Batter Up escrita por Carol Bandeira


Capítulo 38
Novos horizontes


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novo!

Espero que tenham passado uma ótima temporada de férias! Aqui em casa foi uma loucura, por isso a demora em atualizar.

Espero que gostem! Boa leitura



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Aquela primeira semana de jogos dos Las Vegas Devils não saiu como a equipe esperava. Seu desempenho estava muito similar ao do início da temporada passada, com um agravante. Gil não conseguia se concentrar e seu rendimento ia de mal a pior. Nada que Will falasse poderia ajudar. De fato, só piorava a situação. Seus companheiros de equipe também estavam começando a ressentir as atitudes dele, mas o jogador parecia cego a tudo isso.

Fora dos campos, e principalmente quando estava com Sara, Gil voltava a ser o amável jovem que era. Além do fora bem merecido dado por Sara, Gil ouvira reclamações de Jim. Ele era a única pessoa (sem contar com a namorada) a conseguir quebrar a teimosia de Gil. Fosse por seus longos anos de amizade, fosse por suas técnicas policiais de tratar a bandidagem, Jim conseguia ajudar Sara a por o namorado nos eixos. Nick e Warrick nem tentavam enquanto Catherine parecia sumir do radar quando ele estava em Vegas.

         Em meados de abril, quando Gil e Sara seguiam de carro para um restaurante onde Nana Olaf comemoraria mais um ano de vida, o casal discutia sobre planos futuros.

         -Falta muita coisa para você terminar seu TCC da pós?

         -Nada. Só preciso terminar o último capítulo e entregar.

         Infelizmente, Gil precisou trancar sua matrícula ainda no ano passado. Com praticamente todo o seu tempo tomado pelos jogos, não era fácil para o jogador conseguir estar todas as quintas em sala. Quando era possível Gil acompanhava a namorada na aula, e ainda lia os materiais trazidos por Sara, mas já não aspirava a criminalística como opção, para a decepção tanto de Betty quanto de Philip.

         -Então não teria problemas de você ir comigo para Los Angeles?

         -Não. Mas o que eu faria lá?

         -Além de me ver jogar? Bem, eu pensei em a gente aproveitar e comemorar nosso aniversário de namoro lá... só uma ideia- ele disse com um sorriso nos lábios.

         Sara se surpreendeu com a ideia de Gil. Apesar da morena não ter dúvidas sobre o lado romântico do namorado, ela não esperava que Gil se lembrasse daquela data. Para falar a verdade, ela mesma não pensara nisso, estando mais ligada com as coisas da Pós-Graduação e até mesmo com a situação de Gil com o pai.

         -Uau... por essa eu não esperava!

         -Não gostou da ideia?- Gil ficou preocupado. Ele queria muito fazer algo para marcar aquele um ano de namoro . Ela se tornara tão especial para ele nesse tempo e Gil precisava mostrar isso para ela.

         -Adorei, na verdade!- Sara deu um beijo no rosto de Gil- Gostei tanto que me deixou sem respostas!

         Gil relaxou os ombros então e olhou para a namorada de canto de olho. O sorriso estampado naquele lindo rosto o deixou muito feliz.

         -Ótimo, então! Vamos nos programar para que a gente possa ficar a sós... acho que consigo uns dois dias antes de ter que voltar para treinar.

         -Eles não vão achar ruim?- Sara teve medo de mencionar William e acabar com o clima descontraído do carro, mas a pergunta tinha que ser feita.

         -Não. Eles nem podem. Esses dois dias são minha folga. E se eu pagar do meu próprio bolso eles nem chiam.

         -Combinado, então. Verei o que podemos fazer quando chegar em casa hoje.

         O casal seguiu trocando ideias das coisas que poderiam fazer juntos em Los Angeles, com muitos risos. Fazia um tempo desde que Gil se sentia relaxado assim, e ele devia isso a mulher sentada ao seu lado. O bom-humor seguiu o casal até a mesa onde já estavam sentados a família de Sara.

         A pedido da morena, os parentes não começaram a discutir sobre o baseball, coisa que invariavelmente acontecia com Grissom presente. Em vez disso, Papa Olaf contou a Gil suas histórias de quando ele crescia na Irlanda, e dos percalços passados por lá. O jogador era muito interessado também em história, então os dois foram sugados com os acontecimentos do país e suas histórias de luta separatistas. Com Gil entretido, Sara pode dar atenção ao resto de sua família, e a noite se passou agradavelmente. 

         Os dias foram se passando sem incidentes, e em uma quinta-feira, após Sara entregar seu último capítulo do TCC para Philip, o homem convidou ela e Gil para um almoço no dia seguinte, pois tinha um assunto de interesse deles para tratar. Como somente viajariam na sexta a noite, o casal aceitou, curiosos para saber o que Gerard queria.

         Assim, chegaram cedo no restaurante escolhido, e logo foram dirigidos a mesa reservada por Philip. Como o professor não chegara, os dois pediram apenas uma jarra de suco de laranja e esperaram. Com um pequeno atraso, Philip Gerard se reuniu a eles.

—Gilbert, meu caro- o jovem se levantou para cumprimentar o mentor- Sempre com uma pontualidade britânica, não é?

Gil sorriu e apertou a mão do homem mais velho.

—Coisa que aprendi com o senhor.

—Perdoem-me o atraso, crianças. Mas acabei ficando preso com o reitor.

Desculpas aceitas, o trio se sentou e ficaram um tempo a escolher um prato. Somente quando os pedidos foram feitos Philip reparou na cara de curiosidade de seus pupilos.

—Estou matando vocês com esse suspense, não estou?

—Como bons cientistas, professor, somos curiosos e é normal essa ansiedade- Sara respondeu.

—Bem... e é por conta dessa tal curiosidade que estou aqui a falar com vocês.

Os jovens trocam olhares, ainda mais curiosos agora. Quando Philip somente sorriu para os dois Gil não aguentou

—Então... o que tem para nos contar?

Philip podia muito bem deixá-los curiosos até o fim do almoço, mas estava se sentindo generoso.

—Bem, a pergunta seria, o que eu tenho a oferecer a vocês ? Bem, como vocês sabem eu faço um trabalho de consultoria para o laboratório de criminalística de Vegas e, recentemente, um dos supervisores de lá  me ligou pedindo recomendações para contratações. E, naturalmente, pensei em você, Gil, com suas experiências anteriores em dissecar cadáveres

—Eu fico feliz que tenha pensado em mim, mas o senhor sabe que que tenho compromisso já com os Devils... e não penso em desistir do esporte.

—Imaginei que fosse recusar- embora houvesse uma pequena esperança do garoto resolver mudar de carreira, ainda mais com os boatos rolando solto por aí sobre os problemas dele com o pai- Mas quem não arrisca não petisca não é? Enfim, minha cara, estendo o convite a você. Como minha melhor aluna, fico satisfeito ao saber que o laboratório receberá o melhor.

—O senhor está brincando? - Sara olhou de Philip a Gil, sem acreditar no que ouviu.

—Não brincaria com algo tão sério. Então, o que me diz?

—Sara! Isso é ótimo!- Gil ficou extremamente feliz com a notícia. Sabia que Sara seria a escolha perfeita.

—Eu... mas é claro que aceito!

—Ótimo! Então, vamos brindar! Não há nada certo, é claro, mas com meus contatos minha palavra conta um bocado lá dentro! O trio brindou a um futuro promissor na criminalística, e o almoço se seguiu alegremente.

Assim, os destinos dos dois parecia delineado. Enquanto Sara vislumbrava um futuro crescimento profissional, seu namorado parecia experimentar uma queda vertiginosa nesta área de sua vida. E a única pessoa quem poderia refrear esta situação era ele mesmo, embora não conseguisse perceber naquele momento.


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Notas finais do capítulo

Semana que vem tem mais. Beijos!



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