Guardiã do Rei escrita por Miss America


Capítulo 12
Perdendo as Forças?


Notas iniciais do capítulo

O QUE HÁ COM ESSA GENTE QUE SE RECUSA A LER ESSA DROGA DE NOTAS INICIAIS?
Oi gente! *U*
Desculpem a demora queridas, eu estava MORTA de preguiça, huahauah /humornegrofail
Enfim, espero não decepcionar com o cap um pouco menor.
Ah, e desculpem o exagero em detalhar as emoções do Percy, mas é que me envolvi um pouco demais, rs. Praticamente me descrevi ali -no
P.S.: Ah, Happy New Year!



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Percy caminhava por um dos corredores principais do castelo quando encontrou Rachel vindo na direção contrária. Ela tinha aquele constante riso divertido nos lábios e aquele olhar que quem sabe que algo está acontecendo.

— Hmm, senhor breve-rei, parece que temos alguém feliz por aqui – ela disse, repetindo aquele apelido que Percy detestava.

— Não sei de quem você está falando – ironizou ele.

Rachel ergueu uma das sobrancelhas e falou em tom confidencial:

— Você conseguiu falar com ela?

Percy não respondeu, mas fingiu olhar para os lados como quem não quer nada. O sorriso de Rachel alargou-se.

— Ah, minha nossa! E você gostou dela? Como ela é?

O príncipe tinha as bochechas rosadas e não conseguia encontrar as palavras certas para respondê-la. Hesitou.

— Bem... o nome dela é Annabeth. Annabeth Chase. Ela é muito, hã, simpática.

Rachel faz uma cara azeda.

— Simpática? Só isso?

Percy encolheu os ombros.

— Ela estava nervosa, por causa do incidente do chá e tudo.

— Ah sim, você me disse que havia sido ela. Deve ter se assustado com aquela cara feia do Fritz.

Ambos riram abafado, e olharam para os lados para certificarem-se de que ninguém havia escutado.

— Mas vocês não conversaram nem um pouco, então?

— Sim, mas não foi muito. Estou preocupado com ela, ela está muito triste.

O sorriso de Rachel morreu. Os dois sabiam que ela fora capturada como prisioneira de alguma guerra pequena nos arredores, e deixar o lugar onde você vivia, deixar ou até mesmo perder sua família são choques muito grandes para qualquer um.

Um breve silêncio se fez. Antes que pudessem reatar a conversa, um dos criados pessoais do rei, Caleb, atravessou o corredor extremamente assustado e pálido.

— Senhor, senhor! – ele vinha gritando, esbaforido e gesticulando.

— O que houve, Caleb? – perguntou sério Percy.

O homem parou e respirou fundo por alguns segundos. Ao recuperar o ar, murmurou:

— O rei. Seu pai.

.

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///////////

 

.

.

Percy abriu a porta com urgência, sendo seguido de perto por Rachel. Quando abriu a porta do quarto, encontrou seu pai deitado à cama, com a rainha Sally a lhe pousar docemente sobre a testa compressas de água fria.

— Pai, mãe, o que aconteceu...? – pediu Percy pela primeira vez, que desde que vira o pai reclamar sobre dores de cabeça e sua repentina coroação, nada perguntara.

Sally abriu a boca, mas nada disse. Paul levantou a mão pacientemente e chamou o filho para mais perto. Quando Percy aproximou-se, viu a empregada Taylor aparecer ao lado da cama de olhos fixos nele, como se houvesse vindo do nada. O menino ignorou o pensamento estúpido, e voltou-se ternamente para o pai, segurando as mãos dele nas suas.

— Filho, eu... eu estou bem. Não fique assim. Deixará sua mãe preocupada.

Percy alternava olhares entre o pai e a mãe.

— Por que nunca são claros quanto ao que acontece? – ele reclamou. – Senhor Bernard, o que meu pai tem?

O sacerdote olhou desconsolado para Percy com aqueles olhos castanhos muito sábios.

— Uma grave epidemia. Algum tipo de doença transmitida por alguma comida estragada, bem... ainda não sei dizer ao certo. Só sei que foi muito repentina. Sinto informar que seu pai está gravemente doente, e deverá permanecer em repouso.

Percy olhou para Rachel em busca de ajuda, mas a ruiva também parecia sem reação.

— Mas, senhor Bernard, isso significa que...

— ... que Percy deverá assumir o lugar do pai o quanto antes.

— É claro que não! – gritou Percy para os dois, com a voz dolorosa. – Só assumirei quando meu pai morrer de fato, o que não vai acontecer por muito...

— Percy, ouça-me – disse Paul com voz grave e sobrancelhas franzidas, mas Percy não queria ouvir o que ele tinha a dizer. – Estou muito cansado, filho.

— O senhor é novo!

— Estou cansado de governar este reino. Sinto que as coisas que acontecem aqui fogem ao meu controle. Você pode não entender agora, mas preciso que assuma o trono. É tudo que este moribundo te pede – Paul tinha a voz fraca e distante, e sua fala era constantemente interrompida por fortes crises de tosse – por favor, Perseus. Está na hora de combater por si próprio – ele terminou de forma solene, dizendo o nome verdadeiro de Percy, o que mostrava que o assunto era mais sério do que parecia.

Percy ainda estava confuso. Combater por si próprio? E desde quando seu pai o defendia de algum perigo? E o que seria esse inimigo, caso existisse de verdade?

Percy olhou para o pai, tão febril em seu leito, e sua mãe sem palavras para lhe confortar. Quando ele sentiu que seus olhos estavam enchendo-se de lágrimas e que elas iriam cair a qualquer momento, soltou as mãos do pai e abriu caminho rapidamente até a porta. Antes de sair, olhou para trás e viu o pai tossir ainda mais, e a criada Taylor revelar uma parte das cobertas que lhe cobriam com grandes manchas de sangue.

Rachel tentou alcançá-lo, mas Percy saiu sem olhar mais para trás. Correu, correu e correu até cansar-se, indo parar em um descampado distante pelo menos oitocentos metros do castelo, lá para perto das estrebarias, onde ele sabia que encontraria Blackjack, seu melhor amigo. No meio do caminho, quando sua vista embaçou-se, ele parou e apoiou as mãos nos joelhos e tomou fôlego.

Tudo aquilo parecia um pesadelo, pensou ele. Tornar-se rei, casar-se com a monstra da Nancy e encarar o fato de estar perdendo seu pai, agora tão fraco, mas desde pequeno seu maior exemplo de força na vida. Sentia-se desamparado e sozinho, e nem sua mãe poderia ajudá-lo agora. Sally já estava suficientemente triste para ter poderes de acalmar os outros, dizer-lhes que tudo ficará bem.

Percy olhou para o horizonte. Tão vasto. Adoraria fugir naquele instante, para bem longe, onde ninguém o encontraria. Onde seus problemas o deixariam em paz. Onde não haveria pessoas para lhe cobrarem atitudes adultas, quando ele se sentia ainda tão pequeno. Combater... Percy mal podia manter-se em pé, e o pai ainda lhe pedia que lutasse. Mais do que já lutava? Quem era esse inimigo cruel que lhe roubava as forças constantemente? Que queria vê-lo para baixo, destruído? Assim, exatamente como se sentia agora?

Percy respirava fundo. Caminhava a passos lentos em direção ao estábulo, para o lugar onde Blackjack deveria estar dormindo. Percy pensou que ele fosse querer alguns torrões de açúcar, por isso o menino sempre deixara um pacote bem guardado por lá. Desejou – tolamente, ele sabia – que o cavalo tivesse asas que o salvassem daquele inferno, daquele momento tão fantástico e ao mesmo tempo tão real.

Percy perguntava-se o que mais haveria de acontecer em sua vida. Se aquilo seria apenas uma fase, se um dia as coisas fossem voltar ao normal. O futuro parecia tão nebuloso.

Foi quando alguém apareceu escondida atrás de uma das divisórias de madeira do estábulo. Era Annabeth; Percy não esquecera seu nome nem seu rosto. Ele sorriu ao vê-la e pensou que ela poderia estar melhor, que, talvez, conversando com ela, pudesse esquecer seus demônios interiores. Mas assustou-se ao perceber que ela fugia ao seu olhar.

Escapava e reaparecia, claramente não querendo ser vista. Percy intrigou-se e acelerou o passo até surpreendê-la pela frente, enquanto ela olhava por cima o ombro, procurando-o.

Quando ela virou o rosto para ele, de olhos arregalados, carregando um balde nas mãos e com uma das pernas vacilando, Percy não conteve um suspiro de incredulidade.

— Srta Chase? O que houve? Por que está tão ferida assim?

O balde cheio de água caiu ao chão, de repente.


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Notas finais do capítulo

Sempre que tiver informações necessárias sobre a história, deixarei aqui, ok?
See ya :)