Guardiã do Rei escrita por Miss America


Capítulo 11
Emboscada Desafiadora


Notas iniciais do capítulo

OIE
Já sei, já sei: não postei semana passada. Desculpe.
Mas, tá aí! Enjoy! :)



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I’ll be your angel on call, I’ll be on demand

The greatest honor of all, as your guardian

~ Guardian

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– Annabeth Chase – ela respondeu, limpando com o dorso da mão a lágrima estúpida que rolava – E sou de...

Então ela parou. Olhou para o príncipe e, naquele momento, teve duas opções: contar tudo sobre os semideuses e o Acampamento Secreto, sobre A Guerra dos Cento e Vinte Anos e sua importância na vida dele. Puxá-lo pela mão e levá-lo de vez para o seu destino, antes que Annabeth pudesse errar novamente.

Mas não. Sua outra opção parecia mais fácil. Calar-se... e esperar.

– Ah, tudo bem, compreendo – Percy respondeu, mas ele não sabia nada. Não de verdade – Sinto muito pelo lugar de onde você veio, sinto muito pelo seu lar – ele disse docemente, mas o príncipe pensava se tratar de algum vilarejo destruído por seus soldados, e não um acampamento prestes a entrar em guerra com um ser divinamente cruel.

– Espero não ter causado sérios ferimentos ao sacerdote – ela disse, para evitar um silêncio constrangedor.

Percy sacudiu a mão, ignorando o que ela disse.

– Ah, deixe-o para lá – ele falou, mas sob o olhar curioso de Annabeth, tentou justificar – Quer dizer... tá, isso pode soar estranho, até desrespeitoso... mas não gosto dele. Sempre me fez sentir como a pior pessoa do mundo. Não entendo porque todo mundo ama ele. Ele nunca pareceu me amar.

Annabeth não pôde evitar um sorriso. Então ela estava certa. O velho realmente reconhecia semideuses; como, ela não sabia. Isso era bom e mau ao mesmo tempo. Bom, por saber que, caso Fritz fizesse algum mal a ela – o que seria muito ruim – ela ainda teria Percy, o príncipe, herdeiro único e direto ao trono, ao seu lado.

– Então – ele disse, jovialmente – fico feliz que tenha um emprego, aqui no castelo. Não, hã, quero dizer, é bom tê-la por perto. Não que eu queira dizer... na verdade, espera...

– Acho que entendi, senhor – ela riu. Não esperava que ele fosse tão... simples.

– Ah, senhor? – ele franziu as sobrancelhas. – Por favor, sem essas coisas. Nem sou tão velho assim. Trate-me somente por Percy, certo?

Ela assentiu.

– Está se sentindo melhor? – ele perguntou.

– Sim, estou – ela respondeu, escondendo as mãos que ainda tremiam pela confusão. – Creio que estou ótima para voltar ao trabalho.

Percy continuou olhando-a, quando finalmente pareceu entender o que ela queria dizer.

– Ah, claro, sim, entendo – ele gesticulou, pondo-se em pé – você quer voltar ao serviço... desculpe-me. Só não...

Ele olhou em volta. Por um segundo, Annabeth sentiu como se ele não quisesse deixá-la sozinha de novo.

– Estou bem, hã... Percy.

Ele sorriu.

– Fico feliz. De verdade. Qualquer coisa, ou se quiser apenas conversar... pode me chamar.

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///////////

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O tumulto havia passado. A rainha Sally havia descido à cozinha para avisar às empregadas de que estava tudo bem, o sacerdote Fritz já estava se recuperando nas dependências da Igreja, sob os cuidados de Bernard. Annabeth sentiu compaixão pelo sacerdote Bernard ter de aturar aquele velho.

Sally olhou especialmente para Annabeth e sorriu. Algo naquela mulher era tão genuíno e suave que Annabeth sentia-se querida, pelo menos enquanto ela estava por perto. Quando a rainha lhe chamou para conversar, dois dias atrás, sobre o acidente, fora amável e educada. Disse que estava tudo bem e que gostava de Annabeth, e que poderia contar com ela para o que fosse. Ao ouvi-la, Annabeth percebeu o quanto há da rainha no príncipe.

Agora, três dias haviam passado desde o acidente. Se antes, Annabeth já era mal-tratada pelas outras empregadas, agora o clima estava mil vezes pior. Os serviços e humilhações a deixavam exausta todas as noites, mal podendo dormir, e tendo de acordar antes do sol nascer. Mas não, ela não iria incomodar o príncipe ou a rainha por isso. Ela era forte o suficiente.

Até o dia em que caíra na emboscada.

Taylor, sua arqui-inimiga, armara tudo. No fim da tarde, quando Annabeth foi levar os restos de comida para John cuidar dos cavalos, ela foi surpreendida por Taylor e outras empregadas gordas e de rostos feios em uma área escura atrás do castelo. Annabeth soltou os baldes de comida ao chão e pressentiu o que elas fariam. Quando as empregadas avançaram, ela correu, mas não foi rápida o suficiente. As outras a fecharam em um círculo e a forçaram a recuar, até que se encostasse contra a parede de fora da cozinha.

Estava cercada. As empregadas não tinham armas nas mãos, mas não precisavam. Apenas seus punhos eram suficientes para um belo estrago na cara de Annabeth. A lua que pairava no céu fornecia um fraco brilho para iluminar apenas algumas empregadas. Mas quando Taylor, a magrela ignorante deu um passo a frente, seu rosto enrugado tornou-se mais feio ainda ao ser iluminado pela lua.

– Então, pensou que seria fácil, vadiazinha – ela começou, com uma risada cruel nos lábios. – Pensou que poderia nos passar para trás. Mal começou a trabalhar e já foi correndo puxar o saco da família real.

– O quê? – Annabeth exprimiu temerosa, mas tentando manter uma pose firme. – Isso é ridículo! Trabalho aqui há quase três semanas! Tenho tanto direito quanto vocês!

– Acha demais?

– Acho! Trabalho mais do que todas vocês juntas! – ela gritou, mas soube instantaneamente que aumentara ainda mais a fúria de Taylor e suas colegas.

Taylor deu um passo zombeteiro à frente, e quando ergueu a mão, pode-se ver que suas unhas eram compridas e mal-feitas. Compridas até demais. Com o indicador, ela fingiu acariciar docemente o rosto de Annabeth.

– Estúpida – ela cuspiu – não sabe onde está se metendo, criança. Espero lhe dar um aviso que seja claro o bastante para saber que...

– Que o quê? – Annabeth desafiou, mas agora já não se importava com o que ela faria. Ela apenas uma velha magricela e feia. – Me afastar do príncipe? Tem ciúmes?

Os olhos de Taylor flamejaram ódio. A mão que antes acariciava seu rosto agora segurava o pescoço de Annabeth e tornava o aperto cada vez mais forte.

– Não se faça de tola, que nós duas sabemos que você não é – ela disse, e uma língua bifurcada lambeu provocante os dentes amarelados e afiados. Então Annabeth percebeu quem ela era, e toda sua coragem se fora. Era tarde.

– Agora! – Taylor gritou, e as outras empregadas, que pareciam alheias ao que acontecia entre as duas, atacaram. Annabeth levou socos e pontapés de todos os lados, e foi caindo ao chão e se contorcendo de dor. Tentava desesperadamente cobrir a cabeça, já que defender-se era inútil, mas não era fácil. Eram quatro contra uma. Quatro mulheres fortes contra uma menina frágil como ela.

Annabeth sentia seus membros gritarem de dor, e algo quente rolou em suas costas. Sangue. Ela chorava compulsivamente, e continuava sendo agredida. Pensou em gritar, mas ninguém a ouviria. John, o único que poderia estar acordado, deve ter cochilado. Ela estava sozinha. Perguntava-se se aquilo não acabaria. Até que...

– Chega – a voz esganiçada de Taylor, pela primeira vez, trouxe alegria ao coração de Annabeth.

As mulheres se afastaram, e uma delas cuspiu em seu rosto, fazendo todas as outras rirem. Annabeth ergueu-se com dificuldade, apoiando-se na parede, e um fio de sangue desceu de sua testa e percorreu seu rosto. Uma de suas pernas vacilaram, e ela quase caiu de novo. Suas lágrimas embaçaram sua visão, e ela nunca desejou tanto ter asas como a coruja de sua mãe, para fugir dali naquele instante.

Taylor mandou embora as outras empregadas com um aceno. Ao ficarem a sós, ela revelou sua verdadeira forma. Uma pele escamosa surgiu e seus dentes cresceram ainda mais, e suas garras curvaram-se como as de uma ave de rapina. Fúria.

Aproximou-se do rosto de Annabeth, e jogou todo seu mau-hálito contra a menina, quando falou sua sentença:

– Já sabe agora, querida, de que não está sozinha. Ah, meu amor, tem tantas pessoas atrás da cabeça desse jovem príncipe que você mal pode imaginar. Chore querida, chore, e saiba que está sozinha, longe demais de sua ajuda, de seu precioso Acampamento – ela riu, uma gargalhada irritante que penetrou os ouvidos de Annabeth, e ecoaram em sua cabeça. - Idiotas, mandarem apenas você. Quíron realmente faz falta naquele lugar. Mas agora, meu amor, saiba... cada vez que se aproximar de Perseus, ele sofrerá tanto quanto você. Vamos ver se ainda será capaz de machucar quem você mais precisa salvar.


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Notas finais do capítulo

Então amores, antes de tudo, AHHHHHHHHHHH, VALEU PELA RECOMENDAÇÃO, SUA LINDA CHEIROSA FOFA DA ROCHELLY >< I LOVE U
Passada a pirada, vamos voltar ao assunto. Ando recebendo várias perguntas do tipo "FULANO NÃO VAI APARECER?" ou "BELTRANO É MAU NESSA HISTÓRIA?" ou coisas do tipo.
Como disse lá em cima, a história será em três partes = três fics. Caso seu amor de la vida não apareça nessa primeira fic, ele pode aparecer nas outras duas, certo?
Segundo: quero fazer uma história diferente. Então, talvez (TALVEZ) o mocinho seja bandido e vice-versa. Só sei que vou inverter várias coisas na história. E as partes da fic serão todas baseadas nos cinco livros de PJO, então prestem atenção porque vou encher de detalhes muito bem escondidos!
Besos, suas lindas (: