vaga livre mais próxima do Mystic Grill que pode encontrar, o que não foi assim tão fácil, já que estavam em pleno horário de almoço de sábado.

O motivo de se obrigar a ir até lá tinha dois nomes: Jeremy e Alaric. A garota sabia que, se não levasse algo para eles comerem, passariam o dia todo a base de biscoitos e outras guloseimas, e no caso de Ric, a base de muito álcool.

Após enfrentar alguns minutos de fila no balcão de pedidos, Elena sentou-se numa das banquetas do bar para aguardar até que as porções que pedira ficassem prontas. Há duas banquetas de distância, ela pode ver um rapaz loiro distraído com uma taça de vinho. Algo nele lhe parecia familiar, mas ela não conseguiu descobrir o que era vendo-o apenas de perfil.

E como se percebesse o interesse da garota, ele voltou-se em sua direção, acenando com a taça em um brinde silencioso. Ele, aliás, pode perceber o choque tomando o rosto dela, o que fez com que logo se aprumasse numa postura defensiva. Seria possível que ela também soubesse o que ele era?

Elena, por outro lado, não fazia ideia alguma de quem ele era, mas algo em sua fisionomia lhe lembrava muito o rosto de Damon. Além de que os olhos também tinham uma semelhança surreal com os olhos dos outros membros da família Salvatore.

- Desculpe perguntar – ela começa, levemente desconfiada, - mas eu conheço você?

Com a pergunta de Elena, o rapaz até pode respirar um pouco mais aliviado. Enfim alguém que desconhecia seu passado e sua identidade. Nas últimas horas, ele passara a acreditar que o mundo era realmente pequeno, tamanha a coincidência em encontrar pessoas que sabiam quem e o que ele era. Ao menos aquela garota não tinha ideia de nada, o que o livrava de dar certas explicações.

- Acho que não – ele responde, por fim, levantando-se e sentando na banqueta ao lado da dela. – Eu não costumo esquecer um rosto, ainda mais um tão bem desenhado – continua, tomando uma das mãos de Elena na sua e a beijando delicadamente. – Mas permita que eu me apresente. Sou Alfredo. Alfredo Salvatore.

- Salvatore? Como Damon e Stefan? – Elena indaga, sua expressão entregando o choque que sentira ao ouvir aquela revelação.

- Esse tal de Damon eu não conheço, mas já ouvi falar. Ele e Stefan são irmãos, não é? Primos de minha nova irmãzinha. Mas respondendo a sua pergunta, sim, sou um Salvatore como eles, só talvez um pouquinho mais velho. Mas ser um Salvatore é um problema?

- Espere... nova irmãzinha? Você é irmão da Sophie? Achei que ela fosse filha única – diz a garota, sendo tomada por raiva. – Mas é mesmo uma mentirosa, hein? Sabia que ela estava escondendo alguma coisa, eu tinha certeza! Mas todos a pintam como uma garota fofa e amiga, acham que é pura implicância minha!

- Hm... vejo que vocês não se dão muito bem. O que ela fez pra você? – Alfredo pergunta, incitando-a a continuar falando.

- Quando ela chegou, até que nos dávamos bem. Ela nos ajudou nas buscas pelo Stefan, o ajudou a resistir a uma ordem do Klaus, mas a partir daí ela estava em todos os lugares, sempre se metendo entre mim e Stef. Em resumo, ela conseguiu acabar com o meu namoro.

- E ela e Stefan estão juntos agora?

- Ele nega que sinta algo além de amor fraternal por aquela bisca, mas nem duvido que, nesse tempo todo que passam juntos, não tenha rolado nada mais... acalorado, por assim se dizer, entre os dois.

Ouvir aquela suposição não agradava em nada o rapaz. Mesmo que Sophie não fosse realmente a sua irmã, imaginá-la com qualquer outro cara não era nada divertido. Pelo contrário, deixava-o borbulhando de ciúmes.

Relembrando a noite anterior, o tal Stefan realmente parecia protetor demais em relação à garota. Talvez a morena ao seu lado tivesse razão. Talvez houvesse mais ali do que eles conseguiam confessar. E bem, Alfredo daria um jeito de tirar aquilo a limpo.

- Sei muito pouco sobre eles, mas posso ajudá-la a descobrir, se quiser – o rapaz propõe, com um sorriso.

- E por que você faria isso, garoto? Não tenho nada para lhe oferecer em troca, se é nisso que está pensando!

- Não vou pedir nada... Por enquanto! Mas se acaso eu precisar de apoio qualquer dia desses, saberei na porta de quem bater – ele responde, seriamente.

- Tudo bem, estarei em dívida com você, entendi! – diz ela, girando os olhos e cruzando os braços. – Mas por que isso lhe interessa, afinal? Entendo que é o irmão mais velho e se preocupa, mas implicar com quem Sophie beija ou deixa de beijar não deveria ser preocupação sua, só minha, já que é meu ex namorado que ela anda beijando às escondidas.

- Sabe guardar segredos? Aliás, como é mesmo seu nome?

- Elena Gilbert.

- Pois bem, Elena Gilbert, você sabe guardar segredos? – Alfredo volta a perguntar, baixando o tom de voz.

- É claro que sim

- Eu também sei – ele responde, irônico. - Então nem pense que vai conseguir arrancar respostas de mim, ok? À sua saúde! – completa, erguendo a taça de vinho e bebendo o que restava ali num único gole, para depois sair sem dizer mais uma palavra sequer, deixando uma Elena boquiaberta para trás.

Quando finalmente percebeu que ele sairia sem lhe dizer mais nada, a garota ainda levantou-se e tentou correr atrás dele, mas foi impedida pela moça que trabalhava na cozinha, avisando-a de que seu pedido já estava pronto.

Sem muitas opções, Elena resignou-se a voltar até o balcão e pegar suas sacolas, maldizendo Alfredo mentalmente por tê-la deixado ali sem respostas.

***************

Vários quilômetros longe dali, Stefan estacionava seu carro à margem da floresta, tentando mantê-lo o mais oculto possível dos olhares de curiosos de plantão que poderiam passar por ali. Desembarcou e apanhou a mochila que havia trazido. Assim que Sophie saiu, ele trancou as portas e fez um sinal para que a garota o seguisse floresta adentro.

- Para onde estamos indo afinal? – a garota questiona, caminhando ao lado dele.

- Vamos até o alto da cachoeira, é um ótimo lugar para se colocar os pensamentos em ordem – Stefan responde, com um sorriso sincero. – Eu vinha muito para cá quando humano, sabe? Era uma espécie de refúgio.

- E por que, ou de quem você se escondia?

- Às vezes era de meu pai, outras eram do Damon, principalmente quando fazíamos algo de errado e ele colocava a culpa em mim. Mas na maioria, eu só queria ficar sozinho, pensar no que eu queria, confrontar isso com o que o senhor Giuseppe queria de mim... Coisas desse tipo. Não espero que entenda.

- Acho que te entendo, ou mais ou menos. Não tive irmãos que colocassem a culpa em mim, sabe? – Sophie responde, sorrindo para ele. – Mas Sam e eu aprontamos das nossas, a diferença é que ambos assumíamos os erros depois.

- Provavelmente, era muito mais saudável para o bumbum de vocês!

- Com certeza! Aliás, posso perguntar uma coisa?

- À vontade – diz ele, encarando-a atentamente.

- Nunca mais foi até a cachoeira depois que se transformou?

- Fui algumas vezes. Sempre que voltava pra cidade, depois de muito tempo fora, esse era um dos primeiros lugares para o qual eu vinha – Stefan responde, ajudando Sophie a passar por cima de uma árvore caída no meio da trilha. –A última vez que estive na cachoeira foi na companhia da Elena, algumas horas antes de Klaus usá-la para quebrar a famosa maldição. Damon havia dado seu sangue a ela para que pudesse voltar como vampira depois, então a trouxe por este mesmo caminho para que aproveitasse seus últimos momentos como uma simples garota humana.

- Agora que tocou no assunto – Sophie começa, sem encará-lo, - o que houve entre você e a Elena? Não diga que não é nada de mais, pois eu vi em seus olhos ontem, quando acordei, que aconteceu algo grave.

- Nós terminamos – ele se limita a responder, acelerando o passo e fazendo com que a garota precisasse praticamente correr para manter-se ao seu lado.

- Stefan – diz ela, parando à frente dele e obrigando-o a encará-la, - eu, bem... sinto muito por isso.

- Foi melhor assim, acredite. A situação estava se tornando insustentável.

- Mas tem algo a ver com os recentes desentendimentos entre Elena e eu? Olha Stef, eu nunca quis ficar entre vocês dois, é sério. Amo você como um irmão!

- Do mesmo jeito que eu amo você. Mas não se preocupe, não tem culpa nenhuma – Stefan responde, com um sorriso fraco. – Na verdade eu a peguei aos beijos com Damon no sofá da casa dela. E pra piorar, ela o estava usando pra me fazer ciúmes, o que é muita infantilidade. Por mais que eu e meu irmão tenhamos nossas diferenças, não acho justo o que Elena fez com ele.

- Mas é mesmo uma vaquinha! – diz Sophie, exaltada. – Não acredito que ela teve coragem de mexer com os sentimentos de vocês dois dessa maneira! E perdoe o palavreado, ok? Certas palavras escapam quando estou nervosa.

- Perdoada. Mas o que acha de mudarmos de assunto, hein? Afinal, estamos aqui para esquecer os problemas por algumas horas – responde ele, passando um braço sobre os ombros da garota, num meio abraço desajeitado. – Vamos apenas nos preocupar em alcançar o topo da cachoeira, que está a alguns bons quilômetros daqui ainda.

- Sim senhor, capitão Salvatore! – diz ela, batendo continência.

- Palhaça! Chega de gracinhas e vamos andando.

Após mais de uma hora de caminhada, estavam quase alcançando o topo da famosa cachoeira. E como prometera, Stefan fez tudo da maneira mais difícil, sem apelar para a velocidade ou a força extra que possuía, agindo ao máximo como um simples garoto de 17 anos.

Mais um pouquinho de esforço e Sophie finalmente pode largar-se no chão, completamente banhada pelo suor. Mas a vista que tinham dali era tão magnífica que o cansaço podia ser esquecido num piscar de olhos. A paisagem era recompensadora!

- Obrigada por compartilhar esse lugar comigo, Stef – diz ela, ao vê-lo sentar ao seu lado. – É realmente lindo.

- Tinha quase certeza de que iria gostar. Acho que, no fundo, somos parecidos! Menos na teimosia, que é quando se torna mais parecida com o Damon – ele responde, aos risos.

- Ha ha ha, muito engraçado! Estou roxa de tanto rir, priminho...

- Vai negar, por acaso?

- Não, mas...

- Mais nada, Soph! Apenas concorde que vai ser mais fácil pra você, ok? Pegue – diz Stefan, estendo uma garrafa de suco para ela e pegando uma para si mesmo.

- Piquenique? – a garota questiona, com um sorriso.

- Quase isso! Já que estamos aqui, por que não fazer um lanche, não é? Afinal, estamos no nosso dia de adolescentes humanos!

************

Ainda no shopping, Klaus observava Rebekah e Caroline conversando animadamente alguns metros à frente, ambas carregadas de sacolas. Mesmo que estivesse se esforçando, ele não conseguia não sorrir com a cena, afinal, a irmã parecia uma criança que acabara de sair da montanha-russa, tamanha era sua animação e o sorriso em seu rosto.

Observando aquela cena, ele pode perceber o quanto agira errado com sua família no passado. Tirara de cada um deles o direito de trilhar seus próprios caminhos por pura intransigência. A verdade é que não queria vagar sozinho por toda a eternidade, e a mínima ameaça de ser abandonado por um deles o fazia agir como um monstro sem coração, trancando-os para que não o deixassem para trás.

Fora um completo estúpido, e agora tinha plena consciência disso. O mínimo que poderia fazer para se redimir era tentar se tornar alguém merecedor de afeto.

No fundo, Sophie tinha razão: sangue e poder não eram tudo. E a possibilidade de amizade com aquela menina o estava fazendo voltar a se preocupar com mais alguém além de si mesmo. Estava o fazendo perceber que, mesmo que amor pudesse ser uma fraqueza, também era algo capaz de lhe dar força. Afinal, ele era mais forte com os irmãos ao seu lado. Ele quase podia se sentir o Klaus de tantos e tantos séculos atrás, que mesmo sendo o constante alvo da fúria de Mikael, ainda conseguia achar graça em coisas simples, como as piadas do irmão caçula.

Estava tão distraído com seus pensamentos, que só se deu conta de que as garotas tinham parado de andar quando esbarrou nelas, fazendo com que algumas sacolas fossem parar no chão.

- Me desculpem – diz ele, abaixando-se rapidamente para ajuntar as coisas. – Acabei me distraindo com umas coisas.

- Aposto que se distraiu com algum par de pernas bonitas, certo? – diz Caroline, estreitando os olhos.

- Não, não é nada disso! É que...

- Hey, você não me deve explicações, lembra? Estava só brincando – ela responde, com um sorriso.

- Certo, certo... Mas afinal, por que pararam? – o híbrido questiona, curioso com a atitude delas.

- Caroline teve a brilhante ideia de que deveríamos tomar um sorvete antes de voltar a Mystic Falls – Rebekah responde, girando os olhos pela outra ter cogitado aquilo.

- Mas qual é a graça de se vir ao shopping sem comprar sequer um sorvete de casquinha? – pergunta Caroline, fazendo um biquinho. – É isso que pessoas normais fazem, sabiam?

- Mas não somos pessoas normais, Care – a outra responde, cruzando os braços.

- Eu sei disso, mas o resto do mundo não precisa conhecer esse detalhe, oras!

- Bem, não vejo problema nenhum em tomarmos um sorvete, irmã. Não é você que quer bancar a adolescente? Vamos fazer tudo nos conformes – diz Klaus, com um sorriso.

- Ok, vocês venceram – Bekah se rende, erguendo as mãos. – Mas só dessa vez – completa, aos risos.

- Ótimo, vamos até o terceiro pavimento então. Lá eles têm o melhor sorvete de abacaxi italiano da cidade! – diz Caroline animada, puxando os irmãos consigo em direção às escadas rolantes.


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Notas finais do capítulo

Comentários, please?


Até mais...

xoxo



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