Guardiã do Rei escrita por Miss America


Capítulo 14
O Baile I - A Confusão Começa


Notas iniciais do capítulo

OIEEEEEE SUAS LINDAS(OS) >< !
Estou muito happy por causa da recomendação DIVA DA DIVA MYRRA
AI MAI GÓDI
Sério, você é muito querida, fiquei que nem uma retardada aqui na frente do pc *____________________*
Vocês todas são muito fofas e PACIENTES comigo, nem sei o que dizer *u*
Como agradecimento (nem tanto) EU POSTEI NO YOUTUBE O TRAILER DA FIC >< FICOU HORRÍVEL
Sou péssima pra editar.
E o Sony Vegas NÃO GOSTA DE MIM, me trollou legal pra renderizar e o vídeo ficou uma PORCARIA, COM UMA QUALIDADE HORROROSA, e eu vou tentar corrigir isso, mas fiquei feliz com a recomendação e então vou deixar vocês assistirem essa "prévia" ahuahauhauahuah
Linkizito: http://www.youtube.com/watch?v=OYbglBsQgXU
temminhafotinhatoscaláignorem



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– Então, você irá com Rachel – disse Sally, em tom baixo, enquanto conversava com o filho no quarto dele – realmente, creio que será melhor. Depois do incidente do último jantar, ela pode ter se sentido ofendida. Mas deve ter certeza de que não virá.

– E por que viria? – devolveu Percy. – Nem é um jantar que necessita de sua presença, é apenas para agradar alguns vassalos. Ela se sentirá entediada se vier.

O rosto cansado e com profundas olheiras de Sally esboçou um leve sorriso.

– Você não fica muito tempo longe de um cabelo vermelho, hã?

Percy pareceu não se preocupar com a brincadeira.

– Cabelos podem ter outras cores também – ele disse. – Loiro, por exemplo.

Sally aumentou o sorriso para uma risada divertida, depois inspirou lentamente e chamou Percy para perto de si. Lhe abraçou, afagou os cabelos e o manteve assim, perto, por alguns minutos, como se pudesse perdê-lo a qualquer momento.

– A senhora está tão cansada – penalizou-se Percy. – Me sinto culpado em não ajudá-la.

– Não diga isso – ela repreendeu, mas com doçura – Está fazendo muito por mim e por seu pai. Está cuidando do reino muito bem.

– Foram apenas dois dias.

– E serão muitos outros.

Percy não gostava quando a mãe falava assim. Era como se seu pai jamais fosse se recuperar.

– Papai está melhor? – pediu ele, esperançoso.

– Ah, sim – respondeu a mãe, um pouco vaga demais. – Está descansando agora. Antes, mal conseguia fechar os olhos para dormir. É um avanço muito bom, pelo menos foi o que disse o sacerdote Bernard.

– Ele havia me dito que era apenas um resfriado – queixou-se Percy.

– Seu pai é tão teimoso quanto você – Sally lembrou. – Mas, creio que tinha medo de assustá-lo.

Percy soltou-se dos braços da mãe e a encarou.

– Não me assustar? Acho que não poderei dizer que ele está fazendo isso muito bem.

Sally sorriu.

– Algum momento, você irá entender.

– Por que não me explica agora?

Ela olhou para os lados antes de fitá-lo novamente, como se procurasse uma forma de respondê-lo.

– Porque não é minha responsabilidade. Agora, basta – ela disse, levantando-se da cadeira estofada azul. – Vou ficar com seu pai. Dentro de três horas acontecerá o jantar, e você não deve chegar atrasado. Este luxo pertence apenas aos seus convidados.

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A cozinha estava impossível de se atravessar de um canto ao outro devido à movimentação de tantos empregados para o baile. Mas Annabeth teria de atravessá-la, e ainda por cima carregando uma bandeja com vários pratos, que formavam uma pilha maior do que ela.

Já não fosse o serviço que tinha que ser irritante o suficiente, ela ainda tinha que lidar com cochichos perturbadores das outras criadas. Annabeth sabia que lhe escondiam algo, mas, fosse o que fosse, não tinha tempo de descobri-lo. Mal tinha tempo para conquistar a confiança do príncipe!

Ah, o príncipe. Annabeth sentia-se frustrada todas as vezes que se encontravam. Não, todas não. Apenas três vezes. Na primeira, Annabeth nem o conhecia. Na segunda, estava aterrorizada, e na última... sua noiva apareceu para atrapalhar. Mas, se ela havia descoberto pelo menos alguma coisa em cada vez que se viram, era que Perseus realmente queria falar com ela. Isso era um começo.

Conquistar a confiança de um membro da realeza quando se é uma empregada é extremamente difícil, mas Annabeth tinha uma esperança. O baile. Ela serviria durante o jantar, e tinha um plano: precisava encontrar um momento para falar com ele. Fosse antes, depois do baile ou durante o evento, disfarçada. O objetivo era ser ouvida.

No meio da travessia pela cozinha, uma empregada gorda a empurrou, mas Annabeth manteve o equilíbrio precário até o fim. A cozinha era grande, e ter alcançado sua outra extremidade era uma vitória. Annabeth sorriu para si mesma, exausta.

– Ei, menininha – Ellen gritou para ela de algum lugar no meio de toda aquela gente. – Aqui, sua lenta – Annabeth olhou-a irritada. Ellen estava do seu lado – Vista-se. Vamos servir a comida dentro de uma hora, mas você e eu e mais as outras temos que estar no salão em meia hora. Entendido?

– Cada palavra – Annabeth respondeu prontamente, pegando o pacote que Ellen lhe dera. A empregada fitou-a desconfiada. – Obrigada.

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Percy encontrou sua roupa dobrada sobre a cama. Vestiu-se só e arrumou os cabelos negros. A roupa era um pouco desconfortável, sendo um gibão branco e um manto azul escuro, assim como o mar era todas as manhãs que Percy o avistava de cima dos telhados.

O menino sorriu para sua imagem no espelho. Apesar de ser nobre, achava cômica sua versão tão arrumada e elegante.

Duas batidas tímidas na porta. Percy correu para abri-la. Ao se aproximar, ouviu do outro lado:

Senhor Jackson? – uma voz jovem e abafada lhe chamava do outro lado. – Poderíamos conversar um pouco, antes do baile?

Percy arregalou os olhos. Já sabia quem esperar quando abrisse a porta.

– Boa noite, Percy – sorriu o menino de olhos azuis e cabelos arenosos.

– Luke? Algum problema?

– Não, nenhum. Meu pai pediu apenas que conversasse com você para informá-lo mais sobre seus visitantes de hoje – Luke já estava arrumado, e parecia muito mais maduro em seu manto escarlate.

– Ah, sim – concordou Percy. Ele receava-se toda vez que encontrava os Castellans. Responsáveis pela defesa do reino, raramente traziam notícias agradáveis. Dentre as piores, a que Percy mais odiava era sobre algum novo semideus capturado e sentenciado à morte. Apesar de tudo, Luke era um bom amigo.

Ambos começaram a caminhar pelos corredores.

– Os portões devem estar tumultuados – começou Percy, casualmente.

Luke suspirou.

– Ah, muito, senhor. Alguns vassalos já vieram instalar-se para comparecer ao casamento real, e parece que gostam de trazer seu castelo particular junto na viagem – riu educadamente.

Percy automaticamente sentiu-se desconfortável.

– Os Bobofit virão... hã, hoje? – ele pediu temeroso.

Luke puxou algumas folhas que trazia consigo.

– Ahn, deixe-me ver. Sim, sim, tenho os nomes de conde Gabe e sua esposa, Helia Ugliano Bobofit – então ele sorriu maliciosamente para Percy – Preocupado com sua amada?

Percy franziu o cenho. Às vezes esquecia-se de que o desamor era conhecido em todo o castelo.

– Irei com Rachel. Só quero me certificar que Nancy ainda está brava comigo.

– Desculpe-me, mas o que o senhor fez a ela?

– Nada – respondeu na hora, mas na verdade, toda vez que pensava no jantar, não entendia exatamente o que havia acontecido. - Estávamos jantando, e a taça com água dela... não sei, acho que ela mesmo espirrou água em si. Foi estranho.

– Ahh sim, sei do que se trata – respondeu Luke, mas quando Percy lhe olhou curioso, tentou corrigir – Nada, apenas fiquei sabendo por meio de uma das empregadas. A história da água saltando da taça – ele riu. – Ela deveria estar vendo coisas.

Percy concordaria, sob outras circunstâncias, mas naquele momento, não era essa sua vontade.

– Bem – ele hesitou. – Acho que a água realmente pulou da taça.

Luke ergueu ambas as sobrancelhas.

– Senhor, isso é estupidez – ele disse, e do modo como era mais velho sua afirmação soou muito mais sábia. – A água não se movimenta sozinha.

– A não ser...

– Sim?

– ... se houverem poderes sobrenaturais – falou Percy, mas ele ainda tinha medo da reação do amigo. – Quer dizer, li sobre semideuses que controlavam esse tipo de coisa.

Luke parou de andar no meio do corredor. Percy parou também, ao seu lado. O rapaz loiro encarou o príncipe como se estivesse preocupado com sua sanidade.

– Desculpe-me, senhor, mas não devo compartilhar de seus pensamentos.

– Ora, fale! Diga o que pensa – incentivou o menino. – Não irei delatá-lo ao algo parecido.

O filho do ministro de defesa não parecia assustado. Talvez um pouco desconfiado.

– O que penso é que essas criaturas – a palavra soou amarga – são aberrações que ameaçam o reino. Perdoe-me, mas peço ao senhor que não toque mais neste assunto.

– Mas...

– Senhor, é um aviso. Poderá ser dado como simpatizante, e isso seria muito ruim, logo agora que será rei – relembrou Luke.

Percy fixou os olhos em Luke como se nunca o tivesse visto antes, com o olhar sério. Ficou bastante incomodado, e sua confiança no menino parecia desvanecer-se dentro dele, como a areia era levada pelo vento.

Luke pareceu recuperar-se instantaneamente. Voltou a sorrir.

– Nancy não está na lista, senhor. Creio que não virá. Se vier, não terá lugar à mesa – ele riu, e Percy sorriu falsamente. – Então, é verdade que ela culpou o mordomo durante o jantar? Pobre homem...

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O vestido que deram a Annabeth era simples, mas de boa qualidade. Estava vestida de marrom e preto, para tornar-se totalmente invisível durante o baile. Seus cabelos loiros estavam presos em um coque baixo, e seus machucados já não estavam tão evidentes. Sua participação seria breve, e depois era permitida que descansasse nos cantos do grande salão. Mas deveria ficar lá até o fim do baile, para servir caso algo de ruim acontecesse – vômitos, sujeiras, brigas de comida, etc.

Tudo o que, claro, Annabeth esperava que não acontecesse.

Foi a própria Taylor a encarregada de designar as criadas certas para o jantar. Ela escolheu as mais jovens e de rostos menos feios para servirem, e fez questão de não colocar Annabeth na lista. A menina apenas foi escolhida depois da rainha Sally pedir que Taylor não servisse no jantar, e que Annabeth era jovem e poderia substituí-la sem problema algum. A Fúria, como de costume, sibilou para ela, mas não reclamou. Não tinha como não obedecer à rainha.

Annabeth andava pelo salão arrumando a mesa, alinhando as cadeiras e checando se havia talheres suficientes para todos os pratos. Enquanto analisava tudo com seu olhar crítico, pôde ouvir Quíron falando em sua mente.

“Annabeth, não seja tão perfeccionista, criança. É um meio fácil e rápido de se decepcionar”.

Com a lembrança, Annabeth sorriu. Havia muito tempo que Quíron não retornava ao Acampamento Secreto, e seu desaparecimento confirmado pela falta de notícias aterrorizava todos os semideuses. Quíron não pode morrer, ela dizia a si mesma. Mas tê-lo longe, sem ouvir suas sábias palavras... era como se estivesse morto.

O sinal que o jantar havia iniciado de fato surgiu quando a banda começou a tocar. Uma música erudita, calma e bem ritmada encheu o ar do salão de graça. O Salão Real estava muitíssimo bem decorado, com uma suntuosa e larga mesa com muitas cadeiras confortáveis, e um espaço grande para danças. Havia plantas, cortinas esvoaçantes e artigos de prata e ouro puro decorando os cantos do lugar. Estátuas, pinturas e o branco imaculado dos móveis davam um toque final de requinte e poder.

Annabeth nunca pensou que realmente estaria em um lugar assim, algum dia, em sua vida.

Ellen, apesar de gorda, ficara bonita em seu vestido, e seu rosto ficou muito mais agradável depois que ela foi obrigada a retirar todas as pinturas que havia passado nele. As outras empregadas eram meninas jovens ou mulheres de rostos serenos. Annabeth pensou que foi difícil para Taylor escolher as melhores para o jantar.

Todas formavam uma fila rente à parede, acompanhadas pelos mordomos que, segundo Annabeth soube, eram os que chegariam mais perto dos vassalos e alguns integrantes dos ministérios. Mas ela não perdia a esperança. Falaria com o príncipe, conquistaria sua confiança. Era o caminho menos perigoso.

Enfim, eles começaram a aparecer. Na escadaria à direita entraram, aos poucos, os casais de nobres. Vestidos longos e de cores chamativas passaram a preencher o vazio do salão, e os homens de sorrisos frios ocupavam seus lugares à mesa conforme os mordomos indicavam. Finalmente, quando a mesa estava quase completa, ela o viu entrar.

O príncipe estava muito bonito. Bastante diferente do moço desajeitado que a encontrou na Igreja, mas seu olhar mostrava que essa diferença existia apenas por suas ricas roupas. Percy ainda parecia um pouco tímido e com medo de cometer alguma estupidez. Ao seu lado, em um delicado vestido verde, com flores em seu corpete bem colado à cintura fina, estava a noiva. Seus cabelos ruivos estavam presos em uma trança que era pousada em seu ombro. Tão perfeita, Annabeth pensou, com um ressentimento surdo.

A fila das empregadas começou a andar. Elas deveriam ir até a cozinha e trazer os pratos para a mesa de comidas e tirar suas tampas de prata. A partir daí, o alimento ir até os pratos reais era um serviço dos homens. Annabeth era a última, e seguiu delicadamente o ritmo das outras. Já não conseguia ouvir o que acontecia na mesa principal. Ao passar perto de uma das estátuas em um canto do salão, alguém agarrou seu braço e a puxou.

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Luke aguardava na cadeira ao lado quando Percy se sentou. Todos os convidados, ao o avistarem, levantaram-se e fizeram sua reverência. Percy agradeceu com um aceno de cabeça.

– Está indo bem – sussurrava Rachel ao seu lado.

– E você está conseguindo respirar? – pediu Percy.

Rachel inspirou, mas superficialmente.

– Não vejo a hora de tirar este maldito espartilho – ela admitiu. – Não comerei muito.

Percy segurou um riso. Rachel estava conseguindo mantê-lo calmo, o que não era uma tarefa simples.

Luke, ao sentar-se novamente, inclinou a cabeça para perto de Percy, enquanto as comidas eram trazidas à mesa branca pelas empregadas.

– Revendo – ele sussurrou. – A minha direita está...?

Percy olhou de relance para todos os convidados na mesa e concentrou-se.

– Um vassalo de meu... hã, quer dizer, meu vassalo, o senhor Weinshenker. Suas terras estão à noroeste, O Monte de Raios, chamado assim por possuir o ponto mais alto do reino e por sua quantidade de raios durante as tempestades de verão. Casado com a senhora Lyn e tem quatro filhos homens – recitou Percy.

– Muito bem – congratulou Luke. – Mas ele tem três filhos homens – corrigiu.

– Certo, eu sabia – irritou-se Percy.

– Tranquilize-se, senhor – acalmou. – O vassalo que tem quatro filhos homens é...

– O senhor... hã, Olesh. Sim, Olesh. Senhor de Floresta Fria, ao sul da Inglaterra. Sua esposa é a senhora Sandrina, e ele tem quatro filhos – sorriu Percy.

– Exato. Vou pedir apenas mais um. Aquela senhora enrugada no fim da mesa. Seu nome é...?

– Catherine Wilkinson. Viúva, tem cinco filhos e dezesseis netos. Senhora de Ilha Bela, ao leste, considerada o lugar mais bonito do reino, depois do castelo real. Seu marido morreu há oito anos.

– Parabéns, senhor – sorriu Luke, e então ele apontou com queixo para a taça à frente de Percy.

O príncipe colocou-se de pé, segurou a taça e bateu de leve com uma colher nela. A taça de ouro decorada com pedras semipreciosas fez soar um alto zunido, e todos os convidados viraram os rostos para Percy. Ele inspirou fundo e começou:

– Sejam bem-vindos, senhores. Sou o Príncipe Perseus Jackson, herdeiro ao trono real, e em breve, segundo é desejo do senhor meu pai, serei coroado. Infelizmente o Rei Paul está muito fraco e pede desculpas por não comparecer, mas envia por meio de mim seus cumprimentos a todos os vassalos e ministros presentes e suas famílias – Percy finalmente expirou. A taça em sua mão balançava devido ao seu tremor. Ele a colocou de volta na mesa.

Um homem musculoso e de cabelos negros ergueu-se de repente com sua taça em mãos. Percy lembrou-se dele. O ministro de comércio, Ryan Browne, sorriu para ele e falou em voz grave:

– Senhores, um brinde em nome do casamento vindouro do príncipe Perseus e sua noiva, filha do conde Bobofit, a quem ainda não sabemos o nome... – ele sugeriu discretamente.

O conde Gabe Bobofit ergueu-se também.

– Minha família sente-se honrada em dar em casamento nossa doce filha ao príncipe. Mas, por pedido dela, deve manter-se em segredo. Ela teme aparentar arrogância.

Rachel engasgou-se ao lado de Percy com o vinho da taça. Ela ficou tão mal que sua taça bateu contra o prato, criando um barulho ainda maior que a voz de Gabe e chamando toda a atenção da mesa para si.

Enquanto ela tossia, o conde Bobofit franziu o cenho:

– Algum problema, senhorita Dare?

Rachel tossia e balançava a cabeça. Alguns mordomos a ajudaram a melhorar. O conde voltou a se sentar, desconfiado. Percy, que controlava muito bem o riso, pensou em quanto tempo seria necessário para o conde entender o motivo de Rachel ter se engasgado.

Todos ergueram suas taças e brindaram. Percy sorriu em agradecimento.

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A pessoa encapuzada arrastou Annabeth até um canto não muito distante do salão, mas onde ninguém os veria.

Quando Annabeth libertou-se, seu braço estava com marcas vermelhas. A pessoa deixou seu capuz cair, e o rosto que Annabeth viu era totalmente desconhecido.

– Quem é você? – ela perguntou assustada.

A menina de cabelos vermelhos e sardas por todo o rosto colocou um dedo em riste na frente dos lábios.

– Silêncio, escandalosa – ela repreendeu. – Ou todos saberão que estou aqui.

Annabeth a analisou bem. Era rica, pois usava um vestido de boa qualidade e sua capa negra era pesada para aguentar o frio. Seu rosto era redondo e ela era bastante gorda. Aparentava ser da mesma idade de Annabeth.

A menina percebeu que ela a encarava.

– Ah, claro, é óbvio que não me conhece – ela considerou, com desprezo – Mas também não espere que eu me apresente.

– Seu nome está na lista? – pediu Annabeth, com falsa cortesia.

Os olhos verdes da menina arregalaram-se, mas depois ela virou o rosto, frustrada.

– Não, não está – ela respondeu grosseiramente. – Mas, não pense em me denunciar. Você não vai querer inimizade comigo.

Algo nela irritava Annabeth. Seu modo de falar, sua semelhança com a noiva e sua necessidade de não ser reconhecida.

– Desculpe-me, mas não posso... – começou Annabeth, mas foi interrompida.

– Apenas diga-me! – a garota agarrou Annabeth pelos ombros com suas mãos gordas. – O casamento tem sido preparado? O príncipe preocupa-se com os preparativos?

Annabeth surpreendeu-se.

– O quê?

– Ora, o casamento real, sua tola – irritou-se a menina. – Você trabalha nos fundos do castelo... – seu tom de voz alterou-se - ...deve saber de alguma fofoca interessante...

Annabeth desvencilhou-se dos braços fortes da menina.

– Garota, não ei de nenhuma fofoca, e não posso permitir que uma penetra permaneça no jantar – a voz de Annabeth soava firme e autoritária, a ponto da ruiva desesperar-se.

– Não, eu ORDENO que não me denuncie! – a menina gritava, e segurava Annabeth, mas ela era mais rápida e arrastou e menina gorda consigo.

– Se gritar menos, não ficará tão envergonhada na frente dos outros – avisou Annabeth, mas a menina não largava seu braço.

– Eu lhe pago! Tenho dinheiro, muito dinheiro – ela dizia.

– Então, guarde-o para você – retrucou Annabeth. Ela tentava levar a menina para fora do salão, onde estariam alguns guardas. Ela era uma louca; talvez alguém que quisesse descobrir o segredo da princesa.

Ou pior: poderia deixar Annabeth em maus lençóis.

A garota era pesada, e teimava em segui-la. Faltavam alguns metros para a saída do salão, quando a menina se soltou e começou a gritar ainda mais alto. Ela voltava para dentro do salão, furiosa e apontando para fora. Quando Annabeth surgiu, viu que todos já haviam escutado os gritos da jovem. Ela não sabia como reagir. Os guardas aproximavam-se, e alguém da mesa principal percebeu o reboliço na entrada dos fundos do salão. Apontou, e todos viraram-se para assistir.

E o príncipe encontrou o olhar perdido de Annabeth. Ela se sentira tão envergonhada que mal conseguia pedir à menina que se calasse.

Ellen chegou antes dos guardas para perto de Annabeth.

– O que houve? – ela perguntou, parando na frente da menina gorda. Ao vê-la, Ellen empalideceu.

– Oh, não.

– Ellen – a voz de Annabeth tremia – Essa menina é uma penetra! – ela gritou com dificuldade, mas Ellen não reagiu. Os guardas se aproximaram, mas não pararam a menina ruiva. Pararam Annabeth.

– Não – ela dizia, e as palavras pareciam embolar-se quando chegavam ao seus lábios. – Ela... ela não foi convidada... está aqui por... fofocas, ela quer... saber o nome da princesa – ela gaguejava e apontava. – Não a machuquei, não a conheço, juro... não fiz nada de errado, entendam...

Finalmente a menina ruiva, que já estava no meio do salão, sem nenhum guarda cercá-la, visualizou a noiva do príncipe sentada à mesa.

Seu rosto avermelhou-se e ela respirou pesadamente.

– O que essa impostora medíocre da Rachel está fazendo no MEU lugar?

Annabeth engoliu em seco.

Oh, não.


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Notas finais do capítulo

Que tal o capítulo gigante?
E a segunda parte do baile vai vir depois de amanhã, se tudo sair certo por aqui :3
O vídeo ficou tosco, eu sei.
Não, a Taylor Swift não é minha Annabeth
Ainda vou melhorar aquela qualidade
E A MÚSICA DO TRAILER É A NOVA PARTICIPANTE DA TRILHA SONORA, U-HUUU
/EXAGERO
Sim, achei muito tosco da minha parte colocar só uma banda na soundtrack então estou procurando outras músicas, e achei meu CD do OneRepublic, onde tem a linda da Mercy, que agora também faz parte da trilha :3
Eu vou acrescentando as músicas e vou avisando aos poucos :3
BESOS O/