Alguns dias depois...

- Kol, irmãozinho, tenha modos! – diz Rebekah, vendo-o se aproximar em meio à multidão da boate lotada, um filete de sangue escorrendo pelo canto dos lábios até o queixo.

- Desculpe se não sou tão refinado quanto Elijah... – ele responde, com um sorriso, limpando o sangue com o polegar – Ou você. – completa, vendo-a largar sua vítima sem nem mesmo amarrotar o vestido bordô que estava vestindo.

- Não posso fazer nada se nem todos os membros dessa família foram agraciados com essa qualidade. – ela responde, debochada.

- Feriu meus sentimentos, irmã! – diz Kol, com uma carinha triste. Agarrou uma garota que passava, e após compeli-la a não gritar e esquecer, cravou as presas em seu pescoço, largando-a instantes depois, desta vez sem desperdiçar nenhuma gota de sangue – Como me saí desta vez? – pergunta ele, encarando Rebekah com um largo sorriso nos lábios.

- Foi bem.  – a vampira responde, sorrindo também – Mas poderia ter usado um pouco mais do seu “charme natural” – dia ela, fazendo aspas com os dedos – ao invés da força bruta para conquistar sua vítima.

- Aí você já está pedindo demais desse seu irmão, não acha? Sou mais adepto de pegar sem pedir!

- Eu notei! – diz Rebekah – Mas diga... Você tem ideia de onde estão os outros?

- Elijah deve estar ajudando Finn com o estoque de bolsas de sangue. – responde o Original – Ele nunca aceitou muito bem o fato de sermos vampiros, e as famosas bolsas não vão deixá-lo com peso na consciência. E quanto ao Klaus... Bem, aí vem ele.

Rebekah olhou na direção em que Kol acenou e pode ver o irmão aproximando-se calmamente, um copo numa das mãos e o celular na outra.

- Tenho boas notícias. – diz Klaus, ao parar em frente aos irmãos – A reforma da mansão foi concluída, e Tyler acabou de ligar informando que a Sra. Lockwood vai promover um jantar beneficente na mansão da família, amanhã à noite.

- E isso nos interessa por quê? – pergunta Kol.

- Porque é uma ótima oportunidade para a nossa família ser conhecida, bem-vista e respeitada pelos cidadãos influentes de Mystic Falls.

- E quando partimos? – pergunta Rebekah.

- Vamos buscar Finn e Elijah e poderemos ir. – responde o híbrido.

- Então vamos logo! – diz a loira, encaminhando-se para a saída, sendo acompanhada pelos rapazes.

- Sabe irmão... – diz Kol, passando um dos braços sobre os ombros de Klaus enquanto acompanhavam a irmã – Teria me convencido a voltar para aquela cidadezinha sem todo aquele discurso. Bastava ter dito que as garotas eram bonitas e... Saborosas. – completa, com uma piscadinha.

- Não faz ideia do quanto... – o loiro responde, dando um tapinha no peito do irmão mais novo.

*************

Dia seguinte...

- Tem certeza de que isso tudo é mesmo necessário? – pergunta Sophie, enquanto a cabeleireira definia seus cachos com o auxílio de um baby-liss e a manicure finalizava o trabalho em suas unhas das mãos.

- Mas é claro que é necessário! – responde Caroline, enquanto outra manicure terminava de desenhar borboletas em suas unhas dos pés – É o primeiro evento oficial de Mystic Falls em que você vai estar presente Soph! Tem de causar uma boa impressão.

- Mas é apenas um jantar! Não precisa de toda essa pompa e circunstância. – a garota resmunga.

- Sophie... Eu moro nesta cidade a minha vida toda. Qualquer evento por aqui necessita de uma produção hollywoodiana! Confie em mim. – diz a vampira, com convicção – Além do mais, nunca se sabe quando um dos figurões vai trazer um sobrinho ou primo bonitão para apresentar para as adoráveis moças de Mystic Falls. – completa ela, com um sorriso travesso.

- Ok, me convenceu! – diz Sophie, vencida – Mas se a gente der vexame, vou caçar você pelo resto da minha vida.

- Não se preocupe Srta. Salvatore. Nos sairemos muito bem.

****************

Caroline estacionou o carro em frente à mansão Salvatore. Desembarcou, sendo seguida por Sophie, e pegou os sacos onde estavam os vestidos de ambas no banco traseiro, enquanto a amiga pegava as caixas com os calçados.

Dirigiram-se ao interior da residência, onde encontraram Stefan largado em um dos sofás, vestindo moletom e camiseta, e com um copo com um líquido escuro e espesso em uma das mãos.

- Bebendo tão cedo? – pergunta Sophie, com um sorriso.

- Mais um passo para o autocontrole. – responde ele, devolvendo o sorriso.

- Você nem mesmo começou a se arrumar? – pergunta a vampira,com um olhar desaprovador.

- A lavanderia já entregou o terno, que está lá em cima sobre a minha cama, juntamente com sapatos recém lustrados. – diz Stefan – E eu não demoro tanto quanto você para trocar de roupa e arrumar o cabelo. – completa, aos risos.

- Seu bobalhão! – diz Caroline, aproximando-se rapidamente das estantes e atirando um livro na direção do amigo.

- Errou! – responde ele, desviando-se no momento certo.

- Seu... Seu... Chato! – ela esbraveja – Venha Soph, o jantar é em 1:30h e ainda estamos de jeans. – diz Care, dirigindo-se às escadas.

- Mas eu gosto dos meus jeans... – a garota murmura – Você não vai me ajudar se eu pedir socorro, não é Stef? – pergunta ela, parando na metade da escada.

- Sinto muito Sophie, mas não quero atiçar a ira da atual Miss Mystic Falls. – responde ele, com uma careta engraçada.

- Valeu pela ajuda, viu? – diz Sophie, voltando a subir os degraus.

- Disponha!

Ao chegar ao quarto que ocupava sempre que dormia na mansão, Sophie pode ver os dois sacos pretos dispostos cuidadosamente sobre a cama. Aproximou-se devagar e depositou ali as caixas que trazia nas mãos.

- Ótimo, agora podemos começar! – diz Caroline, batendo palmas animadas – Tome um banho rápido e, por favor... Não molhe os cabelos! Vou pra outro quarto e volto em instantes, ok? E nem tente fugir.

- Tudo bem General Forbes, irei me comportar! – diz a garota, batendo continência e dirigindo-se ao banheiro.

Minutos mais tarde, a garota voltou ao quarto, vestindo um roupão rosa-claro, e deparou-se com Caroline finalizando a maquiagem.

Ao ver o reflexo da amiga no espelho, Care levantou-se e deu lugar a Sophie, dando leves batidinhas no assento acolchoado da cadeira, convidando-a a sentar.

Mais alguns instantes e Sophie estava devidamente maquiada também, e a vampira sorria orgulhosa de seu trabalho.

- Aposto que Alice Cullen teria orgulho de mim! – diz ela, sorridente.

- Com certeza. – responde Sophie, girando os olhos.

- Ei! Eu vi isso, hein? Não menospreze o meu trabalho. – diz Caroline, com um biquinho.

- Não estou menosprezando nada! – responde a garota,erguendo-se rapidamente e enlaçando o pescoço da amiga num abraço apertado – Só estou te achando meio louca, nada demais.

- Ahan... Sei! Mas agora... Vamos aos vestidos, está bem? – diz a vampira, dirigindo-se até a cama e abrindo os zíperes dos sacos – Este é meu! – aponta empolgada, revelando um vestido de renda preto sobre um forro nude, com um profundo decote nas costas e detalhe de laço ao retirá-lo da embalagem – E este... É o seu! – completa, puxando um vestido na cor azul-marinho, ombro único, busto drapeado, com laço na alça, cinto de pedrarias e saia godê – E para completar... As ankle boots azuis pra você e as sandálias pretas para mim.

- OMG! – murmura Sophie – E não vou usar isso Care.

- Você vai sim, senhorita! E nem pense em desmaiar para fugir de suas responsabilidades.

- Mas ele é tão... Chique! Não acha exagero demais para a ocasião?

- Não, não acho. Sei o que estou fazendo Sophie. – diz Caroline – Agora venha cá para eu te ajudar a vesti-lo.

Alguns minutos depois, as garotas desceram as escadas, vendo Stefan de pé no centro da sala, o terno grafite adequando-se perfeitamente ao corpo dele e um copo de whisky como companhia.

- Você está um espetáculo! – diz Sophie, com um largo sorriso, aproximando-se dele – Se não fôssemos parentes, roubaria você da Elena e te beijaria agora!

- Vocês também estão deslumbrantes. E, bem... Somos parentes bem distantes... Acho que não haveria problema se quisesse mesmo me beijar. – responde ele, seriamente, cobrindo a distância que os separava e depositando um selinho singelo nos lábios da garota rapidamente – Pronto, desejo realizado! – completa ele, sorrindo sacana.

- Palhaço! – diz a garota, dando um tapa no ombro dele.

- Se Elena tivesse visto isso, tiraria mais conclusões precipitadas sobre vocês dois. – diz Caroline.

- Falando na Elena... Por que ela vai com o Damon e você conosco, Stef? – pergunta Soph.

- Porque ela e eu tivemos uma pequena discussão. – responde ele, simplesmente.

- Ela tem ciúmes da relação de vocês, da cumplicidade que vocês têm. – diz a vampira – E se sente menosprezada por não ter participado das decisões sobre a situação do Stefan quando ele estava sob poder da compulsão.

- Ela estava meio sem condições de ajudar, não acha? E eu só quis resguardá-la! - a garota responde, defendendo-se.

- Nós sabemos disso. – diz ele – Elena foi um tanto... Infantil! Quando se der conta disso, vai acabar pedindo desculpas.

- Mas enquanto isso não acontece, vamos sorrir e nos divertir naquele jantar! – diz Caroline, animadamente – Soube que Carol Lockwood contratou até músicos.

- Ótimo! – diz Sophie, contagiada pela animação da amiga – A oportunidade perfeita para vermos o que Stefan sabe fazer numa pista de dança.

- Isso não vai acontecer. – responde ele.

- É o que vamos ver! – diz a vampira, desafiando-o – Agora vamos, ou chegaremos atrasados. – completa ela, dirigindo-se à porta da frente.

**********

- Vamos logo Kol, ou chegaremos só para o café da manhã! – grita Finn, impaciente, andando de um lado para outro na sala.

- E você acha que um cabelo elegantemente bagunçado é fácil de arrumar? – grita Kol, em resposta, do seu quarto no segundo andar.

- Não sei para quê tanta preocupação. – diz Rebekah, descendo as escadas – Ninguém vai reparar em você mesmo. – debocha ela.

- Irmã... Está belíssima! – diz Elijah, erguendo-se do sofá ao vê-la se aproximar.

- Obrigada irmão. – responde ela, com um sorriso, dando uma voltinha.

A loira vestia um vestido na cor coral, em tule francês plissado e transpassado, as costas semi abertas e mangas japonesas, com um broche próximo a um dos ombros, enquanto Elijah vestia um terno na cor marinho, Finn vestia um preto, Klaus um cinza em risca de giz, e Kol um terno grafite.

- Você ainda não aprendeu a dar nó em gravata? – pergunta Rebekah, ao ver o mais novo dos irmãos descer as escadas com a gravata frouxa.

- Eu sei dar um nó, irmãzinha! – responde Kol, afastando as mãos da irmã, que insistia em tentar ajeitar a gravata – Mas como não quero parecer tão velho quanto sou na verdade, resolvi dar um ar mais jovial ao look, como dizem hoje em dia.

- A única coisa que conseguiu foi parecer um moleque desleixado. – resmunga Finn, sentando-se no sofá.

- Se as adoráveis moças de Mystic Falls aprovarem, estarei satisfeito. – responde Kol, com um sorriso convencido.

- Controle seu nível de testosterona irmãozinho, ou vai espantar toda a população feminina da cidade. – diz a loira, aos risos.

- Estou começando a achar que os anos que passou empalado afetaram seu cérebro. – diz Elijah, entrando na brincadeira.

- E você ainda tem dúvidas? Deixei de fazer muitas coisas interessantes nesse século... Como conhecer belas garotas! – responde o mais novo, também aos risos.

- Que tal irmos? – sugere Klaus, manifestando-se pela primeira vez. Até o momento, tinha se limitado a rir com a conversa e as implicâncias dos irmãos.

- Ótima ideia! – diz Rebekah, dirigindo-se à porta da frente.

**************

Os Mikaelson chegaram à Mansão Lockwood cerca de vinte minutos depois, sendo recepcionados pela prefeita Carol e por seu filho Tyler.

O rapaz também ofereceu-se para apresentá-los aos demais convidados que já haviam chegado, e entre uma apresentação e outra, serviram-se de algumas taças de champanhe.

Conversavam animadamente entre si quando um rapaz de cabelos castanho-claros e olhos verdes parou à porta, de braços dados com duas belíssimas moças loiras. Os perfumes trazidos pela brisa fresca da noite chamaram a atenção dos Originais.

- Nik... Aquele é... Stefan Salvatore? – pergunta Rebekah, olhando do rapaz para o irmão algumas vezes, vendo-o acenar afirmativamente.

- Elijah... É a... – começa Kol, espantado, encarando uma das garotas.

- Sofia... – completa Elijah, tão surpreso quanto o irmão – Mas como?