O Chefe dos Aurores (A Harry Potter Story) escrita por Phoenix M Marques W MWU 27, BILSS O DESTRUIDOR


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Matt recebe uma terrível notícia.



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Alguns dias após a notícia da derrota de Você-Sabe-Quem diante de um bebê indefeso, Matt estava lendo uma carta no dormitório. Poucos minutos depois, Matt terminou de ler e começou a chorar. Bill entrou no quarto e acudiu Matt.

– O que houve, Matt? – perguntou.

Matt enxugou as lágrimas, ergueu os olhos para o amigo e disse secamente:

– Meu pai morreu.

Bill olhou desconsolado para o amigo.

– Eu... Eu sinto muito – foi o que o primogênito dos Weasley conseguiu dizer. – O que houve com ele? Estava doente ou...?

– Não, muito pior que isso. – O jovem Stick soluçou. – Os Comensais da Morte... Os seguidores do Você-Sabe-Quem... Eles abordaram meu pai lá em Glasgow quando ele estava saindo do trabalho. Não deram a ele a chance de se defender adequadamente. Ele era um bruxo habilidoso, mas mesmo ele não teria como dar combate a vários de uma só vez. O Ministério da Magia já está investigando os criminosos e descobrindo o paradeiro deles, mas isso não importa mais. Nem imagino como minha mãe deve estar se sentindo nesse momento... Ela deve estar bem pior do que eu. E eu já me sinto péssimo.

– Péssimo? – indagou Bill. – Você não tem culpa do que aconteceu, Matt... Foi uma fatalidade. O Ministério a essa altura já deve estar capturando os homens que cometeram esse ato covarde para com seu pai. Os Comensais da Morte estão sem líder, e são um grupo desorganizado e marginalizado sem a figura de Você-Sabe-Quem para conduzi-los. Eles receberão a devida...

– Punição? – rebateu Matt. – Não, Bill, não existe punição suficiente que faça meu coração ficar tranquilizado... Que compense a dor da perda que estou sentindo agora. Meu pai era minha inspiração. Era a pessoa mais importante para mim. Tudo o que eu sonhava em ser, em conquistar, era para deixa-lo orgulhoso. Era para que ele visse o quanto eu me esforcei para ser como ele. Para ser um homem honrado, vitorioso, e que não tinha medo de lutar por seus objetivos. Você-Sabe-Quem pode até ter sido derrotado, mas seus capangas conseguiram cumprir uma de suas metas: eliminar o líder da resistência escocesa. Agora ele nunca poderá ver o meu futuro.

– Não diga isso – retrucou Bill. – Você sempre teve uma fé imensa desde que nos conhecemos. Seu pai está num lugar melhor agora, e ele continuará acompanhando o seu crescimento como pessoa, Matt. Você sabe disso melhor do que eu. Só precisa ser um pouco menos duro consigo mesmo nesse momento, e acreditar mais em você mesmo e no seu pai. Se você quer tanto se tornar essa pessoa que ele sonhou que você fosse, não desanime. Siga em frente, amigo, e seja um homem de quem seu pai teria orgulho.

– Se ao menos eu fosse mais forte – lamentou-se o garoto escocês. – Se ao menos eu estivesse junto dele e pudesse ajuda-lo... Ele provavelmente ainda estaria bem. A Escócia e seus bruxos ainda teriam seu líder.

Bill contemplou o semblante de seu amigo. Mesmo triste, Matt se esforçava para manter a expressão fria, sem demonstrar fraqueza. Aquilo devia ser uma característica típica dos escoceses. Bill admirava o amigo por tentar se manter forte naquele momento difícil.

– Você ainda vai ser forte, Matt. Tão forte quanto seu pai, ou mais. Não se culpe pelo que aconteceu. Seu pai morreu como um guerreiro... Pelo pouco que você me falou sobre ele, acho que ele não ficaria triste em morrer lutando. Tenha fé, parceiro, e continue seguindo seu caminho para deixar seu pai orgulhoso. A Escócia não perdeu um líder. Ela ganhou um herói para sua história. E você é o filho desse herói, que um dia seguirá os passos dele. Não é o que você quer?

Bill segurou o ombro de seu amigo.

– Sim – respondeu o moreno. – É o que quero.

– Muito bom... – Bill o sacudiu de leve. – Sua mãe falou sobre o enterro, ou sobre como seria...?

– Ela explicou na carta, mas eu não dei muita atenção. Parece que ela vai vir me buscar no fim de semana para que eu possa estar presente no velório e no enterro.

– Entendo. Então você tem até o fim de semana, ou seja, uns três dias para avisar a professora McGonagall, se preparar e...

– Minha mãe já se adiantou – interrompeu Matt. – Ela escreveu um bilhete para a professora explicando a situação e pedindo que eu fosse liberado por esse fim de semana. Aqui diz que eu tenho que entregar isso a ela logo. Nem imagino como ela ainda conseguiu pensar nesses detalhes todos com essa tragédia.

– Se quiser, eu entrego o bilhete para a Minerva por você – sugeriu o garoto ruivo.

– Obrigado, Bill. Seria ótimo.

Bill se levantou.

– Matt, você quer que eu faça mais algo por você?

– Na verdade, sim – afirmou o escocês. Ele tirou um cisco do olho antes de continuar. – Preciso ficar um tempo sozinho.

– OK. Então eu vou... – Bill fez menção de sair do dormitório, mas Matt o deteve.

– Não, deixa que eu saio... Preciso espairecer. Preciso de uma mudança de ares para tentar me acostumar com essa situação.

– Hmmm... Está bem – disse Bill, sentando-se em sua cama. – Fique à vontade.

– Obrigado por suas palavras – disse Matt para o menino ruivo. Em seguida, ele se dirigiu para a sala comunal, e de lá, para o exterior do castelo.

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Ele se sentou à sombra de uma árvore, nas margens do lago. Ao longe ele observava outros estudantes conversando distraidamente, lanchando, e se divertindo, todos alheios ao sofrimento que acometia o coração do pequeno Matt Stick. Um grupo de alunos do terceiro ano se aventurava a atirar torradas para a lula gigante. Bill e ele haviam descoberto a existência da lula poucas semanas antes; aquele fabuloso animal ainda impressionava o menino escocês por sua imponência, mas naquele dia, Matt não estava a fim de contemplar a criatura.

Matt se recostou no tronco da árvore e fechou os olhos. Ele não queria pensar nem sentir nada. Queria apenas que aquele momento passasse, e que o peso daquela tristeza sumisse de seus ombros.

Haviam decorrido alguns minutos quando ele sentiu que havia alguém em pé defronte a ele, bloqueando a luz do sol naquele fim de tarde. Matt abriu os olhos, e quase não acreditou ao ver quem estava lhe encarando.

– Você é o menino escocês, não é? – perguntou Thaila Fadden, a menina que ele havia contemplado durante a cerimônia de seleção e que havia deixado ele de queixo caído por sua graciosidade.

Matt ficava sem jeito perto dela. Ele sentia algo forte por ela, e somava-se isso ao fato de acha-la muito bonita. Agora ele conseguia reparar melhor no rosto dela: tinha um formato sinuoso, como uma obra de arte, e sua pele era um tanto bronzeada, como se ela fosse de origem latina. Ele não entendia por que ela estava ali, olhando para ele. Eles não eram amigos próximos e se falavam pouco, mesmo durante as aulas. Não que ele não quisesse ser mais íntimo dela, mas a timidez de Matt o impedia de se aproximar de garotas, principalmente de Thaila. Mas ele gostaria de poder ser, pelo menos, amigo dela um dia. Ficar perto dela dava a ele uma sensação de paz e tranquilidade... Bom, pelo menos, na maioria das vezes. Agora, por exemplo, ele não se sentia tranquilo com a aparição repentina dela. Estava um tanto desconfortável, ainda mais pelo pesar que havia lhe acometido devido à notícia do falecimento do pai.

Ele demorou a responder, e ela notou que ele fitava o rosto dela longamente. Ela ofegou de repente, e seu rosto ruborizou. Aquilo fez Matt voltar à realidade.

– S-Sim – gaguejou ele. – Sou eu.

– Matt, não é? Esse é seu nome? – perguntou ela, no que ele assentiu. – Eu vi você saindo cabisbaixo da sala comunal... você parece triste. Aconteceu alguma coisa?

Ele hesitou. Afinal, Thaila e ele não eram amigos próximos. Contar o que estava sentindo em relação à perda de seu pai para Bill era uma coisa. Abrir seu coração para Thaila sobre aquela situação era algo completamente diferente. Ele não queria falar nada. Mas percebeu o olhar caridoso que ela lhe lançava, e se tranquilizou.

– Meu pai morreu – disse ele lentamente. – Ele foi morto pelos Comensais da Morte.

– Comensais da Morte? – indagou ela.

– É... são os seguidores d’Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, sabe? O que foi derrotado por um bebezinho no dia das bruxas.

– Ahhhh, sim... Eu me lembro das notícias – admitiu ela. – Mas por que eles mataram seu pai?

– Meu pai era líder do movimento pela independência da Escócia – explicou o menino. – Por isso o Você-Sabe-Quem não gostava dele. Ele não queria que a Escócia se tornasse independente, pois seria mais um país com um Ministério da Magia para ele enfrentar. Mas, para quem está estudando numa escola de magia da Inglaterra, isso pode não parecer nada demais.

Thaila abriu a boca como se fosse dizer algo, mas se deteve. Por alguns instantes, eles apenas se olharam. Então Matt baixou a cabeça e fitou o chão. Thaila se ajoelhou ao lado dele.

– Eu sei que não vai fazer diferença nenhuma dizer isso, mas eu sinto muito pelo seu pai – falou ela com sinceridade.

– Obrigado.

– Eu posso te dar um abraço? – perguntou ela, fazendo com que ele levantasse os olhos para olhá-la. – Para fazer você se sentir melhor... Sempre funciona com minhas amigas.

A voz dela era pura e inocente. Matt sentia que ela queria mesmo melhorar o astral dele de maneira sincera. Além disso, ele nunca havia estado tão perto dela. Não sabia quando teria a chance de desfrutar outro momento como aquele.

– Claro – respondeu ele.

Ela se aproximou dele e envolveu o pescoço do menino com seus braços, enquanto sua cabeça ia de encontro ao tronco, ficando junto do lado da cabeça dele. Ele sentiu o perfume da vasta cabeleira dela. Matt passou os braços nas costas da menina, completando o abraço.

Eles ficaram ali juntos por vários minutos. Matt se permitiu fechar os olhos novamente e aproveitar o momento, sem se importar com nada em volta deles. Ele sentiu-se mais leve e tranquilo com o abraço dela, e seu ânimo melhorou. Estava quase se esquecendo da dor que sentia por perder seu pai.

Embora aproveitasse o calor afetivo do abraço e a proximidade da menina, Matt ficou muito tempo sem entender o motivo daquele gesto altruísta da garota com quem ele mal se comunicava até aquele dia. Mesmo assim, ele se tornou profundamente grato a ela por se preocupar com a situação dele o bastante para oferecer gratuitamente o conforto de seus braços para fazê-lo se sentir melhor.

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Matt podia não entender os motivos de Thaila, mas a menina sabia muito bem o que estava fazendo. Ela esperava por uma chance de conversar com o garoto escocês desde que havia descoberto sobre a origem do menino, observando o sotaque dele e o interesse pela Escócia nas aulas de História da Magia. Queria ser pelo menos chamada de amiga por ele. A notícia de que ele havia perdido o pai havia pêgo a menina de surpresa, mas ela soube contornar a situação. Afinal, eles eram os únicos alunos escoceses daquela turma, e talvez de toda a geração atual de Hogwarts. Precisavam ficar unidos, pois era assim que seu povo era, como o pai de Thaila sempre havia lhe ensinado: quando estão unidos, os escoceses são mais fortes. Ela esperava que, com o conforto de seu abraço, o menino passasse a interagir mais com ela. Mesmo tendo suas amigas, ela sentia falta de alguém que compreendesse o sentimento de exclusão que havia dentro dela, que se sentia diferente por ser tanto escocesa quanto latina, já que sua mãe era uma imigrante argentina.

Ela podia sentir que Matt também passava por isso, afinal ele também era escocês. E ele tinha ainda menos amigos do que ela, talvez por conta da timidez. Ela não sabia o que Matt pensava sobre ela, nem ele sabia que ela também era escocesa. Na verdade, ele continuaria sem saber disso por um bom tempo.

Ela também tinha os anseios do povo escocês em sua mente, visto que seu pai também era um militante pela independência da Escócia. Com a fala de Matt sobre seu próprio pai, ela teve certeza de que o menino também se importava com o país deles. O que Thaila não sabia era que o pai de Matt era o mesmo homem que o pai dela admirava tanto por sua atitude de líder do movimento pela independência. Na verdade, ela continuaria sem saber disso por um bom tempo. Aqueles dois ainda tinham muito o que descobrir um sobre o outro...

Ela não se importaria se houvesse pessoas olhando aquele gesto de confraternização gratuita entre os dois jovens escoceses recém-chegados a Hogwarts. No entanto, ela não queria que aquele momento fosse estragado por alguém que não entendesse a interação entre eles. Ela o largou, passados alguns minutos, e o fitou, segurando-o pelos ombros.

– Quando precisar conversar, é só me chamar. – Ela deu um beijo de leve na testa dele, e se levantou para ir embora. – Se cuida – acrescentou ela, se despedindo.

O garoto ruborizou e passou a mão no local em que ela havia lhe beijado, quase sem acreditar no que havia ocorrido. Matt ficou observando a menina se afastar em direção ao castelo. Ainda sem entender completamente os motivos da aproximação dela, ele resolveu permanecer sob a árvore por mais tempo. Queria conservar as lembranças daquela tarde, que o ajudaram a superar o pesar e o luto, pelo maior tempo possível.

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Hogwarts, Reino Unido, novembro de 1981.


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Notas finais do capítulo

Olá gente! novo capítulo postado depois de muitos meses! espero que ainda estejam dispostos a acompanhar a história! deixem suas sugestões e opiniões! obrigado.



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