O Chefe dos Aurores (A Harry Potter Story) escrita por Phoenix M Marques W MWU 27, BILSS O DESTRUIDOR


Capítulo 5
Capítulo 5 - O menino que sobreviveu


Notas iniciais do capítulo

Mais um pouco da vivência de Bill e Matt em seu primeiro ano de Hogwarts.

Como os dois amigos descobrem e reagem à notícia de que o Lorde das Trevas foi derrotado por um bebê indefeso.



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Hogwarts, outubro de 1981.

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Os dois amigos logo começaram a se adaptar ao novo ambiente, com as aulas, os professores, os novos colegas, as refeições no salão principal, as horas de lazer na sala comunal, no dormitório, no pátio externo, nas margens do Lago Negro, e a atividade da qual Matt mais gostava: as aulas práticas de voo.

Bill teve algumas dificuldades no começo das práticas, mas conseguiu dominar os fundamentos práticos e conduzir a vassoura de maneira razoável. Mas Matt foi incrível; parecia que tinha voado a vida inteira. Conseguia fazer muitos loops e zigue-zagues que deixaram os demais alunos calouros com a vista tonta. Ele se lembrou de que seu pai, uma vez, havia comentado que tinha sido jogador de quadribol na escola em que estudara. Perguntou-se intimamente se não havia herdado alguma aptidão para voos de seu velho.

A instrutora, Madame Hooch, repreendeu o garoto por fazer manobras tão arriscadas com a vassoura em suas primeiras tentativas, mas parabenizou a postura e o equilíbrio que ele demonstrou nos voos.

Ao final de uma das aulas de voo, o menino escocês alcançou seu amigo ruivo nos vestiários, onde os dois trocaram as roupas de treino pelo uniforme da escola.

– Estava pensando em fazer teste para o time de Quadribol da nossa casa – comentou Matt.

Bill riu de leve.

– Matt, você não ouviu o que Madame Hooch disse no final do primeiro treino? Os alunos do primeiro ano não podem se inscrever nos times de quadribol. Só a partir do segundo ano.

– Sério? – Matt ficou um pouco desanimado. – Que droga...

– Anime-se, cara – Bill deu uns tapinhas no ombro do amigo. – Quando você perceber, o primeiro ano já vai ter passado.

Nas aulas, os amigos eram um contraste. Bill era um aluno aplicado e dedicado, que prestava o máximo de atenção em cada disciplina (lembrando que as matérias obrigatórias deles eram Defesa Contra a Arte das Trevas, Feitiços, Poções, Transfiguração, Astronomia, Herbologia e História da Magia). Era elogiado por praticamente todos os professores.

Já Matt não tinha o mesmo interesse que o amigo, mas saía-se excepcionalmente bem nas matérias de Feitiços, História da Magia e Defesa Contra a Arte das Trevas. Nas outras disciplinas, era um aluno razoável ou mesmo péssimo, tendo que recorrer à ajuda de Bill em diversas tarefas. O ruivo gostava de ajudá-lo, mas frisava que o escocês deveria se concentrar mais nas matérias em que sentia mais dificuldade.

– Cara – ia dizendo Bill uma noite, em que os dois se encontravam debruçados sobre seus livros na biblioteca. – Por mais que eu entenda que estudar a História da Magia seja muito importante, às vezes eu me pergunto se tem alguma forma de essa disciplina ficar mais chata.

Matt olhou para os lados para checar o movimento de Madame Pince, a bibliotecária, antes de responder. A mulher ainda estava sentada em sua mesa.

– Eu gosto da matéria. Meu pai vivia me contando histórias sobre os bruxos da Escócia. Acho fascinante... OK. É difícil demonstrar interesse pelo passado tendo um professor como o Sr. Binns, mas acho que o esforço vale a pena.

– Você é inacreditável, Matt – confidenciou Bill, incrédulo.

– Sei lá. – O moreno deu de ombros. – Tenho vontade de escrever um livro algum dia, e História seria uma ótima área para abordar.

– Você quem sabe. – Bill ergueu as sobrancelhas para o amigo e voltou a analisar seus livros.

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Uma noite, os dois garotos estavam voltando para a sala comunal após o jantar. Vários alunos, novatos e veteranos, estavam debruçados sobre exemplares da edição noturna do Profeta Diário. Bill pediu um exemplar educadamente a uma aluna do terceiro ano que havia terminado de ler, e esta lhe cedeu o jornal.

Bill e Matt sentaram-se para ler. Na capa havia a principal notícia, estampada em letras garrafais e ocupando a maior parte do periódico: Bebê derrota Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Havia, embaixo do título e acima do corpo do texto da notícia, uma foto de um bebê chorando, com uma cicatriz em forma de raio na testa.

O garoto ruivo lia atentamente cada trecho da notícia, enquanto o menino escocês acompanhava o olhar do amigo, sem, contudo, entender muita coisa.

– Bill – chamou Matt. – O que houve?

Bill olhou de soslaio para o amigo, depositou o jornal sobre uma das mesas do salão comunal e conduziu Matt para o dormitório.

O dormitório estava vazio no momento. Bill sentou-se em sua cama e fitou o amigo.

– É inacreditável – disse ele. – A guerra que o mundo bruxo vem travando nas últimas décadas finalmente chegou ao fim.

Matt olhou pesaroso para Bill, e sentou em sua própria cama, defronte à do colega.

– Céus – exclamou o moreno. – Eu mal podia imaginar que o mundo bruxo estava em guerra.

– Há muito tempo – garantiu o Weasley. – Como podia não saber?

– Meus pais viviam preocupados com o movimento pela independência da Escócia – comentou Matt. – Eles diziam que a situação atual era um dos maiores empecilhos para essa emancipação política. Não entendia muito sobre o que eles queriam dizer com isso, mas, se há, ou havia, uma guerra acontecendo, isso ajuda a esclarecer um pouco as coisas.

– Eu li um pouco a respeito sobre esse movimento de emancipação escocês, mas não me aprofundei muito no assunto. Seja como for, era mais um motivo para Você-Sabe-Quem querer o domínio sobre a Grã-Bretanha. Para silenciar de vez esse movimento. Meus pais viviam com medo de sair de casa. Tenho alguns irmãos mais novos, e meu pai trabalha no Ministério. Quando saía de casa, tinha que deixar minha mãe sozinha com meus irmãos.

– Mas o Você-Sabe-Quem... Ele agia sozinho?

– Não. Ele tinha um grupo de seguidores, os Comensais da Morte... Pelo menos acho que esse era o nome deles. Não sei como eles agirão agora que seu mestre foi derrotado, mas eles ainda oferecem perigo à sociedade bruxa.

– Mas como um bebê indefeso poderia derrotá-lo? Ele não era considerado o bruxo mais poderoso de todos os tempos?

– Há quem diga que Alvo Dumbledore, o diretor, era mais poderoso que Você-Sabe-Quem. Eu espero que seja verdade, apesar de que, com essa derrota do Você-Sabe-Quem, talvez nós nunca descubramos isso. Mas o caso é que parece que o feitiço que ele tentou jogar nesse menino se voltou contra ele mesmo. Como isso aconteceu, eu não sei, e pelo visto, nem o Profeta Diário nem o Ministério da Magia foram capazes de descobrir.

– E o que ele estava fazendo na casa daquela família, nessa tal de Godric’s Hollow?

– Parece que os pais do bebê já tinham enfrentado Você-Sabe-Quem e os Comensais algumas vezes, e tinham escapado com vida em todas as ocasiões. Provavelmente, ele estava buscando vingança.

– E ele costumava fazer isso com quem tivesse escapado dele várias vezes?

– O mais curioso é que não. Geralmente, ele enviava Comensais para as casas dos bruxos que ele considerava mais perigosos para seus planos. Ou a pessoa aceitava se juntar aos Comensais da Morte, ou, se oferecesse resistência, seria morta. Mas, dessa vez, o próprio Você-Sabe-Quem foi pessoalmente até a casa da família alvejada. E, para o azar dele, dessa vez, ele levou a pior.

– Então, ele está morto?

Bill coçou o queixo.

– Isso também é curioso. Não sei. O jornal não utilizou a palavra “morto” em nenhuma ocasião. Não foram encontrados restos de Você-Sabe-Quem na casa. Só o bebê e os corpos dos pais dele. É como se quando o feitiço ricocheteou de volta em Você-Sabe-Quem, ele tivesse sido reduzido a quase nada, mas é como se não tivesse sido o suficiente para matá-lo. Mas isso é tudo suposição, até mesmo do ponto de vista do jornal e do próprio Ministério. Ele está morto? Está vivo? E se está vivo, para onde ele foi depois de ser quase morto pelo menininho? Onde ele estará agora, se é que sobreviveu? A notícia não foi capaz de responder a nenhuma dessas questões, e, pelo pouco que pude ouvir do pessoal na sala comunal, todos estão se fazendo essas mesmas perguntas. A única certeza é de que a guerra terminou, mas com várias questões deixadas abertas.

– E os Comensais da Morte? Eles ainda estão na ativa?

– Depois que seu líder desapareceu, parece que o grupo começou a entrar em colapso. Alguns já se renderam e se entregaram ao Ministério, enquanto outros fugiram, e alguns o próprio Ministério já conseguiu capturar nessas poucas horas desde que Você-Sabe-Quem desapareceu.

– E onde o bebê está agora? – quis saber Matt.

– Parece que alguém ligado à família dele requisitou permissão para levá-lo aos parentes vivos mais próximos dos pais. E parece que é uma família de trouxas. Espero que ele aguente...

– Ei, viver com os trouxas não é tão ruim, sabe. Meus pais e eu fazemos isso desde que eu nasci.

Bill riu de leve.

– É verdade... Me esqueci, cara, me desculpe.

– Não tem problema.

– Você bem que podia dar umas dicas a esse menino, quando ele crescesse, sabe, sobre como viver com trouxas.

Agora foi a vez de Matt rir.

– Num país enorme como esse, Bill, quais as chances de, um dia, eu conhecer esse menino? Ele tem o que, um ano de idade agora? Quando ele entrar em Hogwarts, se ele entrar, provavelmente você e eu já teremos nos formado e conseguido empregos.

Bill voltou a rir.

– Foi só uma hipótese, nada demais.

Nesse momento, um dos colegas da turma deles, Joey Hutcherson, entrou correndo no dormitório. Joey era magro, um pouco alto para sua idade, com cabelo cor de palha, olhos amendoados e pele caucasiana. Estava ofegante, e só parou de correr quando chegou a frente às camas dos dois garotos.

– Bill, Matt, venham rápido! Os monitores acabaram de falar com a professora McGonagall e ela deu autorização para que os alunos da casa deem uma festa no salão comunal esta noite, por causa do menino que sobreviveu! Todas as casas vão fazer isso!

– Uma festa? Que máximo! – disse Matt, depois que Joey desceu correndo as escadas e avisado aos dois que descessem depressa também. – Já estou gostando de menino que sobreviveu. Afugentou Você-Sabe-Quem e de quebra, nos deu a oportunidade de ter uma festa. Já podemos começar a comemorar o Dia das Bruxas!

– Parece ótimo – concordou Bill com um sorriso. – Acho que o pessoal vai querer virar a noite.

Os dois iam se encaminhando para a porta do dormitório, para descer para a festa que se iniciava, quando Matt se deteve.

– Bill, você se lembra do nome do menino?

Bill mordeu os lábios, franziu a testa e pensou por um instante.

– Hm. Era... Potter. O menino que sobreviveu chamava-se... Harry Potter.

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Hogwarts, Reino Unido, 31 de outubro de 1981.


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Notas finais do capítulo

Ok, acho que vão querer matar o Matt depois desse capítulo. Quem em sã consciência consegue gostar de História da Magia?? kkkkk

Obrigado por ler!! Aguardando suas reviews lindas!!! Até o próximo!!



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