Batter Up escrita por Carol Bandeira


Capítulo 21
Sem outra alternativa


Notas iniciais do capítulo

Hummm, o que posso dizer desse capítulo? Apesar de pequeno me diverti com ele.Espero que gostem
Boa leitura



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Duas semanas. Quatorze eram os dias em que Gil não via Sara. Desde aquele encontro maldito que eles tiveram. Gil sabia o quanto estava errado, mas não imaginou que Sara tivesse ficado tão chateada com ele a ponto de não querer vê-lo. Afinal, ela aceitara continuar aquele dia com ele, brincando com ele no Le Circle. Mais estranho ainda, ela não deixara de falar com ele nas aulas de Gerard, e ainda atendia as poucas ligações que Gil fizera. Entretanto, era só Gil dar a entender que queria vê-la para ela inventar algum compromisso. Essa mulher estava querendo lhe por doido.

Gil então se viu obrigado a usar de medidas drásticas. Ele iria viajar com o time para mais uma rodada de jogos, e sabia que não conseguiria dar o seu melhor se ficasse com esse problema rondando a cabeça. Por isso, na sexta antes de viajar ele foi fazer uma visita à casa de Sara. Quem atendeu a campainha foi uma senhora de longos cabelos brancos, e Gil deu graças a Deus por não ser o primo dela.

–Boa tarde. Meu nome é Gilbert Grissom, eu estudo com a Sara na UNLV. Você deve ser a avó dela, não é? Ou nana, como ela te chama,

–Sim, mas pode me chamar de Gwineth. Vamos entrando, está aqui para falar com minha neta, não é?- Gil pode detectar um sotaque Irlandês na voz envelhecida da senhora

–Sim, mas não quero incomodar, se ela não puder...

Gil foi interrompido por nana, que logo o empurrou em direção a sala.

–Não nos atrapalha em nada.

–Quem não nos atrapalha?- uma voz forte e de sotaque irlandês ainda mais pronunciado soou atrás de Gil.

–Um amiguinho de Sara, querido.

Gil teve que reprimir uma careta ao ser chamado de amiguinho, mas logo se virou e deu de cara com um senhor robusto, de cabelos e barbas espessas e brancas.

–Amiguinho o que? Um homem feito desses?- o homem estendeu a mão para Gil.

–Liam Hojem Sanders, e o que o traz a nossa humilde casa?

–Gilbert Grissom, senhor, e...

–Grissom, você diz? Não acredito Gwi! Ele é o garoto do Will “the hammer” Grissom! Sara nos falou de você!

Gil ficou desconsertado com a empolgação do senhor. Já fazia algum tempo que ele não encontrava um fã de seu pai.

–Ora, Liam, pare com isso, está deixando o menino sem graça!- Nana veio intervir.

–Não, Gwi! Quem o deixa sem graça é você, o tratando com todos esses diminutivos! Isso acaba com nossa masculinidade!

–O que está acontecendo aqui?!

Nana já daria uma boa resposta, mas foi impedida pela chegada de Sara na sala. A morena descera a escada que ficava ao fundo da sala, com um short de ginástica coladinho as pernas e uma blusa regata branca. Gil teve que se controlar para não salivar ao ver a moça que atormentava seus pensamentos se aproximar. Aquelas duas semanas o deixaram com uma imensa vontade de subir com ela por aquelas escadas, entrar no quarto dela e devorá-la todinha. Mas a cara de surpresa e desagrado que Sara fez ai vê-lo ali acabou com qualquer vontade que Gil tinha.

–Gilbert, o que faz aqui?- ela parou no meio da escada.

–É...eu queria falar com você...-ele olhou de relance para os avós de Sara, que estavam bem atentos a situação. Gil sabia que Liam não perceberia, mas Gwineth com certeza via que Sara não estava a vontade com Gil ali- sobre o projeto que temos que fazer para a próxima aula.

Sara demorou a entender o que Gil queria. Afinal não havia nenhum projeto, mas então ela entendeu. O jogador não queria entrar no mérito da questão com seus avós presentes.

–Ah, ok...é, se você quiser podemos falar sobre isso lá em cima...

–Bobagem querida!- nana a cortou novamente- Podem usar a sala, eu e o velho aqui já estamos de saída. Não é Liam?-ela cutucou o marido, o qual não parecia muito querer sair dali.

–Ai! Ok, já estamos indo. Gilbert, espero te encontrar novamente, para discutirmos sobre a temporada atual.Ah, e Sara, vá trocar de roupas,sim?

Sara , que só agora se dera conta de como estava vestida, mandou um beijo para os avós e correu para trocar de roupas. Gil mais uma vez teve que se concentrar para não dizer a Sara que se incomodasse com isso. Afinal, ele já a vira com muito menos roupas...mas também não era a hora. Virou-se então para o casal mais velho para se despedir.

–Foi um prazer, senhor e senhora Sanders- ele estendeu a mão primeiro para nana e depois para papa.

–Espero que se comporte, meu jovem, isso aqui é uma casa de família.

–O senhor não tem com o que se preocupar.

–Espero mesmo. Nana, te espero no carro.

–Ok, Li- o homem saiu da cena e nana falou seriamente para Gil.

–Eu não sei o que aconteceu entre vocês, mas espero que resolvam tudo da melhor maneira possível- Gil pareceu surpreso com a fala de Nana- Não se faça de desentendido. Sara não me disse nada, mas é óbvio que ela estava saindo com alguém esses meses...estava tão feliz, mal parava em casa. Agora ela anda cabisbaixa e quase não sai...e de repente você aparece aqui, com esse olhar de cachorro abandonado. Se está aqui é porque se importa com ela, não é?- Gil somente respondeu a senhora com um aceno-Então tudo irá se resolver. Ah, aí está ela!-Gil olhou para a escada novamente para ver Sara descendo, usando agora uma calça de moletom e uma blusa de algodão.

Quando ele se virou para nana, ela já havia saído.

–Interessantes, os seus avós, não?-Gil comentou, ainda olhando para a porta por onde nana acabara de sair.

–Sim...dentre os muitos adjetivos que posso usar, este é o que se sobressai.

Gil voltou o seu olhar para Sara. Com o barulho do motor do carro se afastando da garagem o jovem pode finalmente se dar ao prazer de observá-la sem se sentir culpado. Sara estava claramente na defensiva com Gil ali, invadindo seu espaço. Os braços cruzados e a expressão séria não o deixavam com dúvidas.

–Será que podemos conversar como adultos agora?- Gil puxou a conversa, já que Sara não o fez

–E o que acha que estivemos fazendo esse tempo todo?

–Se você está se referindo as ultimas semanas, não. Nós simplesmente falamos sobre tudo menos o que devíamos. Não somos adolescentes, Sara, temos que resolver nossos problemas como os adultos que somos

–Muito engraçado ser você a me dizer isso, Gilbert. Por sua reação da última vez que estivemos juntos eu diria que é um tremendo crianção.

–Tá legal. Sou o primeiro a admitir que fui o errado. Mas será que você pode me dar uma chance de me explicar?

Gil esperou a resposta de Sara com receio. A morena hesitou em responder, mas finalmente pediu que ele se sentasse no sofá da sala, se acomodando ao lado dele.

–Antes de mais nada, só me tire uma dúvida- Gil pediu- se está tão sentida comigo por que então concordou em continuar aquela noite comigo?

Sara deu um meio sorriso antes de responder.

–Ah...não sei bem...eu gosto de você, Gil, e dava para ver como estava chateado naquele dia...eu deveria era ter te deixado sozinho, mas eu queria poder te ajudar...mas conforme a noite se passou eu não consegui para de pensar que...que talvez você não goste de mim da mesma maneira...e eu não quero alimentar uma relação que seja assim, desigual.

Gil ficou surpreso com a resposta de Sara. Era impressionante como essa mulher sempre o deixava de boca aberta com suas falas.

–Uau...Sara...como...por que você pensaria que eu não sinto o mesmo por você?- Gil não conseguia entender como ela chegara a essa conclusão, se tudo o que ele fazia era querer estar sempre com ela.

Sara cruzou os braços e desviou os olhos para o chão da sala

–Do jeito que você falou comigo naquele dia, bem, não é de se estranhar que eu tenha minhas dúvidas.

–Sara- Gil chamou a atenção dela colocando uma das mãos no ombro magro da jovem- Eu...tudo o que eu disse foi...por conta de o quão irritado eu estava. A essa altura do campeonato eu devia já saber controlar minhas emoções. Nada do que eu falei tem a ver com você, com o que eu sinto em relação a nós...é só que...

Aquela altura Sara já estava até surpresa por Gil ter dito tudo aquilo. Ele não passava a impressão de ser alguém eloquente com os sentimentos, então ele ter ido até sua casa para lhe explicar o que se passou com eles...bem, isso já devia dar alguns pontos positivos para ele. O jogador estava claramente fora de sua zona de conforto, o que era reafirmado por sua postura rígida e pelas mãos fechadas. Apesar de ser claro que ele ainda relutava em contar a ela o real motivo de seu ataque de fúria Sara resolveu que naquela hora isso não era o mais importante.

–Gil...escuta, não precisa me contar mais nada sobre aquele dia. Eu sei que foi algo que mexe muito com você ainda e só peço que você entenda isto: eu não quero nunca, em hipótese alguma, que você me conte tudo o que está se passando com você. Não é isso que eu espero de nenhum relacionamento, seja entre amigos, namorados, o que quer que seja. Sei que todos tem coisas que preferem não comentar, por qualquer motivo. Eu prezo muito isso, e não estou pedindo pra você se abrir totalmente comigo. A única coisa que eu preciso saber agora é... em relação a nós dois. E mais ninguém.

Gil sentiu certo alívio ao final da fala de Sara. Ele não sabia se seria capaz de se abrir totalmente com relação aos seus sentimentos com seu pai para ninguém. Mas resolveu contar a ela algo.

–Meu pai...eu e o velho não temos uma boa relação e ,por isso, quando ele apareceu...enfim, podemos dizer que não sou eu mesmo quando ele está por perto. Eu só queria que soubesse disso...eu briguei com ele e...descontei em você- Gil pegou a mão direita de Sara e a levou até seus lábios- Me perdoe. Eu gosto demais de você para deixar que escape por conta disso.

–Gosta é?- um sorriso surgiu no rosto de Sara- Pois eu também gosto muito de você.

Um lindo sorriso apareceu também no rosto de Gilbert- Então a senhorita aceita sair comigo essa noite?

–Hummm, não sei...o que eu ganho com isso?

–Além do prazer da minha companhia? Você vai ter que aceitar para saber!

–Então não tenho alternativa a não ser dizer sim.


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Notas finais do capítulo

PS: Os avós de Greg e Sara são incríveis,não?



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