Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 20
Capítulo 20 - O levante do caçador


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! :)
Chegando aqui para deixar pra vocês mais um capítulo recém saído do forno, quer dizer, do meu caderno com capa de gatinho! rsrsrsrsrs
Espero que gostem.



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* Horas antes *

Caroline estacionou o carro em frente à Mansão Salvatore e desembarcou, sendo seguida por Sophie. Entraram na casa sem nem ao menos bater na porta, já que Damon não se encontrava mais ali.

A vampira jogou sua bolsa sobre o sofá e dirigiu-se à adega, enquanto a garota foi em direção ao porão, descendo os degraus sem pressa.

Sophie parou em frente à porta e ficou na ponta dos pés para poder espiar pela grade. Assim, pode ver Stefan deitado na cama improvisada, olhando fixamente para algum ponto no teto. Sem nem mesmo olhar em direção à porta, ele perguntou:

- Você é a Sophie, não é?

- Sim. – responde ela, timidamente – Como você está Stefan?

- Sedento e entediado.  – diz ele, ainda encarando o teto – Posso te fazer uma pergunta?

- Claro, fique à vontade.

- Por que passou a noite inteira aí, encostada nessa porta? – pergunta Stefan, olhando na direção dela pela primeira vez.

- Estava preocupada com você. – diz Sophie – Só queria garantir que ficaria bem.

- E por que se importa?

- Me importo porque... Somos uma família, Stefan.

- Como? – pergunta ele, sem entender.

- Somos parentes. Bem distantes, claro, mas ainda assim temos o mesmo sangue correndo em nossas veias.

- Isso não faz sentido pra mim. Zach não tinha irmãos, nem filhos. Então... De onde você vem? – diz Stefan, encarando-a curioso, agora sentado em sua cama.

- História longa. – responde ela, simplesmente.

- Tenho a eternidade ao meu dispor, não se preocupe. Além do mais, não tenho nada melhor pra fazer no momento.

- Tudo bem. Me dê apenas um minuto, ok? – pede Sophie, vendo o primo acenar afirmativamente em seguida – Caroline! Pode vir até aqui, por favor? – grita ela em direção às escadas.

- O que houve? Estava em meio a uma decisão entre um vinho português e um italiano! – diz Caroline poucos segundos depois, parando em frente à amiga com duas garrafas em uma das mãos e duas taças de cristal na outra.

- Você pode ficar por perto... Por favor? Vou entrar pra falar com o Stefan. – diz a garota, acenando para a porta.

- Claro que sim. – a vampira responde, com um sorriso.

Sophie agradeceu com um breve aceno e encaminhou-se até o freezer onde Damon mantinha seu estoque de bolsas de sangue, pegando uma delas e voltando até Caroline.

- Tem certeza que é uma boa ideia? – pergunta Caroline, apontando para a bolsa de sangue nas mãos da garota.

- Não podemos deixá-lo morrer de sede, não é? – diz Sophie, encarando-a seriamente por alguns segundos – E não me envergonhe, Care! Sempre escolha um vinho italiano! – completa ela, agora sorrindo, ao abrir a porta e encaminhar-se lentamente até Stefan.

A menina entregou a bolsa de sangue nas mãos do vampiro e sentou-se ao seu lado na cama, tomando o cuidado de manter alguma distância dele. Stefan rasgou o plástico que envolvia o líquido vermelho e espesso e bebeu-o com sofreguidão, como se tivesse passado dias perdido no deserto sem uma única gota de água para aplacar sua sede. Em poucos segundos, a bolsa plástica jazia vazia aos seus pés.

- Obrigado. – diz ele, passando a língua pelos lábios para limpar qualquer vestígio de sangue.

- De nada. – responde ela, sorrindo para ele.

- Agora conte-me... Como podemos ser parentes?

- Bom... – começa ela, tirando um livro antigo de dentro de sua mochila – você por acaso já viu um desses? – pergunta ao entregá-lo nas mãos de Stefan.

- Na verdade já. – o vampiro responde, analisando a relíquia que tinha em mãos – Mas o livro que eu vi pertencia à família de Katherine, os Petrova. Não fazia ideia de que nossa família também possuía um. Onde encontrou?

- Bom, há alguns meses descobri que nossa família ainda possuía uma propriedade na Itália. Em Torino, pra ser mais exata. – explica Sophie – Viajei até lá e encontrei “La Bibbia Salvatore” entre os muitos livros da biblioteca. Foi com ele que descobri que meu hexavô tinha um irmão mais novo: o seu pai.

- Meu pai tinha um irmão? – pergunta Stefan, surpreso – Ele nunca mencionou nada a respeito.

- Bom... Seu pai se chama Giuseppe, não é?

- Sim. Giuseppe Salvatore.

- Aqui... – diz ela, folheando o livro até encontrar a anotação que procurava – Lorenzo é meu hexavô, é dele que a minha linhagem descende. E este – diz ela, apontando para outro nome – é seu pai, certo?

- Sim, é ele! A data de nascimento confere. – responde Stefan, fascinado.

- Bom, provavelmente a bíblia deve ter ficado para trás quando eles se mudaram pra América. Por isso não há mais nenhum registro de seus descendentes.

- Então como conseguiu nos localizar?

- Tive um ótimo detetive. – responde Sophie – Ele conseguiu encontrar os registros do Zachary e seu endereço. Quando enfim consegui convencer meu avô a me deixar vir prá cá, só encontrei sei irmão.

- Damon...

- E digamos que ele não foi muito receptivo.

- Não foi receptivo? Está de brincadeira, não está? – diz Caroline histérica, interrompendo a conversa – Sophie, ele cravou uma estaca em você! Se eu não tivesse chegado, você estaria morta!

- Damon tentou te matar? – o vampiro pergunta, analisando a garota – Ele costuma atacar quando se sente acuado, mas que riscos você ofereceria a ele?

- Bom, ele achou que eu tivesse algo haver com o Klaus. Que era ele quem havia me mandado pra cá. – a garota responde – O estranho é que eu nunca havia ouvido falar do Klaus antes de vir pra Mystic Falls.

- Sempre paranóico! – diz Stefan, sorrindo – Depois eu é que sou o irmão passional.

- Stefan sendo irônico? É isso mesmo produção? – pergunta Caroline – Estou começando a achar que a ironia é algum tipo de herança genética dos Salvatore. – completa ela, aos risos.

- É bastante provável. – diz Sophie, rindo junto com a amiga.

- Obrigada Sophie! – diz Stefan, assim que conseguiu parar de rir.

- Pelo quê? – pergunta a garota, parecendo confusa.

- Por ter me feito parar. – responde ele, olhando nos olhos da garota e vendo ali um perfeito reflexo dos seus – Por ter se arriscado e por não permitir que eu machucasse a Elena.

- Não precisa agradecer, Stefan! – diz ela, envolvendo o rosto dele com suas mãos – Somos família. Cuidamos um do outro. – completa ela, sendo surpreendida segundos depois ao ser envolvida pelos braços de Stefan num abraço caloroso.

- Eu te falei que ele não conseguiria te odiar, Sophie! – diz Caroline, comovida, espiando-os pela grade da porta. No segundo seguinte, seu sorriso desapareceu e ela ficou estática, chocada com o que acabara de perceber – Ai. Meu. Deus! Nós temos um grande problema!

********

- Cara, você nunca ouviu falar em hidratante corporal não? – pergunta Damon ao puxar e quebrar as correntes que envolviam o corpo de Mikael – Seu rosto está bastante ressecado, sabia?

- Damon! Será que pode parar de fazer piadinhas? – pede Bonnie – Não deve ser muito inteligente provocar um caçador de vampiros.

- O trabalho dele é matar o Klaus. Logo, não preciso me preocupar. – responde ele, com um dar de ombros.

- E como vamos despertá-lo? – pergunta Jeremy, aproximando-se e espiando dentro da tumba.

- Bom, não deve ser muito difícil. – diz o vampiro, agarrando o braço do garoto e cravando seus dentes na região do pulso, posicionando-o acima do rosto de Mikael em seguida para que as gotas de sangue pingassem nos lábios do caçador – Um pouco de sangue deve bastar.

- Damon, não! – grita Bonnie.

- Relaxa bruxa! São só umas gotinhas.

- Eu disse que não! – grita ela outra vez, usando seus poderes para incapacitar o vampiro, fazendo-o soltar Jeremy e cair de joelhos no chão, ofegando de dor.

- Um dia... Ainda farei... Você pagar por isso. – resmunga Damon.

- Você vai acabar superando na próxima vez que eu precisar salvar sua vida! – responde Bonnie, ajudando Jeremy a se levantar.

- Há, há! Que engraçado! – o vampiro retruca, colocando-se de pé com alguma dificuldade – Já que não podemos usar a fonte de sangue fresco, você terá de voltar até o carro e buscar uma bolsa de sangue convencional.

- E por que você mesmo não vai? – pergunta Jeremy, pressionando o pulso machucado com a mão livre para estancar o sangramento.

- Porque alguém precisa ficar de olho no “Sr. Pele Seca” aqui! – responde Damon, dando umas batidinhas no ombro de Mikael.

- Tudo bem, eu vou! – diz Bonnie – Mas o Jer vem comigo. Não vou deixá-lo sozinho com você.

- O que é isso, bruxa? Cadê a confiança? – o vampiro pergunta, fingindo-se de ofendido.

- Perdida em algum universo paralelo onde você é um cara legal. – a bruxinha responde, puxando Jeremy pela mão e dando as costas a Damon, deixando-o sozinho no velho mausoléu.

O vampiro observou os jovens se afastarem pelo caminho sombrio até perdê-los de vista. Bufou entediado e aproximou-se novamente da tumba, apoiando os cotovelos na beirada e amparando o queixo nas próprias mãos.

- Parece que somos só você e eu, amigão! – diz ele, encarando Mikael – Você faz o tipo caladão, não é? – pergunta ele, soltando um longo suspiro – O que acha de um aperitivo, hein? Parece uma boa ideia pra mim. – completa ele, colocando-se de pé novamente.

Em um segundo ele estava do lado de fora, prestando atenção aos mínimos ruídos. Pode ouvir o corvo crocitando no alto de alguma árvore, o farfalhar das folhas balançando com o vento, o pio distante de uma coruja solitária, e enfim, o som de uma criaturinha que serviria muito bem aos seus propósitos.

Disparou até uma determinada árvore e pulou para o alto de um dos galhos, agarrando o bichinho pela cauda felpuda.

- Olá amiguinho! - diz Damon, encarando o esquilo preso em suas mãos – O que acha de dar uma voltinha com o titio Damon, hein? – pergunta ele, disparando de volta para o mausoléu – Uhhhuuuuu... Mikael! Olha só o que eu trouxe pra você! – diz ele, sacudindo o bichinho a poucos centímetros do rosto do homem.

Ao notar que ele não esboçava nenhuma reação, Damon arremessou o esquilo para longe, voltando a apoiar o queixo nas mãos e a bufar de tédio.

- Cara, você consegue ser mais chato que o meu adorado irmãozinho. – resmunga ele, girando os olhos.

- Consigo mesmo? – pergunta Mikael com a voz rouca, abrindo os olhos de repente.

- Mas o quê? – exclama Damon, surpreso.

O vampiro nem teve tempo para reagir, pois no segundo seguinte Mikael agarrou seu pescoço, impossibilitando-o de fugir, e cravou os dentes em sua jugular, fazendo-o perder a consciência instantes depois.

************

- Que problema Caroline? – pergunta Sophie, não conseguindo entender aonde a amiga queria chegar – Do que você está falando?

- Klaus compeliu você, não é? – a vampira pergunta, abrindo a porta e encarando Stefan.

- Sim, mas Sophie me fez parar. – responde ele.

- Mas isso não significa que a ordem tenha sido anulada, Stef! – diz Caroline – O que ele mandou você fazer?

- Ele tinha de ir atrás da Elena! – responde Sophie, vislumbrando a dimensão do problema que tinham em mãos – Isso quer dizer que...

- Isso quer dizer que assim que Stefan encontrar a Elena, vai tentar matá-la.

- Mas eu posso lutar contra, Care. – diz Stefan – Eu consegui da última vez, posso fazer de novo.

- Não pode se refrear pra sempre, Stefan! E Klaus nem está na cidade pra anular isso. Aposto que ele não gostaria de ver sua preciosa doppelgänger morta. – diz Caroline.

- E como você sabe disso? – pergunta ele.

- Não temos tempo para isso agora! – diz Sophie, trocando um olhar cúmplice com a amiga – Tem algum lugar onde Elena possa ficar segura?

- Bom... Stefan tem livre acesso a casa dela e às nossas. Ficar com algum dos amigos é inútil.

- Espere... Isobel deixou uma casa pra ela, um lugar onde ela poderia se esconder do Klaus. – diz Stefan, pensativo.

- Mas Elena morreu quando a maldição foi quebrada, o que quer dizer que qualquer um pode entrar lá agora. – a vampira comenta, atordoada.

- Isso me deu uma ideia! – diz Sophie, colocando-se de pé num pulo – Você tem o número do Alaric, Care?

- Sim, tenho sim. – responde ela, estendendo o celular para a garota – O que você tem em mente?

- Vocês já vão descobrir. – a garota responde, enquanto discava os números. Após alguns toques, uma voz masculina ecoou pela linha.

- Alô.

- Alaric? Sou eu, Sophie.

- Sophie? A menina que faltou às aulas de hoje? Mas esse não é o número da Caroline? – pergunta ele, confuso.

- Sim, é sim. Só peguei emprestado por alguns instantes. – responde ela, rapidamente – Temos um problema Ric, e acho que você pode nos ajudar.

- E do que vocês precisam?

- Stefan está sob poder da compulsão do Klaus, o que significa que Elena ainda corre perigo. – explica ela – Podemos mantê-lo na mansão durante o dia, já que ele está sem o anel. Mas como não podemos mantê-lo preso no porão pra sempre, Elena precisa de um lugar onde esteja segura.

- E por que não o deixam trancado? Seria muito mais prático, não? – diz Alaric.

- Não vou deixá-lo definhar no porão. – responde Sophie, séria – Mas tenho uma solução. Stefan disse que Isobel deixou uma casa pra Elena, mas como ela “morreu” no ritual, o lugar agora tem passe livre. O que precisamos fazer é colocar esse imóvel em nome do Jeremy ou de outra pessoa de confiança. Assim, Stefan não poderá entrar e ela ficará segura.

- E o que o Damon acha desse seu plano mirabolante? – o professor pergunta.

- Seu amigo me deixou tomando conta do irmão dele para se aventurar por aí. Então, quem decide o que fazer sou eu! – diz a garota, altiva – Pode fazer o que eu pedi, por favor? Temos menos de duas horas até o anoitecer. E é só uma precaução. Stefan já provou que tem meios para lutar contra o instinto.

- Está bem, está bem! Já que você insiste... Verei o que posso fazer. – Ric resmunga em resposta.

- Não veja Alaric. Apenas faça! – responde Sophie, encerrando a ligação e devolvendo o aparelho para a amiga.

- Você dá medo às vezes, sabia?

- Care... Isso aí é o sangue dos Salvatore falando mais alto! – responde Stefan, com um sorriso, lançando um olhar cúmplice para Sophie.

********

Pouco mais de trinta minutos depois, Jeremy e Bonnie enfim estavam de volta ao mausoléu que abrigava o corpo de Mikael, trazendo consigo três bolsas de sangue. “Levaremos três só pra garantir”, frisou Jeremy quando foram buscá-las.

Subiram os pequenos degraus e atravessaram o portão enferrujado. Lá dentro, depararam-se com Damon caído ao lado da tumba, desacordado.

Jer correu até ele e tentou reanimá-lo, notando o ferimento já quase cicatrizado no pescoço do vampiro e vestígios de sangue em suas roupas.

- Ele foi atacado, Bonnie! – diz o garoto, ao vê-la parada de pé ao seu lado – Quem poderia ter feito isso?

- Acho que tenho um bom palpite. – diz ela, olhando para dentro da tumba – Mikael sumiu!


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Notas finais do capítulo

Bom, aí está!
Aceito comentários, ok? Sejam leitores bacanas e digam o que estão achando da fic. Leva só uns minutinhos e não dói, eu garanto! :)
Ah, só pra esclarecer: eu não tenho dia específico da semana pra postar novos caps. Sempre posto assim que eles ficam prontos, então, se demorar um ou dois dias a mais pra atualizar, é porque o capítulo ainda não está jeito que eu quero que fique.
Os últimos dias foram realmente estranhos e não tive como terminar esse capítulo antes.
Bom, acho que é isso.
Até mais...