Batter Up escrita por Carol Bandeira


Capítulo 37
Altas emoções


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Este capítulo aqui mostra uma Sara muito prestativa, e não só para o Gil. Espero que gostem da surpresinha dele!

Boa leitura!



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Aquele clima tenso entre William e Gilbert perdurou. O jogador se esforçava, mas não conseguia engolir o pai assim de novo em sua vida. E o velho Grissom não podia se dar ao luxo de deixa-lo na reserva. Além de ser um excelente jogador, ainda havia a questão da atenção da mídia em cima deles, atenção a qual Doug adorava. Sempre que uma reportagem saia sobre os Devils na capa do jornal da cidade o homem a colocava em lugar de destaque nos murais do clube. Ainda assim, nenhum jornal havia conseguido uma entrevista com os dois juntos até agora. Doug até queria forçar a barra, mas sabia que isso sairia de seu controle no momento. Ele esperava que, conforme os jogos começassem os dois conseguissem coexistir pacificamente.

Então, no final daquele março tedioso o clube começou a se agitar. Os Devils estavam se preparando para sua primeira viagem da temporada, e Gil não estava nada animado com suas perspectivas.

—Eu não sei como vou aguentar essa viagem, Sara...- reclamava ele, enquanto colocava suas roupas na mala- Passar 8 horas com ele já me mata...imagina cinco dias inteiros?

Sara queria mesmo era mandar ele engolir o choro. A fase de sentir pena dele já havia passado uns 2 meses atrás. A garota não aguentava mais ouvir Gil choramingando pelos cantos, sobre a injustiça que era ter aquele homem em sua vida. A sorte dele era que Sara o amava, mas até amor tem limites.

—Gilbert, pelo amor de Deus! Se eu ouvir você dando mais um pio sobre isso eu juro, vou sair por aquela porta e você só vai me ver quando voltar a ser homem!

A explosão da namorada o assustou. Ela nunca falara assim com ele... na verdade Gil não se lembrava de ouvir ela falar assim com ninguém.

—Se eu te incomodo tanto, Sara... a porta da rua é serventia da casa!

Sara cruzou os braços e encarou o homem. Seu namorado tinha mudado de um homem decidido para uma criança mimada, somente com a chegada do pai. Ela não era a única a reparar nisso. Os colegas de casa se queixavam do mal humor do colega, e até mesmo DB confessara que as pessoas do time estavam se afastando mais de Gil do que o costume.

—Olha, Gil... se você quer se isolar com a sua dor, a escolha é sua. Mas ninguém mais precisa aguentar seus rompantes só porque gostam de você. Eu, que devo estar junto a você para o que der e vier, já estou cansando. Imagina quem não tem esse laço que nós temos?

Gil fechou o zíper da mala com força e a jogou para longe da cama, para se sentar na beirada. Os ombros caídos e as mãos suportando a cabeça, ele era a imagem da mais profunda tristeza. Sara se condoeu e voltou a seu lado.

—Gil...amor...olha pra mim...-Sara pegou no rosto de Gil, sentindo-o seco. Ele não era de chorar, ela nunca o vira derramar uma lágrima, mas sentia que qualquer dia desses isso pudesse acontecer- Olha, se estar com ele te incomoda tanto, porque você não sai? Tenho certeza de que outro clube vai ficar feliz em te receber.

Gil retirou as mãos da namorada de seu rosto e beijou uma delas. Sara era, inegavelmente, a pessoa a quem mais o apoiava esses dias. Por isso, a maioria das reclamações que ele fazia era para ela. Mas até a inesgotável paciência dela estava se esvaindo.

—Não dá... mesmo se eu quisesse, teria a rescisão de contrato... morreria em uma grana. E não tenho certeza se algum time acha válido fazer esse investimento... e também, se eu saio agora corre o risco de queimar meu filme no baseball... como o garoto que não aguenta a pressão do técnico ou algo do tipo.

Gil deitou a cabeça no ombro de Sara e suspirou.

—Então só há uma saída... aceita logo isso, Gil... pensa que é só uma fase... você é bom no jogo, não precisa se preocupar com mais nada.

—Eu sei, honey... eu sei... mas tá difícil...

*^*^*^*^*^*^*^*CSI*^*^*^*^*^*^*^*

Sara estava na casa de seus avós lendo um livro para a Pós quando seu telefone tocou. Quando viu o nome de Catherine no visor estranhou. Fazia um tempo desde a última vez que se falaram.

—Hey, Cath. Tudo bem?

—Tudo, Sara... vem cá, o Gil já foi?

—Ele viajou tem umas 2 horas, mais ou menos.... você precisava falar com ele?

—Não... na verdade...será que a gente pode se encontrar?

—Huum, claro!- esse pedido surpreendeu a Sara, pois as duas nunca se encontravam sem Gil- Onde você quer...?

—Tem problema ser na sua casa?

—Ah... não, problema nenhum...se você quiser, não tem ninguém em casa agora- seja o que for, Sara sentiu uma certa urgência na voz de Catherine, e sua curiosidade a estava  matando.

—Ok...chego aí em 20... muito obrigada, Sara!

—Que isso... até mais.

—Até...

Uns vinte minutos mais tarde, Sara abria a porta para Catherine. A loira deu um abraço nela e entrou na casa. Sara reparou em como ela estava pálida, e os olhos vermelhos e inchados. Após oferecer algo para beber, as garotas foram até o quarto de Sara. Catherine comentou da decoração do quarto. Sara resolveu deixar a loira tomar seu tempo para realmente começar a falar, sabendo que o que viria seria difícil. Catherine então brincou, dizendo que o gosto de Sara era também refinado para homens, ao que a morena respondeu com um “ e você também não está atrás, com esses amigos gatos que te fazem companhia”. Catherine então caiu em lágrimas. Sem saber o que fazer, Sara guiou Cath até sua cama para faze-la sentar. Não demorou muito para ela se recompor, e logo foi se desculpando

—Desculpe-me por isso, Sara... mas é que...Deus, isso é difícil!

—Cath... respira fundo... não precisa ter pressa, quando você estiver pronta você me conta...

Catherine balançou a cabeça e enxugou as lágrimas.

—Olha, eu geralmente não perco o controle assim...

—Eu sei que não.

—Eu estou grávida, Sara...

—Uau...- a morena não sabia o que dizer agora. Obviamente dar os parabéns a ela estava fora de questão. Nem perguntar quem era o pai.

—Uau... essa é uma maneira de dizer... também fiquei surpresa quando fiz o teste...- Catherine colocou a mão em sua barriga- ainda lisa- e a acariciou- Eu não estou preparada para isso... minha mãe vai comer meu fígado quando souber...

—Bem...você é uma mulher responsável, trabalha, mora sozinha... quero dizer... não é como se não pudesse arcar com isso... ou como se tudo fosse recair nas costas de qualquer um... obviamente não é a situação ideal, mas...tenho certeza de que você vai conseguir tirar de letra. E eu estarei aqui para ajudar...- ela disse isso enquanto colocava uma de suas mãos na de Catherine.

Catherine deu o primeiro sorriso aquele dia. Não era surpresa Sara se oferecer para ajudar, levando em conta o que Catherine conhecia dela. Mas ter essa resposta de uma pessoa a qual ela não era tão amiga assim era reconfortante.

—Obrigada, Sara...eu.., me desculpa despejar tudo isso em cima de você mas... minha irmã não mora na cidade e minha mãe está viajando... e eu não tenho muita gente em quem eu possa confiar aqui...

—Não se preocupe...olha, não estou dizendo isso só porque você é uma grande amiga do Gil. Eu realmente gosto de você, então para com essa coisa de ficar se desculpando por coisas que não temos como controlar, ok?

—Ok, Sara !- e então Cath deu um grande abraço na morena.

—Então, me conta. Já marcou uma consulta com seu gineco? Quem vai com você?- obviamente, esta era uma deixa para Catherine falar do pai, mas a loira não caiu nessa.

—Ainda não... eu só me dei conta do que podia estar acontecendo aqui- nisso ela pôs a mão em seu abdômen- ontem, por incrível que pareça. Dois meses de atraso e eu só reparei ontem! Como pode isso?

Sara também não saberia responder. Cuidadosa que era com isso, a morena sempre anotava as datas de sua menstruação em sua agenda, como supunha que toda mulher faria.

—Acho que é normal se perder de vez em quando...

Catherine retirou um lenço de papel de sua bolsa e limpou os olhos

—Bem, se é normal ou não, não importa. Eu vou seguir em frente... quero dizer, vou ter o bebê. Eu sempre quis ser mãe, sabe? É um sonho realizado então né? Tirando a parte de não ser com o homem dos meus sonhos...

Sara estava se roendo de curiosidade de perguntar quem era o pai. Esperava muito que fosse Warrick. Os dois estavam voltando a se falar, e quem sabe haviam se reconciliado?

—Cath... eu posso perguntar quem...

—É o pai?- Catherine abaixou o rosto, mostrando certa relutância em revelar essa informação- É o Eddie...

Uma coisa difícil de Sara entender era como Catherine, uma jovem tão inteligente e bonita conseguia se meter com os piores caras da face da Terra.

—Olha, Sara... eu sei bem sua opinião sobre o Eddie, mas eu não preciso de esporro agora. Aconteceu... eu juro que usamos camisinha, mas sei lá... deve ter furado, alguma coisa assim.

—Tudo bem... aconteceu, não há nada a se fazer quanto a isso...tudo bem... ele já sabe?

—Não... eu preciso estar calma para contar isso a ele... falando em saber... essa nossa conversa não sai daqui ok?

—Alguma vez eu já saí fofocando sobre sua vida?

—Não. E é por isso que estou aqui...

A conversa com Sara ajudou Catherine a ficar mais calma, e então a loira saiu com a promessa de dar mais notícias. Cumprindo com o combinado, Catherine ligou nos próximos dias logo após ter contado a notícia ao futuro pai. Segundo a loira, Eddie ficou em um momento pasmo, mas depois se alegrou. Disse ele ser a melhor notícia que tivera o ano todo. A reação de Lily, mãe de Catherine, foi tão emotiva quanto ela previra. Mas no final, a futura vovó ficou com o coração amolecido. No fim, aquela gravidez não estava saindo tão ruim quanto Catherine esperava.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Eu me peguei pensando diversas vezes em colocar Cath e Warrick como um casal, mas fico pensando que a Cath sem a Lindsay não é a mesma sabe? E ela só pode ter a Lindsay com o Eddie. O que isso acarretará para Warrick e Cath...bom, eu e vocês vamos descobrir no decorrer da fic!



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