Batter Up escrita por Carol Bandeira


Capítulo 56
Walk me home


Notas iniciais do capítulo

Eu estava escrevendo e escutando música e eis que no meio do capítulo surge a P!nk na minha playlist. Cantora maravilhosa não é? E por coincidência achei que a música tinha tudo a ver com os sentimentos do Gil na hora. Não pude evitar de usá-la no capítulo e ,de quebra, ganhei um título maneiro kkkkk

Boa leitura!



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Mais tarde naquela noite, o casal se encontrava na casa dos avós de Sara. A morena teria de ir trabalhar no dia seguinte e já não tinha roupas limpas no apartamento do namorado. Por isso Gil agora se encontrava sendo entretido por Papa e Nana Olaf enquanto Sara tomava seu banho.

—Ah! Acabei de me lembrar! - o avô exclamou – Eu encontrei algo que gostaria de te mostrar! Vou lá buscar!

Gil observou o senhor se levantar agilmente- para alguém da idade dele, é claro- e ir em direção a seu quarto. Ele realmente tinha afeição genuína pelos avós de Sara. Os dois o acolheram como a um neto e sempre faziam o jovem se sentir em casa. Se não houvesse aquela proibição de dormir na mesma cama que a namorada, ele iria adorar passar mais tempo ali.

— Ah, os homens e seus brinquedos! - Nana comentou e Gil virou sua atenção a ela- Ele está querendo te mostrar isso há dias... desde que o encontrou na bagunça do sótão.

—Bom, então estou curioso para saber o que é- Gil respondeu e Nana sorriu.

—Sempre muito educado, Gilbert... mas diga-me, o que te aflige esses dias?

Se já não estivesse acostumado com essas perguntas aleatórias da senhora a sua frente, Gil teria tomado um susto com isso. Já versado como estava, entretanto, o jovem somente sorriu e balançou a cabeça.

—Não sei como a senhora sempre sabe o que se passa em minha cabeça...

—Não é a sua mente que eu vejo... é a sua aura. E ela está muito escura para alguém que acabou de reatar um romance...

Gil não perguntaria como ela soube do “término” deles. Embora acreditasse que Sara jamais tocaria no assunto, que a avó dela fosse perceber era óbvio.

—São somente problemas do trabalho...

—Seja o que for, meu filho, saiba que é sempre melhor dividir uma angústia antes de ela virar uma úlcera- a senhora falou e piscou um olho para ele.

 Antes de ela falar algo mais, entretanto, Papa Olaf apareceu novamente, fazendo o assunto ser cortado antes de ser terminado. Bem seguro em suas mãos, Gil percebeu uma redoma de vidro que guardava dentro uma bola de basebal com aspecto antigo. Devido ao jeito cuidadoso do senhor segurar o objeto, Gil pode ver que era algo precioso para ele.

—Adivinhe de quem é essa bola aqui? Vinda de um Home run, ainda por cima!

Gil riu do entusiasmo do senhor. Ele mesmo tinha uma bola dessas guardada em seus pertences, a qual adquirira em um jogo onde vira Harry Bonds jogar pela primeira vez. Apesar de não mais jogar, ele detinha até hoje o record de Home Runs batidos, num incrível número de 762 rebatidas perfeitas. A pequena bola autografada era um dos itens mais preciosos que tinha, e por isso ainda estava em seu quarto na casa de sua mãe.

—Não sei... será que é do...

—Foi em Wrigley Field... seu pai estava inspirado naquele jogo- Papa entregou a redoma a Gil e começou a relatar aquele dia histórico para ele e para o time de Bonston.

~*~*~*~*~*~*~*~batterup~*~*~~*~*~*~*~*~*

There's something in the way you roll your eyes
Takes me back to a better time
When I saw everything is good
But now you're the only thing that's good

Gil e Sara estavam no quarto da morena arrumando a cama dele no chão. Ao menos Sara estava trabalhando. Seu namorado, entretanto, achou tão linda a vista dela sentada no chão com seu “derrière” empinado. Sentou-se na cama dela e ficou a admirá-la.

—Sabe, isso aqui andaria mais rápido se você ajudasse- ela comentou quando percebeu o olhar do namorado em si.

—Daqui de onde estou está tudo perfeito!- ele comentou e ganhou um travesseiro “voador” na cabeça pelo atrevimento.

Rindo com gosto o jogador se levantou e foi ajudar a namorada. Eles terminaram de estender o lençol na cama e de repente Sara sentiu o namorado puxá-la pelo braço, fazendo com que ela caísse na cama. Logo o corpo largo dele cobriu o dela e ele deu um beijo rápido em seus lábios.

—Confortável?- ela perguntou com ironia enquanto ele se ajeitava por cima dela, encaixando-se entre as pernas dela.

—Muito!- e completou a frase com um beijo singelo. Mais do que isso e eles se meteriam em apuros com o avô dela. Pensando no diabo, o senhor se materializou do nada e ao ver os dois ali tratou logo de avisar.

—Sem essas sem-vergonhices para cima da minha neta, hein!

Gil levantou como se Sara estivesse em brasas e arrancou dela uma risada.

Gil esperou o senhor se afastar do quarto e ofereceu a mão para levantar a namorada.

—Quando eu lembro que seu avô teve que vir para a América do Norte quando engravidou sua avó fora do casamento...- ele reclamou, detestando a ironia de alguém que não esperou para fazer sexo depois do casamento ficar atrapalhando sua vida sexual.

—Ah, Gil... você sabe como é né? Faça o que eu digo e não o que eu faço...sem contar que ser “expulso” de sua terra por conta de uma trepadinha não deve ajudar a ter uma boa visão disso, né?

Gil riu da fala da namorada e a puxou para seus braços. Eles ficaram assim por uns segundos e depois Gil suspirou fundo e a apertou forte.

—Algo em sua mente?- Sara se separou um pouco dele e levou uma das mãos para percorrer os cabelos do namorado.

—Sim... vem cá um instante...

Gil puxou a namorada com ele para se sentarem na cama dela. Naquela manhã, quando ele acordou, tinha uma ideia de como queria que sua vida seguisse... queria uma vida com ela, e se não fosse a sua situação nos Devils ele teria proposto que eles fossem morar juntos sem nem pensar, mas agora...

Tryna stand up on my own two feet
This conversation ain't comin' easily
And darling, I know it's getting late
So what do you say we leave this place?

—Honey… - essa conversa não seria fácil para ele. Um bolo se formara em sua garganta ao pensar que a resposta dela não seria aquela que ele gostaria- Eu sei que a gente acabou de voltar de uma separação, mas...

—Não estávamos separados, Gil...

—Certo, mas mesmo assim… não sei o que você acha, mas... você vê um futuro...comigo a seu lado?

—Gilbert... você não estaria sentado na minha cama se isso não fosse verdade- isso arrancou um sorriso fraco dele.

Walk me home in the dead of the night

I can’t be alone with all that’s on my mind

So say you’ll stay with me tonight

‘Cause there is so much wrong going on outside

—Ok…- ele precisava mesmo dividir o que lhe afligia, e só conseguiria fazer isso como ela. Deu graças ao fato de poder estar com ela àquela hora, e, sua doce companhia- Você me acompanharia, caso eu decida deixar o time?

—Ah...Gil... eu te acompanho até o fim do mundo...tenha certeza disso, mas... pense nisso: onde você, nós iríamos?

—Eu tenho alguns contatos com alguns clubes...tenho certeza de que Catherine conseguiria intermediar algo...

—-Tá... isso é você... mas e eu? Eu ainda sou nível 1, não tenho poder de escolha algum...não pense que eu não quero ir com você... eu refleti muito e sei que é com você que quero estar...e até imaginei que isso fosse acontecer cedo ou tarde...eu só achei que fosse mais tarde.

—Eu também não queria, Sara, mas eles estão forçando minha mão! Eu não confio em Dean e isso se estende aquela corja dele. E isso vai afetar meu desempenho em campo...

—Se isso for mesmo da sua vontade, Gil... você pode ir na frente e eu fico aqui ainda, tentando uma transferência...- ao ver a cara dele de desagrado ela continuou- Não seria para sempre. Só por uns meses...um ano, no máximo...

—Isso não vai funcionar, honey. A gente mal se vê agora...

—Então o que vamos fazer?

Gil pensou bem na pergunta da namorada antes de responder. De verdade, não era de sua vontade sair de Vegas no momento. Ele tivera a oportunidade de fazê-lo no início do ano e se decidira por ficar, não somente por conta da namorada- que era um fator forte- mas também por acreditar na equipe e por saber que contavam com ele para conseguir a almejada vitória. E mesmo sem querer admitir, a presença do pai ali era um elemento que agora pesava. Eles finalmente estavam conseguindo se entender, e Gil sabia que impor uma distância agora- e uma possível rivalidade- não faria bem a esse tão complicado relacionamento.

—Vamos... vamos ficar por aqui, eu acho... ainda tenho o que , um ano e meio de contrato? Depois disso nós podemos reavaliar nossa posição.

—Eu acho ótimo... assim eu posso fortalecer mais a minha imagem profissional...chegar ao nível 3 da carreira, quem sabe? Isso ajudará mais caso precise me mudar...

Sara abraçou Gil com força. Ela sabia que ele estava sofrendo com tudo aquilo, mas ainda assim ele abandonou sua ideia para poder ficar com ela. Se ela ainda tinha dúvidas de que Gil estava sério com relação a eles dois, a próxima fala dele cimentou qualquer dúvida que ela pudesse ter.

—Com uma condição...- ele disse rente ao ouvido dela- que você aceite morar comigo... eu não quero mais ficar sozinho aqui sem você.

There's something in the way I wanna cry
That makes me think we'll make it out alive
So come on and show me how we're good
I think that we could do some good

Walk me home in the dead of night
I can't be alone with all that's on my mind
So say you'll stay with me tonight
'Cause there is so much wrong going on outside


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Notas finais do capítulo

PS: Super recomendo o novo álbum da P!nk, gente. SENSACIONAL!



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