Batter Up escrita por Carol Bandeira


Capítulo 28
Diversão em Zephyr Cove- pt 5


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Ao chegarem a Villa, Gil ajudou a namorada a levar seu primo para o quarto dele e a pô-lo de lado na cama. Então voltou para buscar o restante do pessoal do bar, já que não caberiam todos com Chris. Assim que voltou para casa, porém, foi para cair na cama e dormir ao lado da namorada, os dois cansados demais para continuar de pé.

O dia seguinte encontrou Gil saindo cedo para o campo de golfe, enquanto seus amigos intoxicados continuavam a dormir. Ele não ligava de jogar sozinho, era até melhor para sua concentração. Mas enquanto esperava por sua vez de jogar, sua mente vagou para o dia de ontem, e em como tanto Sara quanto Catherine estavam estranhas no fim da noite. Caladas e avoadas, as duas não responderam quando ele perguntou o que tinha acontecido ali. Na hora, isso não era muito importante, já que estava preocupado em levar Greg de volta a Villa. Mas agora aquele comportamento estranho atiçava sua curiosidade. Ele chegaria ao fundo disso mais tarde, tinha certeza.

Enquanto isso, Sara acabara de acordar e de checar Greg. Ele dormia profundamente, e parece que não teve nenhum acidente a mais durante a noite. Balançando a cabeça, a morena foi até a cozinha preparar um café, mas já encontrou o bule cheio com o líquido quente. Sorriu ao pensar no namorado acordando cedo para fazê-lo. Encheu uma xícara e preparou um pote com cereal, levando seu café da manhã para a varanda. Sozinha, ela tentou não pensar no que havia se passado ontem, e estava conseguindo até que o barulho da porta da frente a despertou. Catherine apareceu, segurando também uma caneca com café

—Bom, dia.

—Olá, acordou cedo.

—Você também. Não esperava encontrar ninguém agora- a loira se sentou ao lado de Sara.

Com a chegada dela, porém, o ar que antes estava tão limpo agora ficava pesado, e logo as duas falaram ao mesmo tempo:

—Escuta, Sara...

—Olha Cath...

Após umas risadas pelo ocorrido, Sara pediu

—Fala você primeiro- afinal, ela tinha certeza de as duas queriam falar do mesmo assunto.

—Tudo bem... olha, antes de mais nada eu... estou tentando acreditar que não houve nada de mais...que há uma explicação sensata para o que eu vi ontem... mas eu não consigo deixar de pensar nisso! Fecho os olhos e lá estão vocês dois se agarrando e... eu sei que não tenho nada a ver com isso, mas o Gil é meu melhor amigo, e ficar com isso na minha consciência... bem, o que você tem a dizer a seu favor?

Sara ficou impressionada com a quantidade de coisas que Cath tinha a dizer sobre o assunto, e ficou até perdida com o que dizer.

—Bem... eu entendo que você queira resolver isso, Cath...mas eu acho que aqui não é o lugar mais adequado...

—Tá todo mundo num sono ferrado, Sara, você sabe disso. E quanto ao Gil, bem podemos ver ele chegando daqui... não vejo problema nenhum em pôr os pingos nos I agora.

—Ok, ok!- a morena não queria mais pensar no que acontecera ontem. Já seria ruim demais ter que confrontar Greg sobre isso hoje e ainda por cima ter um embate com ela...- Foi o Greg... ele bebeu demais e.... ele não sabia o que tava fazendo, Cath, e eu juro, estava tentando me separar dele...

Catherine observou a colega por um instante. Não é que duvidasse de Sara com relação a quem começou o que, mas dizer que Greg não sabia o que estava fazendo? Ah, e ela acreditava em Papai Noel!

—Qual é, Sara? Ele não sabia o que estava fazendo, pra cima de mim? Todo mundo aqui sabe que ele é apaixonado por você, inclusive até seu namorado percebeu! E olha que o Gil não é muito bom em sacar essas coisas! E vem você querendo pôr a culpa no álcool? Pelo amor né?

— Pera aí, do que você está me acusando, Catherine?

—Não estou te acusando, só estou falando das coisas como eu vejo... eu não acredito que você não perceba que seu “primo” é apaixonado por você.

—E aí o que, você vai dizer que eu sei disso e que me aproveito do Greg pra me sentir bem? Que eu to usando ele e o Gil como meus brinquedinhos?

—Não... eu não acho que você é desse feitio... não te conheço muito bem Sara, mas sei que o Gil não namoraria uma garota qualquer... e o Rick fala muito bem de você.

Esse comentário desarmou um pouco a Sara, e a morena se encostou novamente na cadeira.

—Então, não entendo o porquê dessa conversa.

—Ok, vamos por parte. Quando eu entrei na varanda e vi aquela cena, sim, minha primeira vontade foi de te chamar de vadia, cachorra, e daí pra baixo. Mas tive tempo para pensar no que eu sabia sobre vocês... você e Greg, quero dizer. Quando Gil começou a demonstrar interesse em você, bem, teve um dia que ele veio me procurar, falando que achava o relacionamento de vocês estranho. A gente sabia por Warrick que ele era seu primo postiço e que ele significava muito para você...

—Greg e a família dele... todos eles são muito importantes pra mim, Cath... e o Greg, bem, ele me acolheu quando eu não tinha amigo algum, estava passando por uma fase difícil, e foram eles que me tiraram do fundo do poço... eu devo muito a ele... só tento retribuir.

—Mas você tem que perceber que no meio desse caminho ele se apaixonou por você. E eu acho que você sabe que ele gosta assim de você, e por não retribuir o sentimento você fica passando a mão na cabeça dele, mimando-o, dando atenção...e na cabeça iludida dele, isso faz com que ele pense que tem alguma chance com você. Eu disse isso a Gil um dia, e falei que o relacionamento de vocês teria uma terceira pessoa até você fazer algo a respeito disso.

Sara ficou calada, pensando no que Catherine disse. Será que ela tinha razão, sobre ela ficar dando esperanças para o primo daquele jeito que o tratava? Mas ela não podia tratar o garoto com indiferença só porque ele gostava dela, aquilo não era justo, e foi isso que ela respondeu a Catherine. A loira, por sua vez, proferiu.

—Você não precisa destrata-lo, Sara. Vocês só têm que ter uma conversa franca, e ele precisa entender que isso não é somente sobre o Gil. Eu sei que você não quer machucá-lo, mas ao não dizer a real para ele, você só está adiando uma situação difícil. Bem, é só isso que eu tenho a dizer.

Catherine se levantou e disse que ia tomar um banho, por um biquíni e ir a piscina do resort. Sara disse que esperaria por Gil para ver o que ele queria fazer. Assim que a loira saiu da Villa, Sara se dirigiu ao quarto de Greg, e viu que o primo estava acordado. Batendo na porta do quarto para avisar que estava lá, ela entrou e falou baixinho.

—E aí, como está se sentindo?

—Como se tivesse sido atropelado por um caminhão... e minha boca está seca.

—Bem, isso se chama ressaca. O que deu em você para beber tanto ontem, falando nisso?- Sara estava uma pilha, já querendo resolver todo esse assunto entre ela, Greg e Gil. O primo, por outro lado, não estava em condições.

—Nem sei. Sara... só quero dormir.

—Ok, mas pera aí, vou pegar um remédio e deixar uma garrafa d’água pra você.

Ao sair do quarto de Greg, ela deu de cara com Gilbert, todo suado e um pouco rosado do sol.

—Ei, como ele está?

—Péssimo. Mas bem feito!

Ao olhar incrédulo de Gil ela respondeu

—Ninguém mandou beber daquele jeito! Detesto quando a pessoa não sabe seus limites!- Gil achou que ela estava um pouco alterada no momento, afinal, ela já o vira perder a linha com a bebida e não o tratou daquele jeito.

—Ok, então. Escuta, vou jogar uma água rapidinho e depois podemos fazer o que quiser... o que acha, mas só nós dois?- ele falou com sua voz mais sexy, mas não tentou encostar nela, pois estava todo suado.

—Humm, adorei a ideia.

 Enquanto Gil estava no banho o restante da casa começou a acordar, mas nenhum deles parecia tão mal quanto Greg. Ao saber onde estava Catherine, Warrick foi logo se juntar a ela, enquanto Nick e Sofia resolveram ir até o píer para aproveitar a reserva do barco. Logo, só estavam Sara e Gil na casa. Como ela não havia comido nada, os dois decidiram ir até o restaurante fazer uma refeição, e depois deixaram seus passos explorarem o resort, sem algum caminho a seguir. Eles acabaram por encontrar a cachoeira de ontem, a qual estava vazia, talvez por ser a hora do almoço. Resolveram tomar um banho por ali mesmo.

Ao mesmo tempo, Greg finalmente levantara da cama. O remédio que tomara não fizera muito efeito sobre sua dor de cabeça, e a boca seca e a falta de memória da noite de ontem não ajudaram a elevar seu espírito. Sabia que algo havia acontecido, pois dos flashs que tinha, surgia um sentimento de vergonha. Não querendo comer nada e também sem vontade de estar ao lado de seus companheiros de viagem, Greg saiu de casa e andou até a beira do lago. Muitas famílias já aproveitavam o sol, e ele pode ver na distancia um pessoal andando de paraseilling. Lembrou-se que tinha uma reserva junto a Nick naquela tarde, mas sabia que seu estomago não aguentaria a aventura. Xingando-se baixinho pela bebedeira de ontem, Greg se virou para ir embora, mas estacou no lugar ao ver um baixinho correndo em sua direção.

—Cody, meu camarada!- Greg se alegrou ao ver a criança. Com seu sorriso largo e desdentado, o menino parecia o único naquele dia que estava feliz ao vê-lo

—Tio, vamos brincar na água?

Antes que Greg pudesse responder, Riley chegou correndo.

—Cody... o que...eu falei...sobre...sair...correndo?!- a loira estava quase sem folego.

—Desculpa tia, mas eu vi o Greg!

—Eu sei... olá Greg- ela deu um sorriso para o amigo, aquele sorriso de quem sabe uma boa história de você- Como está se sentindo?

—Ahh... de ressaca...- ele falou, envergonhado de seu comportamento- Eu sinto que devo desculpas a você... sei que passei dos limites mas...

—Ah, besteira! Acontece com todo mundo. Mas e aí, onde está a sua turma?

—Não sei, devem estar se entretendo por aí.

—E te deixaram sozinhos? Que amigos, hein?

—São amigos do namorado da Sara, minha prima. Estou aqui de penetra...

—Bem... já que eles te abandonaram, que tal passar o dia comigo e com Cody?

— E os pais dele?

— Estavam dormindo. Não estão mais acostumados a sair de noite, e o nosso amigo aqui- ela passou a mão nos cabelos do menino- estava inquieto dentro de casa.

—Ah, sim. Se vocês não se incomodarem, eu topo!- ele queria mesmo uma boa companhia.

Então, o dia de domingo se passou entre casais, e quando escureceu estavam todos de volta na Villa, com sorrisos no rosto e se preparando para o cruzeiro que os levaria para observar os encantos de Lake Mead. Somente Greg que estava sumido, e o fato atiçou a curiosidade de Cath. Enquanto os garotos esperavam seus pares terminarem de se arrumar, Cath chamou Sara a seu quarto, com o pretexto de ajudá-la a escolher uma roupa. A morena entrou no quarto, já trajando seu vestido tubinho.

—Então, você falou com Greg?

—Achei que você não queria se meter nisso.

—Engano seu. Ele não está aqui, então pensei que...

—Não o encontrei- Sara se sentou na cama e mexeu no estojo de maquiagem de Cath- Ele deu uma de sumido o dia inteiro. E também não contei a Gil. Que bem faria ele saber disso?

—Olha, Sara...- a loira, só de lingerie, se sentou ao lado da colega, e tentou explicar da melhor forma- Se eu vi aquela cena, quem te garante que outra pessoa não viu? Um daqueles fãs de baseball, que pensariam fazer um grande favor em avisar para Gil que a namorada dele não é fiel?

—Mas Gil já não vai com a cara dele...se eu contar... eu não quero indispor os dois Cath...

A loira suspirou, e teve que parar pra pensar. Era uma situação delicada. Esconder esse tipo de coisa não dava certo, mas expor a situação ali poderia muito bem estragar o fim de semana de todos.

—Tudo bem, não contemos agora. Mas escuta o que eu to te falando. Alguém tem que resolver essa situação com o Greg. Ou vai ser você, ou o Gil quando souber o que ele fez.

Desta vez, foi Sara que suspirou alto. Ela nunca imaginou que estaria no meio de um cabo de guerra entre dois homens, ainda mais um sendo Greg!

—Cath, obrigada por me cobrir nessa história toda...

—Disponha- a loira sorriu, mesmo achando que isso não era o melhor caminho- Então, diga-me: o rosa ou o vermelho?- ela segurou dois vestidos para Sara analisar, dando por encerrada aquela conversa.

Quando enfim as meninas se aprontaram e saíram dos quartos, foi para um suspiro coletivo dos homens. Warrick se levantou e foi direto a sua namorada

—Eu sei que normalmente você já é linda, mas uau... está deslumbrante, gata!

Nick não podia ficar por trás, então estendeu um comentário igualmente galante a sua amada, enquanto Gil simplesmente pegou a mão direita de Sara e a beijou. Ele não gostava de declarações e afins, não quando tinha muita gente por perto. Mas Sara pode ver pelo olhar dele o quanto ele aprovava seu vestido curto.

O grupo foi andando em direção ao cais para pegar o barco, e Sara olhava para todos os lados na intenção de ver se Greg aparecia. Estava preocupada com o sumiço dele, não era de seu feitio não dar notícias. E ficar bêbado, e fazer declarações de amor... enfim, ele estava muito estranho, e ela se arrependera de tê-lo trazido. E com essa preocupação toda, o passeio romântico de barco que Gil esperava acabou não sendo tão romântico assim. Pois enquanto os outros casais curtiam uma dança juntinho e o passeio até o lago de esmeraldas, Sara estava facilmente distraída, e Gil teve que chama-la a atenção várias vezes. Após um jantar muito calado, o jogador não aguentou e teve que perguntar.

—Mas o que tá acontecendo, Sara? Desde ontem a noite você está estranha. Não quer me dizer o que foi que se passou?

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Greg, por sua vez, passara também uma tarde agradável com Riley. Depois de fazerem mais uma trilha com Cody e andarem de jet-ski no finzinho da tarde, agora  participavam de um mini luau na lagoa. Ao longe, puderam ver o navio partindo do cais, levando os casais apaixonados para mais uma aventura.

Riley era uma jovem muito entusiasmada, e Greg descobriu diversos pontos em comum com ela. De repente, um grupo de dançarinas de Hula apareceram, e Riley foi dançar junto. Greg ficou admirando a garota a dançar, tão a vontade ali. Em certo momento, ela se aproximou dele e o puxou para dançar. Relaxado, Greg se deixou envolver pelo ritmo e pela alegria da loira a sua frente. A luz da fogueira a iluminava, e o vento fazia seus cabelos esvoaçarem, enquanto dançava sensualmente. Tudo isso, junto com a solidão que sentia naquele lugar, fez com que Greg desejasse beijá-la. E assim o fez...

^*^*^*^*^*^CSI^*^*^*^*^*^

Enquanto Greg se divertia, no navio as coisas não iam bem para Sara e Gil. O jogador exigia saber porque Sara estava tão estranha. Ele não podia afirmar, mas sabia que tinha dedo do primo dela nessa história.

—Não sei do que você está falando, Gil- Sara tentou desconversar, mas agora o namorado não sossegaria enquanto não tirasse a história toda a limpo.

—Claro que sabe, você não mente bem, Sara.

Os dois estavam no convés, enquanto os outros passageiros desfrutavam do jantar. Daqui a um tempo, chegariam a bacia das esmeraldas, e todos sairiam para ver as maravilhas do lugar. Gil sabia que tinha pouco tempo para fazer Sara falar, e estava começando a se irritar com isso.

—Você não vai me dizer mesmo? Eu sei que tem haver com o Greg. Você estava muito estranha com ele de manhã. E se não vai me falar vou ter que perguntar a ele...

Gil se virou para voltar para dentro do barco, mas Sara o segurou pelo pulso.

—Não, Gil... olha... eu fiquei chateada com o Greg porque ele perdeu a linha...

—De que jeito?

—Ele... foi culpa da bebida...ele..- ela virou o corpo para observar o mar- ele tentou me beijar...

—O quê? Mas que cara...

—Não precisa se alterar, Gil... ele não vai voltar a fazer isso novamente...

— E você é adivinha agora, Sara? Ele cismou com você... não me suporta... mas eu vou é dar uma boa lição naquele...

—Pode parar, Gil! Ninguém vai dar lição em ninguém! Eu vou falar com ele...vou resolver isso de uma vez por todas...

—Mas eu não...

Ao olhar fulminante de Sara, Gil se calou. Ele queria dizer que não queria mais que Greg chegasse perto de Sara sozinho, mas no final decidiu que sua namorada não aceitaria isso de bom grado. Resolveu ficar calado, e logo o capitão anunciou que estavam se aproximando do lago de esmeraldas, fazendo com que os outros subissem. Sem ter escolha, eles deram por encerrada a conversa, e Sara se apoiou nas grades do barco e ficou observando a chegada ao destino deles. Gil a abraçou por trás e beijou o pescoço da amada.

—Desculpa...

—Tudo bem... vamos resolver isso, você vai ver.


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