Batter Up escrita por Carol Bandeira


Capítulo 31
A festa


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Com o fim do jogo e a classificação da equipe, a direção dos Devils levou os jogadores e seus convidados para uma churrascaria a fim de comemorarem. William fora convidado mas recusou, sabendo que isso causaria um grande mau-estar tanto com seu filho quanto com sua ex-mulher. Entretanto, o destino parecia querer unir aqueles dois. Bem no fim da noite, quando William estava saindo do bar do hotel em que estava hospedado, ele viu de longe duas pessoas conhecidas adentrarem o recinto.

—Ora, ora, Betty- o homem falou para si- duas vezes no mesmo dia...

Se o homem acreditasse em destino, ele diria que estavam fadados a fazer parte da vida do outro novamente. Em qual capacidade, bem, isso ficaria para o futuro.

Após deixar sua mãe e tio no hotel, Gil e Sara retornaram para o apartamento do rapaz. Muito cansado para qualquer outra coisa, Gil perguntou a Sara se ela queria fazer alguma coisa. A morena recusou, afirmando que eles precisavam era de descanso. O casal tomou banho e se deitou, mas enquanto Gil dormia profundamente, Sara não podia deixar de pensar na carta que estava em sua bolsa. Sem conseguir dormir, ela foi até a sala e se acomodou no sofá com a carta nas mãos. Ela sabia que devia entrega-la a Gil. Se ele decidisse ler ou não, ela não tinha nada a ver com isso. Mas ele precisava saber que o pai estava tentando contato. O que tirava o sono dela era o quando ela devia entregar. Não queria que ele se aborrecesse no seu aniversário, porém não podia ser coincidência William ter resolvido entregar a carta naquela época.

Perdida em seus pensamentos, Sara se assustou com o barulho da porta da sala abrindo.

—Opa, achei que não encontraria ninguém acordado há essa hora- Jim parecia surpreso ao ver Sara ali- O que houve, seu namorado está roncando, ou roubando as cobertas?- ele brincou enquanto depositava sua mochila numa cadeira.

—Nada disso, Jim- o policial veio até ela e deu um beijo em sua face, reparando na carta que estava no colo dela.

—Ah, está compondo uma carta de amor para o aniversariante? - ele sussurrou e tirou a carta de Sara, sentando-se ao lado dela no sofá.

—Não abra, Jim. É para o Gil sim, mas não fui eu quem escreveu.

Sara observou Jim, que por sua vez examinava a letra cursiva na parte do endereçamento do envelope. Ele julgava conhecer a letra mas não sabia de onde.

—Parece até a letra do Gil...

—Bem, imagino que seja porque quem escreveu foi o pai dele.

—O que?!- Jim acabou por exclamar.

—Shiii!

—Foi mal... mas como? Onde foi que você o encontrou?

—Hoje mais cedo, no estádio. Ele se aproximou de mim quando eu estava voltando do banheiro...

—Gil não vai gostar de saber disso- Jim resmungou enquanto ainda observava a carta, como se esta fosse um objeto muito interessante. Ele só desviou o olhar quando Sara colocou uma das mãos sobre a carta, e foi aí que ele percebeu.

—Ele não te contou nada, não é?

—Gil nunca mencionou o pai para mim...

—Não se chateie, Sara. Ele nunca fala sobre isso com ninguém.

—Mas ele falou com você.

—Eu somente sei porque somos amigos há muito tempo. Eu estive lá quando aconteceu... e mesmo assim, só sei o que presenciei...o que aconteceu longe dos meus olhos, bem, só eles sabem.

—Pelo menos você sabe mais que eu. Jim, o que você acha? Dou a carta a ele ou não?

—Olha, a reação dele não vai ser das melhores...talvez você deva esperar passar a festa e tal...

—Mas e se William quiser encontrar Gil? Se ele pediu isso na carta? Aí a gente demora a entregar, e o que acontece?

—Não sei, Sara...eu não estou dizendo para guardar segredo disso, mas para deixar pra contar depois do aniversário dele e...

Os amigos estavam tão absortos em sua conversa que não repararam em Gil se aproximando. Ele somente precisou ouvir a fala de Jim para se intrometer.

— O que os dois estão tramando aí?

Gil observou Sara e Jim quase que pularem do sofá, tamanho fora o susto.

—Olá, amigo!

—Oi, boa noite, estou bem..., mas e aí, o que estão escondendo?

Jim e Sara trocaram olhares e o policial brincou

—Sua festa surpresa? - ao olhar irritado de Gil ele continuou- bem, ele teria que saber uma hora ou outra, não é Sara? Conte logo.

E ela contou. De seu encontro com o homem e da carta que estava em seu colo. Gil ouviu tudo, com sua cara mais plácida, que não mostrava nada do que passava em sua cabeça. Sara terminou e entregou a carta ao namorado, que pegou a carta, olhou-a rapidamente e a jogou em cima da mesa.

—Não há nada que esse homem diga que eu queira ouvir. Vou dormir, com licença.

Quando os dois ouviram a porta do quarto de Gil bater foi que Jim comentou

—Bem... poderia ter sido pior- ele se levantou e se espreguiçou- vou me retirar, preciso de meu sono de beleza- Jim olhou para Sara uma última vez- Você deveria ir também... amanhã será um dia cheio.

Mas Sara ainda se demorou um pouco na sala. Não queria entrar no quarto logo após Gil. Ele não iria dormir tão cedo, e se estivesse irritado, Sara não queria estar perto dele. Decidiu então que deveria ir embora. Entraria no quarto só para pegar sua bolsa. Amanhã ela ligaria para saber como estava.

Como ela imaginou, ao entrar no quarto encontrou com um Gilbert acordado, olhando para o teto. Sem falar com o namorado, Sara foi até a cadeira em que estava em sua bolsa, na intenção de se trocar e ir embora.

—Ei, o que está fazendo?- Gil perguntou, ainda deitado na cama, mas agora escorado por seus braços.

—Achei que você quisesse ficar sozinho- ela falou enquanto tirava as roupas que usara mais cedo da bolsa- Vou dormir em casa essa noite.

—Sara!- Gil deu um salto da cama e correu até ela- Por favor... fique, eu não quero e nem preciso estar sozinho.

Ele pegou as roupas que estavam na mão dela e as jogou na mala, para em seguida guiar a mulher até sua cama. Devidamente sentados, ele continuou.

— Desculpa por ter saído daquele jeito da sala, mas... toda vez que meu pai faz uma das dele eu... tenho que me afastar para não descontar a raiva que sinto dele em alguém...

— Foi só uma carta, Gil... você nem a leu e já ficou assim... me desculpa, se eu soubesse antes que...

—Mas não sabia, não é? Por culpa minha... minha história com meu pai é complicada...

—Não precisa me contar agora... amanhã teremos um dia bem cheio... e depois você pode decidir o que vai fazer a respeito do seu pai...

Gil sorriu e abraçou sua namorada. Ela era boa demais para ele, certamente não a merecia. Decidiu se abrir com ela, mas ela tinha razão, isso podia esperar. Ele iria curtir o aniversário e depois veria o que faria a respeito da carta. Agora, ele só precisava de descanso. O casal se acomodou na cama, e Gil adormeceu com Sara lhe acariciando a cabeça.

O aniversário de Gil foi comemorado do instante que o jovem acordou até horas a fio na madrugada. Começou com um café da manhã na cama, organizado por sua mãe. Logo em seguida, eles foram para o parque que continha a maior diversão de Gil em Las Vegas, suas amadas montanhas russas. O grupo passou uma tarde agradável de brinquedo a brinquedo, e foram embora de tardinha para que pudessem descansar para a festa que Cath preparara em uma suíte do hotel Eclipse.

A festa em si foi o que Gil menos curtiu. Havia muita gente ali que ele só convivia porque era obrigado, como a maioria de seus colegas do Devils. Ainda por cima os dirigentes de seu time também foram convidados. Seus colegas da ULV também estavam lá, assim como Phillip Gerard. Este último foi uma agradável surpresa até mesmo para Betty, que o achava uma influência mais que positiva na vida do filho. Seu mentor ficou horas conversando com sua mãe e seu tio, deixando o jovem a vontade para deixar sua mãe e se voltar aos seus amigos.

Em certa hora ele foi abordado por Doug, que teceu elogios a sua performance atual. Embora Gil não fosse muito com o cara, eles passaram também momentos agradáveis conversando sobre a Major Leage. Até o momento que o homem fez menção a seu pai. Logo o jogador deu uma desculpa e saiu da conversa.

Após mais umas rodadas de tentar ser sociável, Catherine apareceu com um bolo de aniversário, e Gil se viu desconcertado em meio a um coro de parabéns a você mais desafinado que ele já vira. Após os parabéns, os mais velhos se retiraram, e Gil levou sua mãe e o tio até o quarto. Quando voltou a suíte, foi para ver que a música estava mais alta e os convidados mais animados ainda. O jogador suspirou e procurou uma poltrona para se sentar. Foi quando Sara o encontrou, e sentou em seu colo

— E aí, aniversariante! Está se divertindo?

—Nossa... nunca me diverti tanto!

A morena riu e deu um beijo no namorado

—Deixa de ser ranzinza, Gil. Você tem que admitir que a Cath sabe dar uma festa.

—Nunca duvidei disso, Sara... mas a festa que eu tinha em mente...bem... envolvia menos gente...bem menos gente...tipo eu e você...um quarto... e esse vestido lindo que você usa...no chão!

Sara sorriu e acariciou o rosto do namorado.

—Bem, isso pode ser providenciado... afinal, você ainda não abriu meu presente.

— Então, o que estamos esperando?

O casal decidiu ir embora. Como presente de aniversário coletivo, os amigos de Gil resolveram deixar o apartamento vazio para ele levar Sara após a festa. O aniversariante mal podia esperar para ter sua namorada só para ele, e já queria sair sem se despedir. Sara, porém, disse ser uma desfeita com Cath depois de tudo que ela fez hoje. A contragosto, o casal foi em busca de sua elusiva amiga. Quando a encontraram, foi em um dos quartos da suíte do hotel, juntamente com Warrick. Entretanto, o clima ali era pesado, e os dois estavam com a cara fechada.

—Ei, está tudo bem aqui?- Gil perguntou

—Ótimo, Gil! Tudo como deveria estar!- ela encarou Warrick, como quem diz para o homem se calar- E vocês, curtindo a noite?

—Sim, foi tudo ótimo Cath.. mas eu e Sara já estamos de saída. Você se importa?

—De forma alguma, Gil! Vão lá, curtam o resto da noite.

Gil e Sara então desejaram boa noite aos amigos e foram embora. Somente quando entraram no elevador foi que Sara comentou:

—Que climão, hein? O que será que aconteceu?

—Não sei, mas espero que eles se resolvam.

Até porque o aniversariante não queria pensar em outra coisa senão a mulher a seu lado. E foi o que ele fez pelo resto da noite.


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